Procurador-geral do Estado, Antônio Kleber, está com o processo da volta da Icomi S.A. |
Está na mesa do procurador-geral do Estado, Antônio Kleber,
o futuro de toda uma comunidade, isolada no meio da floresta amazônica,
entregue à própria sorte. Trata-se da bucólica Serra do Navio, que não vê a
hora de poder receber de volta uma velha conhecida, a mineradora Icomi S.A. (Indústria
e Comércio de Minérios). O Tribunal de Justiça, por meio da Câmara Única, já
bateu o martelo e determinou que os licenciamentos para a volta da empresa às
operações nas jazidas de manganês. O Imap, entretanto, decidiu ouvir primeiro o
chefe da Prog antes de emitir as licenças à Icomi.
A Icomi é, de longe, a dona do maior projeto industrial da
história do Amapá, tendo iniciado suas operações no antigo Território Federal
do Amapá (TFA) em 1953, quando se instalou na antiga vila de Santana, até então
um pequeno lugarejo que pertencia ao município de Macapá. Fundada por Augusto
Trajano de Azevedo Antunes, logo passou a integrar um verdadeiro império
industrial que originou a holding Caemi.
Por mais de 40 anos, a empresa explorou o minério de
manganês da Serra do Navio e os negócios foram turbinados pela chamada Guerra Fria, nos anos 80, quando os Estados Unidos passaram a ser os principais
compradores do minério, considerado essencial para a indústria do aço, como a
blindagem de tanques e encouraçados das Forças Aliadas. A Icomi paralisou as
operações em 1997 alegando a falta de mercado para o teor de manganês existente
no Amapá.
Nova fase – Com dificuldades
para encerrar suas atividades, devido a uma série de conflitos envolvendo a
reversão de seu patrimônio bem como o falecimento do seu fundador, Augusto
Antunes, a empresa acabou vendendo seu controle em 2003. Por exigência dos
herdeiros de Antunes, a marca ICOMI deveria ser preservada, numa espécie de “quarentena”.
Os representantes de Antunes pareciam se antever que os sucessores, chefiados
por Jorge Augusto Carvalho de Oliveira, não conseguiram cumprir as exigências e
contrapartidas, dando início à dilapidação do patrimônio material e moral da
empresa, que passou a assinar Alto Tocantins Mineração.
Em 2011 finamente surge uma luz no fim do túnel, com a
empresa Durbuy Natural Resources assumindo o controle da Alto Tocantins, da
Tocantins Mineração e, consequentemente, da própria Icomi, agora cumprida a
quarentena resgatou sua identidade, sua marca e o mesmo CNPJ. “Mas a maior
identidade que estamos imprimindo à Icomi é dar continuidade ao legado do
doutor Augusto Antunes, que haveremos de honrar nessa nova fase”, diz o sócio
brasileiro da Durbuy, o engenheiro Érico Rossi. O sócio dele é o coreano Dennis
Chung, que tem cidadania norte-americana também. O presidente do Conselho de
Investidores da Icomi é Robert Noh, que vai aportar U$ 200 milhões (dólares)
para a reabertura das minas e garantir a compra da futura produção da Icomi.
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