segunda-feira, 18 de agosto de 2014

QUEM VAI AO PARÁ, PAROU! Viagem de jipe faz escala na terra das mangueiras

Uma visita ao Museu Paraense Emílio Goeldi dá a exata noção ao turista sobre toda a exuberância da natureza amazônica que o Pará (ainda) tem. Organismos de defesa do meio ambiente relutam em frear a ação de madeireiros lá
Cleber Barbosa
Editor de Turismo

O título dessa reportagem faz alusão a um dos maiores sucessos do cantor paraense Pinduca, pois no Pará a musicalidade grassa, as pessoas parecem se comunicar por música e, claro, são de uma enorme hospitalidade. Eu e minha família pudemos conferir de perto toda essa vocação turística do Pará, refletida em ações do poder público e da iniciativa privada em formatar os atrativos naturais e artificiais para receber o visitante.

TURISMO / Na última parte da viagem de jipe feita pelo editor de turismo do Diário do Amapá a gente conhece um pouco mais sobre Belém, a capital do estado do Pará.

Durante muito tempo, o Pará e o Amazonas meio que disputavam um nicho da indústria do turismo que era o ecoturismo. Mas de uns tempos pra cá a coisa mudou radicalmente, com os paraenses reinventando sua vocação para o turismo. Um velho hangar do Aeroporto Júlio César foi revitalizado e passou a abrigar o Centro de Convenções da Amazônia. A chave virava agora para o turismo de eventos e os resultados logo surgiram. Organismos oficiais dão conta de que a agenda de exposições, festas e grandes congressos no Hangar estão lotadas pelos próximos dois anos. A rede hoteleira deu um salto desde então, seja quantitativo, seja qualitativo.
"O Centro de Convenções da Amazônia, o Hangar, representa uma virada na história recente do turismo no estado do Pará".
Diego Born, especialista em turismo

Atrações - Entre as grandes atrações que a capital paraense oferece estão o Parque da Residência, o Mangal das Garças, o Bosque Rodrigues Alves, o Museu Paraense Emílio Goeldi, além da orla Ver-o-Rio, que adorna o centenário mercado Ver-o-Peso. Nas imediações do centro histórico de Belém, num bairro denominado Cidade Velha, até um bonde foi restaurado e proporciona aos visitantes uma viagem ao passado dos tempos áureos da borracha e do charme da aristocracia belenense da época. Mas não podemos esquecer que Belém é uma metrópole, tem seu lado moderno e industrializado. Há inúmeras opções de lojas de departamentos e também shopping centers pra todo lado.

Investimentos - Ao longo dos últimos anos, quando muita gente previa que o trânsito de Belém passaria por um colapso, a cidade resiste e o poder público vem adotando medidas e fazendo obras de infraestrutura que ajudam na mobilidade urbana. Cruzamentos antes caóticos como da Almirante Barroso com a Doutor Freitas, ou mesmo no Entroncamento da BR-316 com a Rodovia Augusto Montenegro receberam modernos elevados ou viadutos, assim como na Pedro Álvares Cabral com a Júlio César. Como é interligada com o restante do país por via rodoviária, Belém oferece conexão terrestre e aéreas – aliás está bem servida de oferta de voos. De Belém é possível acessar o Nordeste pela BR-316 e o Centro-Oeste pela BR-010.

Confira a letra da música ‘garota do tacacá’

Oi mexe, mexe menina 
Pode mexer sem parar 
Você agora é a minha 
Garota do tacacá (2x) 

Rala, rala a mandioca 
Espreme no tipiti 
Separa a tapioca 
Apara o tucupi 

Prepara meu tacacá 
Gostoso com açaí (2x) 

Oi mexe, mexe menina 
Vamos mexer sem parar 
Você agora é a minha 
Garota do tacacá (2x) 

Quem vai ao Pará, parou 
Tomou açai, ficou 
Quem vai ao Pará, parou 
Tomou açai, ficou 

Autor e intérprete: Pinduca

No Pará, dá para escolher entre banho de água doce ou de água salgada

O estado foi dividido em seis regiões turísticas distintas: Belém, Amazônia-Atlântica, Marajó, Tapajós, Araguaia-Tocantins e Xingu. Como não poderia deixar de ser, falando-se de um estado amazônico, o Pará está recheado de opções de balneários, rios, cascatas e igarapés. Há ainda um segmento em ampla expansão por lá, que é o turismo rural, com hospedagem no modelo hotel-fazenda. Mas o Pará também tem praias de mar, são mais de 20 quilômetros de costa atlântica só em Salinas. Há praias como Ajuruteua e a Ilha do Algodoal. Para procurar no mapa, os municípios que abrigam a água salgada são São Caetano de Odivelas, Curuçá, Marapanim, Maracanã, Salinópolis, Nova Timboteua, Bragança, Augusto Correa e Viseu.

Nuances - Com uma cultura de forte herança indígena, mesclada por levas de migrantes europeus, africanos e asiáticos, o Pará tem ritmos e paladares próprios: a generosa natureza amazônica fornece a matéria prima para uma gastronomia de toques exóticos, já presente em restaurantes internacionais; para instrumentos musicais, peças de decoração, e manifestações folclóricas exclusivas.

Interior - O Tapajós é uma das melhores opções de visita que o Pará possui, ideal para a prática do ecoturismo. Nessa parte oeste do Estado, dois grandes rios da região se encontram em frente a Santarém, causando um efeito curioso e quase inacreditável. De um lado, o Amazonas, um dos maiores rios do mundo com suas águas barrentas que cortam grande parte da floresta. Do outro, o Tapajós, com águas azuis, num tom quase esverdeado.

Hospedagem em Belém: Ibis Budget

CURIOSIDADES
"Durante muito tempo, o Pará e o Amazonas  disputavam um nicho da indústria do turismo que era o ecoturismo".
Cleber Barbosa, jornalista.
- Em dimensões geográficas, o Estado do Pará é maior que países como a Venezuela, a Colômbia e corresponde a mais que três vezes o tamanho da Alemanha. Por sua localização estratégica, o Pará é o portão de entrada natural da Amazônia Brasileira, o caminho histórico utilizado pelos portugueses no período colonial para garantir o domínio sobre a região Norte diante das ameaças de outras nações europeias.

1,2 Milhões de Km quadrados.
Tamanho da área territorial do Estado do Pará, o que o torna o segundo maior estado amazônico.

VISTA AÉREA

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