A dica de passeio deste domingo é a Região dos Lagos do Amapá, uma imensa área verde que nessa época do ano fica submersa e ainda mais bonita. Sobrevoar o lugar proporciona lindas fotos. |
Editor de Turismo
O biólogo amapaense Antônio Carlos Farias vai direto ao ponto, quando indagado sobre como definir a Região dos Lagos do Amapá: “É o lugar mais bonito da Amazônia”. E olha que ele fala isso do alto dos mais de trinta anos como profissional ligado às questões ambientais. Hoje aposentado, ele foi procurado pelo Diário do Amapá para ajudar a decifrar um verdadeiro enigma natural, um lugar bonito por natureza e que ainda não foi descoberto em sua plenitude para a exploração de seu maravilhoso potencial turístico.
Oficialmente a Região dos Lagos abriga a Estação Ecológica do Lago Piratuba, com quase 1 milhão de hectares. Um local extremamente preservado e grande. Lá é encontrada uma única espécie de flamingo, cujo nome científico é Phoenicopterus-ruber, também chamado de Flamingo Americano. A ave migratória que origina suas viagens na Flórida, passa pelo Caribe, Ilhas Galápagos até a costa norte da América do Sul, em especial o Cabo Orange e, claro, a Região dos Lagos do Amapá, onde fazem seus ninhais e se reproduzem às centenas.
"Ali você tem um ecossistema que poderia muito bem ser chamado de um mini-Pantanal. É o lugar mais bonito da Amazônia".
Antônio Farias - Biólogo
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Como dica ao viajante, diz que se o turista puder fazer um sobrevoo terá fotografias lindas, fantásticas. “Realmente pela sua importância do ponto de vista do desenvolvimento do turismo devido a fauna que você tem lá, um verdadeiro santuário de diversas espécies, a região dos Lagos vale a viagem”, acrescenta. Ele cita o Lago Piratuba, o Lago Duas Bocas, o Lago Novo e o Lago Grande, como principais atrativos. Os lagos cortam os municípios de Amapá, Pracuúba, Tartarugalzinho e uma parte de Cutias do Araguari e Ferreira Gomes.
Ameaça - Mas Farias faz uma ressalva. Disse que o ICMBio, o Ibama antes e o próprio Governo do Estado têm feito um esforço muito grande para manter a região intacta. “Porque ocorre que de uns tempos para cá nós verificamos a intensificação da criação de búfalos, chamada bubalinocultura, o que fez com que alguns desses lagos fossem drenados pela ação predatória desses animais, que têm hábitos aquáticos e criam verdadeiros canais onde as águas salobras da Costa se misturam com a água doce e limpa dos lagos”, diz. Ele alerta que se alguma providência não for tomada aquele verdadeiro paraíso poderá ser destruído.
Aporema é a porta de entrega do santuário
Se pudermos dizer onde fica a porta de entrada da Região dos Lagos, esse lugar chama-se Aporema, uma pequena comunidade onde moram menos de 500 famílias e cuja liderança maior é o aposentado Antônio Barbosa de Souza, 72, que até criou a Associação dos Vaqueiros. No calendário de grandes eventos por lá está a tradicional Festa do Vaqueiro de Aporema, que ele foi um dos idealizadores. Simpático e comunicativo, Barbosa vai logo dizendo que não existe uma região de campo mais bonita que o Aporema.
"As pessoas preferem a região nessa época do ano quando tudo fica alagado. Eu prefiro no verão".
Antônio Barbosa - Aposentado
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Barbosa passa a semana em Macapá onde para complementar sua renda e manter-se ocupado faz transporte de alunos em uma Kombi. Mas também mantém um serviço regular de transporte escolar na Vila do Aporema. Suas lanchas singram o rio que dá nome ao lugar durante os dias letivos e transportam turistas e outros visitantes (a maioria indicados por algum familiar) em passeios pelos lagos. Dá para pescar e mandar preparar o peixe na hora. Vale a pena conferir!
Pernoite na mata, com direito a peixe fresco e passeio de voadeira
Mas nem só de potencial vive a Região dos Lagos do Amapá. Já existem iniciativas formatadas para o atendimento do turista que deseja ter um contato mais próximo com toda a exuberância da natureza amapaense. O microempresário Napoleão Paula dos Santos, 56, abriu há algum tempo um pequeno empreendimento turístico na comunidade do Aporema. Trata-se do Hotel Ecológico Egito. Tem tente perguntar o porquê do nome, pois ele também batiza suas embarcações com palavras ligados ao passado bíblico. Tem a lancha Roma e a voadeira Grécia. A pequena pousada está em plena expansão, pois quando as obras estiverem prontas sua capacidade hoteleira sairá dos atuais três quartos para oito cômodos. Parece pouco, mas cada quarto possui duas camas de casal e uma de solteiro, ou seja, tem capacidade para acomodar pelo menos cinco ocupantes por quarto. As diárias são cobradas a R$ 25 por pessoa, com direito a café da manhã. Os únicos ‘luxos’ a que se tem direito são dois ventiladores por quarto e tv ligada a antena parabólica. Nada de tv a cabo amigo. “E ninguem reclama de calor, pelo contrário, fazem é pedir cobertores pois as noites são bem frias por lá”, diz o proprietário.
O acesso é feito de carro pela BR-156, com o turista percorrendo uma distância total de 175 quilômetros. Como referência, é só observar quando passar a ponte do Tracajatuba, pois são mais 12 quilômetros até o ramal que dá acesso ao lugar. De lá, são mais 5 quilômetros até uma bifurcação em que à direita vai para São Benedito e à esquerda a Fazenda Modelo, melhor caminho até a pousada de Napoleão. Chegando lá dá para deixar o carro bem guardado e pegar uma lancha exclusiva para transporte de hóspedes. Em 10 minutos se chega ao destino. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 8801-2850 ou 9971-1658
CURIOSIDADES
- Os flamingos são aves pernaltas, de bico encurvado, que medem entre 90 e 150 cm. A sua plumagem pode ser bastante colorida em tons de rosa vivo. São animais que se alimentam de algas e pequenos crustáceos através de filtração.
Os flamingos são aves gregárias, que vivem em bandos numerosos junto a zonas aquáticas.
- O flamingo é a ave nacional de Trinidad e Tobago.
870 Mil Hectares.
Esta é a dimensão da área da Estação Ecológica do Lago Piratuba, na Região dos Lagos do Amapá.
VISTA AÉREA
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