Cleber Barbosa
Editor de Turismo | Diário do Amapá | Colaborou: Adson Lins Fotografia
Um turista gaúcho em sua primeira viagem ao Amapá disse ao guia certa vez diante do Rio Amazonas, em plena orla de Macapá: “Mas você não disse que não tinha mar aqui?”. É claro que o oceano não banha a capital do estado, mas sim a costa do estado onde desagua o “rio-mar”, o majestoso Amazonas, cuja Foz fica na confluência do Amapá com a Ilha do Marajó, algo tão gigantesco que a distância de uma margem a outra chega a 17 quilômetros.
Profissionais do turismo, como o amapaense Sandro Figueiredo Borges, que é turismólogo por formação e também guia de turismo credenciado, têm sido bastante requisitados para ajudar os turistas que desembarcam em Macapá a realizar um desejo quase irresistível: passear pelo rio Amazonas.
E quando isso acontece de forma organizada, dá-se o nome de “River Tour”. Trata-se de uma modalidade de turismo receptivo que cresce a cada dia no estado, se organiza e agrega valor ao Amapá como destino turístico. Entre os roteiros mais requisitados, está um passeio pela frente da cidade, passando pela praia da Fazendinha, depois rumando para a zona rural, circulando a Ilha de Santana, com parada no Recanto da Aldeia, lugar de praia de areia branquinha, bar, restaurante e uma trilha ecológica que atravessa a ilha de uma ponta a outra.
Natureza
Um dos grandes apelos desta modalidade de turismo é o contato com a natureza quase intocada do Amapá, unidade da federação que ostenta o título de estado mais preservado do Brasil, com mais de 90% de sua cobertura vegetal conservada. “É muito comum as pessoas se emocionarem só por estar de frente com o rio Amazonas, então possibilitar a eles um passeio por ele é algo que os turistas dizem jamais esquecer”, conta Sandro Borges.
E como estamos falando da maior bacia hidrográfica do planeta, o passeio de barco acaba incluindo incursões em afluentes do rio-mar, como o Rio Matapi e o Rio Pirativa, já no município vizinho a Macapá, que é Santana. “Lá é possível observar os botos, que costumam presentear os visitantes com um balé único. Isso quando não resolvem sair para respirar bem perto do barco ou da lancha, possibilitando que as pessoas possam literalmente passar a mão na cabeça deles”, diz o guia Sandro Borges.
Para valorizar ainda mais os preciosos momentos vivenciados a bordo, os organizadores do River Tour promovem almoços no barco, ao melhor estilo “All Inclusive” que virou moda nos navios de cruzeiro.
Ao desembarcar, passeios por atrações em terra firme
Para tornar as horas – ou dias – dos turistas em solo amapaense ainda mais intensas e prazerosas, a programação do receptivo inclui contato com outras atrações locais, em terra firme. O roteiro inclui a Fortaleza de São José de Macapá, o Museu Sacaca, o Marco Zero do Equador, a Casa do Artesão, o Mercado Central, a Igreja de São José, a Vila do Curiaú e o Monumento Marco Zero do Equador. “É importante salientar essa vocação turística de nossa cidade, de gente hospitaleira e que sabe valorizar quem pretende nos conhecer e depois recomendar a outros que também façam turismo em solo amapaense”, diz o guia.
Como o turismo impacta mais de 50 atividades econômicas, seja a rede hoteleira, meios de transporte e também o da gastronomia, os bares e restaurantes são algo a ser obrigatoriamente incluído no roteiro dos passeios pela cidade. “O Amapá ainda é um destino turístico por ser descoberto, então a nossa gastronomia é uma das apostas, pois quem experimenta da nossa cozinha, do nosso peixe, por exemplo, sai falando maravilhas a respeito e prometendo voltar”, diz o turismólogo Sandro Borges, que também é servidor da Secretaria Estadual do Turismo, a SETUR.
River Tour será uma das atrações de um encontro das Abav’s em Macapá
Pietrina diz que na falta de uma operadora de turismo que se dedique ao receptivo local, os próprios empresários do setor costumam unir esforços na hora de montar uma programação como city tour ou até o river tour. “A parceria tem sido a palavra de ordem para isso. Uma empresa que possui Van se une a outra que tem a lancha ou mesmo um barco, assim como o dono de um sítio ou de uma pousada, não importa. O mais importante é formatar um roteiro e poder comercializar”, diz ela.
Negócios
A vinda dos 27 dirigentes das Abav’s do país, que deverá ocorrer em agosto de 2017, pode alavancar o mercado local de turismo, diz Pietrina, pois não são apenas formadores de opinião, mas empreendedores do turismo. “A vinda deles aqui, representará muito para nós, pois poderão conhecer o destino Amapá, suas atrações, suas potencialidades e também fazer negócios”, avalia. Também está previsto que esses dirigentes possam trazer convidados, como representantes da imprensa especializada em turismo, jornalistas de sites, revistas e jornais cuja editoria é exatamente a de turismo.
Curiosidades
- O rio Amazonas foi descoberto em 1500, por Vicente Yañez Pinzón, que lhe deu o nome de Mar Dulce. Em 1532, Francisco Orellana, homem que fez a primeira descida no rio, trocou para Amazonas.
- Até pouco tempo, pensava-se que o Nilo fosse o maior rio do mundo em extensão. No entanto, graças a técnicas de monitoração por satélite, agora sabe-se que o Amazonas é maior.
- Na planície ele tem de 20 a 200 metros de profundidade. Próximo à foz, chega até 500 metros.
7.025km
Extensão total do Rio Amazonas.
Natureza
Que legal ver meu trabalho fotográfico ilustrando essa matéria. Fico muito feliz em poder contribuir para o desenvolvimento do turismo no Amapá e o principal objetivo do meu trabalho fotográfico tem essa finalidade. Sonho com o tempo em que todo o potencial existente nesse lugar especial seja bem aproveitado e principalmente para o bem daqueles que aqui vivem, vindo estes a serem os primeiros a saber valorizar tudo que de belo aqui existe. Muito obrigado!
ResponderExcluirObrigado Adson, inclusive fizemos o registro do crédito da imagem na assinatura da reportagem. Obrigado por sua colaboração e parabéns pelo trabalho fotográfico.
ResponderExcluirCleber Barbosa
O editor