Atrair turistas por meio de eventos de degustação é a aposta do setor de gastronomia do Amapá |
Para a Revista Diário
Confirmada a participação de 18 restaurantes que são filiados à Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), na 11ª edição do festival Brasil Sabor, a maior vitrine gastronômica do país e que também vai acontecer em Macapá. Durante todo o mês de junho os principais pratos inscritos na mostra serão encontrados nos restaurantes participantes, mas por três dias (30 de junho, 1 e 2 de julho, poderão ser conferidos numa festa de degustações no Sebrae Amapá, a preços populares. Cada prato será comercializado ao preço único de R$ 10. O setor aposta neste formato de evento para potencializar o mercado gastronômico local.
Turismólogo Sandro Bello |
OLHAR
Segundo o executivo da Abrasel-AP (Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Similares) Sandro Bello, o Brasil Sabor faz parte do calendário dos grandes eventos gastronômicos do país. Este ano, o Festival traz como tema “Origem e originalidade na gastronomia”, a edição deste ano ocorrerá no espaço multiuso do Sebrae/AP. “É importante que em tempos de dificuldades na economia nacional a cadeia produtiva do turismo, que envolve a gastronomia, possa mostrar poder de reação”, sugere.
FORÇA
Desde o surgimento do festival, o segmento gastronômico local vive verdadeira ebulição, afinal colocar em exposição as grandes atrações regionais são uma excelente oportunidade de visibilidade. Apesar de serem empreendimentos, em tese concorrentes, estarem congregados em uma entidade de classe, leva os empresários do setor a se mobilizarem para que toda a cadeia produtiva possa ser fortalecida. “A gastronomia é uma das atividades econômicas do Trade Turístico e no Amapá este setor está se consolidando a cada dia pois temos uma gastronomia diferenciada”, diz.
Origem e a originalidade da gastronomia do Amapá
Valorizar e divulgar os ingredientes e as técnicas locais na gastronomia são dois pontos centrais da 11ª edição nacional do Brasil Sabor, festival gastronômico realizado pela Abrasel que envolve restaurantes associados em todo o País. O foco deste ano é Origem e Originalidade e faz alusão, justamente, ao resgate de sabores e processos já quase esquecidos, à importância da origem dos alimentos e sua função social. Os restaurantes participantes preparam pratos especiais para o festival e cada cidade pode criar promoções e dinâmicas exclusivas para os consumidores.
Com o tema “Origem e originalidade na gastronomia amapaense”, a edição deste ano ocorrerá no espaço multiuso do Sebrae/AP nos dias 30/06, 01 e 02/07. Além das 22 novas criações da culinária local comercializadas a preço popular, o evento conta apresentações de MPA e MPB e a cozinha show com uma programação variada que terá como diferencial este ano o fatpo de ocorrer durante um mês inteiro. O evento é uma realização da Abrasel, Sebrae, Governo do Amapá, Prefeitura de Macapá, Sesc e Senac.
A empresária Elaine Vieira, que já presidiu a Abrasel-AP, diz que das mais de 50 atividades econômicas que são de alguma forma impactadas pelo turismo, a gastronomia exerce um grande papel. “Todas as atividades são importantes a bem da verdade, cada uma de alguma forma garante ao turista que nos visita conforto, comodidade, prazer, descanso, entretenimento e, claro, alimentação. Então a gente quer aproveitar a oportunidade que um festival proporciona para atrair mais pessoas para nossos restaurantes e também para a cidade”, diz a empresária. O festival Brasil Sabor acontece simultaneamente em todo o país, congregando mais de 1,4 mil restaurantes dos quatro cantos do Brasil, valorizando ainda mais o país como destino turístico.
A gastronomia está cada vez mais presente no turismo brasileiro. O número de viajantes que arrumam as malas com destino a um dos mais de duzentos festivais gastronômicos que ocorrem todo ano pelo país é cada vez maior. Os gastos com alimentação estão entre as principais despesas dos turistas brasileiros, atrás apenas do transporte, de acordo com a última Pesquisa de Turismo Doméstico do Ministério do Turismo.
Algumas cidades como Tiradentes (MG), Joinville (SC) e Brotas (SP) realizam festivais gastronômicos. Nenhuma nasceu com essa vocação, mas encontraram na gastronomia um reforço para seus atrativos turísticos. Tiradentes é uma das principais cidades históricas do país; Brotas, um importante destino de esportes de aventura e Joinville, uma cidade de arquitetura colonial alemã com um dos melhores índices de desenvolvimento humano (IDH).
MERCADO
A variedade de sabores e de novos chefs de cozinha aumenta ainda mais o apelo turístico de alguns destinos brasileiros. A gastronomia brasileira é considerada muito boa para 89% dos turistas brasileiros e 97% dos estrangeiros, de acordo com um estudo do Ministério do Turismo. “A gastronomia é uma das bases da estrutura do turismo para o lazer e para o negócio”, explica o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Lopes, responsável pelos dados. “Outra boa notícia é que a vocação gastronômica de boa parte das cidades só agora começa a ser incorporada aos destinos. Ainda há muito a se conhecer”.
No Amapá, a Abrasel tem um total de 40 restaurantes oficialmente cadastrados na entidade.
HISTÓRIA
A culinária do Brasil é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos. Muitas das técnicas de preparo e ingredientes são de origem indígena, tendo sofrido adaptações por parte dos escravos e dos portugueses. Esses faziam adaptações dos seus pratos típicos substituindo os ingredientes que faltassem por correspondentes locais. A feijoada, prato típico do país, é um exemplo disso. Os escravos trazidos ao Brasil desde fins do século XVI, somaram à culinária nacional elementos como o azeite-de-dendê e o cuscuz. As levas de imigrantes recebidas pelo país entre os séculos XIX e XX, vindos em grande número da Europa, trouxeram algumas novidades ao cardápio nacional e concomitantemente fortaleceu o consumo de diversos ingredientes.
A alimentação diária, feita em três refeições, envolve o consumo de café-com-leite, pão, frutas, bolos e doces, no café da manhã, feijão com arroz no almoço, refeição básica do brasileiro, aos quais são somados, por vezes, o macarrão, a carne, a salada e a batata e, no jantar, sopas e também as várias comidas regionais.
As bebidas destiladas foram trazidas pelos portugueses ou, como a cachaça, fabricadas na terra. O vinho é também muito consumido, por vezes somado à água e açúcar, na conhecida sangria. A cerveja por sua vez começou a ser consumida em fins do século XVIII e é hoje uma das bebidas alcoólicas mais comuns.
As culinárias mais visíveis pertencem aos estados de Minas Gerais e Bahia, sendo estas conhecidas em todo território brasileiro, e até homenageadas em feiras gastronômicas da Europa.
Os especialistas ouvidos pela Revista Diário entendem que aproveitar o turismo de eventos, que traz a Macapá turistas eventuais, pode agregar valor levando-os aos bons restaurantes da cidade e assim eles podem “recomendar” o Amapá como destino turístico a outras pessoas e assim ajudar toda a cadeia econômica do setor.
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