Vinícius Gurgel. O parlamentar chega ao segundo mandato e fala com desenvoltura sobre seu rendimento. |
Cleber Barbosa
Da Redação
Diário do Amapá – Estamos fechando o primeiro semestre e uma oportunidade para uma parada, olhar para trás e fazer reflexões a respeito do que foi esse período, um ano que tem sido de muitas dificuldades, especialmente de conjuntura econômica e também na política. O que dizer deputado?
Vinícius Gurgel – Com certeza, realmente um ano atípico, o Brasil passa por uma crise muito grande, mas nós também tivemos muitos avanços. Eu acho que pelo menos dentro deste meu segundo mandato, com mais experiência, consegui para o estado do Amapá conquistas que vão servir para as futuras gerações, para filhos e netos, como se costuma dizer.
Diário – Como o que exatamente, deputado?
Vinícius – Olha, na quarta-feira agora, por exemplo, foi publicado no Diário Oficial da União o edital de licitação para o projeto do Terminal Hidroviário de Santana, que vai contemplar a frente da cidade com muro de arrimo, com terminal de cargas e de passageiros. Foi feito também a nova poligonal do porto [das Docas], que excluiu essa área para que pudesse ser construído esse terminal de passageiros, já que não temos rodovias, mas apenas o aeroporto para sair do estado.
Diário – Tudo chega pelo rio mesmo.
Vinícius – Sim, e em se falando de Santana o terminal atual é precário, nem é público, tem apenas o chamado Porto do Grego. Agora não, vamos ter um local organizado, digno, que atendam os passageiros e as pessoas de Santana, que agora vão poder contemplar o rio, ou mesmo pegar um navio para viajar pela Amazônia, como as cidades de Belém, Manaus, Afuá, Breves, enfim, com segurança, com o olhar da Capitania dos Portos, enfim.
Diário – Sim, infraestrutura portuária tem tudo a ver com as gerações futuras, como o senhor disse, especialmente por ser um município do interior.
Vinícius – Pois é, também conseguimos esta semana a liberação de recursos na ordem de R$ 1,2 milhões para a pavimentação de um trecho do município de Mazagão, nos bairros Bom Jesus, cuja licitação já está em andamento. Mas agora em julho teremos a conclusão pelo DNIT das obras de duplicação do trecho urbano da BR 210, em Macapá, no trecho compreendido entre a Justiça Federal e o Quilômetro 9, que contempla com intervenções de urbanização os bairros do São Lázaro, Açaí, Boné Azul, Brasil Novo e Infraero 1 e 2, enfim, toda aquela região na zona norte, na saída da cidade.
Diário – De fato essa obra tem qualidade e está mudando a cara da saída da cidade. Ou da entrada, dependendo de quem chega.
Vinícius – Sim, inclusive o trânsito está fluindo melhor e com muito mais segurança, pois foram instalados equipamentos de segurança e até radares, o que, segundo a Polícia Rodoviária Federal, contribuiu para uma redução do índice de acidentes em 90%. Então são ações muito positivas deste meu segundo mandato.
Diário – Essa interlocução com os ministérios e órgãos como o próprio DNIT, devido à ligação da pasta com o seu partido, é legitimada quando resulta em ações concretas como essa, não é?
Vinícius – Com certeza, inclusive agora que o Ministério dos Transportes incorporou a Infraero nós estamos fazendo uma gestão muito grande para que avance o mais rápido possível as obras do aeroporto. Estive lá em Brasília na segunda-feira com o presidente da Infraero cobrando exatamente isso dele, bem como uma visita ao superintendente do Amapá em seu retorno de suas férias agora em julho para conversar com ele sobre outras questões relacionadas também à obra, como estacionamento, pátio, lojas, para que o nosso aeroporto seja também contemplado com essa moderno conceito de aero shopping, e que possa gerar emprego e renda para nossa população tanto precisa.
Diário – Já que o senhor falou da Infraero tem um grupo de trabalhadores que foram incentivados a prestar o concurso da empresa, dentro de um projeto que não se consolidou para modernização de aeródromos pelo país, dois deles no Amapá, o da Base Aérea de Amapá e o de Oiapoque. Eles vivem a ameaça de perder a validade do concurso.
Vinícius – Sim, a gente pode marcar uma audiência e verificar se ainda continua nos planos da Infraero esses dois aeródromos. Caso estejam, cobrar prazos, pedir celeridade ou de repente essas pessoas serem relocadas no próprio aeroporto de Macapá, que vai precisar de mais funcionários em função da nova estrutura ser inaugurada em breve. Vamos fazer o possível.
Diário – Esse ano é também de eleições municipais, então os congressistas terão que se desdobrar em agendas em Brasília e nos estados, afinal é uma aspiração natural dos partidos políticos. Como está sua expectativa para isso?
Vinícius – Com certeza é grande, vamos trabalhar nisso também, mas só lá para frente. No momento agora estou focado em realizar e entregar minhas emendas parlamentares, como a piscina do Corpo de Bombeiros, que hoje está com um projeto social muito lindo. Muitas pessoas ainda criticam, mas esse tipo de ação tem um grande retorno, pois essas piscinas servem não só para a parte de treinamento e qualificação dos militares dos Bombeiros, como também para a comunidade em geral, tanto que foram esgotadas em menos de uma semana as vagas para natação, pois esse projeto leva antes de tudo ações de cidadania.
Diário – Tem emendas para Macapá também?
Vinícius – Sim, inclusive estou focado em cobrar do prefeito Clécio que inaugure a creche no bairro Renascer, resultado de uma emenda nossa. No próximo sábado inclusive vamos inaugurar na Vila do Maranata uma passarela de concreto no valor de R$ 1,8 milhões, a primeira passarela de concreto do Mazagão. Também estamos com uma interlocução muito grande em Brasília no DNIT para que seja licitada a interminável estrada do Oiapoque.
Diário – Falta tão pouco mesmo. Quanto exatamente deputado?
Vinícius – São 112 quilômetros que separam o Brasil da Guiana Francesa, do Caribe e de tudo mais que essa rodovia irá possibilitar. Nosso pleito é no sentido de que seja licitado ainda esse ano o trecho que falta. É uma cobrança firme, um trabalho árduo que vou me dedicar incansavelmente porque conseguindo concluir isso daí eu tenho respostas para a população que votou em mim e para a população do estado do Amapá, essa terra onde eu nasci, onde nasceu meu pai e que eu tanto amo.
Diário – O presidente Michel Temer tem defendido que se deixe de falar em crise e que se possa trabalhar. E o senhor nos parece ter esse foco também, dá para ser otimista?
Vinícius – Não diria otimista, mas só com trabalho venceremos a crise. E tem outra coisa, contra fatos não há argumentos, eu quero trabalhar, entregar o máximo de obras possível, pois fui o parlamentar que mais recursos liberei em emendas individuais em 2015 e também fui o parlamentar que conseguiu a obra de maior valor em recursos extra orçamentários para o estado, que foi a recuperação da BR 156 até Tartarugalzinho e a duplicação da via em Macapá, o que custou mais de R$ 100 milhões, fruto de um trabalho nosso junto ao Ministério.
Diário – Obrigado pela entrevista.
Vinícius – Obrigado, um excelente fim de semana e fiquem todos com Deus.
Perfil
Entrevistado. O amapaense Vinícius de Azevedo Gurgel, filho de Hildebrando Carneiro Gurgel Junior e Telma Lúcia de Azevedo Gurgel, é casado, pai de três filhos, é empresário e formado em Ciência Contábeis, pelo Centro de Ensino Superior do Amapá (Ceap) , no período 1996-2000. Está em seu segundo mandato parlamentar, mas já na estreia obteve a façanha de ser o mais votado deputado federal do Amapá, com 21.479 votos, sendo que fora eleito pelo PRTB. Atualmente se encontra no PR. É membro titular da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, suplente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle além de membro titular do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
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