PIONEIRISMO - No campo amapaense, os produtores de soja fazem planos para abastecer mercados interno e externo |
Para a Revista Diário
O Amapá desponta como uma nova fronteira agrícola na região Norte do Brasil, segundo investimentos no setor e com generosas repercussões na mídia nacional. Matérias do Valor Econômico e, mais recentemente, do jornal O Estado de São Paulo, destacam as boas condições climáticas e solo fértil do Cerrado amapaense, o que tem despertado o interesse de pequenos e médios produtores e até de grandes grupos vindos de regiões tradicionais do chamado agronegócio, como o Mato Grosso.
Mas só escoar a produção de grãos de terceiros não basta. O estado faz planos para também aumentar a produção interna. Os primeiros plantios de soja na região foram em 2001 e envolviam apenas 200 hectares. A chegada de produtores com capacidade de investimento e tecnologia há quatro anos mudou o cenário. De 2012 para 2013, a área plantada com grãos passou de 2,4 mil para 10 mil hectares, enquanto a produção de grãos passou de 7,6 mil toneladas para 25 mil toneladas no período, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Considerando apenas a soja, a área saiu de 1,6 mil hectares em 2012 para 6 mil hectares ano passado – a produção avançou de 4,2 mil toneladas para 15 mil toneladas no mesmo período. Ainda que tenha sido um marco para o Estado, é quase nada quando se pensa na área e na produção do Brasil.
NÚMEROS
A Embrapa estima que a área plantada com grãos possa chegar a 20 mil hectares. Projeções para daqui a 20 anos mostram que a área deve atingir o potencial máximo, com 200 mil hectares. Hoje, as áreas de Cerrado aptas a cultivos correspondem a 932 mil hectares ou 6,5% do território do Amapá. “Desses quase um milhão, temos que descontar 50% de áreas de preservação permanente e 140 mil que pertencem a uma empresa japonesa que planta eucalipto”, explica o analista da Embrapa Amapá, Gustavo Spadotti Castro. O potencial limitado, contudo, não tem sido um fator inibidor. Um levantamento realizado pela Embrapa com 15 dos principais produtores do Estado revela que 47% têm mais de 30 anos de experiência no setor.
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Os múltiplos impactos econômicos positivamente ocorridos como consequência desta conquista, a exemplo do setor imobiliário, se estendem à área agrícola com avanços na criação de 3 novos assentamentos ampliando para 53 no Amapá, destinados aos micro-produtores rurais que realizam a agricultura familiar voltada à subsistência de 14.748 famílias, segundo o IBGE.
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