O plenário da Assembleia Legislativa recebeu nesta terça-feira (11), a visita de quatro médicos que trabalham no Hospital de Oiapoque. Eles foram buscar apoio dos parlamentares para tentar reverter suas demissões sumárias, anunciadas para o dia 1º de julho. Segundo os profissionais ameaçados de demissão, o anúncio do desligamento foi feito verbalmente pela coordenadora de Assistência Hospitalar, Daniele, sem nenhum esclarecimento adicional, alegando apenas que a decisão partiu do diretor do hospital, fisioterapeuta Diego Lima.
Os médicos demitidos são Luiz Alexandre da Silva, cirurgião, há 12 anos no cargo e por muito tempo o único profissional na fronteira; Rosemary Queiroz da Silva, clínica, um ano no emprego; Daniel de Quadro Dorneles, clínico e André Cezar Coelho da Silva, cirurgião, esses dois últimos há cinco meses na função. Uma quinta médica, Maiara Aline Teixeira da Silva, também anunciou seu desligamento voluntário, em solidariedade aos colegas.
Os médicos Daniel de Quadro e Rosemary Silva disseram que há alguns meses vêm sofrendo assédio moral do diretor do hospital, que alega ser amigo do governador Camilo Capiberibe e da primeira-dama Cláudia Capiberibe. “Muita vezes ele diz que pode demitir quem quiser a hora que achar conveniente, sempre evocando o nome do governador e da primeira-dama”, diz Rosemary. “Não temos certeza se o governador e o secretário de saúde tem conhecimento dessas atitudes”, pondera Daniel. Ambos alegam que não há motivo concreto para essa demissão, a não ser mera perseguição por motivos pessoais, pois já existe, inclusive um processo contra o gestor do hospital, por assédio moral, tramitando no fórum de Oiapoque, movido pelos médicos perseguidos.
O deputado Antônio Furlan (PT do B) disse que a demissão surpreendeu os deputados e que a Assembleia, mediante requerimento de sua autoria, vai pedir esclarecimentos ao secretário de saúde sobre o fato. “Independente disso, vamos trabalhar para reverter esta situação. Não aceitamos, que por questões pessoais, a população de Oiapoque de mais de 30 mil pessoas, que já sofre com as condições de transporte, com uma estrada precária, fique sem assistência médica. Vamos trabalhar para rever essa questão, mantendo os médicos no município”, afirmou.
Durante a sessão, o presidente em exercício, deputado Júnior Favacho (PMDB) protocolou Moção de Repúdio contra a demissão dos profissionais médicos, que sequer respondem a algum procedimento administrativo que pudesse sugerir descompromisso dos médicos com o serviço público. Favacho também lembrou que os indicativos oficiais apontam para a necessidade de pelo menos 12 médicos para atender a população de Oiapoque e que a demissão dos cinco únicos em atividade lá poderá agravar ainda mais a situação da assistência à saúde da população local.
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