domingo, 20 de julho de 2014

Coluna Argumentos, domingo e segunda-feira, 20 e 21.07.2014

Artigo

Em outra de suas obras de arte, Sarney escreve neste domingo sobre o Lurdico, da dupla Os Cabuçus. O texto, “Entre o riso e a dor”, que o Diário publica neste domingo, é uma deliciosa descrição da obra do Pádua. 

Outrora

Para quem não se lembra, Sarney já fez outras homenagens semelhantes a personagens da sociedade local, como o cantor Frank de l'Amour e o popular Banana, no desenlace.

Onde ler

Para quem ficou curioso sobre os textos de Sarney dessas figuras, jogue na internet e se delicie. “Banana e De l'Amour”, onde o Banana é definido como ‘excelso quebrador de galhos’.

WatsApp

O ator global Nelson Freitas, do Zorra Total, amigo e apoiador dos Cabuçus escreveu à coluna: “Foi ums das pessoas mais sensíveis, inteligentes e talentosas que conheci na vida”.

Energia

O presidente da nova CEA, a estatal de energia do Amapá, pede paciencia aos consumidores, que as melhorias virão, lentas, mas virão. Francisco Almendra tem crédito.

Começou

“Está valendo!” Diria o narrador Silvio Luiz pois agora sim as ruas ganham o colorido das campanhas eleitorais. Teve adesivaço ontem nas ruas de Macapá e os eleitores entraram no clima da militânca. Um grande barato!

Minérios

Tramita na Câmara dos Deputados Projeto de Lei  do deputado Luiz Fernando Machado (PSDB-SP), que torna obrigatória a aprovação de um plano diretor da mineração para a exploração de jazidas minerais nos municípios.

Direito

O programa Togas&Becas, da Diário FM, abordou um tema polêmico ontem, a revista a advogados quando visitam a Penitenciária do Estado. O assunto virou representação da OAB-AP e muita discussão na semana inteira por aqui. 

A sorte da vila de Serra do Navios nas mãos do procurador-geral do Estado

Procurador-geral do Estado, Antônio Kleber, está com o processo da volta da Icomi S.A.
Está na mesa do procurador-geral do Estado, Antônio Kleber, o futuro de toda uma comunidade, isolada no meio da floresta amazônica, entregue à própria sorte. Trata-se da bucólica Serra do Navio, que não vê a hora de poder receber de volta uma velha conhecida, a mineradora Icomi S.A. (Indústria e Comércio de Minérios). O Tribunal de Justiça, por meio da Câmara Única, já bateu o martelo e determinou que os licenciamentos para a volta da empresa às operações nas jazidas de manganês. O Imap, entretanto, decidiu ouvir primeiro o chefe da Prog antes de emitir as licenças à Icomi.
A Icomi é, de longe, a dona do maior projeto industrial da história do Amapá, tendo iniciado suas operações no antigo Território Federal do Amapá (TFA) em 1953, quando se instalou na antiga vila de Santana, até então um pequeno lugarejo que pertencia ao município de Macapá. Fundada por Augusto Trajano de Azevedo Antunes, logo passou a integrar um verdadeiro império industrial que originou a holding Caemi.
Por mais de 40 anos, a empresa explorou o minério de manganês da Serra do Navio e os negócios foram turbinados pela chamada Guerra Fria, nos anos 80, quando os Estados Unidos passaram a ser os principais compradores do minério, considerado essencial para a indústria do aço, como a blindagem de tanques e encouraçados das Forças Aliadas. A Icomi paralisou as operações em 1997 alegando a falta de mercado para o teor de manganês existente no Amapá.

Nova fase – Com dificuldades para encerrar suas atividades, devido a uma série de conflitos envolvendo a reversão de seu patrimônio bem como o falecimento do seu fundador, Augusto Antunes, a empresa acabou vendendo seu controle em 2003. Por exigência dos herdeiros de Antunes, a marca ICOMI deveria ser preservada, numa espécie de “quarentena”. Os representantes de Antunes pareciam se antever que os sucessores, chefiados por Jorge Augusto Carvalho de Oliveira, não conseguiram cumprir as exigências e contrapartidas, dando início à dilapidação do patrimônio material e moral da empresa, que passou a assinar Alto Tocantins Mineração.
Em 2011 finamente surge uma luz no fim do túnel, com a empresa Durbuy Natural Resources assumindo o controle da Alto Tocantins, da Tocantins Mineração e, consequentemente, da própria Icomi, agora cumprida a quarentena resgatou sua identidade, sua marca e o mesmo CNPJ. “Mas a maior identidade que estamos imprimindo à Icomi é dar continuidade ao legado do doutor Augusto Antunes, que haveremos de honrar nessa nova fase”, diz o sócio brasileiro da Durbuy, o engenheiro Érico Rossi. O sócio dele é o coreano Dennis Chung, que tem cidadania norte-americana também. O presidente do Conselho de Investidores da Icomi é Robert Noh, que vai aportar U$ 200 milhões (dólares) para a reabertura das minas e garantir a compra da futura produção da Icomi.

“Investimentos em energia elétrica são vitais para o desenvolvimento do estado do Amapá”

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Marcos Drago. O gerente da Eletronorte passa a limpo o setor elétrico do Amapá em esclarecedora entrevista no rádio.

O programa Conexão Brasília, da Diário FM, lança um novo serviço ao eleitor amapaense, passando a limpo os mais diversos temas que estarão em debate nas eleições deste ano. O quadro “Eleições 2014 – Cenários” ontem se debruçou nos problemas e nas soluções encaminhadas para o setor elétrico. Um dos convidados do programa foi o engenheiro Marcos Drago, gerente regional da Eletronorte no Amapá. Técnico com mais de 30 anos de experiência no setor, repassou importantes e esclarecedoras informações a respeito do setor, considerado estratégico e que o próximo governador, assim como as bancadas estadual e federal terá papel decisivo para receber os investimentos necessários. Um resumo do que ele disse o Diário do Amapá publica a seguir.

Cleber Barbosa
Da Redação

Diário do Amapá – A proposta é apresentar um pouco essa estatal que o senhor representa aqui no Amapá. Como é a Eletronorte?
Marcos Drago – Ela é uma empresa de geração e transmissão de energia. Foi criada há 41 anos. E a finalidade dela quando de sua fundação era justamente fazer a geração e transmissão de energia na região norte do país. Depois disso ampliou e passou a fazer essa geração e transmissão também na Amazônia Legal. De 2004 pra cá o cenário do setor elétrico mudou, acabaram-se as exclusividades das empresas estatais, e hoje esse é um mercado aberto. Temos participações bastante grandes das empresas privadas também.


Diário – E qual o papel da Eletronorte hoje?
Marcos – Com todos esses anos atuando na região amazônica ela tem um know-how para vencer grandes distâncias e fazer esse serviço de geração e transmissão de energia no Brasil inteiro. É isso que estamos fazendo hoje. O Amapá muito em breve estará interligado ao Sistema Nacional de Energia, fazendo com que a energia que a Eletronorte possa produzir aqui ou produzir em outra usina chegue ao Amapá ou saia do estado.
Diário – Sobre a usina hidrelétrica do Paredão, a história conta que a Icomi teve papel decisivo junto ao antigo território do Amapá para a construção da hidrelétrica. Como a Eletronorte assumiu o controle da Coaracy Nunes?
Marcos – A região amazônica só tinha sistemas isolados de energia, as usinas térmicas, e aqui a Icomi realmente pesou bastante para a construção da hidrelétrica de Coaracy Nunes. Mas em 1974, quando a Eletronorte foi criada, logo ela assumiu essa função de concluir a obra que tinha sido iniciada com Companhia de Eletricidade do Amapá, a CEA.
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Diário – A Eletronorte então ressarciu a CEA pelos investimentos que já haviam sido feitos na construção?
Marcos – Sim. Foi feito um ajuste de contas por parte da Eletronorte para poder ter esse direito para terminar essa obra e assumir a geração. Tanto é que nós temos todos os documentos que mostram esses pagamentos, inclusive a área, o custo da área física, do terreno, está tudo em cartório.

Diário – E com a interligação ao sistema nacional, como isso vai ser repassado?
Marcos – Pois é, as futuras subestações que hoje são da Eletronorte, que fazem a distribuição, que é uma obrigação da Companhia de Eletricidade do Amapá, a Eletronorte vai ter que repassar essas unidades para a CEA e aí vai haver novamente novo ajuste de contas.

Diário – E os servidores da Eletronorte lotados aqui no Amapá. Qual a situação trabalhista deles, do ponto de vista do vínculo e regime de contratação?
Marcos – Todos são concursados, ou seja, ingressaram por meio de concurso público em nossos quadros, sejam eles administrativos ou técnicos.
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Diário – O cargo que o senhor exerce, de gerente regional, é privativo de técnicos de carreira da estatal?
Marcos – É. Essa é uma condição que a empresa coloca, que todo cargo em nível de gerência, nível G1, que a gente chama na empresa, tem nível de superintendência e só pode ser ocupado por funcionários da empresa. Nós não temos aqui, nem na sede em Brasília, onde está concentrado o maior número de funcionários, terceirizados ou não concursados. Somente os membros da diretoria não são funcionários, são indicados pela Eletrobrás.

Diário – Seu antecessor, o engenheiro Antônio Pardawill, deixou o Amapá para assumir a Eletronorte em Tucuruí, onde a usina é muito maior, foi uma promoção, digamos assim?
Marcos – Na verdade a nível gerencial ele continua no mesmo patamar, gerente de uma regional, agora, a hidrelétrica do Tucuruí é uma senhora hidrelétrica... [risos] É a maior hidrelétrica genuinamente brasileira, com 4,2 mil megawatts gerando continuamente, gerando até 7 mil megawatts.

Diário – E aqui, na Coaracy Nunes, geramos quanto de energia?
Marcos – Aqui geramos 78 megawatts... É uma diferença bem grande.

Diário – O senhor tem uma vida na Eletronorte do Amapá, gerenciando esses anos a única usina hidrelétrica local, então vê como esses novos investimentos e a chegada de três usinas novas ao Amapá, as de Santo Antônio, Ferreira Gomes e agora Caldeirão?
Marcos – Olha, isso é muito bom para o desenvolvimento do Estado, é necessário, e saber explorar o potencial hidrelétrico do Rio Araguari é muito bom.

Diário – Com isso teremos três usinas no mesmo rio, Coaracy, Ferreira Gomes e Caldeirão, não é?
Marcos – Sim, em cascata. A água que vai passar na primeira usina, que é Caldeirão, gerando energia, é a mesmo que vai passar em Coaracy Nunes e a mesma que vai gerar energia na usina Ferreira Gomes. Então se essa água gerar 100 megawatts na primeira, tem condições de gerar 100 megawatts em Coaracy Nunes e mais 100 na usina Ferreira Gomes. Aí serão 300 megawatts de uma vez só com a mesma água, o que é muito importante. Isso é oferta de emprego para o estado, o que contribui bastante.

Diário – Com a federalização da CEA houve a quitação da dívida que a companhia amapaense tinha com a Eletronorte?
Marcos – Bom, primeiro que ainda não aconteceu a federalização. O que houve foi uma gestão compartilhada.

Diário – Estamos em processo de federalização, é isso?
Marcos – Não diria nem isso. A proposta foi fazer uma gestão compartilhada entre a Eletrobrás e o Governo do Estado, onde a Eletrobrás indicou o presidente e um diretor técnico. O Governo do Estado indicou mais dois diretores. Para que a Eletrobrás pudesse auxiliar na gestão da CEA houve essas negociações culminando principalmente com a quitação da dívida.

Diário – Isso ficou consignado no acordo?
Marcos – Sim, a dívida foi parcelada em três parcelas, já foram pagas duas e ano que vem, em janeiro, deve ser paga a terceira.

Diário – O valor total ficou em quanto? Houve a amortização dos juros?
Marcos – Na negociação houve o perdão dos juros e multas, então a dívida que estava em torno de R$ 1,1 bilhão caiu para R$ 750 milhões, parcelados, como disse, em três parcelas iguais.

Diário – A energia do Linhão do Tucuruí já está em Macapá?
Marcos – Olha, segundo o Canal Energia, que é o órgão de divulgação do setor elétrico, essa energia já chegou a Macapá.

Diário – E com ela a fibra ótica?
Marcos – Exatamente.

Diário – E a internet também?
Marcos – A possibilidade da banda larga também. A gente tem ouvido notícias de que as empresas que trabalham com a internet estão fazendo o cabeamento na cidade com fibra ótica para justamente atender essa demanda.

Diário – Pelo que se sabe falta apenas a conclusão das obras de duas subestações abaixadoras de energia, isso está em curso não é?
Marcos – Pelas informações que temos da Companhia de Eletricidade do Amapá são obras que estão se desenvolvendo e logo logo vão estar disponíveis para receber a energia de Tucuruí.

Perfil

Entrevistado. Marcos da Silva Drago nasceu em Belém do Pará e tem 55 anos de idade. É casado com Magna Lemos Drago e possui dois filhos amapaenses. Sua primeira formação profissional foi em Técnico em Telecomunicações, tendo atuado na Petrobrás nessa área, quando morava em Belém. Depois buscou a graduação em nível superior. É formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com Mestrado em Engenharia de Potência, pela tradicional Universidade de Brasília (UnB). Trabalha na Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) desde o dia 29 de abril de 1985. A partir de 2003 assumiu o posto de gerente regional da Eletronorte, com sede em Macapá, cargo para técnicos de carreira. 

Coluna Argumentos, sábado, dia 19 de julho de 2014.

Texto

Impossibilitado de comparecer ao velório do amigo Antônio de Pádua, o senador José Sarney (PMDB-AP) manifestou-se por meio de um artigo em que presta uma justa homenagem à obra do grande artista amapaense.

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O TRE vai reuniur com as agremiações participantes do pleito, emissoras de rádio e televisão, para a distribuição do tempo do horário eleitoral gratuito. Será na 5ª feira.

Legado

Nilson Borges, da dupla Os Cabuçus, disse que seu parceiro Pádua já havia meio que proferizado: - Se acontecer alguma coisa comigo mano, não deixa a nossa obra parar!

Virtuoso

O senador Gilvam, muito emocionado, cunhou a seguinte expressão sobre o Lurdico: - Deus dá dois dons, o humor e a fraternidade. O Pádua tinha os dois, era especial!

Merecido

Vamos fazer justiça ao comando da PM, que ontem organizou mais uma formatura de promoções de praças. Antigos soldados e cabos, valorizados, chegam a sargentos.

Susto

Moradores deste trecho da Avenida Presidente Vargas, no Centro de Macapá, tomaram um susto com a fiação elétrica pegando fogo ontem à tarde. O pior é que não é a primeira vez, segundo disseram alguns de lá. 

Negócios

A empresa Aggreko, que já atuou no Amapá, vai desenvolver uma planta de 10 megawatts (MW) para a mina de titânio Moma, em Moçambique, da Kenmare Resources. Energia flexível e de alta qualidade para a mina. 

Estudos

Profissionais do mercado de mineração, metalurgia e áreas relacionadas interessados em se especializar possuem várias opções de pós-graduação que ligam o setor ao mundo dos negócios. Pelo menos três instituições atuam no mercado.

FÉRIAS ESCOLARES: Macapá continua despachando passageiros

TURISMO / O Diário do Amapá acompanha as dificuldades de quem precisa embarcar em um avião no mês de julho, na chamada alta temporada, nas férias escolares.

O mês de julho é o período das chamadas férias escolares com um aumento grade no movimento de passageiros no aeroporto de Macapá. Já na segunda metade do mês, a dureza é arrumar vaga para tanta gente voltar pra casa.
Cleber Barbosa
Editor de Turismo

Entra ano sai ano e Macapá continua mais despachando passageiros para fora do Estado do que propriamente recebendo turistas. É o que os operadores do turismo chamam de um “estado emissivo”. Se de alguma forma isso representa um aumento na receita das companhias aéreas, as férias escolares deste mês de julho registram um êxodo que poderia estar injetando divisas na economia local, já que passam de 50 as atividades econômicas que são impactadas pelo turismo.
Segundo Edir Pacheco, presidente do Sindetur (Sindicato das Empresas de Turismo), não bastassem os problemas provocados pela saída de tanta gente, quem viaja anda pagando muito caro e os empreendedores do setor fazem ginástica para dar conta das demandas. “Há um gargalo entre Macapá e Belém, por onde passam obrigatoriamente todos os voos iniciados aqui. De Belém pra lá existem inúmeras opções de voos, mas para sair daqui os voos estão lotados e as poucas vagas custam um absurdo”, diz o empresário.
E ele tem razão. O Diário do Amapá fez uma consulta aos sites das companhias aéreas que operam no Amapá. Uma ‘perna’ entre Macapá e Belém está custando R$ 900, R$ 1 mil ou até R$ 1,2 mil, quando na chamada baixa temporada o mesmo trecho, que significa meia hora de voo, custa até menos de R$ 100. O problema aumenta quando o passageiro por algum motivo precisa alterar a data ou o horário de sua viagem. As multas e taxas cobradas pelas companhias aéreas para as chamadas remarcações são altas e ainda correndo o risco de pagar diferença de tarifa.


Edir Pacheco, do Sindetur
Alternativas - Se os transtornos para quem precisa viajar no mês de julho, mesmo para quem fez uma programação básica já são muitos, imagine para quem tem urgência em embarcar no aeroporto de Macapá. Isso mesmo, casos de doença, emergências profissionais ou até mesmo uma prova de vestibular, posse de concursados ou outros. Aí é prejuízo na certa, com direito a estourar o cartão de crédito ou fazer uma dívida no banco.
A pergunta que não quer calar é: existe uma saída? Do ponto de vista do transporte modal a resposta é não. O Amapá é praticamente uma ilha, de onde só se sai de avião ou barco. Edir Pacheco, do Sindetur, é um entusiasta do potencial portuário do Estado e defende o incremento do transporte fluvial de passageiros. “Até hoje não há estradas para sair daqui de carro, então se houver investimentos pode sim ser viável viajar de navio nas férias. Tem até um certo charme”, diz Pacheco. O problema é só a diferença do tempo de viagem, isso é fato.

Na segunda metade do mês a luta é para voltar


Elenilton Marques, da Abav

Nas palavras do presidente da Associação Brasileiras das Agências de Viagem no Amapá (Abav-AP), na segunda quinzena do mês de julho o problema não é sair de Macapá de avião, é voltar. “Os aviões saem batendo lata de Macapá, mas de Belém para cá não tem vaga mesmo”, resume, resignado, o empresário Elenilton Marques. Ele explica que se no começo do mês dá um trabalho danado acomodar principalmente os grupos familiares tentando sair de férias, na reta final isso não ocorre. “Embora hoje a gente tenha um grande número de universidades e faculdades particulares existem menos jovens estudando fora do Amapá, mas ainda assim, tem muita gente que mora fora e vem passar as férias com suas famílias e agora, no fim do mês, programam retornar aos estados onde trabalham ou estudam”, diz o dirigente da Abav.

Amolação - Não bastassem os problemas comuns ao tulmutuado embarque na alta temporada, existem outras providências que os agentes fazem questão de alertar, como a autorização para que menores desacompanhados possam embarcar. Isso é feito no Juizado de Menores. Com os pais junto, não precisa.

Quais as vantagens de se comprar um pacote na agência de viagem?

O editor de turismo do Diário buscou embarcar em pleno mês de julho para Belém. Para isso buscou a assessoria de uma agência de viagem. A escolhida foi a Ética Turismo, da empresária Pietrina Salgado. Com dez dias de antecedência, foi possível comprar bilhetes no trecho Macapá/Belém ao preço de R$ 275 pela TAM e o trecho Belém/Macapá a R$ 344,89 pela Azul Linhas Aéreas. A taxa de embarque é de R$ 16,95 na ida e de R$ 21,57 na volta. O bilhete traz ainda a cobrança, por passageiro, de R$ 40 na ida e  R$ 34,49 no retorno, a título de “RAV”, que significa o comissionamento das agências de viagem.
O presidente da Abav-AP (Associação Brasileira das Agências de Viagem), o empresário Elenilton Marques. Ele explicou que embora o passageiro possa tratar diretamente com as companhias aéreas ou mesmo sites de compras de passagens, há sim vantagens em negociar com uma agência. A primeira delas é a comodidade de tratar da logística do embarque com o agente escolhido. “Você tem um grupo de pessoas trabalhando por você, com serviços que dão muito mais segurança na hora de voar. É possível reservar hotéis, locar automóveis e até negociar passeios com a agência”, diz. Também as eventualidades são resolvidas pela agência, sem a amolação de enfrentar filas nos guichês das companhias ou no 0800. Sobre a taxa de serviço, a Abav-AP explica que o valor tem regra. Se a tarifa aérea for menor que R$ 400 o comissionamento é de R$ 40; se o valor for maior que R$ 400, a taxa passa a ser de 10% da passagem. Elenilton Marques explica que anteriormente esse comissionamento das agências vinha embutido na tarifa e as companhias aéreas repassavam às agências. Hoje, as agência arrecadam sua comissão diretamente. “E você não expõe seus dados pessoais na internet, outro risco”, diz Marques.

AEROPORTO

- As obras do novo terminal do Aeroporto Internacional de Macapá, executadas pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estão previstas para serem concluídas em maio de 2015.
- Segundo informou a Infraero, só para a conclusão da estrutura do novo terminal, serão gastos mais de R$ 100 milhões.

2,1milhões
PASSAGEIROS. Esta será a capacidade do novo aeroporto. Hoje passam por lá 500 mil passageiros/ano.

VISTA AÉREA

sábado, 19 de julho de 2014

CONEXÃO AMAPA-MARANHÃO: O turismo regional começa a se consolidar

TURISMO / O Diário do Amapá mergulha numa rota turística que se consolida a cada mês de férias como julho, promovida também por maranhenses que vivem no Amapá
Singularidade - Um sobrevoo a São Luís fornece a exata noção da cidade histórica que está sendo repaginada, como mostra essa imagem da Praia da Ponta D’Areia, área nobre da capital maranhense. Ao fundo a Lagoa da Jansen, que já foi uma vergonha local.

Cleber Barbosa
Editor de Turismo

Há muito tempo que o Amapá abriga legiões de maranhenses em seus domínios, um fluxo migratório iniciado pela corrida do ouro e que se consolidou nos anos 90 com a instalação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana e o deslanchar de obras de infraestrutura. Tanta gente veio que na hora de voltar para sua terra e visitar os parentes os maranhenses atuam como agentes multiplicadores de uma realidade: os atrativos turísticos do Maranhão e o estabelecimento de uma rota para incrementar o turismo regional entre os dois estados, passando pelo Pará.
O Diário do Amapá visitou São Luís esta semana, constatando que o Maranhão está mudando o eixo da sua economia, ao apostar no turismo. Mas que estado é esse que a cada ano se consolida como destino turístico diferenciado, porta de entrada do Nordeste ou da Amazônia, dependendo do ponto de vista de quem observa? O Maranhão é um misto de nostalgia e futuro. São quatro centenários de história e uma capital pujante, repleta de edifícios, viadutos e uma economia aquecida. A capital São Luís adotou boas medidas de mobilidade urbana e tem uma malha viária muito acima da média.
"O Maranhão é um belíssimo destino turístico e está mudando o eixo de sua economia ao apostar suas fichas no setor".  
Cleber Barbosa, jornalista

Cultura - Para estudiosos, o Bumba Meu Boi do Maranhão foi quem originou muitos folguedos por toda a Amazônia. As danças típicas do Maranhão também são uma atração à parte. Os brancos levaram o enredo da festa; os negros, escravos, acrescentaram o ritmo e os tambores; os índios, antigos habitantes, emprestaram suas danças. São elas: Bambaê de Caixa, Cacuriá, Dança de São Gonçalo, Dança do Caroço, Dança do Coco, Dança do Lelê e o Tambor de Criola.
Barreirinhas - Na cidade de Barreirinhas, portão de entrada para os Lençóis Maranhenses, o fluxo de turistas também é intenso. Diversas pousadas estão lotadas, com hóspedes de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A empresária Sonia Cardoso visitou os Lençóis e ficou encantada com o que viu durante o passeio. “Conhecer este lugar superou minhas expectativas, nunca pensei que tudo isso existisse em um só local, uma beleza singular”, explicou ela.

Praias - O Maranhão possui 640 quilômetros de Costa Atlântica, além disso, sua capital São Luís é uma ilha, logo, dá para imaginar que tem praia pra todo lado que se olhe o horizonte. A vantagem é o mar verdinho e a areia das inúmeras praias é muito limpa, branquinha mesmo. Visite a Ponta D’Areia, Calhau, Olho D’Água, Araçagi ou Raposa. Além disso, há hotéis à beira-mar.

Dicas de passeios para aproveitar o Maranhão

O Maranhão consegue fazer parte do Nordeste e do Norte, ao mesmo tempo. Explico. Faz parte da chamada Amazônia Legal, possui generosa parcela da floresta amazônica, assim como os ecossistemas comuns de um estado litorâneo. E tem feito o dever de casa, por assim dizer. A antiga Lagoa da Jansen, uma áea de mangue em zona nobre de São Luís, antes era a vergonha local, exalava forte odor e era tomada por palafitas. Foi despoluída e urbanizada, hoje, cartão-postal.

Interior - Entre os passeios que não se pode deixar de fazer, tem a cidade de Barreirinhas, passeio pelas dunas, lagoas e banho no rio Preguiça. Lá está instalado o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, coisa de cinema mesmo. Em Carolina, Cachoeiras, Ilha dos Botes e os morros. Em Alcântara, não é só a base de lançamento de foguetes, tem Pelourinho, até a Casa do Imperador. Visite também o Parque Nacional da Chapada das , fica no centro-sul do Maranhão e tem como principais municípios Carolina, Riachão, Estreito e Imperatriz. Seu nome veio por conta de seus platôs, que lembram realmente o formato de mesas de pedra. Uma foto de lá não pode faltar no seu álbum.

São Luís, com seus quatro centenários de história, convite a viagem nostálgica

Fundada pelos franceses em 1612, São Luís foi tomada pelos portugueses e chegou a ser brevemente ocupada pelos holandeses (1641 a 1644). Seu nome é uma homenagem dos franceses ao rei santo e ao monarca Luís XIII. A cidade possui um valioso conjunto arquitetônico, com mais de três mil prédios tombados. É essencialmente lusitana e representa o maior conjunto da arquitetura civil portuguesa no Brasil. Conhecida por seus azulejos coloniais e pelas festas folclóricas, conta com 32 Km de praias na região metropolitana, caracterizada por suas águas turvas devido a proximidade dos rios. Cidade onde o sol brilha o ano todo e a cultura popular pulsa forte na veia de seus habitantes, São Luís, patrimônio mundial, possui atributos singulares que a transforma em um dos destinos mais originais do Brasil.
A diversidade de manifestações culturais faz com que a cidade viva clima de festa o ano inteiro, impulsionando e dando alegria e energia à oferta turística da cidade. Em junho, São Luís se transforma no maior arraial do Brasil. O calor das fogueiras, o batuque dos pandeirões e o colorido das fantasias podem ser vistos por toda parte. Há alguns anos, a prefeitura de São Luís vem trabalhando para que o São João da capital seja um dos festejos mais alegres e contagiantes do Brasil, numa demonstração de respeito e valorização das tradições culturais da cidade.

Memória - Este ano, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, firmou com Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Termo de Compromisso de Preservação do Patrimônio Cultural visando à implantação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas na área tombada em São Luís. Preservação garantida!

BARREIRINHAS
"Conhecer este lugar superou minhas expectativas, nunca pensei que tudo isso existisse em um só local".

- O acesso aos Lençóis Maranhenses é através das cidades de Barreirinhas e de Santo Amaro do Maranhão.
- Para chegar em Barreirinhas por via terrestre, partindo de São Luís, você deve pegar as Rodovias BR-135 até o município de Bacabeira; de lá, é preciso passar por Rosário pela Rodovia MA 110 até Morros. De Morros, segue-se pela BR-402 (Translitorânea), até chegar em Barreirinhas..

155.000
HECTARES. Esta é a área total do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, de lindas paisagens.

LENÇÓIS MARANHENSES

AMERICANOS NO AMAPÁ: Base da Segunda Guerra Mundial é atração

TURISMO / O Diário do Amapá visita uma das maiores atrações turísticas do interior do Estado, a antiga Base Aérea de Amapá, que funcionou como ponto de apoio para os EUA.
Relíquia - Uma antiga torre de abastecimento de dirigíveis como o Zepellin ainda hoje são a grande atração na antiga Base Americana em solo brasileiro. Não há quem resista ao convite para tirar fotos em frente à antiga estação aérea.

Cleber Barbosa
Editor de Turismo

 A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial não foi só com o envio de tropas para lutar na Itália, onde batalhas heróicas foram registradas, como a ‘Tomada de Monte Castelo’. Aqui no país, foram diversas unidades que se envolveram no conflito bélico, seja movimentando militares para áreas consideradas de maior risco, como o Nordeste e Norte do Brasil, como combatendo a ação de espiões. A historiografia cita  as bases em Natal e no Rio de Janeiro, mas poucos se lembram da do Amapá. Nela os EUA instalaram uma base de operações de dirigíveis (blimps).
Como acontece em vários países pelo mundo, os palcos de guerras viram atração turística. Mas diferente de lá, por aqui a guerra acabou, a base deixou de ser usada e praticamente foi esquecida, abandonada, por assim dizer. “O Amapá é muito longe e o local foi esquecido ... até agora. Ao que parece, historiadores e entusiastas aeronáuticos amapaenses estão buscando resgatar essa história”, narra o advogado e pesquisador Luiz Eduardo Parreira, que em seu perfil no Blog  Parreira House, define como suas áreas de interesse “de tudo um pouco, com carinho especial para a Polemologia, Direito, Política, História, Sociedade e Aviação”.
"Fiquei impressionado com a possibilidade de resgatar algo que foi tão importante para a história do país e da humanidade".
Chance - O governo federal anunciou no ano passado um arrojado projeto que prevê investimentos na ordem de R$ 74 milhões na recuperação de aeródromos pelo interior do país. Dois terminais amapaenses foram incluídos, o de Oiapoque e o de Amapá. Batizado oficialmente como “Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos”, trata-se de um conjunto de medidas para melhorar a qualidade dos serviços e da infraestrutura aeroportuária, ampliar a oferta de transporte aéreo à população brasileira.
O então superintendente do Banco do Brasil no Amapá, Rosélio Fürst, foi quem anunciou a novidade, pois será o banco estatal o interveniente financeiro do projeto. “Tive a oportunidade de visitar os dois aeródromos juntamente com nossa equipe técnica e fiquei realmente impressionado com a possibilidade de resgatar algo que foi tão importante para a história do país e da humanidade”, disse o executivo, em alusão ao forte apelo histórico da velha base aérea.
Além desse projeto, que ainda não detalhou como irá revitalizar a antiga Base Aérea, existem iniciativas de universidades e de guias de turismo sensibilizados em não deixar que a ação do tempo continue a apagar os registros de uma das mais importantes histórias da presença federal no Amapá.

Primeira capital, Amapá herdou imponente nome 

O município de Amapá já desfrutou da condição de capital do então Território Federal do Amapá, passando o privilégio para Macapá a partir de 1945. As primeiras informações do município são de 1893, quando os garimpeiros paraenses, naturais de Curuçá, Germano e Firmino, descobriram ouro em Calçoene (a esse tempo pertencente ao município de Amapá).
O rush dos franceses da Guiana, que queriam o ouro a todo custo, criou vários incidentes, com choques violentos que culminaram com a vitória dos brasileiros sob o comando de Francisco Xavier da Veiga Cabral, o “Cabralzinho”. Em 21 de janeiro de 1901, as terras do atual município, antes contestadas pela França, foram anexadas ao Estado do Pará após o ganho de causa do Brasil, compreendendo três municípios (Amapá, Oiapoque e Calçoene), com o nome de Aricari.
Segundo estudos de pesquisadores, há na base: Cassino dos Oficiais Americanos; Hospital do Exército Americano; Sistema de Abastecimento de Água, Poço e Sistema; Casa de Força e Luz; Casa de Hidrogênio; Almoxarifado Geral; Pista de Vôo; Torre de Atracação de “Blimps” Zeppelins; dentre outros pontos.

Relato histórico sobre a antiga base, que os EUA chamam de ‘NAF Amapa’
"O Amapá é muito longe e o local foi esquecido... Até agora! Ao que parece estão buscando resgatar a história".
 Luiz Eduardo Parreira, pesquisador

A USN deu início às obras da Naval Air Facility Amapá (NAF Amapá) em 22 de junho de 1943, concluindo essas obras em 180 dias. Isso incluiu a pista de pouso, pátio de estacionamento e edificações. A idéia inicial era não somente implantar um aeródromo que desse apoio às aeronaves sendo trasladadas desde os Estados Unidos até o Brasil (e daqui para os distintos teatros de operações), mas lá sediar uma unidade ou destacamento de blimps. Três meses depois o primeiro blimp da USN (K-84) chegou em Fortaleza, sendo seguido por outros que iriam pertencer aos esquadrões ZP-41 e ZP-42, ambos subordinados ao Fleet Airship Wing 4, esse último com sede em Recife. As sedes administrativas e operacionais desses dois esquadrões eram mudadas com bastante freqüência, mas o importante aqui é de que entre os dois esquadrões foram operados 16 blimps do tipo “K”, com destacamentos de duas aeronaves nas distintas bases em que operavam.
A partir de 2 de outubro de 1943 foi executada a primeira missão operacional, que era de dar cobertura para um comboio TJ. Curiosamente, os blimps destacados na NAF Amapá eram particularmente ativos – especialmente na realização de missões SAR. A primeira dessas missões ocorreu na véspera do Natal de 1943, quando o blimp K-106 foi socorrer a tripulação de um avião de transporte da USAAF que caiu no meio da selva alguns quilômetros do Amapá.
Com a abrupta queda nas atividades dos submarinos alemães e italianos no último trimestre de 1944, rapidamente tornou-se desnecessário o uso dos blimps na cobertura dos comboios ligando os Estados Unidos ao Brasil, e vice-versa. Assim, em 14 de maio de 1945 foi desativado o Fleet Air Wing 4 e muitos dos NAF desativados ou transferidos à USAAF.

* Texto de Luiz Eduardo Parreira, advogado e pesquisador.

CURIOSIDADES

- A Base Aérea de Amapá fica distante cerca de 302 km da capital, Macapá, e 9 km da sede municipal.
- Foi construída durante a II Guerra Mundial, como base de apoio aos Aliados na luta contra o nazi-fascismo, permitindo o abastecimento de aviões norte-americanos com destino à África, que levavam ajuda aos aliados como Inglaterra e União Soviética.

1941
Este foi o ano do início da construção da velha Base Aérea do município de Amapá.

ZEPELLIN

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