domingo, 20 de julho de 2014

FÉRIAS ESCOLARES: Macapá continua despachando passageiros

TURISMO / O Diário do Amapá acompanha as dificuldades de quem precisa embarcar em um avião no mês de julho, na chamada alta temporada, nas férias escolares.

O mês de julho é o período das chamadas férias escolares com um aumento grade no movimento de passageiros no aeroporto de Macapá. Já na segunda metade do mês, a dureza é arrumar vaga para tanta gente voltar pra casa.
Cleber Barbosa
Editor de Turismo

Entra ano sai ano e Macapá continua mais despachando passageiros para fora do Estado do que propriamente recebendo turistas. É o que os operadores do turismo chamam de um “estado emissivo”. Se de alguma forma isso representa um aumento na receita das companhias aéreas, as férias escolares deste mês de julho registram um êxodo que poderia estar injetando divisas na economia local, já que passam de 50 as atividades econômicas que são impactadas pelo turismo.
Segundo Edir Pacheco, presidente do Sindetur (Sindicato das Empresas de Turismo), não bastassem os problemas provocados pela saída de tanta gente, quem viaja anda pagando muito caro e os empreendedores do setor fazem ginástica para dar conta das demandas. “Há um gargalo entre Macapá e Belém, por onde passam obrigatoriamente todos os voos iniciados aqui. De Belém pra lá existem inúmeras opções de voos, mas para sair daqui os voos estão lotados e as poucas vagas custam um absurdo”, diz o empresário.
E ele tem razão. O Diário do Amapá fez uma consulta aos sites das companhias aéreas que operam no Amapá. Uma ‘perna’ entre Macapá e Belém está custando R$ 900, R$ 1 mil ou até R$ 1,2 mil, quando na chamada baixa temporada o mesmo trecho, que significa meia hora de voo, custa até menos de R$ 100. O problema aumenta quando o passageiro por algum motivo precisa alterar a data ou o horário de sua viagem. As multas e taxas cobradas pelas companhias aéreas para as chamadas remarcações são altas e ainda correndo o risco de pagar diferença de tarifa.


Edir Pacheco, do Sindetur
Alternativas - Se os transtornos para quem precisa viajar no mês de julho, mesmo para quem fez uma programação básica já são muitos, imagine para quem tem urgência em embarcar no aeroporto de Macapá. Isso mesmo, casos de doença, emergências profissionais ou até mesmo uma prova de vestibular, posse de concursados ou outros. Aí é prejuízo na certa, com direito a estourar o cartão de crédito ou fazer uma dívida no banco.
A pergunta que não quer calar é: existe uma saída? Do ponto de vista do transporte modal a resposta é não. O Amapá é praticamente uma ilha, de onde só se sai de avião ou barco. Edir Pacheco, do Sindetur, é um entusiasta do potencial portuário do Estado e defende o incremento do transporte fluvial de passageiros. “Até hoje não há estradas para sair daqui de carro, então se houver investimentos pode sim ser viável viajar de navio nas férias. Tem até um certo charme”, diz Pacheco. O problema é só a diferença do tempo de viagem, isso é fato.

Na segunda metade do mês a luta é para voltar


Elenilton Marques, da Abav

Nas palavras do presidente da Associação Brasileiras das Agências de Viagem no Amapá (Abav-AP), na segunda quinzena do mês de julho o problema não é sair de Macapá de avião, é voltar. “Os aviões saem batendo lata de Macapá, mas de Belém para cá não tem vaga mesmo”, resume, resignado, o empresário Elenilton Marques. Ele explica que se no começo do mês dá um trabalho danado acomodar principalmente os grupos familiares tentando sair de férias, na reta final isso não ocorre. “Embora hoje a gente tenha um grande número de universidades e faculdades particulares existem menos jovens estudando fora do Amapá, mas ainda assim, tem muita gente que mora fora e vem passar as férias com suas famílias e agora, no fim do mês, programam retornar aos estados onde trabalham ou estudam”, diz o dirigente da Abav.

Amolação - Não bastassem os problemas comuns ao tulmutuado embarque na alta temporada, existem outras providências que os agentes fazem questão de alertar, como a autorização para que menores desacompanhados possam embarcar. Isso é feito no Juizado de Menores. Com os pais junto, não precisa.

Quais as vantagens de se comprar um pacote na agência de viagem?

O editor de turismo do Diário buscou embarcar em pleno mês de julho para Belém. Para isso buscou a assessoria de uma agência de viagem. A escolhida foi a Ética Turismo, da empresária Pietrina Salgado. Com dez dias de antecedência, foi possível comprar bilhetes no trecho Macapá/Belém ao preço de R$ 275 pela TAM e o trecho Belém/Macapá a R$ 344,89 pela Azul Linhas Aéreas. A taxa de embarque é de R$ 16,95 na ida e de R$ 21,57 na volta. O bilhete traz ainda a cobrança, por passageiro, de R$ 40 na ida e  R$ 34,49 no retorno, a título de “RAV”, que significa o comissionamento das agências de viagem.
O presidente da Abav-AP (Associação Brasileira das Agências de Viagem), o empresário Elenilton Marques. Ele explicou que embora o passageiro possa tratar diretamente com as companhias aéreas ou mesmo sites de compras de passagens, há sim vantagens em negociar com uma agência. A primeira delas é a comodidade de tratar da logística do embarque com o agente escolhido. “Você tem um grupo de pessoas trabalhando por você, com serviços que dão muito mais segurança na hora de voar. É possível reservar hotéis, locar automóveis e até negociar passeios com a agência”, diz. Também as eventualidades são resolvidas pela agência, sem a amolação de enfrentar filas nos guichês das companhias ou no 0800. Sobre a taxa de serviço, a Abav-AP explica que o valor tem regra. Se a tarifa aérea for menor que R$ 400 o comissionamento é de R$ 40; se o valor for maior que R$ 400, a taxa passa a ser de 10% da passagem. Elenilton Marques explica que anteriormente esse comissionamento das agências vinha embutido na tarifa e as companhias aéreas repassavam às agências. Hoje, as agência arrecadam sua comissão diretamente. “E você não expõe seus dados pessoais na internet, outro risco”, diz Marques.

AEROPORTO

- As obras do novo terminal do Aeroporto Internacional de Macapá, executadas pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estão previstas para serem concluídas em maio de 2015.
- Segundo informou a Infraero, só para a conclusão da estrutura do novo terminal, serão gastos mais de R$ 100 milhões.

2,1milhões
PASSAGEIROS. Esta será a capacidade do novo aeroporto. Hoje passam por lá 500 mil passageiros/ano.

VISTA AÉREA

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