segunda-feira, 24 de março de 2014

FORTE E SOBERANA: Motivos para apostar na Fortaleza São José

Quando veio a Macapá para inaugurar outra de suas obras, o Relógio dos 500 Anos do Brasil, o designer Hans Donner chamou a atenção para o fato de que anualmente cerca de meio milhão de turistas estrangeiros vêm ao Brasil só para visitar fortificações. E pelo fato de Macapá abrigar a maior do período colonial, a Fortaleza de São José, Donner sugeriu uma maior divulgação sobre o monumento que isso representaria um incremento no turismo receptivo local. “Se 5% desses turistas vierem pra cá o turismo local dará um salto”, disse o mago das vinhetas. E agora, em plena festa pelo aniversário do Forte, na próxima quarta-feira, o tema volta a ser discutido.
"Se 5% dos turistas estrangeiros que vêm ao Brasil visitar fortificações vierem pra cá o turismo local dará um salto".
Hans Donner, designer
A Fortaleza de São José de Macapá, é um dos pontos turísticos mais visitados e importante Patrimônio Histórico Cultural do Amapá e completa 232 anos dia 19 de março. Em comemoração à data, uma extensa programação cultural foi preparada, no período de 19 a 22 deste mês, nas dependências interna e externa do monumento.
O evento traz como tema “Fortaleza de São José de Macapá: Memórias e Identidades Culturais”, e tem como objetivo chamar a atenção da classe estudantil e da sociedade sobre a oportunidade de refletirem a respeito da qualidade de suas relações com o patrimônio, oportunizando a real necessidade de entender o que é e o que significa.
Artes - De acordo com a gerente do Museu, Aldinéia Machado, a programação de aniversário reúne exposição de artes plásticas, mesa-redonda, palestras, rodadas de Marabaixo e grupos de hip hop, além da apresentação da obra “O Velho Graça” (de Graciliano Ramos), por Nilson Moulin, e um passeio ciclístico que vai do Museu Fortaleza ao Monumento Marco Zero do Equador, com retorno à fortificação. “O evento torna-se importante porque oportuniza o reconhecimento do valor significativo desse prédio memória na formação histórica e cultural da sociedade amapaense, com destaque às particularidades do povo da Amazônia e do Brasil”, pontuou.
A abertura oficial da programação será em grande estilo, aliás, em clima nostálgico. Haverá alvorada festiva com salva de tiros de canhão, às 6 horas da manhã. “Convidamos a comunidade a estar presente nesses quatro dias de programação para olhar a nossa Fortaleza de uma maneira diferente, como uma obra de arte que é o Museu, e perceber a sua importância. Porque isso não é meu, é nosso e precisamos valorizar", salientou a diretora da Fortaleza.

Uma história de muito simbolismo e estratégia

A Fortaleza de São José foi construída para garantir a segurança das terras conquistadas por Portugal, refugiar e abastecer tropas aliadas e proteger a população da Vila de São José de Macapá.

O Museu foi edificado em alvenaria de pedra e cal na margem esquerda do Rio Amazonas. A obra teve início em 1764, mas foi inaugurada ainda incompleta em 19 de março de 1782. No ano de 1997, entrou em processo de revitalização.

O Governo Federal, em 22 de março de 1950, reconheceu a fortificação através de sua inscrição no livro do Tombo Histórico da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Atualmente, o monumento dispõe de atividades educativas, científicas e de lazer com o objetivo de valorizar, preservar e conservar o patrimônio.

Ela ganhou um concurso da revista Caras, pela internet, sendo eleita como uma das Sete Maravilhas do Brasil e ganhou ainda mais fama e importância.

A construção usou mão de obra índia e negra e demorou 18 anos para conclusão

A sua construção empregou, além de oficiais e soldados, canteiros, artífices e trabalhadores africanos e indígenas. Eram pagos 140 réis diários aos primeiros contra apenas quarenta réis para os segundos. Os trabalhos distribuíram-se entre as pedreiras da cachoeira das Pedrinhas, no rio Pedreiras, a cerca de 32 quilômetros de distância de Macapá (extração e cantariação), os fornos de cal, as olarias (tijolos e telhas), a logística (transporte fluvial e terrestre), além do próprio canteiro de obras em Macapá.
O Sargento-mor Galucio veio a falecer de malária durante as obras, a 27 de outubro de 1769, tendo assumido a direção dos trabalhos o Capitão Henrique Wilckens, até à chegada do Sargento-mor Engenheiro Gaspar João Geraldo de Gronfeld. Comandava a praça, à época, o Mestre de Campo do 1º Terço de Infantaria Auxiliar de Belém, Marcos José Monteiro de Carvalho.
No primeiro semestre de 1771 estavam concluídos os trabalhos internos, demorando-se os acabamentos exteriores até depois de 1773. Deste período (dezembro de 1772), existe planta dada pelo Governador e Capitão General do Grão Pará, João Pereira Caldas, ao Ministro Martinho de Melo e Castro (Planta da Fortaleza de S. José de Macapá, c. 1772. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa).
O falecimento do rei D. José (1750-1777), e a exoneração do Marquês de Pombal por D. Maria I (1777-1816), trouxeram como reflexo sérias restrições orçamentárias, fazendo com que a inauguração da fortaleza só viesse a ocorrer, com as obras complementares ainda pendentes de realização, a 19 de março de 1782, dia do seu padroeiro, São José. Estima-se que foram consumidos nas obras, três milhões de cruzados.

CURIOSIDADES

- A Fortaleza de São José de Macapá localiza-se numa ponta de terra à margem esquerda do rio Amazonas, na antiga Província dos Tucujus, atual cidade de Macapá, no estado do Amapá, no Brasil.
- Ela é testemunha do vasto projeto de defesa da Amazônia desenvolvido pelo marquês de Pombal, as suas dimensões são comparáveis às do Real Forte Príncipe da Beira.

1.764
Este foi o ano do início da construção da Fortaleza de São José de Macapá.

CARTÃO-POSTAL

“Essa ponte é um marco histórico para nós e muitas possibilidades serão abertas”

cad4-2 bruno mineiro
O atual secretário estadual dos transportes, Bruno Mineiro, retornou de uma viagem à Brasília mais otimista com os avanços nas tratativas com autoridades do governo federal com relação a acabar com os últimos entraves para a entrega da ponte binacional sobre o rio Oiapoque. Ele compareceu a uma entrevista ontem na Rádio Diário FM, ocasião em que falou desses e de outros temas importantes de sua pasta, como a volta às operações de um avião Bandeirante, de fabricação nacional, que poderá ajudar muito no atendimento à saúde da população. Acompanhe a seguir os principais trechos da conversa com o jornalista Cleber Barbosa, durante o programa Conexão Brasília.


Cleber Barbosa
Da Redação

Diário do Amapá – A sua pasta, a dos Transportes, vai além dessa questão das estradas, tem os portos e também aeroportos, não é? Como anda a questão da volta às operações do avião Bandeirante do Governo do estado?Bruno Mineiro Exatamente, nós temos lá também essa questão da aviação e temos sim este avião Embraer que temos toda a boa vontade de poder resgatá-lo para poder operar novamente. Quando eu assumi a Secretaria ele estava no Hangar, mas tinha que fazer algumas revisões, pois os aviões voando ou não tem um determinado número de horas para fazer essa manutenção preventiva. Mandamos para Uberlândia para fazer algumas dessas revisões vencidas e ele se encontra lá até hoje. Era preciso fazer alguns contratos para pagar essa manutenção e garantir as demais revisões constantemente e não havia esses contratos. Começamos a agir neste sentido, mas a burocracia muita vezes não ajuda a gente...

Diário – Daí a demora?
Bruno – Isso. Só esta semana conseguimos finalizar todo o processo e agora já temos os contratos tanto para pagar a revisão que foi feita como para as revisões futuras. Eu conversei com o responsável pela empresa que faz esse procedimento então os contratos já estão sendo assinados e na próxima semana vamos a Uberlândia ver se a gente consegue retornar com essa aeronave para Macapá o quanto antes.

Diário – Com ela aqui o que será possível fazer em termos de operações com ela?
Bruno – Temos muitas demandas, principalmente atendimento à saúde e essa aeronave tem toda uma estrutura completa para atender esse tipo de socorro, já tudo homologado e com os tripulantes capacitados. Nossos pilotos poderão fazer esses atendimentos até para fora do Estado, devido a capacidades dessa aeronave.

Diário – De espaço e autonomia de voo, é isso?
Bruno – Sim, segundo o nosso Comandante Carlão ela pode transportar quatro pacientes, quatro acompanhantes e dois médicos. Nós podemos instalar equipamentos a bordo como desfibriladores e transferir esses pacientes para Brasília e até São Paulo, com um custo operacional bem baixo para o Estado e com eficiência, o que é mais importante.

Diário – É uma aeronave antiga, mas pelo que se sabe fazendo as revisões fica em perfeitas condições.
Bruno – Ah sim, com certeza, segundo os nossos comandantes ele é o Bandeirante menos voado do mundo e tem duas turbinas novas. Então é assim muito positiva a nossa expectativa com relação a essa aeronave.

Diário – Mudando um pouco de assunto a gente tem notícia de que o senhor esteve durante a semana em Brasília para mais uma rodada de entendimentos com a ANTT [Agência Nacional de Transporte Terrestre] para debater o transporte de cargas e passageiros pela ponte binacional de Oiapoque. Como foi o encontro?
Bruno – Vamos constantemente a Brasília desde que assumi a gestão da Secretaria de Transporte, pois o Governo do Estado precisa muito do Governo Federal para avançarmos nos grandes projetos. O governador Camilo tem tido um bom diálogo com a Bancada Federal com esse objetivo e nós realizamos esses contatos permanentemente com o DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte] e ANTT, assim como os demais órgãos federais, pois isso é fundamental para que possamos ter grandes avanços. Uma dessas demandas é essa que você falou da ponte binacional, que já é um anseio muito grande do Estado do Amapá, já que a ponte está construída há mais de dois anos.

Diário – E como está a negociação para o transporte de cargas?
Bruno – O que está mais atrapalhando é a parte burocrática, pois o que demandava em termos de infraestrutura por parte do Estado, que era o asfaltamento do acesso à ponte nós já fizemos. O DNIT agora está construindo a estrutura definitiva dos serviços de aduana, pois uma estrutura provisória já foi feita e já foi até aprovada em uma nota técnica. Dentro dos acordos binacionais estava uma resolução da ANTT, que é o órgão federal responsável pela liberação do transporte de cargas e de passageiros a nível interestadual e internacional.

Diário – Que é o que estão tratando nesses encontros com a sua secretaria?
Bruno – Sim, pois nessa resolução estarão definidas todas as características dos veículos que vão passar na ponte. Se caminhões, quantos eixos, quantas toneladas, peso total, se ônibus informar se são micro-ônibus, vans, enfim tudo será definido por essa resolução para que os órgãos fiscalizadores instalados na cabeceira da ponte possam avaliar. Eles podem observar, por exemplo, um caminhão bitrem que não está na resolução então não poderá passar.

Diário – E depois de pronta essa resolução o que acontece?
Bruno – Depois vai para publicação e em seguida será encaminhada para o Itamaraty que tem fechado os acordos transfronteiriços para poder o quanto antes liberar a ponte. A ideia em termos de prazo para que isso ocorra é agora no final do mês de março.

Diário – E sobre a possibilidade da contratação de seguro para os donos de automóveis também poderem acessar essa ponte e fazer turismo na região do Platô das Guianas?
Bruno – Esse é o gargalo maior hoje, podemos dizer, pois o restante das tratativas já foi ajustado, está tudo ok. Resta mesmo definir o seguro, que teve que ser retirado da pauta para avançarmos com outros temas e cuidarmos dele em separado. Nessa região toda só temos um caso que é por Roraima, que faz fronteira com a Guiana Inglesa e o Suriname, onde o seguro brasileiro é mais caro que o de lá. Aqui está ocorrendo o contrário, ou seja, o seguro na Guiana Francesa é muito mais caro que o brasileiro, daí a dificuldade de entrar. Quando eles vêm para cá não, pois é mais barato e não tem nenhum problema. Nossa atuação tem sido no sentido de baixar um pouco o seguro deles para atender nossos interesses também.

Diário – Outro assunto da sua pasta são as ligações rodoviárias nas vias do Estado, como a AP-010, que está com a obra da ponte sobre o Rio Matapi. O cronograma está em dias?
Bruno – Sim e eu queria aproveitar para pedir desculpas para a nossa população que passa diariamente por lá naquela área da obra, pois existem transtornos, claro, é natural. Nós tentamos evitar o máximo possível fazendo alguns acessos, mas às vezes a gente fica limitado também. Mas é preciso pensar que ou a gente encara para resolver o problema e tocar a obra ou então vai se resolver primeiro os problemas paralelos e a obra fica esperando muito tempo, que era o que tinha acontecido. Já temos lá um bloco de pilares prontos, são oito estacas concretadas, vai começar um pilar ali. São nove pilares, com cada um levando dezoito estacas, que é aquela parte de fundação ainda. Cada estaca dessa leva vinte caminhões de concreto de 8 metros cúbicos, então é uma quantidade enorme de massa, cimento e ferro de uma grande obra estruturante. Depois de pronta vai melhorar muito não só o acesso a Mazagão, mas para toda a região sul do Estado, desde o Vale do Jari como também Santana que ganhará uma área de expansão para o município, que hoje está estrangulado pelo rio.

Diário – A previsão de entrega dessa ponte é quando?
Bruno
– No final deste ano, se Deus quiser.


Perfil

Entrevistado. Bruno Manoel Rezende é paraense de Belém, tem 33 anos de idade é casado e pai de uma filha, Bruna Letícia. Graduou-se em Engenharia Civil pela Fundação Mineira de Educação e Cultura, em 2002. Começou a atuar profissionalmente em uma empresa do ramo da construção civil, tanto na iniciativa privada como com obras públicas, entre elas importantes prédios públicos como escolas pelo interior do estado e também estádios de futebol como o Queirogão, no Jari. Tornou-se popular e decidiu seguir os caminhos do pai, Altamir Rezende, que foi prefeito de Tartarugal-zinho. Foi eleiro em 2010 deputado estadual, pelo PT do B, com 7.499 votos. No final de 2012 assumiu o cargo de secretário estadual dos Transportes.

sábado, 15 de março de 2014

Sorocaba, no interior de São Paulo, ganha o Jardim Botânico neste sábado

Mariana Campos (macampos@sorocaba.sp.gov.br)
Na manhã deste sábado (dia 15), às 9h, o prefeito Antonio Carlos Pannunzio entregará à população de Sorocaba, cidade localizada a 90 quilômetros de São Paulo (capital), o Jardim Botânico "Irmãos Villas-Bôas". Localizado numa área de cerca de 70 mil metros quadrados, o novo cartão postal da cidade está localizado na rua Miguel Montoro Lozano, 340, no Jardim Dois Corações, próximo ao Parque das Águas.
Situado numa área de proteção permanente, com vegetação de transição de Cerrado e Mata Atlântica, o Jardim Botânico será destinado ao lazer, pesquisas acadêmicas, educação ambiental e à preservação do meio ambiente e terá como principal objetivo trabalhar com as espécies da flora local e regional. "Sorocaba está ficando mais rica com a inauguração desse espaço. Vamos ganhar um local para o estudo da botânica, para produção e disseminação de conhecimento, educação ambiental, lazer e turismo. É um novo cartão postal da nossa cidade", destaca Pannunzio.
Com isso, Sorocaba será uma das poucas cidades do Brasil e a contar com esse espaço ecológico. Atualmente, 36 jardins botânicos são associados à Rede Brasileira de Jardins Botânicos, entre eles o de Sorocaba. Para Jussara de Lima Carvalho, secretária do Meio Ambiente (Sema), é um orgulho entregar a unidade aos sorocabanos. "Estamos muito felizes com essa inauguração. Quando um município entrega um jardim botânico ele entrega na verdade um compromisso assinado de que esse será um espaço de pesquisa e conhecimento da nossa flora, um dos nossos maiores patrimônios. É um presente muito especial", destaca Jussara de Lima Carvalho, secretária do Meio Ambiente (Sema).
Com um investimento total de cerca de R$ 5 milhões, a construção do Jardim Botânico foi projetada considerando os valores do tripé de sustentabilidade: ser ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.
A Prefeitura de Sorocaba utilizou, para isso, materiais e soluções técnicas que vão promover a redução da poluição, a melhoria da qualidade do ar e do solo, conforto nos ambientes internos e economia de recursos de água e energia elétrica, por exemplo.
"Implantamos várias maneiras para armazenar a água de chuva no sentido de conservar a água e reaproveitá-la na irrigação do jardim e das plantas do local", declara Clebson Ribeiro, secretário de Serviços Públicos (Serp). Entre as iniciativas, além dos espelhos d'água, a Prefeitura implantou cisternas, contenções por terraceamentos, bacias de sedimentação e a drenagem das vias do Jardim Botânico.
Outro detalhe importante da obra é a total acessibilidade para crianças e adultos portadores de deficiência física. Já na questão social, houve a inclusão dos reeducandos do sistema prisional da cidade na construção do orquidário e na manutenção do parque.
Já o nome "Irmãos Villas-Bôas" faz referência aos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas-Bôas, importantes sertanistas brasileiros que, em decorrência dos seus esforços, foram os principais responsáveis pela criação do Parque Nacional do Xingu, em 1961, a mais importante reserva indígena das Américas.
O Jardim Botânico de Sorocaba funcionará de terça a domingo, das 9h às 17h. A entrada será gratuita.

Os espaços do Jardim Botânico
 O principal edifício do Jardim Botânico será o Palacete de Cristal. Com uma área de 500 m², o prédio teve como referências os Palácios de Cristal de Londres, de Petrópolis e de Curitiba.
Constituído quase que inteiramente por vidros em armação metálica e um telhado com isolante térmico, o palacete abrigará coleções de plantas nativas e ornamentais e também será utilizado para exposições e eventos. O palacete conta também com um mezanino, uma passarela para apreciação dos canteiros internos e da paisagem e um elevador para acesso das pessoas com deficiência.
O salão multiúso será utilizado para atividades de Educação Ambiental e abrigará um herbário, que funcionará como uma biblioteca de plantas secas prensadas, que ficarão catalogadas e identificadas com informação sobre a espécie e o local onde foram colhidas. "O herbário será uma biblioteca, que servirá como uma fonte de pesquisa constante da biodiversidade das plantas e como referência para a identificação e pesquisa", explica o secretário Clebson Ribeiro.
Construído com tijolos de demolição pelos reeducandos, o orquidário abrigará diversas espécies da flor. Já o roseiral possui o formato de um sol, com 12 raios e abriga 27 variedades de rosas, desde as mini-rosas até as rosas híbridas.
Por último, no mirante do Jardim Botânico, os visitantes terão a oportunidade de contemplar uma vista panorâmica de Sorocaba. "Ele está localizado no ponto mais alto do parque e possui uma vista espetacular do nosso município, onde podemos ver o Vale do Rio Sorocaba, o morro da Fazenda Ipanema e a Serra de São Francisco, em Votorantim", explica Clebson Ribeiro.
Obras de arte ao ar livre
Os visitantes do Jardim Botânico "Irmãos Villas-Bôas" terão uma grata surpresa ao se deparar com obras de arte no novo cartão postal de Sorocaba.
"Além de chamar atenção pela beleza, a introdução de obras de arte ao ar livre nesse espaço público reforça o sentimento de respeito e cuidado pelos patrimônios naturais e culturais", explica a secretária Jussara de Lima Carvalho. "A ideia é com o tempo instalarmos outras obras de arte", completa.
Uma delas é uma escultura construída em ferro, com cerca de 6 metros de altura, em formato de uma folha. Sem título, a obra foi produzida em 2013 pelo engenheiro José Orivaldo Simonetti, especialmente para ser instalada no Jardim Botânico. A escultura teve matéria-prima doada pela empresa Bardella e foi confeccionada pela empresa Tertecman.
Apesar de utilizar um material de alta densidade, rigidez e de difícil maleabilidade, a obra traz a ideia de movimento através de formas orgânicas, que remetem às linhas encontradas na natureza. Os recortes e torções parecem subverter as principais propriedades do ferro, trazendo leveza e fluidez ao material.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Presidente da Abav-AP viaja a Portugal para encontro internacional da entidade

Elenilton Marques da Silva, presidente da Abav-AP, com Sinara Pimentel, diante da bela paisagem da ponta de Sagres
Elenilton Marques da Silva, presidente da Abav-AP, com Sinara Pimentel, diante da bela paisagem da ponta de Sagres

ALENTEJO (PORTUGAL) -O Conselho de Presidentes e diretoria da Abav Nacional, que está em Portugal para a 21ª Reunião Internacional da entidade, visitou diversas localidades nos últimos dois dias, onde realizou encontros com autoridades e executivos do trade local.
Entre os destinos visitados, todos no Algarve, sul de Portugal, estão Vilamoura, um resort com administração independente por uma empresa mista (governo e moradores), Sagres (onde teria funcionado a suposta escola de navegação que levou ao Descobrimento do Brasil e cuja existência a história moderna questiona), Lagos (onde viveu Infante Dom Henrique e também berço das grandes navegações) e Monchique.
Hoje, o grupo parte rumo ao Alentejo e, à tarde, chega a Lisboa passando os próximos dias entre a capital e destinos próximos antes de regressar ao Brasil. Para ver fotos do grupo, clique no ícone acima "Ver Álbum".
O Portal PANROTAS viaja a convite da Abav Nacional, voando Tap, com assistência internacional GTA
Robson e Camila Lins, Edison e Beth Gonçalves, da Abav-PE, com João Carlos Albano, marido de Rose Larrat, do PA
Robson e Camila Lins, Edison e Beth Gonçalves, da Abav-PE, com João Carlos Albano, marido de Rose Larrat, do PA
Edson Rodrigues e Cristina Albuquerque, presidente da Abav-MS
Edson Rodrigues e Cristina Albuquerque, presidente da Abav-MS

Algarve, em Portugal, está entre melhores locais para visitar


Segundo o jornal norte-americano "The New York Times", Algarve, em Portugal, está na lista dos 45 destinos mundiais para se conhecer em 2012. A costa sul portuguesa aparece na 29ª posição, à frente da Antártida, Croácia e até mesmo da França. No artigo do jornal norte-americano dedicado às escolhas para viajar neste ano, Algarve é considerado como a "Riviera de Portugal". Ganha destaque também a quantidade de hotéis de luxo renovados "que enfatizam estilo, autenticidade e atenção ao ambiente", segundo a matéria.
O artigo destaca o Hotel Bela Vista, na Praia da Rocha, a recuperação de uma vila de 1918 realizada pelo empresário francês Thierry Naidu, com design de Graça Viterbo, mas também das zonas mais calmas do Algarve, como Sagres, onde fica o resort Martinhal.
Na Quinta do Lago, o New York Times cita a abertura do Hotel Conrad, prevista para novembro, e reserva espaço ainda para o Real Marina Hotel & Spa, em Olhão, destacando a beleza natural da Ria Formosa. "Os lisboetas da moda também estão migrando para Olhão. É uma antiga cidade de conservas de peixe com boas opções de estadia e atrações naturais como a Ria Formosa, um parque nacional composto de uma das maiores barreiras de recifes da Europa, onde você pode ter a beleza intocada de praias de areia branca quase com exclusividade ", ressalta ainda o jornal.Na lista feita pelos editores do principal periódico norte-americano, o Panamá figura o primeiro lugar, seguido da Finlândia (Helsinque) e Mianmar. Londres aparece na quarta posição e as viagens ao espaço ficam em 20º lugar. O Brasil aparece em 22º, com a cidade de Paraty.Confira a edição completa dos 45 lugares para conhecer em 2012, de acordo com o New York Times:

- Confira a lista dos 20 melhores destinos turísticos apontados pelo jornal americano.


terça-feira, 11 de março de 2014

Coluna Argumentos, terça-feira, 11 de março de 2014.

Passado

Em uma conversa de bar, ex-empregados da mineradora MMX trataram sobre danos ambientais do projeto. De toneladas de peixes mortos após o desabamento de barragem até achados arqueológicos soterrados com ordens pra ficar todo mundo de bico calado.
Urnas

Esses achados arqueológicos seriam urnas funerárias, pois o sujeito dizia que eram potes de cerâmica muito diferentes e que dentro só haviam ossos. “Um britador foi construído em cima dos túmulos”, dizia.

Anglo

O detalhe é que a mineradora foi sucedida por outra, que também já foi embora, com fortes suspeitas de que tenha comprado gato por lebre, sabe? Como se as jazidas não fossem aquilo que o anúncio prometia.

Licença

Está com a Polícia Federal outro caso que promete ser ruidoso. Também na área da mineração, envolve políticos de alto coturno por aqui. Tráfico de influência, dizem.

Zamin

Para fechar nessa questão mineral, a coluna ouviu autoridades da Capitania dos Portos que nos tranquilizaram sobre o afundamento de um empurrador. Não causou danos ambientais. Ufa!

Ensaísta
Depois de tanto ouvir dos amigos elogios sobre como tem muita sensibilidade para fotografar, empresário Caetano Pinto já faz planos para reunir belas imagens num livro. Até o Amazonas na maré baixa rende.

Alcance

A deputada Dalva Figueiredo (PT-AP) apresentou Requerimento solicitando votação imediata do Projeto de Lei Complementar nº 275/2001, que regulamenta a aposentadoria das mulheres policiais federais, rodoviárias e civis. É pra quem tem pelo menos de 15 anos de atividades exclusivamente policiais.
 
Resultados

Que tinha talento pra ser administrador todo mundo já sabia, afinal vem de uma família de empreendedores. Agora, a experiência e os fundamentos da iniciativa privada são levados para a administração pública. Trata-se de Michel JK (PSDB), que também pilota a gestão da AL. Com pragmatismo e conjugando uma tal de economicidade. Vai bem.

Entrevista com o novo comandante do 4º Distrito Naval, Almirante Edlander

Almirante Edlander Santos, que veio a Macapá para a transição na Capitania dos Portos do Amapá
Um militar diferenciado, de fala mansa e muito espirituoso. Estas são as primeiras impressões do Blog Soamar Amapá a respeito do novo comandante do 4º Distrito Naval, comando a que está subordinada diretamente a Capitania dos Portos do Amapá. E foi logo depois de presidir a cerimônia de transmissão do Comando da Capitania que ele recebeu o editor do Blog Soamar Amapá, jornalista Cleber Barbosa, para uma conversa exclusiva e muito franca. Acompanhe o que ele disse a seguir:

Soamar Amapá – Almirante, o senhor cumpre a honrosa missão de vir presidir a troca de comando aqui na Capitania dos Portos do Amapá, quando também acaba de assumir o 4º Distrito Naval. Vê como esse novo momento da Marinha o Brasil aqui na Foz do Amazonas?
Almirante Edlander – Primeiro gostaria de dizer que para mim é uma grande alegria poder na cidade de Macapá e Santana, nesse grandioso Estado do Amapá, o qual eu não conhecia. Está me surpreendendo muito. Realmente a Marinha desenvolve aqui uma ação muito importante na segurança da navegação e principalmente eu acredito que cada vez mais a atuação da Marinha vai ter um protagonismo cada vez maior tendo em vista principalmente que essa região Norte do país inevitavelmente é a solução para desengarrafar o Sul no que diz respeito às nossas exportações de grãos. É um corredor natural, vai aumentar a importância da navegação e por consequência aumenta a importância da Marinha na região. Nós estamos fazendo essa transição agora, que é uma transição de rotina, mas os desígnios na Marinha são decididos sempre pela Alta Administração Naval, então são sempre gestões diferentes, mas dando continuidade aos grandes planos da Marinha.

Soamar – A sociedade aos poucos vai tomando conhecimento do quão difícil é a missão da Marinha, de conjugar esse binômio, do lado operacional, mas também desse braço social, como as ações cívico sociais, que no seu comando deverão ser mais do que ratificadas não é?
Edlander – É, nós nos preocupamos com isso também. A razão da Marinha é a sociedade brasileira, é o seu povo. De um lado, pelo aspecto operacional, nós temos que contribuir para a defesa do país que é a defesa de toda a população. Por outro lado nós temos uma magnífica estrutura logística que não pode ficar ociosa esperando por uma ação de crise, então nós aproveitamos com muita satisfação essa nossa logística para atender a população, principalmente aquelas mais carentes com nossas ações sociais, nossos atendimentos médicos-odontológicos.

Soamar – A gente já sabe que uma das novidades do seu comando a partir dessa preocupação com o lado social, o senhor tem um projeto voltado para o Navio-Auxiliar Pará, que dispõe de um mamógrafo a bordo e que realiza um grande trabalho de prevenção ao câncer junto às mulheres ribeirinhas. A ideia agora é transmitir essas imagens para o hospital. A quantas anda esse projeto Almirante?
Edlander – É, está bem encaminhado. Nós esperamos na próxima semana concluir os testes que vão permitir que o navio Pará transmita as imagens do mamógrafo para o nosso Hospital em Belém, de forma que o especialista, o radiologista que temos lá em Belém, possa dar de imediato e sem muita demora um pronto diagnóstico.

Soamar – O Comando do Exército acaba de anunciar que Macapá será sede de uma Brigada Militar, que será chamada Brigada da Foz, o que fará com que o efetivo do Exército Brasileiro no Amapá dê um salto dos atuais 830 militares para algo em torno de 3 mil integrantes. É possível que com esse aumento da presença do Estado brasileiro nesta região a Marinha também aumente seu efetivo por aqui?
Edlander – Eu acho que sim. Porque é de se esperar que aumente, não um aumento nessa magnitude, mas um aumento progressivo, de acordo com o aumento principalmente no fluxo das nossas vias navegáveis. É importante esclarecer que dentro da forma com que a Marinha se prepara, com que a Marinha se distribui no território nacional, ao contrário do Exército, que sua força é representada pela quantidade localmente admitida, a Marinha concentra no Rio de Janeiro suas principais forças de combate, seus navios de combate, seus submarinos, helicópteros, seus aviões e em caso de necessidade desloca esses meios para a região que por venture estiver em crise. Diferente um pouco do Exército que precisa ter, pois não tem a mobilidade necessária, daí terem a necessidade de sempre ter uma quantidade para fazer frente a eventuais ameaças. Na Marinha a gente fica com um pequeno grupo que são os Distritos Navais, com alguns meios à disposição e quando necessário recebem os apoios da Esquadra do Brasil.

Soamar – Já que estamos falando das outras Forças Armadas, a Aeronáutica aqui no Amapá também tem um efetivo mínimo, em contrapartida tem equipamentos instalados aqui de ponta, do Sistema de Vigilância da Amazônia, o SIVAM. Essas informações são compartilhadas também com a marinha?
Edlander – Compartilhamos. O SIVAM tem um braço aqui, mas você tem a sede do SIVAM em Brasília, temos em Belém, em Manaus e compartilhamos sim essas informações que são fundamentais. Não é por outra razão que o Exército está desenvolvendo o seu sistema SIFRON, que vai controlar toda a fronteira seca e a Marinha acabou de formatar o seu SISGAAZ, que é o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, que vai controlar os 4,5 milhões de quilômetros quadrados de área marítima pertencentes ao país.
Soamar – Para a gente terminar com um tema mais ameno Almirante, o senhor é tido como espirituoso e até bem humorado para essas coisas. Quando em visita a quarteis do Exército o senhor é sempre saudado com o brado “Selva!”. É verdade que certa vez decidiu responder com um brado de “Água!”?
Edlander – É verdade... [risos]

Soamar – E no jantar em Macapá oferecido pela Soamar o senhor disse mais, que o Exército é Brasileiro, que a Força Aérea é brasileira...
Edlander – Mas a Marinha é do Brasil! [mais risos]

Perfil do Entrevistado


Entre os cargos assumidos pelo novo comandante está o de capitão dos portos fluvial da Amazônia Ocidental, vice-diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, subchefe de Operações do Comando de Operações Navais, comandante do 6º Distrito Naval, comandante da Primeira Divisão da Esquadra, subchefe de Organização e Assuntos Marítimos do Comando de Operações Navais e diretor do Departamento de Pessoal, Ensino e Cooperação do Ministério da Defesa.

Coluna Argumentos, domingo e segunda-feira, 09 e 10/03/2014

Mulheres

Uma delegada, uma tenente e uma sargento do Exército, duas deputadas, cobradoras, motoristas de ônibus e empresárias. Teve de (quase) tudo nas homenagens do nosso Conexão Brasília de ontem pelas ondas da Diário FM. Foi um dia de reflexões e ponderações.

Texto

Em seu artigo semanal que o Diário publica hoje, o ex-presidente Sarney (PMDB-AP) escreve sobre como anda difícil pontuar o tempo da Quaresma. Sob o título “Tempo de orações”, fala que o Carnaval é longo...

Desfalque

A deputada Dalva Figueiredo (PT) foi a mais nova vítima da gripe pós Sambódromo. De cama, com dor de garganta e até febre, nem pode ir a muitas programações da agenda em homenagem às mulheres.

Acredite

Numa data como ontem, Dia Internacional das Mulheres, uma das poucas motoristas de ônibus de Santana foi demitida, acredita? Cisma de seu supervisor, dizem.

Pode?

Sobre a nota anterior, o fato ocorreu há alguns anos e foi relembrado ontem. A moça em questão insistia em enfeitar o painel do ônibus, com capas de tricô e luvas. Regulamento não previa.

Reencontro
Bala Rocha recebendo do Dr Ricardo Sayeg, professor da cadeira de Direito Econômico da PUC-SP o livro "O Capitalismo Humanista", que motivou a PEC 383/2014 de sua autoria.

Aqui tem


Dito ontem por Benedito Alcântara, secretário executivo da Diocese de Macapá, que o Amapá tem sim contribuições e experiências nessa discussão sobre o tráfico humano que está sendo abraçada pela Campanha da Fraternidade deste ano. E disse isso com profundo sentimento de tristeza.




Contundente

Ainda sobre o tema da campanha da fraternidade deste ano, “Fraternidade e Tráfico Humano” a Irmã Henriqueta, coordenadora para a região Norte da Comissão Justiça e Paz, da CNBB, disse em Macapá durante encontro com lideranças católicas que abraçar essa causa, especialmente no que se refere à proteção da mulher “não é coisa para frouxos”.

Coluna Argumentos, sábado, 08 de março de 2014.

Dia delas

Neste sábado as homenagens são para elas. Hoje é o Dia Internacional das Mulheres, então que as reflexões que a data sugere ensine a todos nós homens a mais do que entende-las, compreende-las. Só assim poderemos virar seres humanos muito melhores.

Dons

Isso não é conversa, nem discurso. Tudo bem que elas são medrosas, têm pânico de barata e ansiosas diante de quase tudo. Mas a sensibilidade, o pragmatismo e um tal de amor incondicional, a gente não tem. Sabia?

Digital

Chegou a hora dos eleitores do interior também colocarem o dedão na tela e fazer a biometria da Justiça Eleitoral. De 16 a 26 de março o TRE irá a localidades dos municípios de Itaubal e Cutias do Araguari.

Tá caro

Na feira um saquinho de pupunha a R$ 12 me parece ser demais, concorda? Na Fazendinha, porção de camarão no bafo a R$ 40. E aqui nem é sede de chave da Copa 2014.

Apagão

E a internet heim? Vive dias sofríveis em Macapá, onde clientes de um provedor fizeram fila no chichê de reclamações. Problema teria sido em uma torre próximo a Afuá. Sinal vem de Belém.

Só rindo...
Circulava essa imagem na internet ontem e deu o que falar. Seria o modelo de veículo ideal para encarar as ruas e avenidas de Macapá neste inverno de ruas alagadas ou esburacadas...

A história...
Num restaurante, empresário conversava com um amigo que visitava Macapá: O visitante pergunta: - E o Sarney? Seu anfitrião responde: - Não faz nada pelo Amapá! Depois a conversa é sobre o Estado. Diz que a Área de Livre Comércio é forte, que agora tem o Linhão do Tucuruí e o porto.

A moral

Sobre o restaurante, o turista indaga sobre a indústria. - Com a energia vamos ter indústria, pois agora temos a Zona Franca Verde! Nova pergunta: -E a mão de obra, está sendo preparada? O empresário responde: - Sim, temos uma universidade federal e agora duas escolas técnicas! Agora cá pra nós, mas essas não são algumas das ações de Sarney por aqui?

“Ninguém nasce com preconceito ou racismo; as pessoas são construídas”

DeputadoMilhomen fala nos estúdios da Diário FM sobre os últimos acontecimentos de intolerância racial.
Seja por sua formação acadêmica, seja por sua articulação política, o deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP) virou uma referência no que se refere a debater abertamente as grandes mazelas sociais do Amapá e do país. Em uma semana marcada por novos episódios de intolerância e até racismo, ele foi ontem ao rádio conceder entrevista ao programa Conexão Brasília, em meio às comemorações e reflexões pelo Dia Internacional da Mulher. Acompanhe o que disse o parlamentar e sociólogo, um dos integrantes de outra minoria no Congresso Nacional, a bancada dos negros. O Diário do Amapá selecionou os principais trechos da entrevista concedida ao jornalista Cleber Barbosa. Acompanhe a seguir.
Cleber Barbosa
Da Redação

Diário do Amapá – Neste sábado é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Que reflexões a data lhe sugere?
Evandro Milhomen – Primeiro eu queria parabenizar a todas as mulheres por este dia, que representa um dia de reflexão pela luta da mulher pelos seus direitos, pelas suas conquistas e pelo espaço merecido na sociedade brasileira, sempre considerando que vivemos numa democracia e que o direito de todos precisa ser respeitado. Em especial as mulheres, que representam a maioria da população deste país. Que tudo que tenha sido conquistado possa ser motivo para ainda mais conquistas e incentivo para não desistirmos jamais desta luta que é incansável das mulheres que dão uma contribuição muito grande para a sociedade, algo incomensurável.

Diário – E como está a participação das mulheres lá no Congresso Nacional? São muitas as deputadas e as senadoras?
Milhomen – Ainda não. Nós temos debatido duas coisas lá no Congresso, nas reuniões dos partidos, que é a participação da mulher no Congresso Nacional, ainda muito pequena. As mulheres, hoje, salvo engano, são 46 com assento na Câmara Federal, o que é insignificante para a representatividade delas nas atividades econômicas, na atividade social e na participação das mulheres na contribuição para as grandes conquistas do país. Outra questão que debatemos é a participação dos negros, uma grande maioria da população, mas que também são muito mal representados no Congresso Nacional. Lá somos em torno de 44 deputados e deputadas negros. Isso é importante ser destacado.

Diário – Para o senhor há preconceito também para que isso ocorra?
Milhomen – É verdade. A sociedade brasileira, mesmo vivendo mais de 500 anos de liberdade, ainda tem uma herança cultural muito forte de preconceitos, não só com os negros, não só com as mulheres, mas com idosos também. Na verdade, há uma intolerância da sociedade com os diferentes e a gente precisa construir isso no dia a dia. Ninguém nasce com preconceito, ninguém nasce com racismo; as pessoas são construídas com esses sentimentos. Então nós precisamos trabalhar nas escolas, precisamos trabalhar com as crianças dentro de casa para que elas não desenvolvam esse preconceito e esse sentimento de intolerância com as diferenças, sejam elas quais forem, sejam religiosas, sejam raciais, de gênero ou opção sexual. Elas precisam ser respeitadas.

Diário – E temos visto episódios de intolerância ainda hoje no Brasil, não é?
Milhomen – Infelizmente hoje em nosso país, mesmo vivendo um período pleno de democracia, mas com pouca maturação dessa democracia, em virtude do período que vivemos sob a ditadura militar, o que tem sido representativo. Eu vi ontem [sexta] e fiquei chocado assistindo a um telejornal a ocorrência repetida de racismo, primeiro com aquele jogador do Cruzeiro, no Peru, e depois aqui no Brasil, com outro jogador e também com um árbitro de futebol. Nós temos que parar com isso. Vamos ter que nos indignar que algumas pessoas continuem pré-históricas, com esse sentimento ruim, entendeu? Isso não leva a nada.

Diário – O que precisa ser feito, deputado?
Milhomen – Nós precisamos melhorar a sociedade. O Congresso Nacional é a caixa de ressonância da sociedade. Lá nós elegemos as pessoas que irão representar o povo.

Diário – Tem gente que até critica o fato dos acontecimentos na sociedade pautarem o Congresso. Mas há também quem ache salutar que os políticos pelo menos ouçam a opinião pública, não é?
Milhomen – Com certeza. O veículo de comunicação do Congresso Nacional com a sociedade precisa ser cada vez mais amplo, mais aberto, para que não soframos interferências de outros interesses na hora de representar o povo, para que o cidadão que está cobrando seja o mesmo beneficiado por aquele projeto ou daquele interesse, e que não seja manipulado por uma parte da sociedade que realmente influencia muito na chamada opinião pública. A opinião pública no Brasil tem sido direcionada por alguns segmentos da sociedade que incutem nas cabeças das pessoas menos informadas ou desinformadas comportamentos que levam a certos exageros, daí os episódios de intolerância contra mulheres, negros, homossexuais, enfim, devido à existência de pessoas que ainda plantam esses sentimentos ruins e antidemocráticos.

Diário – Se costuma dizer no Brasil que o ano começa depois do Carnaval. Mas depois virá a Copa e pouco depois as eleições. Então, do ponto de vista da pauta do Congresso, será um ano mais curto. Como administrar essa falta de tempo e o que será prioridade, deputado?
Milhomen – É, nós deveremos fazer uma reunião nesta semana com toda a nossa bancada do Amapá para tirar alguns pontos de extrema importância e que ainda não foram resolvidos no decorrer desses anos, e que dizem respeito ao nosso estado. São projetos importantes como, por exemplo, a PEC 111 que a gente está discutindo com cada bancada. Hoje a Câmara Federal vai trabalhar com prioridades, ou seja, cada bancada partidária irá indicar um número de projetos julgados mais importantes para aquela bancada e para a sociedade brasileira.

Diário – Seria um plano de ação, então?
Milhomen – Exatamente. E nós já conseguimos dentro do PCdoB fazer com que a PEC 111 seja uma prioridade do partido. E assim vamos construir com nossos colegas para que cada partido que podemos influenciar com a presença de um companheiro nosso, possa entender essa prioridade. No conjunto dessas demandas vamos ter lá de sete a oito pedidos para que votemos a PEC 111 no segundo turno. Temos também a questão do Plano Collor, uma coisa que nos engasga, pois não está diretamente sob o nosso controle, está no Judiciário. Na hora que o Supremo Tribunal Federal votar o caso do Ceará teremos a repercussão também aqui para os nossos servidores do Amapá.

Diário – O fato de estarmos em ano eleitoral e do senhor ser da base da presidente Dilma dá uma expectativa boa de emplacar mais ações e recursos importantes para o Amapá?
Milhomen – Sim, sou sempre otimista. Mas nós temos feito um trabalho neste sentido, toda a nossa bancada do Amapá, muito unida, no que diz respeito aos interesses do estado. É assim com as prefeituras, o governo do estado e as entidades sociais. Há um desprendimento positivo da bancada e quero incluir a todos os parlamentares, daí a satisfação de coordenar a bancada por saber que alcançamos resultados importantes. O reconhecimento do governo federal é uma consequência natural.

Diário – Sobre as emendas parlamentares, também tudo corre bem?
Milhomen – Temos feito um esforço para colocar recursos para o maior número de entidades possível, seja o governo, as prefeituras ou entidades civis através de programas. E nós também passamos a trabalhar com os órgãos da Justiça, alocando recursos federais para projetos do nosso Judiciário que há muito tempo não eram viabilizados. Temos recursos da bancada destinados também ao Ministério Público, que está podendo viabilizar suas atividades. Foi assim também com o nosso Tribunal de Justiça do Estado e o Tribunal Regional Eleitoral, colocando recursos importantes para que a nossa Justiça possa atender aos anseios da sociedade, pois a ações do Judiciário estão em todo lugar deste estado. Quero aqui parabenizar os gestores destes órgãos, do MP, do Tjap e do TRE, que além de aplicar corretamente esses recursos, conseguem multiplicar seu alcance.

Diário – O senhor é um homem de partido e o PCdoB já lhe impôs um grande desafio que foi disputar uma eleição majoritária em 2012, quando concorreu a prefeito de Macapá. E para este ano, qual será a prioridade do partido?
Milhomen – O PCdoB é um partido programático e têm discussões que vão desde a direção nacional até aos direcionamentos para as direções estaduais e municipais. Ele constrói no âmbito nacional suas alianças e em nível local o PCdoB tem uma participação importante e clara em nível de governo do estado e na atividade política do Amapá. Estamos costurando uma aliança com o PSB no Maranhão para que nosso companheiro Flávio Dino, do PCdoB, dispute o governo do estado. A ideia é reeditar essas alianças aqui também, pois garantem a viabilidade e visibilidade para a construção do projeto que o partido defende com a distribuição de renda para a sociedade e o bom atendimento ao cidadão.

Perfil...

Entrevistado. Evandro Costa Milhomen, ou simplesmente Evandro Milhomen (Santana, Amapá, 21 de abril de 1962), é casado, sociólogo formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), atualmente deputado federal pelo Amapá. É filiado ao PCdoB. Foi vereador em Macapá de 1997 a 1999, eleito pelo PSB, mesmo partido pelo qual se elegeu deputado federal em 1999 e se reelegeu em 2003. Para a eleição de 2007 trocou de partido, ingressando no PCdoB. Também exerceu o cargo de diretor municipal de Ação Comunitária de Macapá entre 1990 e 1994. Disputou o cargo de prefeito de Macapá em 2012, não tendo entrado para o Segundo Turno da disputa, ocasião em que decidiu apoiar a candidatura do prefeito Clécio Luís.

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