domingo, 27 de fevereiro de 2011

Jipeiros "recomendam" passeio à Serra do Navio

Saiu no blog oficial do Jeep Clube de Macapá matéria muito bem construída para recomendar um passeio à bucólica cidade de Serra do Navio. O título é "Eis 20 motivos para ir à Serra do Navio". O endereço do sítio é http://soujipeiro.blogspot.com.

Confira abaixo a reprodução da reportagem.

Nos anos 70 e 80 qualquer estudante ouviu falar na pequena vila de Serra do Navio, na região Centro-Oeste do Amapá. O lugar figurava nos livros de geografia como uma das maiores jazidas de minério de manganês do país. Modelo de urbanização, de saneamento, de gestão de recursos humanos e de qualidade de vida de seus moradores, a Serra do Navio acaba de ser tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) e deverá passar por uma revitalização.
Todo jipeiro que se preza já visitou as estradas de terra e as trilhas daquilo que outrora dava acesso às minas que naquela época, eram usadas por veículos fora-de-estrada ou picapes 4x4. Quem ainda não foi lá é bom incluir na sua planilha, no painel de seu possante, especialmente se fizer um dia de chuva. É que a estrada vai ficar irada, escorregadia, um prato cheio para testar a versatilidade de seu bruto. Ah, as mamães não gostaram da chuva? Liga não, pois lá, assim como em muitas cidades amazônicas, logo pára de chover e aí tem um monte de opção de lazer.
O blog listou vinte motivos para que um ou mais jipeiros possam rumar para a “cidade-alta”, ou “terra do manganês”. Para sentir o clima do que estamos falando, sabe o que está escrito na placa de boas vindas na entrada da cidade? “SORRIA! BEM VINDO A SERRA DO NAVIO, LUGAR DE GENTE FELIZ”.

1. Clima de montanha
Falei em cidade alta, não foi? Na vila de Serra do Navio basta amanhecer o dia para que o turista logo observe que o clima é de montanha mesmo. Tem sempre uma serração (ou neblina) encobrindo a paisagem, principalmente se tiver chovido na noite anterior. Os carros ficam cobertos por uma camada fina e branca de uma garoazinha.



2. Torre
Trata-se da mais alta montanha da região em que se pode chegar dirigindo um carro. Aliás, atualmente, diante da falta de atividade industrial por lá, o antigo parque de comunicação da mineradora Icomi está bem largado e só com tração nas quatro é possível subir a trilha. Ainda é possível usar o mirante que dá uma vista maravilhosa do lugar. Tem ainda um heliporto com o “I” da empresa, torres, radares, casa de força e cabos de sustentação. Se o GPS do seu carro estiver ligado, vai marcar 384 metros de altitude em relação ao nível do mar.

3. Cidade urbanizada
Com pouco mais de 3,7 mil habitantes, a Vila Serra do Navio foi projetada pelo arquiteto brasileiro Oswaldo Bratke para abrigar os trabalhadores da Indústria e Comércio de Minério – Icomi. A idéia era que a cidade privada fosse alto-suficiente em quase tudo. Tinha cinema, supermercado, lojas, clubes sociais, escola, piscinas e balneários. A empresa começou a preparar sua saída e o lugar virou município. Ganhou novos moradores e começou a perder a identidade. Ameaçada de virar uma cidade fantasma, ganhou novo fôlego com a instalação de novas empresas e, mais recentemente, com o tombamento pelo Iphan.

4. Casas têm telas
Tudo bem que a vila já não é mais aquele modelo de saneamento do passado, quando não se via mosca nem pernilongos, mas tem uma característica original das casas da Icomi que os moradores preservam até hoje – e até ampliaram – que é a instalação de telas nas janelas, portas e até nas varandas, como essa da casa da foto.


5. Banho no Cachaço
Calma, não escrevi errado e nem sou nenhum pinguço não. Cachaço é o nome deste igarapé maravilhoso que tem uma água gelada, uma natureza intocada e a Pousada Borboleta, onde se come uma caldeirada de filhote divina. A garotada pode fazer de tudo, de uma peladinha na grama a “tentar” andar de canoa. O acesso se dá pegando um ramal à esquerda antes de chegar na ponte de concreto sobre o rio Amapari, praticamente o portão de entrada de Serra do Navio. No caminho até o balneário é possível encontrar chácaras e sítios que sempre tem alguma coisinha para vender, como mel de abelha, pupunha, cupuaçu e até pão caseiro. (hum...)

6. Pedra Preta
Este é o nome do mais tradicional balneário de Serra do Navio. Era lá que se organizava a maior festa de final de ano, a Festa da Mina, que marcava o início das férias coletivas. Amigo, naquele tempo o churrasco era farto e a cerveja no balde, tudo de graça. Hoje em dia existem algumas casas por lá, mas ainda tem muito espaço para o lazer e a diversão. Claro, tem a parte mais larga do rio Amapari, onde o banho é divino. Só tem que tomar cuidado com a correnteza e as pedras no fundo. Por falar nelas, entre outubro e dezembro o nível das águas baixa bastante e dá para ficar se tostando sobre as pedras maiores.

7. Futebol na lama
Se jipeiro gosta de lama, filho (ou sobrinho) de piloto também adora pisar na argila. Dá uma olhada nessa nova modalidade de futebol na lama. É garantia de muita gargalhada e videocassetadas daquelas...


8. Nativos amigos
Toda a exuberância do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, que praticamente inicia em Serra do Navio, inspira a garotada a fantasiar-se de índio waiãpi, com direito a arco e fecha e tudo mais. Esse “nativo” da foto é meu filho Bruno, de 10 anos.





9. Água Fria
Para muita gente a viagem à Serra do Navio pode significar uma “iniciação” em banho de rio com água fria, aliás, gelada amigo. Tem até um balneário com esse nome, o “Água Fria”, que na verdade fica a 13 quilômetros de Serra do Navio, mas pertence ao visinho município de Pedra Branca do Amapari. Até a pequena Bruna, de um aninho, encarou um banho lá ao lado do irmão, olha só.


10. Manganês
A terra do manganês não poderia deixar de render uma homenagem a esse mineral que deu fama ao lugar. Na praça central da cidade existe uma pedra gigante de manganês e quem vai lá não deixa de tirar uma foto em frente ao “monumento”.






11. Pôr-do-sol
É um dos mais lindos do mundo... (nasci lá, fazer o quê). Na verdade por ser um lugar mais alto, escurece mais cedo lá. Essa foto, tirada por volta das 18h30 mostra que a noite se aproximava e o frio logo iria chegar.




12. Lagoa Azul
Muitas das minas abandonadas da Icomi foram inundadas por água pura, mineral dizem. Essa era a mina T-20 e como as máquinas cavaram muito fundo em busca do minério, alcançaram lençóis freáticos a mais de 40 metros de profundidade. O banho é delicioso, apesar de amedrontar muita gente que vê o fundo muito distante.

13. Mirantes
Em algumas montanhas os organizadores tiveram a preocupação de instalar mirantes como este na Torre, de onde se vê que Deus foi generoso com essa região.




14. Lama
Como a maioria dos passeios é feita por estrada de terra, quando chove aparecem “pistas” para os jipeiros praticarem suas habilidades. Este “zerinho” feito com o jipe Mahindra, mostra que nem sempre chuva é sinônimo de final de brincadeira.


15. Passeio de trem
Se por acaso você tiver alguém na comitiva que não gosta dos solavancos da viagem pela estrada de chão, dê a essa pessoa a opção de ir de Macapá a Serra do Navio de trem. Não tem buraco, claro, e o visual é maravilhoso. Os trens saem pela manhã às segundas, quartas e sextas-feiras, da estação em Santana.

16. Memória
Em muitos lugares de Serra do Navio é possível viajar na história e recordar dos áureos tempos da lavra de minério e do quanto representou para muita gente fazer parte de uma empresa de ponta. Aliás, muita gente conta que só teve uma assinatura na carteira de trabalho. Mas essa relíquia da foto, apesar de ter feito incontáveis viagens à Serra, está no quilômetro zero da Estrada de Ferro do Amapá (EFA), em Santana. Era uma velha ambulância Chevrollett que podia andar na terra ou sobre os trilhos.

17. História
Ir à Serra do Navio é um mergulho na história da ocupação da Amazônia. Nesta imagem aérea feita nos tempos em que a cidade faturava milhões de dólares para o poderoso Grupo Caemi, do megaempresário Augusto Antunes.

18. Alojamento CCH
Se a estrutura das casas era um convite a uma vida tranqüila para as famílias de funcionários da mineradora Icomi, os solteiros não focavam por baixo. Na verdade ficavam “em cima”. É que os técnicos de nível médio e superior moravam na vila administativa denominada “Staff”, que tinha desde piscinas a saunas, passando por quadra de tênis e pista de boliche. Os caras estavam “podendo”.

19. Trilhas a pé
Se os jipeiros adoram a Serra, que o digam os turistas de aventura, do tipo mochileiros. Existem inúmeras trilhas a serem percorridas. O lugar também é disputado por muitos jornalistas, como esse cinegrafista da foto, que escalou uma pilha de minério de manganês estocado na área industrial atrás de uma boa tomada.

20. Celebridades
Além do editor deste blog, que não é lá grande coisa, tem gente famosa que nasceu na Serra do Navio, sabia? Esta jornalista da foto é a Flávia Freire, que foi garota do tempo da Rede Globo e que atualmente está apresentando o Esporte na Record. Tem ainda a vocalista da banda Pato Fu, a bela Fernanda Takai.
Além delas, tem o ex-presidente da OAB-AP, Washington Caldas, o deputado estadual Manoel Brasil, a ex-primeira-dama do Amapá, Janete Capiberibe, entre outras personalidades.

Índia amapaense vira militar do Exército e celebridade

Por Fabíola Ortiz
Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro


Do interior da floresta amazônica, aos 14 anos, ela resolveu ir para a cidade, mendigou e passou fome, aprendeu a ler e foi condecorada com diversas medalhas de literatura. Estudou artes, foi atleta, virou fisioterapeuta e cursa hoje a terceira graduação em saúde. Essa é a trajetória de Silvia Nobre Waiãpi que, aos 35 anos, tornou-se a primeira militar indígena a integrar as Forças Armadas no Brasil, no último dia 3 de fevereiro.
A índia disputou uma vaga com 5.000 candidatos e foi aprovada com uma das melhores pontuações no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro, onde concluiu o treinamento e hoje serve no Hospital Central do Exército como aspirante. Depois de seis meses, será promovida a 2º tenente.
“Eu queria estudar, mas enquanto mulher indígena era muito difícil”, contou ao UOL Notícias. Natural do Estado do Amapá, Silvia nasceu na aldeia da etnia Waiãpi no Parque Indígena do Tumucumaque, extremo norte do país, na fronteira com a Guiana Francesa. Os cerca de 700 Waiãpi que existem hoje ocupam, há mais de dois séculos, os confins da Amazônia brasileira, entre os rios Jari, Oiapoque e Araguari. Da aldeia ao centro urbano mais próximo são, pelo menos, dois dias de viagem de estrada de terra batida e barco.
Silvia conta que, aos 4 anos, sofreu um grave acidente e ficou hospitalizada por meses na capital Macapá. “Aproveitei para estudar”, afirma.
A índia se tornou mãe aos 13 anos, decidiu abandonar a aldeia e se mudar para o Rio de Janeiro. “Vim sozinha. Não conhecia ninguém, dormi nas ruas por alguns meses. Eu tinha uma pedra, que acreditava que era sagrada, e a vendi para comer. Com aquele dinheiro eu consegui comer uns dois dias. Depois comecei a vender livros de porta em porta”, lembra.
Ainda adolescente, Silvia começou a declamar poesias e diz que foi incentivada a escrever pela Associação Profissional de Poetas do Estado do Rio (APPERJ). Ela resolveu estudar artes e ganhou prêmios por seus poemas: a medalha Cultural Castro Alves, a medalha Monteiro Lobato e também um prêmio de jovem escritora da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul.
“Eu a conheci novinha, lembro perfeitamente daquele período. Era muito esperta, ativa e simpática. Eu tinha um carinho enorme por ela”, conta Messody Benoliel, uma das sócias fundadoras da (APPERJ). Hoje, aos 77 anos, Messody lembra que, no início dos anos 90, Silvia frequentava os encontros literários todas as terças-feiras, em Copacabana. “Eu a considero uma profissional. Ela entrava no palco e declamava muito bem as poesias.” Os poemas, lembra, falavam sobre temas da floresta. A última vez que as duas se encontraram foi num evento em 2010. “Para mim é uma surpresa saber que a Silvia é a primeira índia no Exército”, disse.

Da arte para o esporte


O esporte foi a paixão seguinte da indígena. Disposta a aprender a correr, ela foi motivada por um técnico do clube Vasco da Gama. “Me apaixonei pelo esporte”, disse Silvia, que deixou as artes e direcionou os estudos para a área da saúde e fisioterapia ligada ao esporte.
“Não me causa espanto que ela tenha sido a primeira índia a entrar para o corpo das Forças Armadas”, disse ao UOL Notícias Cristiano Viana Manoel, 27, fisioterapeuta que durante quatro anos acompanhou de perto a trajetória de Silvia como atleta. “Nos conhecemos na concentração de atletas que o clube tinha em Teresópolis. Éramos sete homens e três mulheres e uma rotina intensa de treinamento. A Silvia se dedicava muito tentando se superar. Eu digo superação porque, na época, ela sofria de problemas de saúde e às vezes passava mal e até chegava a desmaiar nas competições.”
O caminho dos colegas voltou a se cruzar em 2003, quando estudaram fisioterapia juntos na Unisuam (Centro Universitário Augusto Motta), no Rio. Lá eles formaram uma equipe de atletas que recebiam bolsa da universidade para competir. De atleta, Silvia passou a ser coordenadora da equipe de atletismo na universidade. “Nós fomos tricampeões no circuito esportivo da Universidade de São Paulo, conhecido como a Volta da USP em 2003, 2004 e 2005”, relembra Cristiano.
Aprovada na Marinha e Exército
O contato de Silvia com o mundo militar se deu quando trabalhava como fisioterapeuta e acompanhava um grupo de fuzileiros navais. Resolveu concorrer à carreira de militar e prestou concurso em 2009, quando foi reprovada. Tentou pela segunda vez, no ano seguinte, a Marinha e o Exército.
“Fui aprovada nos dois e escolhi o Exército. A seleção foi dura, fui convocada para fazer prova oral, teve análise de títulos e currículo, depois fiz um teste físico”, afirma.
Na formação de 45 dias para ser oficial do Exército, Silvia era uma das 37 mulheres no treinamento. Hoje, ela divide o seu tempo no Exército, em cursos de especialização em saúde pública na UFF (Universidade Federal Fluminense), gênero e sexualidade na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e está começando agora a cursar a sua terceira graduação, em gestão hospitalar numa universidade particular.
Retorno para a aldeia
Desde que deixou sua aldeia, Silvia voltou apenas quatro vezes para visitar o povo Waiãpi. A última vez foi há sete anos. “É muito longe e caro. Cada vez que vou lá é uma surpresa. Às vezes a gente se fala por telefone quando eles estão numa outra aldeia de povos amigos, que tenha sinal de telefone.”
Na sua aldeia, nem todos os índios sabem falar português e os mais velhos “preferem não saber o português”.
Silvia acredita que carrega a responsabilidade de “abrir espaços ainda não alcançados”. Como colaboradora do Conselho Nacional da Mulher Indígena (Conami), ela defende o fortalecimento da expressão dos povos indígenas. “Quero abrir uma nova ponte para mulheres índias no Brasil, não só nas Forças Armadas, mas em outros segmentos. Já tenho amigas que disseram que agora vão se preparar para entrar nas forças.”
Hoje, Silvia vive com seus três filhos e uma neta de quatro meses no Rio de Janeiro. Ela casou recentemente com um militar do Exército. Quando veio ao Rio, a índia já era mãe de Ydrish, hoje com 22 anos e estudante de farmácia. Depois, aos 15 anos, Silvia teve Tamudjim, que cursa direito, e, cerca de dois anos depois, teve Yohana, que está começando a estudar relações internacionais.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Para o turista a viagem é a busca da felicidade”

Durante a semana que termina a presidente Dilma Rousseff escolheu mais uma mulher para um importante posto de seu governo, Isabel Mesquita, que foi prefeita de Parauapebas e também deputada federal pelo Pará. Por ser nortista e uma entusiasta do turismo, muita gente da região comemorou essa indicação, especialmente no Amapá, que ela já visitou e até já debateu as primeiras ações voltadas ao incremento de uma política de regionalização do turismo e de divulgação dos 65 destinos indutores do turismo, que tem Macapá e cidades vizinhas incluídas. A nova secretária nacional de Políticas de Turismo, do Ministério do Turismo, falou com exclusividade ao jornalista Cleber Barbosa, ontem, no programa Conexão Brasília, da Rádio Diário FM. Os principais trechos o Diário do Amapá publica abaixo.


ISABEL MESQUITA - A nova secretária nacional do Turismo fala sobre potencial do Amapá








"Se nós não temos um voo de Macapá para Manaus, por exemplo, e se Manaus não tem um voo direto para Rio Branco, ou para Boa Vista e tudo mais, como nós vamos fazer um circuito turístico na nossa região se vamos ter que ficar esperando 24 horas por outro avião?"

Diário do Amapá - Secretária, como foi para a senhora receber essa missão tão honrosa de comandar a Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, sendo mulher, nortista de coração e que certamente recebeu muitas manifestações de apoio para encarar esse desafio?

Isabel Mesquita - Fico feliz de estar conversando com vocês e dar notícias sobre o que significa ser a secretária nacional de Políticas de Turismo. Eu recebi com muita alegria e tenho certeza de que a minha ida para o Ministério do Turismo é uma chance maior para todos nós do norte que temos uma expectativa enorme de fazer acontecer realmente o turismo em nossa região. E o que depender de mim pode ter certeza de que nós vamos ter [a chance].

Diário - A senhora foi deputada federal pelo Pará e como prefeita por dois mandatos da cidade de Parauapebas ganhou o prêmio Mário Covas de Prefeito Empreendedor. Como as boas experiências com o empreendedorismo ajudarão nessa nova fase secretária?

Bel Mesquita - Olha o Sebrae para mim, nem sem como posso explicar, pois tenho o maior carinho e respeito. O prêmio que eu recebi do Sebrae realmente abriu portas para mim, porque ser considerada prefeita empreendedora, recebendo o Prêmio Mário Covas, é referência na minha vida e isso é muito importante. O Sebrae é um parceiro, aliás é mais do que um parceiro, na verdade ele abre portas, não só para os prefeitos, digamos assim, mas para aqueles que querem realmente empreender. Isso significa pensar em como fazer acontecer o que parece impossível. E isso é muito bom.

Diário - A senhora representa o norte mesmo não tendo nascido no Pará, como é sua relação com nossa região?

Bel Mesquita - Olha, pode ter certeza, eu nasci em São Paulo, mas a minha opção de vida foi o Pará, então se eu não escolhi nascer em São Paulo, mas escolhi viver no Pará, então acredito que como tantas outras pessoas que estão fazendo o mesmo aí pelo Amapá.

Diário - Secretária, existe uma política aí no Ministério do Turismo que é a da regionalização do turismo, sendo que foram identificados 65 destinos indutores do turismo, entre os quais Macapá está incluída. O que se pode esperar dessa iniciativa?

Bel Mesquita - Olha, na verdade nós temos dentro do Ministério do Turismo várias visões. Os 65 destinos são importantíssimos para as cidades que foram escolhidas como destino e o ao redor, digamos assim, e o que tem de atrativo ao redor deste destino. Isso é muito importante. Mas tem outra coisa que devemos pensar também em conjunto, pois a região Norte tem que estar unida, com todos os seus Estados, para poder criar um circuito de visitas, de atrativos, de destinos. Isso, na verdade, faz com que todos nós tenhamos a idéia, a pretensão mesmo de tornar o Norte mais atrativo do que é.

Diário - Buscar soluções para problemas comuns a esses Estados da região?

Bel Mesquita - Isso para acontecer nós temos que sentar e discutir juntos. Então está aí, já é um desafio. Anteriormente já teve essas discussões, só que agora mudaram muito os secretários de Estado, alguns governadores, então nós temos que retomar essas discussões para inserir Macapá no contexto, Belém no contexto, Manaus se fortalecer e fazer uma emissão maior de turistas para todos os outros Estados. Isso é muito bom, reunir as forças políticas e as forças que querem que a nossa região crescendo atraindo turistas.

Diário - Aqui em nossa região foi lançado um roteiro que vai ao encontro disso que a senhora também defende, denominado Produto Combinado da Amazônia, que congrega atrair turistas para visitas ao Amapá, Guiana Francesa, Suriname, Pará e Amazonas. A senhora acredita que isso pode dar certo?

Bel Mesquita - Claro, mas nós não podemos discutir o turismo, principalmente em nossa região, sem discutir as rotas aéreas. Então se nós não temos um voo de Macapá para Manaus, por exemplo, e se Manaus não tem um voo direto para Rio Branco, ou para Boa Vista e tudo mais, como nós vamos fazer um circuito turístico na nossa região se vamos ter que ficar esperando 24 horas por outro avião? Você está me entendendo?

Diário - Com certeza, daí a senhora chamar a atenção para que os representantes políticos dos Estados se mobilizarem também, não é mesmo?
Bel Mesquita - Esse é o grande desafio, que é a discussão macro. Claro que dentro das cidades de cada um dos Estados vai ter que se discutir uma roteirização, mas nós temos que ter essa visão de conjunto e para isso nós temos que ter um aporte de forças, digamos assim, do Ministério do Turismo nas interfaces com outros Ministérios. É a questão aeroportuária, na questão dos aviões, na questão das estradas, como é o caso do Pará, que pode fazer um roteiro de transporte rodoviário para chegar ao Tocantins, para chegar ao Maranhão, mas não é fácil, é quase impossível fazer um roteiro para chegar ao Amapá, a não ser pelo Laranjal do Jari, por ali assim.

Diário - É, dá para ligar algumas cidades paraenses apenas...

Bel Mesquita - Para nós do Pará é muito delicado, é muito vazio digamos assim, essa distância, então nós temos que pensar juntos, nós não podemos pensar separados. Por falar nisso, nós tivemos já uma reunião esta semana, eu, a deputada Fátima Pelaes, que tem o maior interesse, pois ela já tem uma vivência grande no turismo aí no Amapá, então nós discutimos realmente em como incentivar o turismo nas cidades que não estão tão próximas assim de Macapá. Isso é possível também, principalmente no turismo de eventos e no turismo de aventura. Isso nós temos que ver juntos.

Diário - Mas voltando ao assunto das ligações aéreas, secretária, nós tivemos recentemente a volta da operação de um voo regular entre Macapá e Caiena, sendo que apesar de semanal, ele permite fazer uma conexão para Paris, sem a exigência de visto, o que de certa forma atravanca o incremento do turismo para a Guiana Francesa, a senhora concorda?

Bel Mesquita - Eu tenho certeza que sim, pois do mesmo jeito que vai fazer a ligação Caiena Paris, vai fazer de lá para Caiena e depois para o Brasil, isso é muito importante. É isso que eu chamo de roteirizar o nosso destino Macapá. Você sabe que eu estarei indo em breve aí, a convite da deputada Fátima Pelaes, pelo PMDB Mulher Nacional, e um dos aspectos que estão sendo discutidos e que será discutido na próxima Feira Mundial do Turismo, em Berlim, é a mulher assumindo postos de destaque dentro do turismo.

Diário - É o que se costuma chamar atualmente de empoderamento das mulheres, chegando também ao turismo?
Bel Mesquita - Exatamente. É muito fácil se ver mulher comandando uma agência, uma operadora, um hotel, uma pousada. De qualquer forma, o turismo está sendo uma fonte de desenvolvimento, de empoderamento da mulher e isso me faz muito feliz.
Diário - Bem, se a gente levar em consideração que aqui, no Fórum Estadual do Turismo, a maioria esmagadora dos representantes do trade é formada por mulheres. Mas na verdade existe uma mobilização do setor para que o turismo não seja apenas uma bandeira e sim uma realidade econômica importante...

Bel Mesquita - Olha, eu fico muito feliz, estou à disposição tenha certeza, que o Amapá é um estado que eu tenho muito carinho, estive aí já, já fui visitar a Cachoeira de Santo Antônio, eu acredito realmente que nós do Norte temos hoje a obrigação de compartilhar com os outros brasileiros as belezas que nós temos aí em nossa região tão querida. Mas para isso nós vamos ter que colocar a nossa boca no trombone, com a ajuda de você e de todos os outros jornalistas que atuam dentro dessa área de turismo, pois o turismo tem uma série de palavras que explicam como se forma essa engrenagem que faz o turismo funcionar. Mas para o turista, a viagem, a visita tem uma máxima também, que é a busca da felicidade e é para isso que nós estamos trabalhando no turismo, para que nós possamos trazer para o turista essa imagem que viajar é bom e trazer para o Brasil um aumento significante das divisas como contribuição da alegria do turista que está vindo ao Brasil conhecer o país e ao brasileiro que conheça todas as regiões e se sinta mais orgulhoso ainda de ser um brasileiro.


Perfil


Ana Isabel Mesquita de Oliveira, a nova secretária nacional de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo (MTur), gosta de ser chamada Bel Mesquita. Ela tem 58 anos e nasceu em Jundiaí (SP). Ela é professora, psicóloga social e especialista em Planejamento Estratégico Situacional e Ciências e Técnicas de Governo. Exerceu mandato de deputada federal pelo Estado do Pará entre 2007 e 2010. Também foi eleita prefeita de Parauapebas (PA) em 1997 e reeleita em 2004. Recebeu o prêmio Prefeito Empreendedor: Governador Mário Covas, concedido pelo SEBRAE em 2001, por aperfeiçoar e ampliar a produção de comunidades rurais, estimulando o emprego, a renda e a produção de alimentos.

José Sarney: A roda do mundo


Em duas áreas do mundo assistimos a História mover-se, sacudindo séculos de tradição, de costumes, de vida e de inércia. No Oriente Médio a convulsão, diferente de todas as passadas, que não mais mobiliza diretamente o povo, como nos tempos de Napoleão, e sim, pelas ondas invisíveis da internet — essa coisa diabólica que fundou uma nova era de comunicação de que não há caminho de volta — num chamamento que começa nas casas e transborda para as praças motivadas por idéias e não pessoas. No Extremo Oriente, China — que supera o Japão — e Índia convidam para entrar na disputa Coréia, Singapura, Tailândia e até os emergentes Vietnam e Miamar. Lembro duas personalidades que conheci, homens extraordinários, para mim profetas do que estou vendo. Deng Xiaoping, já velho, um pouco surdo, mas de uma expressão de personagem mitológica, a dizer-me que nós no ocidente não conhecíamos o tempo. Falou-me do futuro do mundo, tempos de paz, tempos de outra concepção, o fim dos sectarismos e a possibilidade da convivência de dois sistemas, o capitalista e o socialista. Não era para ele uma decisão voluntarista, mas a corrente do tempo, riachos cristalinos que carregavam os séculos. Eu o fitava, com seu dólmã dos velhos revolucionários, e não perdia uma palavra. Pegou na minha mão, com carinho, assim como se nossas mãos se entrelaçassem pelo lado, e me disse que o Brasil e a China tinham o destino de encontrar-se. Eu pedia relações estratégicas, ele respondia: “Só o tempo consolida confiança.” Agora vejo os olhos do mundo fixados na China e a competição tecnológica em plena efervescência. Ele já não vive, mas suas palavras não foram esquecidas. Lembro de Shimon Perez, quando não estava no governo, vinha de muitas derrotas e trazia marcas, na voz suave, de frustrações que não me contou. Mas ouvi dele uma exposição extraordinária sobre aquela área, sua visão do quanto o peso dos séculos, a marca religiosa, a saga do povo judeu pesavam nas decisões políticas. Ele tinha a consciência do sofrimento do povo palestino e da impotência de encontrar soluções, de achar o caminho das pedras. Era um humanista que me encantava com seus conhecimentos de literatura e, sobretudo, com o contraste, que nele vislumbrei, com a idéia que eu fazia de Ariel Sharon e Benjamin Netanyahu. Hoje, vejo o fogo do Oriente Médio, Israel vivendo um momento de apreensões com a mudança da política na área. Olho a China, brilhando, orgulhoso de ter conhecido Deng, esse transformador e Confúcio redivivo. Lembro Drummond: “Mundo mundo vasto mundo / se eu me chamasse Raimundo…” E quem chama-se Kadafi? .

José Sarney foi governador, deputado e senador pelo Maranhão, presidente da República, senador do Amapá por três mandatos consecutivos, presidente do Senado Federal por três vezes. Tudo isso, sempre eleito. São 55 anos de vida pública. É também acadêmico da Academia Brasileira de Letras (desde 1981) e da Academia das Ciências de Lisboa.

Bala Rocha defende criação de mais municípios


Uma das bandeiras do mandato do Deputado Federal Bala Rocha (PDT/AP), a criação de novos municípios, foi objeto de discurso do parlamentar nesta quinta-feira, 24, no Plenário da Câmara dos Deputados. O parlamentar acredita que a emancipação garante às regiões beneficiadas mais investimentos do setor privado, além da presença do setor público, com a instalação de órgãos públicos.
Ele pediu prioridade para a apreciação do Projeto de Lei complementar que regulamenta a Emenda Constitucional nº 15, de 1996, que versa sobre o assunto. Na ocasião, convocou os pares para unirem esforços e fortalecerem o pleito. “Como membro da Frente Parlamentar em Defesa da Regulamentação da EC 15/96, quero fazer o convite a todos os parlamentares que têm esse mesmo entendimento, para que possamos somar esforços a fim de deliberarmos de uma vez por todas sobre esse projeto de lei”, asseverou.
Bala Rocha defende a criação de novos municípios, como uma maneira de induzir o povoamento na Amazônia. “O desenvolvimento da região norte passa pelo aumento populacional e as futuras prefeituras contarão com verbas federais, o que fortalecerá a presença do Estado”.

Entenda o caso - Apesar de já constar na Constituição Federal, a Emenda Constitucional nº 15, de 1996, padece de Projeto de Lei complementar para regulamentá-la. Leia a íntegra da EC nº15:“A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei."

Com AL em paz, assessoria manda fotos sociais

A assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa envia algumas fotos de cunho "social" para publicação neste blog. Entre as imagens, reflexos de que as coisas por lá começam a entrar nos eixos e os ânimos estão desarmados.

Na primeira, os dirigentes maiores, deputado Moisés Souza (PSC), presidente da AL, com o deputadi Edinho Duarte (PMDB), primeiro-secretário, ao lado dos assessores que formam a diretoria administrativa da Casa. Na segunda, o corregedor da AL, deputado Paulo José (PR) ao lado da também deputada Sandra Ohana (PP).

Coluna Argumentos deste domingo





Sou jipeiro

Os associados do Jeep Clube de Macapá preparam a inauguração de uma página na web. Como diria aquele ve-lho adágio popular, “simpleszinha mas bonitinha”. Trata-se na verdade de um blog, destinado a reunir informações, textos, fotos e vídeos dos aventureiros desta carismática entidade social. O endereço é soujipeiro.blogspot.com.

Positivo e operante

O deputado estadual, Agnaldo Balieiro(PSB), que é cabo da PM, constrói uma agenda de conversações com membros da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Na reunião que teve com a diretoria da Asmeap, a Associação dos Servidores Militares do Amapá, o parlamentar ouviu as reivindicações da categoria. A entidade congrega 2,5 mil associados.

Mais recursos

O deputado federal Bala Rocha (PDT-AP) decidiu falar sobre sua nova tentativa de criar mais municípios. Segundo ele, o desenvolvimento da região norte passa pelo aumento populacional. “Além disso as futuras prefeituras contarão com verbas federais, o que fortalecerá a presença do Estado”, argumenta Bala.

Sem racha

O deputado estadual Keka Cantuária (PDT) disse ontem que não existe racha dentro do seu partido na Assembleia Legislativa. Explicou que apesar da maior bancada da Casa ter se dividido ao meio na eleição para a Mesa Diretora, agora as coisas tendem a se arrumar e os quatro parlamentares estarão unidos, e na oposição.

Aperto geral

Dito ontem pelo economista Antônio Teles Júnior, em entrevista na Diário FM, que os prefeitos e governadores devem apertar - ainda mais - os cintos, pois vem mais ajuste fiscal do governo federal. Segundo ele, as quedas nos repasses do FPM e PFE continuarão acontecendo. No orçamento doméstico também não é hora de contrair dívidas. Empréstimo só se for para pagar outros empréstimos segundo sua recomendação.

Estado de graça

Outra que falou no rádio foi a prefeita de Serra do Navio, Francimar Silva (PT), que explicou como andam os preparativos para a revitalização de alguns monumentos históricos da antiga vila, como o hospital, cinema, escola e centro comercial. Também falou da aparição na revista National Geographic e da homenagem do bloco “Metidos na Xexênia” em Macapá.

Grande
pedida


Hoje tem espetáculo de dança no Teatro das Baca-beiras, denominado Pai-xão, Amor e Sedução, da Companhia de Danças Princesa Isabel. O produtor e diretor é o abnegado professor Josenildo Júnior. Entre as talentosas bailarinas de sua trupe, estão também dois meninos de quatro e seis anos. Confira!

Estudar
dá nisso


Jornalista Marlon Miranda, que foi colega deste confrade, virou conceituado professor e também cientista. Depois de fazer seu Mestrado na América do Sul, acaba de ganhar bolsa para realizar pesquisa de seu Doutorado em Amsterdã, na Holanda. O tema do traba-lho é a fala de quem mora no quilombo do Curiaú.

Regra quebrada

No Brasil se costuma dizer que o ano só começa depois do Carnaval, certo? É, dizem, mas este ano a folia é no mês de março e os dois primeiros meses do ano já deram o que falar. Aqui no Amapá, por exemplo, a política iniciou 2011 fervendo diante de tanta confusão, já na ceri-mônia de posse dos novos parlamentares. Será que depois acalma?

Frase do dia

“Enquanto tiver diálogo não tem por que haver manifestação”

Do prefeito de Macapá, Roberto Góes, sobre ação de professores na porta da PMM


Futebol globalizado
É amigo todo mundo vê, mas existem incidentes terminotógicos bem curiosos ou mesmo engraçados. Esse da foto, é o goleiro Lukasz Merda, que atua na Cracóvia, tem Salvatore Bocchetti, Milton Caraglio, Marco Cassetti, Shinji Kagawa, José Porras, Bostjan Cesar, Luís Boa Morte, Joselito Vaca e Ciprian Marica. E as meninas Ana Buceta e Veronica Boquete.

Carta de Macapá

Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara Municipal, Rilton Amanajás (PSDB) e toda bancada de Vereadores, estará recebendo o Prefeito Roberto Góes (PDT) e seu Secretariado Municipal, para uma reunião durante toda a manhã, onde serão discutidos os principais problemas do Município, as questões orçamentárias da Prefeitura e Câmara, requerimentos e indicações que tramitam no Legislativo.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Coluna Argumentos





Mudanças

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), instalou, no começo da tarde de ontem, a Comissão da Reforma Política. Formada por 15 parlamentares, tendo como presidente o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), a comissão está encarregada de propor um anteprojeto com mudanças nos sistemas político e eleitoral brasileiro.

Mulheres lá

No poder. Não tem jeito amigos, elas estão podendo. Ontem, vimos duas mulheres tucujus alcançando mais dois postos relevantes na sociedade amapaense. A promotora de Justiça Ivana Cei foi anunciada como nova procuradora-geral de Justiça e a prefeita Euricélia Cardoso, de Laranjal do Jari, venceu a eleição para a Associação dos Municípios.

Uma agenda

Durante a sessão de instalação da Reforma Política, ontem, Sarney disse que a comissão terá o desafio de encontrar um caminho para que a representação no Parlamento seja não apenas legal, mas também legítima. Para tanto, os senadores deverão propor mudanças concretas no sistema eleitoral brasileiro. Tomara.

Muito calmo

O deputado estadual Dalto Martins (PMDB) mudou de estilo. Está mais tolerante e cortez. Ele está no meio de um turbilhão de ataques dos adversários nessa disputa interna da Assembleia Legislativa, com repercussão na mídia. Mas ele tem limitado-se a manifestar-se por notas oficiais distribuídas por sua assessoria. Quero ver quando decidir falar...

Boa pauta

O programa radiofônico Conexão Brasília, da Diário FM, prepara mais um bom debate. Trata-se da ameaça da volta da inflação e do fantasma da queda de arrecadação para Estados e Municípios. Para debater o tema foi convidado o economista Antônio Teles Júnior, que é Mestre em Gestão Financeira e consultor, que dará dicas também de orçamento doméstico.

Jornalismo

O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) esco-lheu o Brasil como o país por onde iniciar a divulgação do seu relatório anual para as Américas – “Ataques à imprensa em 2010”. Organizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), cujo presidente é Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo, reuniu jornalistas e advogados em São Paulo.

A força
da CEA

Vamos lembrar dos vários políticos eleitos com a força da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA)? Primeiro foi Antônio Pontes; depois Nilde Santiago, Sérgio Barcellos, Murilo Pinheiro, Lourival Frei-tas, Hélio Esteves, Joel Banha, Jonas Gemaque, além de muitos vereadores pelo interior. Mas isso tudo não resultou em ajuda para que a estatal saísse do “vermelho”. Pena.

Gargalos
da estatal

O ex-deputado estadual Jorge Salomão (DEM) talvez já tenha sido um dos mais áspe-ros e contundentes críticos do controle político da CEA. Uma vez ele chegou a acusar que os partidos que controlaram a estatal chegavam a fazer saques com o dinheiro que os clientes pagavam suas contas em trêileres de atendimento móvel. Mas gente que já trabalhou lá não acredita que isso ocorra...

QUEM É QUEM
Eis o time de parlamentares que terão a missão de produzir um dos mais relevantes projetos de lei no Congresso Nacional desde a volta das eleições diretas no Brasil. Trata-se da Reforma Política, que pode banir práticas repugnantes nas eleições

Dinheiro na conta

O gabinete do senador José Sarney (PMDB-AP) informa que, entre os dias 15/01 a 14/02/2011, o total liberado pela União, em convênios para o Amapá, foi de R$ R$ 18.721.327,00 (Dezoito milhões, setecentos e vinte e um mil, trezentos e vinte sete reais). Os recursos foram para os municípios de Laranjal do Jari, Macapá, Santana e Vitória do Jari. Vieram de vários ministério.

Humor

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ivana Cei é nomeada a nova Procuradora-Geral de Justiça

A promotora de Justiça Ivana Lucia Franco Cei foi nomeada pelo governador Camilo Capiberibe na noite desta segunda-feira, 21, para ocupar o cargo de procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Amapá. Ivana Cei recebeu 41 votos, tendo sido a mais votada dentre os que estavam na lista tríplice enviada ao governador no último dia 7, após eleição interna no MP-AP.
A procuradora-geral de Justiça nomeada é a segunda mulher a assumir a chefia do MP-AP. Dentre os compromissos assumidos ao longo da campanha estão o de dar continuidade ao trabalho de excelência executado pelos procuradores-gerais anteriores.

SERVIÇO:
Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Estado do Amapá
(96) 3198 1616. E-mail: asscom@mp.ap.gov.br

Prefeito Roberto Góes realiza visita ao TCE

Dando sequência às visitas aos Poderes constituídos o prefeito de Macapá, Roberto Góes acompanhado da primeira dama Sara Núbia, fez uma visita de cortesia ao Tribunal de Contas do Estado. Ele foi recebido pelo presidente, Regildo Salomão e pelo Corregedor, Conselheiro Manoel Dias, no gabinete da presidência.
Roberto Góes aproveitou a ocasião do encontro para acertar um auxílio do TCE, através do programa de qualificação, na capacitação na área administrativa e contábil para servidores do município. O prefeito ainda se colocou à disposição do tribunal para qualquer tipo de acompanhamento junto a PMM, por ser o tribunal de contas um órgão fiscalizador.

Coluna Argumentos





Assinaturas

Está nas ruas o abaixo-assinado do Movimento Ficha Limpa, que se propõe a depurar da política amapaense quem for “ficha suja”. Segundo os coordenadores, a idéia é levantar o máximo de informações possível e apoio po-pular para depois mostrar quem está impedido de disputar novas eleições. Eleitor esclarecido é bem melhor, claro.

Fé renovada

O padre Paulo Roberto, da Paróquia Jesus de Nazaré, teve que partir para usar a ginásio coberto da igreja para as celebrações conhecidas como “missa da cura”, que comanda todas as quintas-feiras. Eles seguem o movimento que o papa João Paulo II autorizou chamar de Renovação Carismática Católica. Os fiéis até levam as próprias cadeiras.

Deu azar

Mais uma investida do Ministério Público contra uma entidade que realiza sorteios no Estado. A empresa que administra o “Amapá dá Sorte” está na mira do MP, que exige comprovação de que a Aplub Capitalização recolhe mesmo para o meio ambiente ou se apenas vende cartelas de bingo. Empresa nega.

Impasse

Enquanto as atenções se voltam para o provável desfecho do impasse sobre as eleições na Assembléia Legislativa, amanhã, o presidente interino, Moisés Souza (PSC) embarca para Brasília. Vai ao XI Encontro do Colegiado dos Presidentes das Assembléias Legislativas, a ser aberto na quinta-feira. E se ele sofrer uma derrota no Tribunal de Justiça?

Pé no freio

O governador do Estado, Camilo Capiberibe (PSB) decidiu mandar retirar de pauta o projeto que autori-zaria a contratação sem concurso público de 2,5 mil servidores temporários. Segundo o ofício assinado pelo zeloso secretário da Casa Civil, Kelson Vaz, seria para reformular o texto, mas especula-se que seja prudência até a definição da Mesa Diretora da AL.

Repercussão

A coluna agradece ao jornalista Luiz Antônio Gomes, de Brasília, pela publicação diária das notas aqui postadas, no blog que o confrade pilota. É o blogamapa.blogspot.com, que congrega muita coisa interessante sobre a atuação dos parlamentares fede-rais do Amapá no Congresso Nacional. Luiz Antônio atua da assessoria de imprensa de José Sarney.

Repórter
amador


A briga pela audiência é boa também na televisão do Amapá. O mais interessante é que de uns tempos para cá as emissoras que antes recu-savam imagens feitas por cinegrafistas amadores alegando falta de qualidade, agora aceitam de tudo. Quem ganha é o teles-pectador. De luta de vale-tudo na penitenciária a acidentes de trânsito, tem até atoleiros na rodovia BR-156.

Bala um
twitteiro


O deputado federal Bala Rocha (PDT-AP) está tão afiado no uso do “twitter” que o colunista o encontrou ontem em Macapá e diante da primeira frase ele sacou o celular e começou a digitar algo. Pensei que era a resposta ao questionamento, mas na verdade era uma outra pessoa falando com ele. O parlamentar confirmou presença no Conexão Brasília de sábado.

FOTO INTEIRA
Atendendo a pedidos, eis a foto inteira de um grupo de políticos do Amapá em Oiapoque, nos anos 90. Leitores mandaram e-mails arriscando os nomes de quem faz pose no marco histórico na fronteira. Alguns personagens mudaram bastante, fisicamente...



Listão do Ifap

O Processo Seletivo 2011/1 do Instituto Federal do Amapá (Ifap) teve 492 aprovados, preenchendo mais de 94% das 520 vagas dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio. O listão foi publicado na manhã de ontem (21), no site www.ifap.edu. As matrículas serão realizadas nos dias 22 e 23 de fevereiro, em Macapá e Laranjal do Jari. Aulas começam dia 28.

Humor

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Faxinão da PMM chega ao Parque do Forte



Considerada um dos principais pontos turísticos de Macapá, a Fortaleza de São José de Macapá recebeu na manhã deste sábado (19) uma intervenção que integra um grande mutirão de limpeza, promovido pela Prefeitura Municipal de Macapá, por meio da Secretaria Municipal de Manutenção Urbanística (SEMUR). O trabalho das equipes, além de contemplar a limpeza da área externa e interna, se estende ainda para as ruas de entorno e complexo Turístico da Beira Rio.
A prefeitura manterá equipes realizando o trabalho de capina e limpeza do meio-fio. As ações estarão sendo desenvolvidas simultaneamente na cidade.
O secretário da SEMUR, Marcus Jucá, explica que a limpeza estará sendo feita nos locais onde a necessidade é mais urgente e faz um pedido a população. “Esperamos que todos compreendam a importância desse trabalho e colaborem para preservar a limpeza. Se cada morador se responsabilizar pela conservação do espaço em frente à sua propriedade, certamente teremos uma cidade com um visual bem mais agradável”, afirma secretário.
A Secretaria esta obedecendo a um cronograma, planejado pelo prefeito Roberto Góes com o objetivo de atender as necessidades da população. Ainda segundo Marcus Jucá o que ocorre é que devido às constantes chuvas, a demanda de serviços aumenta muito, principalmente com relação à capinação.
O objetivo da limpeza é melhorar as condições e eliminar pontos de proliferação de vetores causados por acúmulo de sedimentos.

ASCOM/PMM
Andréia Freitas

Deu no Gilberto Amaral






A Idade não tem limites

Morro de dar risadas quando leio ou ouço jornalistas renomados vituperando contra o presidente JOSÉ SARNEY por conta não apenas de sua idade, mas por sua longevidade no poder. Mas, qual a razão de meu gargalhar? É que esses coleguinhas mal-humorados e tendenciosos esquecem de olhar para nossa própria profissão, antes de emitirem seus comentários preconceituosos aos veteranos. Primeiro, vejo meu próprio caso. Se Sarney tem mais de 50 anos de vida política, eu tenho mais de 50 anos de vida jornalística. E exemplos de jornalistas longevos, ativos e competentes não são poucos: Roberto Marinho, o criador do império Globo, comandou suas empresas quase até os 90 anos. Adolpho Bloch foi outro, liderando seu grupo editorial e de televisão também até quase os 90 anos. O criador da rede Bandeirantes, João Saad, manteve-se na direção da empresa até os 80 anos. Sílvio Santos, comandante do grupo SBT também já ultrapassou a barreira dos oitenta, assim como o editor do Estadão, Ruy Mesquita, que continua brilhante aos 85 e nosso saudoso Octávio Frias, o criador do grupo Folha, que manteve sua ativa participação na empresa até além dos 90 anos. E o nosso sempre combativo Hélio Fernandes? Noventinha! Mino Carta, este continua firmíssimo, quase chegando aos 80 anos. Se sairmos do universo dos grandes dirigentes de empresas jornalísticas e entrarmos no mundo das redações, registramos que muitos dos mais brilhantes profissionais que ainda labutam também não são propriamente meninos. Com 50 ou mais anos de batalha temos muita gente de primeiríssima, como Alberto Dines, Paulo Henrique Amorim, Robert Appy, Joelmir Betting, Boris Casoy, Alexandre Garcia, Carlos Chagas, Villas-Boas Corrêa e Zuenir Ventura, entre outros. E com mais de 40 anos de profissão? Nomes de profissionais extraordinários, como Clovis Rossi, Ricardo Boechat, Carlos Alberto Sardenberg, Ricardo Kotscho, entre muitos outros e outras. Os jornalistas mais jovens devem pensar duas vezes antes de apontar a idade, a experiência como um defeito. Não devem também se irritar com o sucesso de quem quer que seja.

Gilberto Amaral

José Sarney: Uns tirinhos no Egito


Neste mundo globalizado, de informação em tempo real, o contágio e a imitação fazem com que nada fique isolado e tudo se propague, se expanda como um rastilho de fogo. A internet livre e sem fronteiras fez com que o desejo de sacudir o jugo dos domínios partisse da Tunísia para Egito, Argélia, Jordânia, Barein, Iêmen e agora Líbia. Não sendo profeta, apenas vejo que a Arábia Saudita é a próxima vítima ou protagonista.
Fiquemos no Egito. Napoleão, em frente das pirâmides e da esfinge de Guizé, não louvou seus milênios, mas apresentou-se e a seu Exército com a famosa frase: "Do alto dessas pirâmides, 40 séculos vos contemplam". Um país que vive a imortalidade dos séculos em seus monumentos mortuários, que já viu a decifração dos seus hieróglifos -a escrita mais bela feita pelo homem, com seus pássaros com os bicos ensinando a direção da leitura-, está vendo a internet com os olhos de quem passou por várias civilizações.
Mubarak sucedeu Sadat que sucedeu Nasser, que arrebatava corações e paixões.
Um Guevara da época. Jânio Quadros tinha em sua mesa no Planalto os retratos de Lincoln e de Nasser.
Eu fazia as manchetes num jornal do Maranhão. O jornal não era feito, acontecia. As matérias escritas eram compostas a mão nos tipos e montadas na página, para serem impressas. Página cheia ia para o prelo. Cabia-me separá-las e dizer aos leitores "segue na página tal".
Notícias internacionais vinham através de um rádio velho, ouvido com dificuldade por Clóvis Sena, grande jornalista, intelectual -como eu e Ferreira Gullar começando a vida- e que morreu na terça com as nossas saudades e lágrimas. No dia seguinte, o nosso concorrente dava a queda do rei Faruk, do Egito. Neiva Moreira vai a Clóvis Sena.
"Não houve nada internacional que desse o rádio na noite passada?" "Só uns tirinhos ali pelo Egito", disse-lhe Sena.
"Pois é, seu dorminhoco, nosso concorrente dá em manchete a queda do mais antigo governante da face da Terra, uma dinastia de 5.000 anos, nós não damos nada e você ainda me diz que foram uns tirinhos no Egito".
Estou com a experiência de Cony, quando desconfia da democracia que surge no Egito. Quem assume seu comando é o general Mohamed Tantawi, o melhor amigo de Mubarak, que, como "grande democrata", as primeiras coisas que faz é fechar o Congresso e acabar com a Constituição e os tribunais.
A internet, a maior alavanca da modernidade -Deus queira que eu esteja vendo fantasmas- vai ajudar, como Bush no Iraque, a implantar teocracias, e a Esfinge não decifra o labirinto mitológico que está pela frente. Sena talvez estivesse certo: mais uns tirinhos no Egito.

José Sarney foi deputado federal, presidente da República, senador pelo Maranhão e três mandatos consecutivos pelo Amapá. Cumpre o quarto mandato como presidente do Congresso Nacional e também é membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia de Letras e Ciências de Lisboa. Escreve às sexta-feiras no jornal Folha de São Paulo e aos domingos no Diário do Amapá

Coluna Argumentos






Em apuração

A Controladoria Geral da União, como é tradicional, escolheu por sorteio um município amapaense para uma grande fiscalização da aplicação de recursos federais. Entre janeiro de 2009 e março de 2010, a CGU fiscalizou a Prefeitura de Pedra Branca do Amapari, não comprovou gastos de quase R$ 800 mil, do Programa Saúde da Família (PSF).

Oposição

A ex-primeira-dama do Amapá, Marília Góes, atualmente deputada estadual, foi ao rádio ontem e concedeu uma entrevista aberta e franca. Falou dos bons e dos maus momentos da vida pública e marcou uma posição importante: estará na trincheira da oposição ao atual governo. “Mas será uma oposição sem denegrir a imagem de ninguém”, disse ela.

Entrevista

O deputado federal Evandro Milhomen (PC do B-AP) que esteve recentemente em Dakar, no Senegal, disse que as pessoas que viajam ao continente africano logo identificam as raízes da miscigenação que povoou o Brasil. “A elegria é a mesma”, disse o parlamentar, que também é sociólogo por formação e negro de nascimento.

Vaga de trampo

O Movimento Xingu Vivo para Sempre, sediado em Altamira (PA), e que engloba uma série de entidades que estão na luta contra a usina de Belo Monte, está precisando urgentemente de um jornalista para trabalhar na assessoria de imprensa. Contrato inicial de seis meses e salário em torno de R$ 2,5 mil. Precisa morar na cidade. Quem se habilita?

Despojamento

A coluna visitou ontem o ex-governador Waldez Góes. De bermuda, sandálias e o sorriso fácil, comandava os preparativos para o almoço em família. Por falar em almoço, chamou a atenção o comprimento da mesa da área de lazer, típica de quem tem sete filhos e um neto. O líder do PDT se mostrou sereno e atento aos acontecimento. Prepara novos voos.

Esforço concentrado

A coluna esclarece que a nota publicada ontem, sobre o fato de ter sido um soldado da PM quem localizou o bebê índio raptado da Maternidade não tira o mérito do trabalho em equipe que a Secretaria de Justiça e Segurança Pública puxou. As Polícia Civil, a Politec, a Militar e a Federal engajaram-se e trocaram informações e tudo isso levou a sociedade a estar atenta e disposta a colaborar. Então parabéns a todos.

Tropa
de luto


Depois que um tenente da PM matou um torcedor em plena rua, pregando uma peça na sociedade amapaense, eis que outro oficial, só que dos Bombeiros, ganhou páginas policiais ontem, mas do lado errado. Ele matou a própria esposa e depois cometeu suicídio. A gente sabe que isso independe da corporação que, aliás, seus integrantes vivem sob forte tensão.

Qualificação
profissional


A mineradora Anglo American sela parceria com a Prefeitura de Santana e o Instituto Semil e fazem o lançamento do programa Sementes da Liberdade, destinado à capacitação profissional no município de Santana. O evento ocorrerá na próxima segunda-feira, dia 21, às 18 horas, no Plenário da Câmara Municipal de Santana, na rua Ubaldo Figueira, ao lado da Praça Cívica.

Vê se reconhece?

Esta imagem foi parar num blog do Rio Grande do Sul. Ela mostra políticos do Amapá há quase vinte anos atrás. É isso mesmo, essa turma da foto já mudou bastante. Você seria capaz de reconhecer algum? Teste seus conhecimentos. A resposta embaixo.












João Capiberibe, Miltão, Maria Bezerra, Fran Júnior, Roberto Góes, Rosemiro Rocha, Júlio MIranda, Getúlio Mota, não identificado, Lucas Barreto e Waldez Góes.

Anab Monteiro: vereador estreante com bons propósitos


O vereador de Macapá Anab Monteiro (PSC), concedeu uma bela entrevista ontem ao nosso programa Conexão Brasília (Diário FM). Jovem, mas com uma visão realista da nossa cidade, falou com desenvoltura sobre seu primeiro mandato e suas observações sobre a cidade. Nascido e ainda morador do bairro Perpétuo Socorro, na verdade Cidade Nova, ele disse que o esporte é a principal forma de lazer daquela parte de Macapá, mas disse que a orla do Rio Amazonas precisa de melhor tratamento. "Eu não tenho coragem de entrar na água ali porque tem esgoto sendo jogado lá", disse o parlamentar.
Por falar em esporte, o vereador é autor de um projeto de lei que tem tudo para emplacar, que cria o programa Bolsa Atleta Tucuju. "O poder público tem que fazer a sua parte e ajudar que novos atletas sejam descobertos, pois temos muitos talentos enterrados em nossa cidade", avalia Monteiro.
Ele disse que apesar de estar propondo a ajuda pública no patrocínio para atletas e seus treinadores, acredita que a iniciativa privada também pode ajudar muito nessa questão. "Existe no Brasil uma Lei de Incentivo ao Esporte, que concede descontos para as empresas que investirem no esporte. É bom que as empresas se interessem e possam acessar este incentivo", disse Anab, que lembrou ter sido motivado pelo fato do Brasil sediar uma Copa do Mundo em 2014 e uma Olimpíada em 2016.

"Precisamos dar uma atenção especial à África”


EVANDRO MILHOMEN - A viagem recente à África vai pautar sua atuação parlamentar

O deputado federal Evandro Milhomen (PC do B-AP) esteve esta semana na cidade de Dakar, capital do Senegal, na África, onde participou do Fórum Social Mundial e voltou de lá com enormes contribuições para sua atuação parlamentar, como formulações para a política da inclusão social através da acessibilidade. Ele viu muitos mutilados por lá e acredita também que não se pode virar as costas para a enorme influência que a África deu para a formação do povo brasileiro, que disse ser nossa “pátria-mãe”. Sociólogo por formação, o parlamentar falou sobre detalhes de sua participação no evento, ocasião em que relata a história viva da escravidão, que tinha o Senegal como um dos maiores entrepostos para as Américas.


"É claro que a África tem hoje uma realidade totalmente diferente da nossa, mas o Brasil tem que cumprir efetivamente com o seu papel porque nós nos tornamos um dos países mais importantes deste mundo e temos uma tradição muito forte nesta relação com a África"


Diário do Amapá - Então deputado, o senhor foi ao continente africano participar do Fórum Social Mundial, em Dakar, no Senegal. Além dessa rica experiência já está refeito da diferença do fuso horário?

Evandro Milhomen - É, naturalmente, é confuso o fuso... (risos) Mas naturalmente é muito gratificante você ser convidado para participar do Fórum Social Mundial, como único deputado da Câmara Federal que esteve presente, com o senador Inácio Arruda pelo Senado. Foi extremamente importante, primeiro para conhecer um pouco da história do nosso país com a nossa pátria-mãe que é a África e essa relação que se construiu com o povo brasileiro, que na sua grande maioria é descendente de africanos, sejam eles os negros, sejam eles os judeus, afinal temos uma relação muito próxima. E nós, os árabes, temos que entender naquela relação de povos que estiveram no Fórum que há um clamor da África chamando a atenção do resto do mundo.

Diário - Chamando a atenção no sentido de quê, deputado?

Milhomen - Nós temos na África o continente mais antigo do mundo, onde começaram as civilizações, mas que vive problemas muito grandes hoje, do ponto de vista político, social, econômico e precisamos dar uma atenção especial, então entendo que o mundo precisa se voltar para a África porque há uma descompensação na realidade do Ocidente, com os países mais ricos e os africanos que foram colonizados, que foram vilipendiados pelos colonizadores, principalmente aqueles que levaram as riquezas minerais, aqueles que levaram a riqueza cultural dos seus povos, como a escravatura que aconteceu para a colonização das Américas.

Diário - E sobre o Senegal, como foi essa experiência em conhecer esse país?

Milhomen - É um país pequeno, com 12 milhões de habitantes. Sua capital Dakar tem 4 milhões de habitantes e eles é um reflexo de tudo aquilo que falei anteriormente. Imagine um país que só teve a sua independência consolidada em 1960, bem recente, portanto, cinqüenta anos, colonizado pela França, que sempre esteve presente naquele especo como colonizador, levando especialmente as riquezas minerais e sacrificando aquele povo. Esse é o espelho da África, em alguns casos a pobreza total e em outros a disputa pelo processo do poder econômico, o poder político, da ditadura militar, ou da consolidação daqueles que ainda distantes de lá continuam colonizando através de seus agentes políticos como tem acontecido. Mas o povo africano tem se rebelado com esses que governaram durante muito tempo.

Diário - E como o Brasil pode ajudar nessa discussão proposta pelo Fórum Social Mundial?

Milhomen - É claro que a África tem hoje uma realidade totalmente diferente da nossa, mas o Brasil tem que cumprir efetivamente com o seu papel porque nós nos tornamos um dos países mais importantes deste mundo e temos uma tradição muito forte nesta relação com a África. Mesmo que já tenhamos feito alguma coisa temos que fazer muito mais. Eu acho que o Brasil tem hoje um papel a cumprir na sua atividade social no mundo, um país que se desenvolveu economicamente, que tem uma certa consolidação e que a cada dia tem melhorado a condição de vida do seu povo precisa começar a olhar aqueles que nos deram essa pátria, formada por aqueles que vieram para cá de forma até grosseira, arrancados de sua pátria-mãe, do seu lar, para vir trabalhar forçosamente.

Diário - Lá no Senegal existem ainda hoje traços ou lembranças deste período em que os africanos de lá também atravessaram o oceano para a escravidão?

Milhomen - Sim, com certeza. Lá existe a ilha de Goré, por onde passaram 20 milhões de escravos nesses 400 anos de escravatura nas Américas. Desses 20 milhões, 6 milhões morreram no mar, jogados.

Diário - Essa ilha funcionava como uma espécie de entreposto para o embarque dos escravos, não é isso?

Milhomen - Era um entreposto sim, onde se concentravam os escravos lá e foi tão bem montado que você tinha lá as cadeias onde eles ficavam antes do embarque e tinham aqueles que iam para a engorda, como um animal, tinha onde ficavam as mulheres, a gestantes e ainda um lugar menor, chamado de buraco da tortura, para onde enfiavam os escravos que se rebelavam. A igreja cumpriu um papel muito importante para a consolidação da escravatura, pois foi ela que difundiu a idéia de que aquele povo não tinha alma, que não pensava, não tinha discernimento, porque eram povos tribais. Isso fez com que nós tivéssemos esse grande genocídio que foi o processo da escravatura.

Diário - A maneira com que o evento foi organizado o senhor diria que se propunha a levar os participantes a refletir sobre o que aquele período terrível da história da humanidade?

Milhomen - Com certeza. Nós tivemos os debates na universidade, com vários temas, levando em consideração a diversidade da sociedade mundial, como a liberdade sexual, da comunicação, da democracia, você ouvia os marroquinos organizados fazendo manifestação, grupos organizados que estavam discutindo aquela questão do presidente do Egito, então tinha manifestação cultural também, danças, mas também tinha o turismo do conhecimento.

Diário - Foi a ocasião em que o senhor conheceu a Ilha de Goré?

Milhomen - Isso, que foi o momento mais marcante. Ela fica a quinze minutos de Dakar, pelo mar, com o transporte sendo feito em grandes barcas que levam cerca de 400 pessoas e que estão sempre lotadas de turistas. A maioria das pessoas que estava participando do Fórum incluiu no seu roteiro a Ilha de Goré, porque pelo que dizem os estudiosos, quando se vai lá você sente nas costas 400 anos de escravatura, dada a realidade ainda viva com que tudo está retratado, com fotografias, os equipamentos de tortura, um monte de coisa. Foi um momento para você entender como tudo aconteceu.

Diário - Para a encerrarmos sobre essa viagem à África, sabemos que o senhor lançou dois olhares sobre o Senegal, um de sociólogo, claro, mas também como político, então a pergunta é como isso tudo pode contribuir para sua atuação parlamentar?

Milhomen - Olha, uma das coisas que eu vi e que tenho debatido no Congresso Nacional, com projetos na Câmara, é a questão dos portadores de necessidades especiais e os deficientes. O Senegal tem muita gente deficiente, mutiladas e a própria ONU (Organização das Nações Unidas) em seus estudos aponta que 10% da população sofrem de alguma deficiência. O Brasil tem mais de meio milhão de deficientes. Então fui para o Fórum Social Mundial praticamente com a preocupação de discutir esses dois temas, que foi esse e a questão da igualdade racial, por conta do Estatuto que nós aprovamos na Câmara dos Deputados. Embora lá nos não tenhamos tal discriminação da cor da pele, mas nós temos s discriminação na questão das castas que estão pautadas dentro do estado africano, o que acaba sendo uma questão se certa forma ligada ao racismo.

Diário - O que o senhor pensa em fazer com relação a essa questão das políticas de acessibilidade?

Milhomen - Nós precisamos lançar um olhar diferenciado sobre essas pessoas que estão privadas de seus direitos sociais, que não conseguem acessar a educação porque não tem salas adequadas para que elas possam participar, não tem equipamentos de leituras ou de escrita para que essas pessoas possam estudar, não podem acessar a um teatro ou a um cinema adequadamente, acessar a um show ou simplesmente atravessar uma rua por não estar devidamente adequada para eles, com sinalização e tudo mais, então a questão da inclusão passa pela política da acessibilidade, de entender as diferenças que existem na sociedade e pautar isso como prioridade, pois assim você vai modificando a sociedade. Quando cada segmento da sociedade tem um problema e você vai avançando nas soluções, é um problema a menos e assim a sociedade vai se tornando mais feliz.

Perfil do entrevistado

O amapaense Evandro Costa Milhomen nasceu em Macapá no dia 21 de abril de 1962, é casado, formado em Sociologia pela Universidade Federal do Pará (1991). Foi Diretor Municipal de Ação Comunitária, 1990-1994, e Secretário substituto, 1992, Secretaria Municipal de Ação Comunitária, Secretário substituto da Secretaria do Trabalho e Cidadania do Estado do Amapá, 1995; Diretor do Sistema Nacional de Empregos do Amapá, Macapá, 1995-1996. Foi vereador de Macapá (1997 a 1999); eleito deputado federal 1999-2003, sendo reeleito para o período de 2003-2007; Nova recondução para o período de 2007-2011, sendo novamente vencedor para o quarto mandato no ano passado.

Comunicação da Câmara tem novos contatos





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Assessora de Comunicação Social/CMM

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