domingo, 27 de fevereiro de 2011

Jipeiros "recomendam" passeio à Serra do Navio

Saiu no blog oficial do Jeep Clube de Macapá matéria muito bem construída para recomendar um passeio à bucólica cidade de Serra do Navio. O título é "Eis 20 motivos para ir à Serra do Navio". O endereço do sítio é http://soujipeiro.blogspot.com.

Confira abaixo a reprodução da reportagem.

Nos anos 70 e 80 qualquer estudante ouviu falar na pequena vila de Serra do Navio, na região Centro-Oeste do Amapá. O lugar figurava nos livros de geografia como uma das maiores jazidas de minério de manganês do país. Modelo de urbanização, de saneamento, de gestão de recursos humanos e de qualidade de vida de seus moradores, a Serra do Navio acaba de ser tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) e deverá passar por uma revitalização.
Todo jipeiro que se preza já visitou as estradas de terra e as trilhas daquilo que outrora dava acesso às minas que naquela época, eram usadas por veículos fora-de-estrada ou picapes 4x4. Quem ainda não foi lá é bom incluir na sua planilha, no painel de seu possante, especialmente se fizer um dia de chuva. É que a estrada vai ficar irada, escorregadia, um prato cheio para testar a versatilidade de seu bruto. Ah, as mamães não gostaram da chuva? Liga não, pois lá, assim como em muitas cidades amazônicas, logo pára de chover e aí tem um monte de opção de lazer.
O blog listou vinte motivos para que um ou mais jipeiros possam rumar para a “cidade-alta”, ou “terra do manganês”. Para sentir o clima do que estamos falando, sabe o que está escrito na placa de boas vindas na entrada da cidade? “SORRIA! BEM VINDO A SERRA DO NAVIO, LUGAR DE GENTE FELIZ”.

1. Clima de montanha
Falei em cidade alta, não foi? Na vila de Serra do Navio basta amanhecer o dia para que o turista logo observe que o clima é de montanha mesmo. Tem sempre uma serração (ou neblina) encobrindo a paisagem, principalmente se tiver chovido na noite anterior. Os carros ficam cobertos por uma camada fina e branca de uma garoazinha.



2. Torre
Trata-se da mais alta montanha da região em que se pode chegar dirigindo um carro. Aliás, atualmente, diante da falta de atividade industrial por lá, o antigo parque de comunicação da mineradora Icomi está bem largado e só com tração nas quatro é possível subir a trilha. Ainda é possível usar o mirante que dá uma vista maravilhosa do lugar. Tem ainda um heliporto com o “I” da empresa, torres, radares, casa de força e cabos de sustentação. Se o GPS do seu carro estiver ligado, vai marcar 384 metros de altitude em relação ao nível do mar.

3. Cidade urbanizada
Com pouco mais de 3,7 mil habitantes, a Vila Serra do Navio foi projetada pelo arquiteto brasileiro Oswaldo Bratke para abrigar os trabalhadores da Indústria e Comércio de Minério – Icomi. A idéia era que a cidade privada fosse alto-suficiente em quase tudo. Tinha cinema, supermercado, lojas, clubes sociais, escola, piscinas e balneários. A empresa começou a preparar sua saída e o lugar virou município. Ganhou novos moradores e começou a perder a identidade. Ameaçada de virar uma cidade fantasma, ganhou novo fôlego com a instalação de novas empresas e, mais recentemente, com o tombamento pelo Iphan.

4. Casas têm telas
Tudo bem que a vila já não é mais aquele modelo de saneamento do passado, quando não se via mosca nem pernilongos, mas tem uma característica original das casas da Icomi que os moradores preservam até hoje – e até ampliaram – que é a instalação de telas nas janelas, portas e até nas varandas, como essa da casa da foto.


5. Banho no Cachaço
Calma, não escrevi errado e nem sou nenhum pinguço não. Cachaço é o nome deste igarapé maravilhoso que tem uma água gelada, uma natureza intocada e a Pousada Borboleta, onde se come uma caldeirada de filhote divina. A garotada pode fazer de tudo, de uma peladinha na grama a “tentar” andar de canoa. O acesso se dá pegando um ramal à esquerda antes de chegar na ponte de concreto sobre o rio Amapari, praticamente o portão de entrada de Serra do Navio. No caminho até o balneário é possível encontrar chácaras e sítios que sempre tem alguma coisinha para vender, como mel de abelha, pupunha, cupuaçu e até pão caseiro. (hum...)

6. Pedra Preta
Este é o nome do mais tradicional balneário de Serra do Navio. Era lá que se organizava a maior festa de final de ano, a Festa da Mina, que marcava o início das férias coletivas. Amigo, naquele tempo o churrasco era farto e a cerveja no balde, tudo de graça. Hoje em dia existem algumas casas por lá, mas ainda tem muito espaço para o lazer e a diversão. Claro, tem a parte mais larga do rio Amapari, onde o banho é divino. Só tem que tomar cuidado com a correnteza e as pedras no fundo. Por falar nelas, entre outubro e dezembro o nível das águas baixa bastante e dá para ficar se tostando sobre as pedras maiores.

7. Futebol na lama
Se jipeiro gosta de lama, filho (ou sobrinho) de piloto também adora pisar na argila. Dá uma olhada nessa nova modalidade de futebol na lama. É garantia de muita gargalhada e videocassetadas daquelas...


8. Nativos amigos
Toda a exuberância do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, que praticamente inicia em Serra do Navio, inspira a garotada a fantasiar-se de índio waiãpi, com direito a arco e fecha e tudo mais. Esse “nativo” da foto é meu filho Bruno, de 10 anos.





9. Água Fria
Para muita gente a viagem à Serra do Navio pode significar uma “iniciação” em banho de rio com água fria, aliás, gelada amigo. Tem até um balneário com esse nome, o “Água Fria”, que na verdade fica a 13 quilômetros de Serra do Navio, mas pertence ao visinho município de Pedra Branca do Amapari. Até a pequena Bruna, de um aninho, encarou um banho lá ao lado do irmão, olha só.


10. Manganês
A terra do manganês não poderia deixar de render uma homenagem a esse mineral que deu fama ao lugar. Na praça central da cidade existe uma pedra gigante de manganês e quem vai lá não deixa de tirar uma foto em frente ao “monumento”.






11. Pôr-do-sol
É um dos mais lindos do mundo... (nasci lá, fazer o quê). Na verdade por ser um lugar mais alto, escurece mais cedo lá. Essa foto, tirada por volta das 18h30 mostra que a noite se aproximava e o frio logo iria chegar.




12. Lagoa Azul
Muitas das minas abandonadas da Icomi foram inundadas por água pura, mineral dizem. Essa era a mina T-20 e como as máquinas cavaram muito fundo em busca do minério, alcançaram lençóis freáticos a mais de 40 metros de profundidade. O banho é delicioso, apesar de amedrontar muita gente que vê o fundo muito distante.

13. Mirantes
Em algumas montanhas os organizadores tiveram a preocupação de instalar mirantes como este na Torre, de onde se vê que Deus foi generoso com essa região.




14. Lama
Como a maioria dos passeios é feita por estrada de terra, quando chove aparecem “pistas” para os jipeiros praticarem suas habilidades. Este “zerinho” feito com o jipe Mahindra, mostra que nem sempre chuva é sinônimo de final de brincadeira.


15. Passeio de trem
Se por acaso você tiver alguém na comitiva que não gosta dos solavancos da viagem pela estrada de chão, dê a essa pessoa a opção de ir de Macapá a Serra do Navio de trem. Não tem buraco, claro, e o visual é maravilhoso. Os trens saem pela manhã às segundas, quartas e sextas-feiras, da estação em Santana.

16. Memória
Em muitos lugares de Serra do Navio é possível viajar na história e recordar dos áureos tempos da lavra de minério e do quanto representou para muita gente fazer parte de uma empresa de ponta. Aliás, muita gente conta que só teve uma assinatura na carteira de trabalho. Mas essa relíquia da foto, apesar de ter feito incontáveis viagens à Serra, está no quilômetro zero da Estrada de Ferro do Amapá (EFA), em Santana. Era uma velha ambulância Chevrollett que podia andar na terra ou sobre os trilhos.

17. História
Ir à Serra do Navio é um mergulho na história da ocupação da Amazônia. Nesta imagem aérea feita nos tempos em que a cidade faturava milhões de dólares para o poderoso Grupo Caemi, do megaempresário Augusto Antunes.

18. Alojamento CCH
Se a estrutura das casas era um convite a uma vida tranqüila para as famílias de funcionários da mineradora Icomi, os solteiros não focavam por baixo. Na verdade ficavam “em cima”. É que os técnicos de nível médio e superior moravam na vila administativa denominada “Staff”, que tinha desde piscinas a saunas, passando por quadra de tênis e pista de boliche. Os caras estavam “podendo”.

19. Trilhas a pé
Se os jipeiros adoram a Serra, que o digam os turistas de aventura, do tipo mochileiros. Existem inúmeras trilhas a serem percorridas. O lugar também é disputado por muitos jornalistas, como esse cinegrafista da foto, que escalou uma pilha de minério de manganês estocado na área industrial atrás de uma boa tomada.

20. Celebridades
Além do editor deste blog, que não é lá grande coisa, tem gente famosa que nasceu na Serra do Navio, sabia? Esta jornalista da foto é a Flávia Freire, que foi garota do tempo da Rede Globo e que atualmente está apresentando o Esporte na Record. Tem ainda a vocalista da banda Pato Fu, a bela Fernanda Takai.
Além delas, tem o ex-presidente da OAB-AP, Washington Caldas, o deputado estadual Manoel Brasil, a ex-primeira-dama do Amapá, Janete Capiberibe, entre outras personalidades.

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