domingo, 22 de junho de 2014

DA ÁFRICA PARA A AMAZÔNIA: A saga da Mazagão dos amapaenses

TURISMO / Uma das principais atrações históricas e turísticas  do Amapá, a bucólica Vila de Mazagão desnudada como um dos destinos turísticos do interior do Amapá

A tradicional Festa de São Tiago, em Mazagão, retrata a cada ano as batalhas entre Mouros e Cristãos, um mergulho na curiosa história de como foram povoados essas localidades insólitas na Amazônia.
Cleber Barbosa
Editor de Turismo

Com população originariamente descendente da África e de Portugal, Mazagão é uma das mais importantes cidades no contexto histórico do estado do Amapá. A poucos quilômetros de Macapá aproximadamente 35 km, a paisagem atrai os amantes da natureza e as águas dos rios que cortam o município atraem para um banho refrescante ao som dos pássaros que povoam as matas. No próximo mês, acontecem lá duas das maiores festividades católicas de região, a Festa de N.S. da Piedade e a Festa de São Tiago, que arrastam multidões para o lugar.

História - Sua criação se deu por volta de 1770, às margens do rio Mutuacá por famílias que, em 7 de junho, foram transferidas da possessão portuguesa Mazagão em Marrocos para Belém do Pará e depois para “Vila Nova de Mazagão” criada em 23 de Janeiro de 1770, hoje Mazagão Velho.
 Do total de 340 famílias, algumas com escravos, que chegaram à cidade de Belém em 1770 e em 1773 foram para Nova Mazagão. Nem todas seguiram o mesmo destino, algumas ficaram na capital paraense e em cidades do interior descumprindo a ordem inicial de se fixarem na nova povoação. Somente 136 famílias chegaram ao destino final, segundo Edgar Rodrigues, historiador.
Júnia Ferreira Furtado, professora do Departamento e Programa de Pós-graduação em História da UFMG diz que a saída das famílias de portugueses e dos seus escravos, da Mazagão africana, deu-se em conseqüência da situação de conflito vivida entre cristãos e mouros (islamitas), das terras inférteis e sob a justificativa portuguesa do uti possidetis – o direito de posse a quem efetivamente tiver povoado –, o que garantiria o efetivo domínio português das terras entre o norte do rio Amazonas e a Guiana Francesa. Assim, Portugal teria a obrigação do povoar todos cantos do Brasil para continuar a sua soberania na posse das terras “descobertas”.

Emancipação - Em 1833, Nova Mazagão perde o seu status inicial de vila retornando à condição de povoado com a denominação de Regeneração, subordinado administrativamente à Macapá. Já em 1890 é criado o município de Mazagão através da Lei 226 de 28 de novembro, com os distritos de Mazagão Velho (antiga Vila Nova de Mazagão e povoado de Regeneração), Maracá e Carvão; limitado pelos municípios de Santana, Porto Grande, Pedra Branca do Amapari, Laranjal do Jari e Vitória do Jari.

Pesquisa e fotos: Dércio Damasceno

A vida que segue com a produção extrativista

As formas de subsistência predominantes em Mazagão são o extrativismo e agricultura, existem no município vários projetos de manejo do açaí, coleta e beneficiamento de Castanha-do-Brasil e piscicultura, mas, também há ocorrência de artesanato e marchetaria envolvendo comunidades das zonas rural e urbana. Em Mazagão o turismo religioso é marcante principalmente durante o mês de julho, quando acontecem as festividades de São Tiago onde ocorrem encenações de batalhas travadas entre Mouros e Cristãos com destaque para a aparição de um soldado que, segundo a lenda, destacou-se na batalha levando os cristãos à vitória, esse soldado seria o santo padroeiro da cidade: São Tiago.
A festa da piedade é outra manifestação religiosa que atrai muitos turistas, pois, ela ocorre a partir do dia 26 de junho se estendendo até início de julho sendo replicada nos distritos e comunidades. De 16 a 24 de agosto a população mazaganense também realiza a festa do Divino Espirito Santo em que o destaque da comemoração, no seu segmento profano, são as apresentações de Marabaixo, dança típica do estado do Amapá, regadas à gengibirra, uma bebida produzida com raiz de gengibre e cachaça.

Bons motivos para visitar a bucólica vila de Mazagão para os turistas

Como chegar - Para se chegar à Mazagão, sede do município e demais distritos, Mazagão velho, Carvão e Maracá partem vans e micro ônibus do centro de Macapá com preços a partir de seis reais. As viagens duram em torno de 45 minutos.

Onde ficar - No centro de Mazagão há hotéis e pousadas com diárias individuais a partir de 50 reais, incluindo café da manhã. No distrito de Mazagão Velho também há pousadas, área de acampamento e residências familiares que hospedam os visitantes para as festividades de São Tiago. As mais humildes custam por volta de 30 reais a diária e as mais sofisticadas 70 reais por pessoa.

O que comer - No café da manhã sempre se encontra tapioquinha com manteiga, queijo e outras variedades; pão caseiro e macaxeira cozida. No almoço e jantar prato típico local é o Camarão-no-bafo que pode ser o regional (Macrobrachium amazonicm) ou o Camarão Pitú (Macrobrachium carcinus), mas, também várias espécies de peixes são servidas, principalmente o pirarucu (Arapaima gigas), dourada (Sparus aurata) e pescada amarela (Cynoscion acoupa). O custo do café da manhã pode sair a partir de 2 reais e as refeições de 8 a 60 reais dependendo do preparo e tipo de alimento.

Arqueologia - Outra atração, mas, ainda com pouca visitação são os sítios arqueológicos onde é possível se encontrar artefatos de civilizações antigas, no distrito do Maracá, e as ruínas das antigas edificações do princípio da Vila Nova de Mazagão, também no cemitério e na velha igreja.

CURIOSIDADES

- A origem da toponímia "Mazagão" é controversa. João de Sousa afirma que o nome provem da expressão em língua árabe "El ma Skhoun", com o sentido de "água quente"
- A versão mais plausível é que o nome seja de origem berbere uma vez que se encontra registado pelo geógrafo Muhammad Al-Idrisi, no século XI, o nome original pronunciado como "Mazergan" com o significado de "amolar".

1770
Este foi o ano do início do povoamento da Vila de Mazagão Velho, que originou aquela comunidade.

CARTÃO-POSTAL

“Infelizmente a gente tem vergonha das nossas cidades porque não têm infra-estrutura nenhuma”

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Genival Cruz. Para o sindicalista, a pré-candidatura do PSTU será o contraponto para a alternância de poder no AP
Ele continua com a habitual contundência ao criticar os governantes e os poderosos. Mas ao longo dos últimos anos, quando disputou uma eleição para prefeito e outra para governador, Genival Cruz também tem se mostrado muito além dos bordões característicos do PSTU, como as famosas “farinha do mesmo saco” ou “contra burguês vote 16”. Ele é, no mínimo, autêntico. Tem propostas como a municipalização das empresas de transporte coletivo, setor que ele conhece bem, afinal é líder dos rodoviários. Mas pensa em levar o mesmo conceito para a eleição estadual, defendendo a transformação de empresas em organismos públicos. Ele foi ontem à sabatina dos pré -candidatos a governador do Conexão Brasília, no rádio. Um resumo do que disse, a seguir.

Cleber Barbosa
Da Redação

Diário do Amapá – O senhor é natural de qual estado?
Genival Cruz – Do Maranhão, sou de Caxias, na região dos cocais, já perto de Teresina, no Piauí.
Diário – E está aqui no Amapá desde quando?
Genival – Desde 1999, vim para trabalhar como rodoviário aqui em Macapá.

Diário – Aqui existe uma grande colônia de maranhenses, não é mesmo?
Genival – Sim, não só aqui como em todo o Brasil e na América Latina toda, pois há uma migração muito grande lá e eu sou um reflexo disso.

Diário – No bairro do Zerão há inclusive uma reunião de maranhenses que reeditaram até a tradição do boi bumbá do Maranhão, não é mesmo?
Genival – Exatamente, a cultura do boi bumbá está presente na região e também foi levada para Manaus e o Amazonas de maneira geral. O primeiro governador do estado do Amazonas foi maranhense que levou essa cultura para lá e se desenvolveu com a fusão do boi bumbá com as culturas indígenas, transformando-se no Festival de Parintins. Em São Luís o boi bumbá é muito forte e uma festa muito bonita, mesmo.

Diário – E nessa atuação sua como rodoviário acabou se tornando popular, passou a presidente do sindicato e daí para a política partidária, filiado ao PSTU. É isso?
Genival – É, estou no PSTU desde 2002. Tive a oportunidade de conhecer o partido, suas ideias, seus princípios e a gente vem construindo desde lá essa ferramenta aqui no Amapá como também no Brasil de maneira geral.

Diário – Quem são os principais quadros do PSTU em nível nacional?
Genival – São vários, mas um dos principais é o companheiro Zé Maria, que inclusive é o nosso candidato a Presidente da República, um metalúrgico, um operário que vai estar apresentando o programa do partido nessas eleições. Mas nós temos dois parlamentares também, o companheiro Kleber, um operário da construção civil que é vereador em Belém, e temos a professora Amanda Gurgel que foi eleita na última eleição vereadora de Natal.

Diário – O que o senhor e seu partido pensam em termos de discussão a ser travada nessas eleições sobre a contribuição do comércio para a economia do estado?
Genival – Olha, obviamente que a gente não pode fugir do debate. O crescimento do ponto de vista econômico do estado, é óbvio, naturalmente as coisas vão acontecer. O que na realidade falta hoje para o nosso estado são investimentos que possam dar e garantir a qualidade de vida necessária para a população, que não tem, entendeu? O setor do comércio e praticamente todos os setores aqui do estado estão totalmente falidos e quebrados. Fruto de um modelo de política implementado há mais de 20 anos pelas famílias que vêm se revezando no poder já há um bom tempo, os Góes, os Capiberibe e mais outras famílias que no período de eleição aparecem como alternativa, fazendo propaganda, não digo programa, mas sim propagandas mentirosas e falsas. Não conseguem realizar aquilo que prometem.

Diário – Quais são os maiores problemas?
Genival – Problema crônico da segurança, problema crônico na saúde, problemas na educação, são exemplos categóricos, nem precisa ser um especialista para dizer isso, pois a gente sente isso na pele, no dia a dia.

Diário – Já que estamos na área econômica, o que o senhor pensa sobre a substituição tributária, tão criticada aqui no Amapá pelos empreendedores?
Genival – Como, não entendi?

Diário – Esse modelo de antecipação da tributação das empresas.
Genival – Olha, na realidade o que entendemos do ponto de vista de tributos é que a tributação no país ela é injusta para quem é pobre, certo? Ela é muito injusta. Ou seja, a mesma cesta básica que a gente compra e paga imposto pra caramba, é a mesma cesta básica que o maior empresário aqui do estado compra, então você vê que há uma diferença muito grande, pois quem banca a tributação no país não é quem tem grana, é quem não tem. E que é penalizado por isso. É preciso fazer uma reforma tributária no país.

Diário – Que leve essa divisão de forma invertida, é isso?
Genival – Sim, pois na prática a gente vê que o orçamento do país onde 40,3% vai para o pagamento da dívida e amortizações dos juros, o resto vai para as políticas públicas, sendo 3,7% para a educação, 4,29% para a saúde. Isso é priorizar as áreas sociais? Eu acho que não. A demanda é muito maior. É por isso que não tem uma educação de qualidade, é por isso que não temos uma saúde de qualidade. É por isso que não se tem nada, como investimentos em infraestrutura que possam melhorar as nossas cidades, o nosso país.

Diário – Uma pergunta recorrente que as pessoas fazem é sobre quadros do PSTU que poderiam atuar no governo, em caso de vitória nas urnas. Como o senhor encara isso?
Genival – É, essa é uma pergunta que gera dúvidas, se o PSTU é capaz de administrar o Estado. Mas temos sim quadros tanto dentro do partido como também da população de maneira geral. Eu não tenho mede de, se por exemplo, chegar a ganhar o Governo do Estado, ter dificuldade de administrar, isso daí não tem problema. Com o apoio da população e o voto, que de fato é isso mesmo, não teremos problemas em estar administrando a máquina pública.

Diário – Por falar em máquina pública uma de suas propostas mais emblemáticas na campanha para prefeito foi a de municipalizar as empresas do transporte coletivo. Pensa da mesma forma com relação a empresas como a Caesa e a CEA?
Genival – Passa por aí também. Entendo que o transporte público deveria ser tratado da mesma forma que a saúde e a educação, daí o acesso à água e à energia, em relação a CEA e a Caesa, é um direito do cidadão, que está sendo da mesma forma que a Petrobras, que é um patrimônio dos brasileiros, está sendo entregue para a iniciativa privada. Aqui acontece a mesma coisa. O discurso tem que ser coerente do ponto de vista de atendimento à população dessas necessidades.

Diário – Com relação ao turismo, o que o senhor tem pensado em relação às mais de 50 atividades impactadas pelo turismo?
Genival – Eu já me considero amapaense e acho que não tem lugar melhor para se vier do que aqui. Para mim é o melhor lugar do mundo. Eu sempre digo que prefiro as florestas do estado do Amapá do que os prédios de São Paulo... [risos] Mas hoje infelizmente a gente tem vergonha das nossas cidades porque não tem infraestrutura nenhuma. E se você não ajeitar a sua casa você não tem como receber ninguém. Potencial nós temos muito, somos o estado mais preservado do pais e riquezas insuperáveis e uma capital que se receber os investimentos adequados poderá se transformar num grande polo atrativo de turismo.


Diário – Para terminar, que nota o senhor atribui à atual administração estadual, de Camilo Capiberibe?
Genival – Não é novidade para ninguém, é uma administração péssima. O PSB caiu numa incoerência muito grande na eleição passada, dizendo que dinheiro não era problema, que dinheiro tinha faltava era gestão. Então ele está terminando a gestão dele de forma incompetente, então uma nota para o governador Camilo e o PSB é no máximo 2. Ocorre que o modelo da gestão do PSB é baseado nas gestões passadas, pois estão há muito tempo no poder.

Perfil...

Entrevistado. Genival Cruz tem 35 anos de idade, nasceu na cidade de Caxias, no interior do Maranhão. Mudou-se para o Amapá há 12 anos, passando a atuar como cobrador e depois motorista de ônibus. Tornou-se uma liderança da categoria e atualmente preside o Sindicato dos Rodoviários. Pousco depois entrou para a política partidária, filiando-se ao PSTY. Disputou a eleição para governador do Estado em 2010 e depois a eleição para prefeito de Macapá, em 2012, obtendo 6,5 mil votos e uma honrosa quarta colocação, numa eleição com cinco candidatos, todos com mandatos eletivos. No mês passado se desincompatibilizou da direção sindical pois disputará o direito de concorrer novamente a governador nas convenções do PSTU dia 27.

Coluna Argumentos, sábado, dia 21 de junho de 2014.

Luto

A deputada Fátima Pelaes (PMDB) perdeu ontem seu padrasto, Raimundo Esteves da Silva Neto, mais conhecido como seu Raimundinho. A parlamentar o tinha como seu verdadeiro pai e ficou bastante abalada com a notícia. A coluna empresta sua solidariedade.

Páreo

O promotor de Justiça aposentado Moisés Rivaldo (PEN) disse ontem que segue com sua pré-candidatura a governador do Estado. Mas admite ser bastante cortejado para conversações e articulações. Tá na pista.

Viagem

Outro governamentável, Jonas Pinheiro, desembarca hoje em Brasília para um tête-a-tête com Daniel Tourinho, presidente nacional do PTC. Em pauta a destituição da comissão provisória da legenda no Amapá.

Rumo

Falando à coluna, Jonas disse que o fato de sair da presidência regional do PTC não significa dizer que sua pré-candidatura será implodida. Mesmo que seja, diz que participa do pleito deste ano.

Política

A confirmação da visita da presidente Dilma (PT) ao Amapá na semana que vem traz ainda um ‘plus’ para apolítica partidária. É certo que ela terá encontros políticos também por aqui. É esperar.

Mineração
O Amapá está muito próximo de uma boa notícia: a volta da mineradora Icomi ao mercado de manganês. Há grandes potências internacionais dando o suporte para a reabertura das minas em Serra do Navio. Seria uma redenção econômica para lá.

Reforço
A deputada federal Dalva Figueiredo (PT) confirmou uma emenda no valor de R$ 400 mil reais para o fortalecimento do Procon-AP. Garante aquisição de uma van itinerante, que vai rodar pelas ruas e avenidas da cidade na defesa dos direitos do consumidor. 

Tour

A coluna dá uma dica ao prefeito Clécio (PSol). Amigo, dê uma passada na zona norte de Macapá, entre pela principal rua do Infraero 2 e saia pela principal via do bairro Açaí. Não vá depois de almoçar, pois poderá enjoar na viagem devido a ‘turbulências’ provocadas pela buraqueira. É sério prefeito! Aquilo está em petição de miséria. População de lá agradece.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Deputado critica a deficiência em saneamento básico em Macapá

O presidente da Assembleia Legislativa do Amapá (ALAP) deputado Junior Favacho (PMDB), requereu à Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), durante sessão plenária, providências no sentido da implantação de rede coletora de esgoto sanitário para atender a população da Avenida Bem Hur Correa Alves, bairro Congós, em Macapá. A proposição de Favacho foi aprovada pela unanimidade dos deputados presentes à sessão deliberativa desta quarta-feira (18) e ele aproveitou para falar mais a respeito do tema, uma das maiores deficiências em termos de infraestrutura do Estado.
Segundo o parlamentar, o saneamento é fundamental para as condições de saúde e grande parcela das residências no bairro Congós, que ainda carecem de rede coleta de esgoto. “Sabemos que, pela falta das redes coletoras, os detritos são descartados inadvertidamente no meio ambiente, sem qualquer tratamento especifico, trazendo a poluição e ocasionando sérios problemas de saúde à comunidade”, destaca.
Junior Favacho justifica que há anos as famílias que residem na referida localização sofrem com as graves consequências geradas pela inexistência do serviço de coleta de esgoto. “Embora muitas residências possuam fossas sépticas, todavia, o mau cheiro e transbordamento são inevitáveis”, frisou. 
De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, a capital do Estado (Macapá), apresentava apenas 3% de sua área coberta por rede de esgoto, 17% da população em região de ressaca do Rio Amazonas e o restante com fossas sanitárias, em muitos casos cavadas ao lado de poços d`água e cerca de 60% das casas sem água encanada.
O deputado observou ainda que, além de haver inúmeras famílias sem condições financeiras para construírem fossas em seus quintais, há ainda aquelas que os próprios quintais não comportam referida construção, e assim, são obrigadas a conviver com o esgoto a céu aberto, numa situação de grande insalubridade, com prejuízos irrefutáveis à sua saúde.  Por se tratar de um serviço de grande utilidade e importância à vida salutar da coletividade, o parlamentar pede a adoção de medidas urgentes por parte da Caesa, para a implantação do serviço, a fim de que todos possam viver em melhores condições de saúde e higiene. “É preciso proporcionar bem estar à coletividade e à Caesa cabe o dever da implantação do esgoto sanitário, bem como do seu tratamento para evitar danos à vida humana”, conclui o deputado.
A direção da Ceasa tem 30 dias para responder à proposição aprovada em Plenário, dizendo quando e como poderá atender à indicação parlamentar. 

É preciso falar mais sobre educação no trânsito e das consequências de misturar álcool e direção, diz Michel JK

O deputado estadual Michel JK (PSDB) não abre mão de falar sobre a segurança no trânsito nas épocas onde os riscos de acidentes aumentam.
Atualmente o parlamentar lançou em suas redes sócias um banner referente às comemorações da Copa do Mundo, que chama atenção dos motoristas que ainda não se conscientizaram do perigo: beber e dirigir. O alerta na internet incide em todas as datas de maior risco desde 2011
“Sabemos que em datas comemorativas os acidentes de trânsito aumentam. Precisamos mudar essa realidade e, sobretudo, punir severamente motoristas, a maioria reincidente, que mutilam, matam e desestruturam famílias”, destacou JK.
Michel JK acredita que o tema deve ter mais repercussão na sociedade por meio de campanhas educativas e blitz, principalmente nos períodos de maior movimentação na cidade.
“As ações devem ser intensificadas e constantes até que se perceba o resultado. Infelizmente é muito comum nos depararmos com motoristas que dirigem com uma lata de cerveja na mão- e um dos fatores que contribuem pra isso é a falta de fiscalização mais intensa”, disse.
O tucano lembrou que em 2011 lançou a campanha “Vai beber, não dirija”, com uma variação “ Vai beber, vá de taxi”.
A ação se materializou na distribuição de adesivos de carros, camisetas e panfletos com orientações. Também foi realizada na Assembleia Legislativa Audiência Pública sobre o tema, onde foram apresentados vídeos e depoimentos chocantes, além de inúmeras sugestões para contribuir com a redução dos acidentes. No período da campanha os índices  e mortes diminuíram.
“Com a campanha nas ruas apoiada por centenas de voluntários nas esquinas da cidade ajudando na distribuição dos materiais educativos, percebeu-se que, houve grande repercussão e, sobretudo, conscientização da sociedade”.
Michel JK finalizou citando o uso da internet para educar, mas também para prejudicar a sociedade, quando usadas redes sociais para avisar os locais onde há fiscalização.
“Vamos abordar esse tema nas próximas peças digitais, pois muitos motoristas bêbados se sentem seguros na hora de pegar o volante por contar com a ajuda de alguns internautas que divulgam os pontos das barreiras policiais”.

Coluna Argumentos, quinta-feira, dia 19 de junho de 2014.

Inauguração

A Justiça do Trabalho amplia sua presença por aqui. Na próxima semana a presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/8ª Região), a desembargadora Odete Alves, inaugura a Central de Mandados e do Arquivo Judicial do Foro de Macapá. Que venha mais.

Nome

O ex-governador Jorge Nova da Costa declarou que vai apoiar a pré candidatura de Bruno Mineiro (PT do B) na corrida pela sucessão estadual. Jorge é amigo pessoal e até compadre de Seu Mineiro, pai de Bruno.

A dois

Waldez Góes (PDT) diz estar autorizado a falar em nome do PMDB local para anunciar convenção conjunta para o dia 27 deste mês. Enquanto isso, o ex-governador ainda trabalha para ter apoio do PT.

Funil

Já chegamos a ter 11 pré candidatos a governador, lembra? Pois é, mas a coisa começa a afunilar e na reta final composições para acomodar os aliados poderão resultar em cinco ou seis nomes.

Municípios

Também está aberta a temporada de anúncios de apoio de prefeitos. Aqueles que não conseguiram ajuda do estado para suas cidades, estão em revoada por projetos alternativos. Não são poucos.

Unidade
Esta foi a tônica do encontro realizado ontem pelo TRE com promotores e juízes eleitorais, chefes de Cartório, secretários e coordenadores do Tribunal. Além de alinhar ações, falou-se em trabalho integrado para garantir eficiência. Que assim seja.

Reflexão

O piloto amapaense Jorge Mareco postou esta foto de um carrão estacionado em uma modesta casa de madeira. “É exatamente como vejo a Copa 2014 em nosso país. Depois de um mês este carro sairá dessa garagem e o morador continuará pobre”.

Biografia

Um dos médicos demitidos pelo governo em Oiapoque disse que sua luta não é para voltar pra lá, mas sim de resgate à dignidade. “Daqui a dez anos irão digitar meu nome na internet e essa notícia ainda estará postada”, disse ele, que desmente a nota da Sesa de que foi demitido por não cumprir suas obrigações. Ele diz que tudo não passou de uma armação.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Globo está incomodada por Seleção Brasileira optar por ver jogos da Copa na Band, afirma jornal

Foto: Victor Rios/CBFConforme o TV Esporte Blog relatou, por duas oportunidades (nos jogos México e Camarões e em Inglaterra e Itália) jogadores e comissão técnica da Seleção Brasileira foram flagrados assistindo à transmissão da Band na Copa do Mundo, fato que vem causando incômodo na Globo, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira. Não engoliram.
Jogadores do Brasil assistindo à Inglaterra x Itália na Band (Reprodução/Twitter)O que mais doeu, segundo a coluna "Outro Canal", assinada por Keila Jimenez no jornal, foram as manifestações públicas de José Luiz Datena (apresentador do "Brasil Urgente" e que no Mundial vem atuando como narrador em algumas partidas), agradecendo a audiência do pessoal da Seleção.
"Olha a nossa Seleção assistindo México e Camarões na tela da Band, com a minha narração e comentários do Denílson!", tuitou Datena, compartilhando a imagem acima com Felipão, o coordenador-técnico Carlos Alberto Parreira e demais componentes do staff da CBF.
E não fica só nos jogadores e comissão técnica. Na segunda, o TV Esporte Blog informou com exclusividade, um telão em frente à Arena da Baixada, sede paranaense da Copa (com direito à exposição de patrocinadores da Fifa no local), mostrou a transmissão da Band, e não a da Globo, emissora oficial da Copa e parceira da entidade no Mundial, de uma partida naquele dia.
Foto: reprodução/Twitter/Renato J. GarciaUma iniciativa em desacordo com o que prevê o Regulamento da Fifa para eventos de exibição pública" da Copa de 2014: "os Exibidores deverão utilizar única e exclusivamente o sinal aberto da emissora oficial da competição, a TV Globo, em seus Eventos de Exibição Pública".
Siga-me no Twitter: @rjovaneli

domingo, 15 de junho de 2014

DO OIAPOQUE AO CHUÍ. E DAÍ? O forte apelo geográfico da fronteira norte

CENÁRIO - Na visita a Oiapoque chama a atenção na nova panorâmica da cidade a visão da ponte binacional sobre o Rio Oiapoque. Ela só deve ser aberta a circulação de veículos no próximo ano pelo Governo.
Cleber Barbosa
Editor de Turismo

Há muito tempo que o Brasil é evidenciado por sua extensão territorial como indo do Oiapoque ao Chuí. Tudo bem que depois veio aquela discussão geográfica que mais acima estaria o Monte Caburaí, em Roraima, mas até hoje ninguém substituiu o velho clichê de se referir à fronteira do Amapá com a Guiana Francesa como sinônimo de longeva terra brasileira. Mas quem mora em Oiapoque quer fazer jus a essa referência, e por lá só se fala em receber bem quem visita o lugar.
A maior parcela de turistas vem da vizinha Caiena, assim como de cidades em território francês, como Régina, Kourou e a primeira comunidade na fronteira, a pequena Saint George. Mas também é significativa a parcela de europeus que atravessam o continente para visitar a Guiana Francesa e que acabam cruzando o Rio Oiapoque para conhecer a primeira cidade brasileira.
O professor parisiense Jean-Paul De Clerc decidiu encarar a travessia de catraia para ter o prazer de estar em solo brasileiro. “Oiapoque é cidade pequena, mas muito movimentada e as pessoas parecem sempre felizes, com um sorriso no rosto”, comenta o turista, que não sabe nadar, daí o receio de viajar em pequenas embarcações.
A fobia do francês já poderia ter sido resolvida se ele fizesse a passagem da fronteira pela Ponte Binacional, uma verdadeira obra de arte em concreto que apesar de estar pronta há mais de um ano, ainda não foi inaugurada. O entrave está na falta de estrutura para a fiscalização da autoridades brasileiras a estrangeiros que tentem entrar no país de carro.
"A França mantém com Oiapoque a maior fronteira deste país europeu com qualquer outro país do mundo".
Sérgio Amaral, diplomata brasileiro

Primazia - O diplomata brasileiro Sérgio Amaral, que foi embaixador do Brasil na França, foi um dos primeiros a estudar a legislação dos dois países para o lançamento do certame licitatório internacional que levou à construção da ponte. É um entusiasta da obra. “O Brasil mantém com a França, através do Oiapoque, a maior fronteira que a França tem com qualquer outro país do mundo”, evidencia o diplomata.
A vocação turística de Oiapoque pode ser medida com a quantidade de meios de hospedagem, são mais de 100 só os devidamente cadastrados junto ao Ministério do Turismo. Mas ainda há gargalos, como a necessidade de conclusão dos 160 quilômetros sem pavimentação da BR-156 e também a instalação de voos regulares entre Macapá e Oiapoque. Mas quem visita a cidade encontra muitas possibilidades de negócios com jóias, outra riqueza que grassa por lá. Há bons restaurantes e até uma pousada a beira rio.

Uma história recheada de estratégia e ocupação

Durante o período colonial, Oiapoque era parte da Capitania do Cabo Norte. Nos primórdios do século XVI, os portugueses da América travam lutas com outros europeus, para estabelecer domínio territorial ao sul do rio Oiapoque - na época conhecido como rio de Vicente Pinzón - e ao norte do rio Amazonas, para expandir os impérios colonizadores que cada grupo representava. Os primitivos habitantes da região são antepassados dos povos Waiãpi, que ocupavam a extensão territorial do rio Oiapoque; dos Galibi e Palikur, concentrados no vale do rio Uaçá e seus afluentes.

Originou-se da morada de um mestiço, em data que não se pode precisar, de nome Emile Martinic, o primeiro habitante não-índio do município. Sabe-se que a localidade passou a ser conhecida como "Martinica"; e, ainda hoje, não é raro ouvir essa designação, notadamente de habitantes mais antigos. Em 1907, o Governo Federal criou o Primeiro Destacamento Militar do município, que servia de abrigo a presos políticos. Alguns anos depois, esse destacamento foi transferido para Santo Antônio, atual distrito de Clevelândia do Norte, com a denominação de Colônia Militar.

De europeus a índios, a saga de uma região muito preservada e verde

Para consolidar a soberania nacional sobre as áreas limítrofes, face ao contestado franco-brasileiro, foi, então, erguido um monumento à pátria, indicativo do marco inicial do território brasileiro. O município de Oiapoque está localizado na parte mais setentrional do estado do Amapá. Limita-se ao norte com a Guiana Francesa, ao sul com os municípios de Calçoene, Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari. Ao leste é banhado pelo Oceano Atlântico e a oeste faz fronteira com o município de Laranjal do Jari.
O município de Oiapoque está localizado na parte mais setentrional do estado do Amapá. Limita-se ao norte com a Guiana Francesa, ao sul com os municípios de Calçoene, Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari. Ao leste é banhado pelo Oceano Atlântico e a oeste faz fronteira com o município de Laranjal do Jari. É composto por uma sede municipal, Oiapoque, e quatro distritos:
- Clevelândia do Norte (área de destacamento militar do exército)
- Vila Velha (área de propriedades agro-extrativas)
- Vila Brasil (serve de apoio aos garimpos infiltrados nas Guiana Francesa)
- Taperebá (área de apoio aos pescadores da costa marítima).
- Outras localidades se distribuem na área geográfica municipal: Ponte do Cassiporé (área de intercessão da BR-156);
- Rio Cassiporé: -É um importante ponto de apoio tanto para o tráfego rodoviário da BR-156, quanto para o fluvial, principalmente para os pecuaristas e agricultores da região, e outros povoados menores (indígenas) como: Manga, Santa Isabel, Espírito Santo, Açaizal, Urucaura e Kumarumã.

CURIOSIDADES

- A palavra Oiapoque tem origem tupi-guarany, sendo uma derivação do termo "oiap-oca", que significa "casa dos Waiãpi".
- Existe apenas uma via de ligação com a capital do Estado, Macapá: a BR-156, com aproximadamente 600 km.
- O município foi criado em 23 de maio de 1945, através da lei 7578.

1945
Este é o ano de fundação do município de Oiapoque, que comemora aniversário no dia 23 de maio.

VISTA AÉREA

“O reconhecimento da sociedade demonstra a aprovação do trabalho que eu realizei”

CAD4-1 WALDEZ
Waldez Góes. Para o ex-governador, a experiência acumulada vai
ajudar no convencimento do eleitor nessa disputa.
Ele está de volta à cena política amapaense em meio a uma das mais acirradas disputas pela sucessão estadual dos últimos tempos, quando até 11 pré-candidaturas a governador chegaram a ser anunciadas. O presidente regional do PDT, Waldez Góes, confirma o desejo de voltar a comandar as rédeas do Setentrião e encara com franqueza a nova rodada de entrevistas que o programa Conexão Brasília, da Diário FM, vem fazendo com aqueles que se habilitam às eleições para o Governo do Estado este ano. Waldez fala sobre o cenário da disputa, o mote de sua campanha e sobre as costuras para amealhar apoio politico e partidário em torno de seu projeto de voltar a governar o Amapá. Um resumo do que ele disse no rádio o Diário do Amapá publica a seguir.
Cleber Barbosa
Da Redação

Diário do Amapá – Depois das eleições de 2010, quando o senhor deixou o governo para concorrer ao Senado está de volta à cena política agora para uma nova disputa ao Setentrião. Quando decidiu sair candidato novamente?
Waldez Góes – Nós começamos uma frente de oposição ainda no ano passado, depois das eleições municipais, quando nós preservamos aquele período, aquela quarentena que a gente chama, pois os próprios prefeitos têm planos de 100 dias para realizar [ações]. Nós disputamos aqui em Macapá voto a voto do Roberto com o Clécio e depois não era natural que fôssemos fazer política no dia seguinte. Tinha que desarmar os palanques e deixar que aqueles que a população escolheu montassem suas equipes e começassem a trabalhar. A bem da verdade, em meados do ano passado nós nos posicionamos, mais precisamente em agosto. 

Diário – Como foi?
Waldez – Fiz uma reunião grande com a minha militância lá no Zico 10 [escolinha] disponibilizando meu nome para a militância e para o partido e em seguida montamos uma frente de oposição liderada por mim, pelo senador Gilvam e pelo deputado Jorge Amanajás. Denominamos essa frente de Caravana do Desenvolvimento e percorremos todos os municípios do Amapá e com o meu nome, do Gilvam e do Jorge à disposição do pleito. Fizemos esse tipo de entendimento, que era natural até porque os nomes e as candidaturas só são conhecidos após as convenções. O Jorge já tinha disputado a eleição para governador, ficou com 28% dos votos e por menos de 1.000 votos não passou para o segundo turno, poderíamos agora até tê-lo como governador. O senador Gilvam é um abridor de portas, um lutador pelas causas do povo amapaense lá em Brasília, sempre esteve muito envolvido nas principais conquistas do povo, sob a liderança do presidente Sarney, que todos nós conhecemos sua força. Aliás, a cada dia, a cada ano, a cada hora esta força é colocada a serviço do Amapá, como agora recentemente com a PEC 111.

Diário – A frente foi formatada para eleição?
Waldez – Sim, não uma coligação, porque nem tinha essa permissão, mas uma frente de oposição, com partidos unidos, com o mesmo objetivo, o mesmo discurso e o mesmo posicionamento. A gente ainda mantém conversas permanentes, com cada um discutindo a viabilidade de cada candidatura.

Diário – E as demais costuras partidárias?
Waldez – Além dessa frente temos buscado um diálogo permanente com outras lideranças, outros partidos políticos que posso destacar o PTB, o PP, o PPS, o PSL, o PSC e o PT mais intensamente.

Diário – E recentemente.
Waldez – Sim, mais recentemente. Tive conversas com todas as lideranças do PT aqui. Conversei individualmente com a Dora, com o Joel, vice-governadora e o presidente do partido; conversei com o prefeito Nogueira, com a ex-candidata a prefeita Marcivânia, com o Lourival Freitas, com a deputada Dalva e também conversei com o GTE, que é o Grupo de Trabalho Eleitoral, com a presença de todas as facções, as frentes, as alas que compõem o partido aqui e também conversas a nível nacional.

Diário – Visando aliança do PDT com o PT?
Waldez – Sim, pois o PDT foi o primeiro partido a nível nacional a tirar posicionamento de apoio à presidente Dilma. Só tivemos posicionamento contrário do senador Pedro Taques que pediu para adiar um pouco essa decisão e do senador Cristóvam Buarque que defendia candidatura própria. Mas nós que apoiávamos de antemão a presidente Dilma vencemos aquela prévia com mais de 80% dos votos internos do partido, quando o presidente Lupi saiu imediatamente de lá para comunicar essa decisão à presidente Dilma. Depois veio a convenção do PMDB que também ratificou o apoio à ela. E como esses foram os dois primeiros partidos a fechar em torno da reeleição dela é muito natural que aqui a gente intensifique as conversas com o PT. Eu realmente tenho prioridade nessa relação pois entendo que seria a coligação mais legítima, diferentemente aqui com relação à aliança com o PSB que tem candidato a presidente da República.

Diário – Além dessas tratativas a nível nacional as costuram locais continuam?
Waldez – Sim, esta semana teremos um encontro com a direção nacional do PT e com o presidente Lula e depois retomamos as conversas a nível local. Já temos data marcada para uma convenção em conjunto com o PMDB que será na sexta-feira, 27 de junho, no Ginásio do Santa Inês, a partir das 17 horas. E os outros partidos que formos conversando vamos chamando para fazer parte dessa convenção, mas nada impede que os partidos façam suas convenções separadamente.

Diário – Nas últimas duas décadas a gente tem tido uma polarização entre o PSB e o PDT no Governo do Estado, com o senhor passando 7 anos de 3 meses à frente da gestão e agora está de volta à disputa. O que entende ser preponderante no seu argumento para convencer o eleitor do Amapá a voltar a acreditar em uma proposta encabeçada pelo senhor?
Waldez – Olha, sou uma pessoa infinitamente mais centrada, mais madura, experimentada. Se você pegar a primeira eleição que disputei, em 1996 para prefeito, minha primeira eleição majoritária, isso por si só já demonstra nossa maturidade, apesar de me considerar ainda jovem, aos 50 anos, mas com a vivência do mundo político, da experiência do parlamento, da experiência de vitórias e derrotas, de perseguições sofridas e de ter a chance de prestar um serviço à sociedade. O próprio reconhecimento da sociedade é uma demonstração de aprovação do trabalho que eu realizei. Eu entendo que um dos motes é isso, resultado. A sociedade quer resultado, o jovem quer resultado, o servidor público quer resultado, o usuário do serviço público também, assim como o empresário, que quer um ambiente menos hostil, menos inseguro. Uma das coisas que é importante para um estado como o Amapá precisa é de investimentos da indústria então é preciso criar regras mais duradouras, pois manter essas regras por decreto, elas são de governo e não de estado e regras de governo muitas vezes não servem de incentivo para que o empreendedor coloque seu dinheiro no mercado.

Diário – O que está mudando na política?
Waldez – A tolerância. Antes você tomava posse e passado um anto todinho se você fizesse uma pesquisa o povo dizia “não ela ainda está organizando a casa”. Hoje o povo não dá mais essa tolerância, porque na campanha o candidato diz que tem solução pra tudo, que conhece os problemas e alguns dizem até que resolvem em 100 dias. O povo quer é resultado e o povo está certo de cobrar resultado já no primeiro ano.

Diário – Sobre a operação Mãos Limpas, o senhor pensa em administrar como se os adversários usarem isso contra o senhor na campanha?
Waldez – Nunca fui ouvido sobre essa operação. Sou o principal interessado que esses esclarecimentos sejam feitos e a sociedade é quem tem o maior direito de ver isso resolvido também. Certamente esse não deve ser o ponto principal da campanha, mas sim os problemas da saúde, da educação que está terminando a série no ano subsequente, os direitos dos servidores, o apoio do governo aos municípios, da economia que o dinheiro não está circulando, que as indústrias não chegam, da juventude que está sem seu programa, então a sociedade está bem focada na solução desses problemas. Sobre sua pergunta digo que tenho minha consciência tranquila com relação aos atos que pratiquei e das orientações que sempre dei aos meus colaboradores, no sentido de fazer tudo com base no que manda a legislação.

Diário – Para fechar, qual a nota que dá à administração de Camilo Capiberibe?
Waldez – Isso vou deixar para que o povo do Amapá o faça. A população é quem está mais habilitada para isso pois é ela quem recebe ou deixa de receber os serviços públicos. Mas as pesquisas que a gente tem visto nos últimos seis meses tem variado a rejeição, a desaprovação ou a direção errada do governo entre 75% a 81%. Isso não é o Waldez que está avaliando, é a avaliação científica das mais diversas matizes políticas têm feito no Amapá.

Perfil...

Entrevistado. Antônio Waldez Góes da Silva foi extensionista rural e tornou-se popular. Foi eleito para a primeira composição da Assembleia Legislativa, em 1990. Já no segundo mandato de deputado concorreu à Prefeitura de Macapá, em 1996. Também disputou o Governo do Estado por duas vezes até ser eleito governador em 2002 e reeleito em 2006. Desincompatibilizou-se do mandato em março de 2010 para concorrer ao Senado. Mas acabou dragado na Operação Mãos Limpas em plena campanha. Ficou detido por três dias e retomou a campanha mas não conseguiu reaver a liderança que tinha segundo as pesquisas da época. Diz jamais ter sido ouvido e que nada foi provado contra ele e agora quer retomar a carreira novamente como governador.

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