terça-feira, 31 de maio de 2011

“Num país em expansão econômica energia é vital”

Um dos mais conceituados empresários do país, o paulista Paulo Godoy, demonstrou também ser um bom anfitrião, pois durante a semana ele recebeu no canteiro de obras da futura usina hidrelétrica que constrói em Ferreira Gomes diversas autoridades do Amapá, entre elas o governador e os prefeitos dos municípios da região do Rio Araguari. Foi em pleno ambiente de trabalho que ele recebeu o Diário do Amapá para esta entrevista. O executivo mostrou-se bastante otimista com o desenvolvimento econômico do Amapá, um estado que ele diz ter vindo para ficar, pois espera ter novas oportunidades que essa de construir uma hidrelétrica que deverá geral mais de 2 mil empregos diretos até o final do ano. Ele também fala da pujança do mercado da energia elétrica, que nem bem inicia a obra da usina já tem a futura produção comprada em um leilão. Acompanhe os principais trechos da entrevista concedida ao jornalista Cleber Barbosa.

Diário do Amapá - Doutor Paulo, receber no canteiro de obras o governador do Estado e os prefeitos dos municípios que compreendem a área de abrangência do projeto dessa nova hidrelétrica representam o que?
Paulo Godoy - Para nós é motivo de satisfação, pois estamos participando do que nós entendemos que vai ser uma revolução econômica e social no Estado do Amapá, que é o fato de poder se livrar de energia cara, não renovável, poluidora. Nós estamos envolvidos com essa oferta de energia limpa, renovável, com um empreendimento de porte aqui em nossa Ferreira Gomes Energia.
Diário - Qual deverá ser a produção dessa nova usina hidrelétrica depois que ela estiver em pleno funcionamento?
Paulo - Nós iremos produzir um volume de energia que é suficiente para abastecer o Estado e, mais do que isso, vai dar oportunidade para que o Estado se desenvolva, que venham outros negócios para cá, além de toda a movimentação econômica da própria obra, com o contingente de pessoas que estarão aqui e outros negócios que estarão envolvidos.
Diário - Como assim, fale um pouco mais sobre esses outros negócios?
Paulo - O fato de que nós vamos estar aqui permanentemente, nós viemos para cá para ficar, pois temos um contrato de concessão de trinta anos, portanto não somos uma empresa que viemos aqui para construir um empreendimento e sair do Estado. Nós vamos fazer parte do Estado, fazer parte da comunidade empresarial, com todas as responsabilidades que envolvem essa nossa presença aqui.
Diário - Mas voltando à visita dessa comitiva de autoridades do Amapá ao canteiro de obras ela tem que valor para o início do projeto?
Paulo - Foi uma data marcante para nós, tanto que vieram aqui o governador, os secretários e os prefeitos envolvidos, porque hoje nós conseguimos dar um início promissor para nós tentarmos antecipar o prazo, que foi a partir dessas obras que fizemos aqui, podemos desviar o rio para ele manter o curso normal e permitir que possamos trabalhar numa área para adiantar o cronograma, esse é o nosso objetivo.
Diário - Nessa fase da obra quantas pessoas estão empregadas direta ou indiretamente na obra?
Paulo - Nós ainda estamos no começo, então hoje nós devemos ter em torno de uma trezentas pessoas, mas nós estimamos que até o final do ano nós vamos ter mais de duas mil pessoas aqui diretamente envolvidas com o empreendimento.
Diário - Essas providências para acelerar a construção da usina projetam que os trabalhos sejam concluídos até quando então?
Paulo - Nós esperamos estar em 2013 não sabemos exatamente em que mês, mas no segundo semestre de 2013 nós esperamos estar gerando energia no estado do Amapá e antecipando o cronograma que é dezembro de 2015.
Diário - A gente sabe que os técnicos da sua empresa possuem todo o know-how para tocar uma obra dessa envergadura, mas o fato de estarem na Amazônia e em um estado com o índice pluviométrico que tem o Amapá dá que tipo de contribuição profissional?
Paulo - É mais um desafio. E nós que vivemos de fazer empreendimentos, quando se constrói uma usina como essa em termos empresariais é como se parir um filho, pois você tem que dar todo o carinho e atenção para depois ver o empreendimento funcionando. Mas é claro que aqui você tem desafios adicionais.
Diário - E quais seriam esses desafios adicionais, presidente?
Paulo - O problema de logística, especialmente. O fato de não se ter essa conexão terrestre, então são equipamentos pesados que vêm para cá, a mão de obra, aliás, nós vamos montar e inaugurar proximamente um centro de treinamento e convidamos toda a comunidade dos municípios vizinhos de Ferreira Gomes, aqueles que tiverem vontade de se aperfeiçoar, nós vamos oferecer cursos de carpintaria, de eletricidade, construção civil, enfim, todas as especialidades que envolvam a obra e a montagem para aproveitar o máximo possível da mão de obra local, esse é o nosso objetivo.
Diário - Esse é um plus, digamos assim, para todo esse investimento na obra, não é mesmo?
Paulo - Este é um subproduto para a região, digamos assim, que é você profissionalizar um contingente importante de pessoas aqui, então por isso que nós achamos que é um empreendimento do Estado para o bem do Estado, por isso nós precisamos juntar esforços para ter muito mais gente remando a favor do que gente remando contra.
Diário - O fato de vocês estarem ainda iniciando a construção da hidrelétrica e a futura produção dessa usina já ter sido leiloada demonstra o quão dinâmico é o mercado da energia elétrica não é?
Paulo - É, o mercado não pára. Num país em expansão econômica energia é vital. Nós estamos num segmento que ainda vai demandar muito investimento, então tem muitas expectativas e nós esperamos inclusive no Estado do Amapá participar de outras oportunidades que aqui vão se desenvolver, então eu acho que vai se desenvolver, vai trazer um novo horizonte para o desenvolvimento do Estado.
Diário - Além dessa iniciativa de criar um centro de treinamento para ajudar na qualificação de mão de obra local a política de contrapartidas sociais da sua empresa vai mais além?
Paulo - Vai muito mais além disso. Nós temos diversos programas, que passam por questões sociais, que passam por questões culturais, programas de apoio à cultura, de apoio ao esporte, para profissionalização, meio ambiente e todas essas problemáticas e que nós temos diversos programas que a empresa já tem um determinado padrão que aqui nós estamos aperfeiçoando, pois com a diversidade que temos aqui é muito rica e nós precisamos até ser mais cuidadosos aqui do que em outros locais que nós temos atuado.
Diário - São grandes notícias que vem a reboque desse empreendimento, o que dizer então ao cidadão amapaense nessa chegada do grupo Alupar do Amapá?
Paulo - Eu é que agradeço a oportunidade e para o cidadão amapaense fica o convite para que conheça o empreendimento. Para aqueles que possam estar interessados em trabalhar, em fornecer, nós estaremos dispostos a oferecer serviços e uma série de coisas. Estaremos aqui com uma equipe grande e preparada para acolher. Como eu disse, cria uma nova perspectiva, um estado rico, de potencial natural enorme e que necessita de infraestrutura. Agora vem a energia, mas ainda é preciso estradas, é preciso tomar conta da educação, da saúde, enfim tem muita coisa a ser feita aqui no Estado, que é um Estado novo, com poucos anos de vida, então eu acho que a perspectiva para o Amapá e os cidadãos daqui é positiva.

Perfil do entrevistado

O executivo Paulo Roberto de Godoy Pereira nasceu em Marília (SP), em 10 de julho de 1954. Graduado em administração de empresas pela Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1976. Atual presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, entidade cuja missão principal é o desenvolvimento do mercado brasileiro de infraestrutura e indústrias de base. Diretor Presidente e membro do Conselho de Administração da Alupar Investimento S.A., holding de infraestrutura, com atuação preponderante nos segmentos de transmissão e geração de energia elétrica e que acaba de iniciar arrojado projeto de construção de uma usina hidrelétrica no Amapá, denominada Ferreira Gomes Energia.

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