domingo, 18 de maio de 2014

“O modelo de gestão empresarial pode sim ser empregado no serviço público”

Deputado. Michel JK avalia atual momento do Parlamento e como a iniciativa privada pode moldar bons gestores.
Ele surgiu na política local como uma jovem promessa, herdeiro do primeiro político da família, seu avô Stephan  Houat, que foi vereador. E lá se vão três mandatos consecutivos, sempre com a mesma ‘pegada’ digamos assim. De fala fácil e tido como pragmático em suas decisões, o deputado Michel JK (PSDB) agora revela sua faceta de administrador, pois desde janeiro que assumiu o controle administrativo e financeiro da Assembleia Legislativa. Tamanha responsabilidade é encarada por ele com muita serenidade. Ele recebeu o Diário do Amapá para uma avaliação deste período e também sobre como observa o cenário político local e nacional. Os principais trechos da entrevista estão a seguir.

Cleber Barbosa
Da redação

Diário do Amapá – Este ano começou com mudanças importantes para o seu mandato na Assembleia Legislativa não é?
Michel JK – Com certeza, o ano de 2014 começou com essas mudanças na Casa, na verdade já vinham acontecendo mudanças administrativas, descentralizando o fluxo dos processos, culminando com a criação da Diretoria-Geral e da Controladoria, tocadas por técnicos. Mas essa última foi inédita, de repassar a administração financeira para a Corregedoria. Então como a atribuição é minha vou desincumbir, da melhor forma possível.

Diário – Como está sendo essa experiência para o senhor?
Michel – Nesse momento a gente espera conduzir da melhor maneira possível, dando condições para que cada parlamentar e todo e qualquer servidor da Casa possa realizar o seu papel, que é fortalecer o Parlamento e dessa forma ajudar o estado do Amapá a se desenvolver, com foco na geração de emprego, na geração de renda, enfim, além de ajudar o senhor governador em tudo o que for possível, quando o assunto for de interesse da população do Estado do Amapá.

Diário – O chamado apoio institucional, é isso?
Michel – Exatamente, essa Casa nunca irá se opor e nunca se opôs a nada que gere expectativas de desenvolvimento e melhoria de qualidade de vida a todas as pessoas que moram e acreditam no Amapá.

Diário – O que ficou de toda essa situação, com as mudanças no comando da Assembleia Legislativa deputado?
Michel – Eu costumo falar que a gente aprende muito mais na dor do que no amor, então com certeza esse momento que todos nós passamos naquela Casa serviram para a nossa reflexão, mas também foram momentos de união para que a gente pudesse dar uma resposta. Quando falo resposta é no sentido de ser uma resposta favorável ao povo do Amapá, que nos confiou esse mandato, de representar a cada cidadão, independente de quem votou em cada um dos 24 deputados e deputadas estaduais. Este Parlamento representa a população de todo o estado, num mandato outorgado pelo povo e por Deus, que nos conduziu também e que está nos dando essa oportunidade. A reflexão nos levou a trabalhar muito mais, pois com todos os problemas que a Assembleia enfrentou ela não deixou de fazer suas audiências públicas, suas sessões deliberativas além de ouvir a sociedade civil organizada, de ouvir as categorias dos trabalhadores, de lutar pelos interesses comuns da sociedade amapaense, ou seja, fizemos o nosso trabalho.

Diário – Melhorou a chamada produção legislativa então?
Michel – Com toda certeza, essa legislatura tem feito a diferença, não só em quantidade, mas em qualidade. Foram muitos requerimentos, indicações e projetos de grande relevância e alcance. Todos os 24 parlamentares fizeram o papel para o qual foram eleitos, é um dever de cada um e responsabilidade de todos nós políticos.

Diário – E o que tem sido feito na gestão que podemos dizer já leva a sua marca pessoal?
Michel – Olha, venho da iniciativa privada, de uma família de empreendedores. O modelo de gestão empresarial pode sim ser empregado no serviço público, pois tem fundamentos nos resultados, mas na otimização dos recursos disponíveis, sejam eles financeiros, materiais ou humanos. Posso dizer que ainda estamos tomando pé da situação, revendo todos os processos e auditando tudo, para garantir toda a segurança possível em nossas contratações e compras.

Diário – Mas no serviço público existe a tal da burocracia. Ela atrapalha muito?
Michel – Posso dizer que é um mal necessário, pois todas as medidas que lá atrás os legisladores pensaram e formularam as regras para o serviço público executar suas finanças tiveram como cerne a proteção ao erário. Devemos valorizar e respeitar o recurso público, que como o próprio nome diz é público, fruto da enorme carga tributária a que está submetida a sociedade brasileira, portanto o que é recolhido através dos impostos e deve ser devolvido em forma de serviços a essa mesma sociedade.

Diário – Que está mais atenta, o senhor diria?
Michel – Sim, além disso, com o site, com o Portal da Transparência que a Assembleia tem cada cidadão pode acompanhar cada deputado em tempo real. Hoje todas as nossas sessões são transmitidas via rádio, via televisão, portanto é possível ver o desempenho de cada parlamentar e posso afirmar que todos os 24 deputados e deputadas da Assembleia tem feito um trabalho de excelência pelo povo do Amapá.

Diário – Paralelamente a tudo isso o senhor ainda cuida do mandato, como está essa agenda?
Michel – Pois é, a gente rala bastante... [risos] Mas na verdade o exercício do mandato é o que mais fortalece a continuar o trabalho parlamentar, pois entrei na política por ideal mesmo, gosto de me sentir útil e responsável por proporcionar políticas públicas que ajudem ou garantam assistência ao cidadão.

Diário – Gosta do corpo a corpo?
Michel – Sim, com certeza. Estou sempre em contato com as pessoas, caminho bastante pela cidade e percorro nosso interior ouvindo os clamores e as agruras das comunidades, o que garante uma eficácia em nossa atuação parlamentar, pois as proposições legislativas que adotamos refletem as demandas, o que dá ainda mais legitimidade a essa representação que nós temos no Parlamento.

Diário – E o seu partido, o PSDB, como está sendo tocado no Amapá?
Michel – Somos um partido de muita tradição no Amapá e no país todo. Já governamos o Brasil com Fernando Henrique e em vários estados com muito sucesso e resultados positivos. Aqui a gente está consolidando esse trabalho, o partido se renova a cada dia, temos muitas lideranças jovens além de uma militância aguerrida. Estamos criando condições favoráveis para que nosso candidato a presidente da República também vença a eleição no Amapá.

Diário – Será Aécio Neves mesmo?
Michel – Tudo indica que sim e ele quer. Está muito preparado e traz um retrospecto de ter sido um dos melhores governadores que o país já teve. Um homem honrado, vem forte.

Diário – E com relação à sucessão estadual?
Michel – Faz parte do contexto, claro, estamos conversando bastante e no momento certo iremos nos posicionar, com certeza.

Perfil

Entrevistado. Michel Houat Harb – o Michel JK – é empresário e economista nascido em Macapá, com 35 anos de idade. Filho dos empresários Romeu e Kátia, começou a trabalhar aos 10 anos no Magazine Brasília de propriedade de sua família. Aos 17 anos assumiu, juntamente com seus irmãos, a Importadora JK. Formou-se em Economia pelo Centro de Ensino Superior do Amapá - CEAP. Entrou para o ramo da hotelaria e de abastecimento de combustíveis. Casou-se com Marilu e é pai de Karime e Michel Filho. Em 2004 foi eleito o vereador mais votado de Macapá e em 2006 chegou à Assembleia Legislativa como o 10º mais votado. Em 2010 nova vitória nas urnas, desta vez como o 3º mais votado. Atualmente é corregedor e gestor da AL.

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