sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Como foi o debate na TV Amapá

Lucas Barreto


A coluna hoje é temática. Em pauta, o debate entre Lucas Barreto e Camilo Capiberibe, na TV Amapá, na quinta-feira à noite. Lucas Barreto saiu-se ainda melhor do que no primeiro turno, lembrando o conhecido estilo com que sempre pautou sua passagem pela Assembleia Legis-lativa, com serenidade mas uma boa dose de ousadia.







Camilo Capiberibe


Impetuoso como sempre, quis demonstrar segurança e contundência nos ataques que fazia ao adversário e quem quer que possa estar apoiando o concorrente. Mas acabou dando escorregadas que comprometeram seu desempenho, dando a impressão de que o novo discurso socialista, de paz e de diá-logo está mais para uma “casca” meramente eleitoreira.




Estilo 14

O tom escuro do paletó passa austeridade e a formalidade que um candidato a governador precisa ter. Não se sabe se o alfaiate agiu ou se encontrou o número ideal para o traje, que caiu-lhe bem melhor do que no debate do primeiro turno. Calmo e falando pausadamente, lembrou de cumprimentar o adversário, público e mediador.

Estilo 40

A coluna havia alertado no primeiro turno sobre o nó apertado demais da gravata, que foi corrigido desta vez. Mas a manga da camisa saiu demais no braço direito, poluindo o visual do terno. No ímpeto de rebater logo a primeira pergunta do concorrente, afobou-se e esqueceu de dar boa noite ao público, ao apresentador Roberto Paiva e muito menos ao adversário. Mas mostrou-se à vontade com as câmeras.

Os erros

A não ser por alguns atropelos silábicos, comuns e até aceitáveis para o nível de estresse que um debate tête-a-tête provoca em qualquer político, Barreto saiu-se bem das cascas de banana jogadas pelo adversário. Mas alguns militante queriam vê-lo um pouco mais “mordido” e agressivo diante do concorrente.

Os
erros

Camilo criticava Lucas por ele lembrar os erros do governo do pai, João Capiberibe, mas toda vez que precisava dizer como é o modelo deles de governo, recorria aos tempos em que o PSB governou o Amapá. Uma contradição. Agora, os dois maiores erros foram o excesso de citações ao nome de Waldez Góes e o sorriso constante de Camilo. Seria nervosismo ou soberba?

Os acertos

Ainda sobre a observação anterior, de fato a militância gosta de ver quando o tom do debate sobe um pouco, mas pelo rumo da campanha do petebista, que neste segundo turno utilizou mais o branco representando a união de forças em torno do seu projeto e pediu dias de paz ao Amapá, ele acabou acertando em cheio ao não pegar “pilha” de Camilo.

Os
acertos

Especialmente neste segundo turno os marqueteiros do PSB orientaram o candidato a nem de longe lembrar o velho estilo do pai Capiberibe de governar, pois era hora de garimpar apoios. No debate, Camilo tentou, tentou mas não resistiu e trouxe o estilo brigão de volta. É me-lhor ser autêntico e deixar que o eleitor decida se quer ou não aquilo tudo de volta. É isso.

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