sábado, 2 de abril de 2011

"Em 60 dias acabaremos com essa buraqueira"


ROBERTO GÓES - Anúncio de uma força-tarefa em Macapá a partir da próxima semana

O prefeito de Macapá, Roberto Góes, volta a expressar aquele olhar de alguém decidido a fazer a diferença e de quem pretende liderar um exército de homens e mulheres para enfrentar os problemas da cidade, especialmete diante da ameaça iminente de uma epidemia de dengue no Amapá e, claro, na Capital do Estado. Coincidentemente, ele enumera 300 integrantes de sua pequena tropa para fazer frente a problemas como a jugeira, o entulho e a buraqueira. Neste sentido, ele falou ontem ao Diário do Amapá sobre uma grande força-tarefa que pretende colocar nas ruas num período ininterrupto de 90 dias, quer seja com o apoio do Governo do Estado ou não. Roberto Góes diz que na segunda-feira chegam a Macapá 80 toneladas de asfalto e que em 60 dias a operação tapa-buraco terá vencido esta guerra.


"Até agora a gente já conversou duas vezes, não avançamos como deveria, mas eu espero que a gente tenha uma conversa definitiva para saber qual é a disposição que o Governo tem para entrar em Macapá"


Diário do Amapá - Prefeito, como é sair às ruas da cidade na companhia do juiz federal da Comarca para visitar obras em andamento que são objeto de convênio com a União?

Roberto Góes - Pois é, estamos nas ruas hoje acompanhado do doutor João Bosco visitando algumas obras em andamento o que é muito bom, pois nos enche de esperanças de ver nossa cidade cada vez mais bonita.

Diário do Amapá - Qual a primeira obra que o senhor visitou acompanhado pelo juiz João Bosco?

Roberto Góes - Foi o canteiro de obras de um shopping Center, na rodovia JK, acompanhado pelos responsáveis técnicos daquela belíssima obra e que depois de concluída deverá ser mais uma grande atração de nossa Capital.

Diário do Amapá - Na tarde da última sexta-feira o senhor esteve em uma audiência pública comandada por outro magistrado, o juiz Paulo Madeira, quando se tem notícia de resultados palpáveis para se resolver um problema ambiental. Como foi essa experiência?

Roberto Góes - Exatamente, nós estivemos ontem (sexta) nesta audiência pública com o juiz Madeira (Paulo Madeira) e o promotor Marcelo (Moreira) lá no bairro Cuba de Asfalto, com a presença novamente do doutor João Bosco, além do deputado federal Davi (Alcolumbre) e a comunidade de um modo geral, nós discutimos a implantação da segunda usina de asfalto que nós vamos tirar da usina para ser instalada em uma nova área, no Distrito Industrial. Foi lá que surgiu a idéia de convidar o doutor João Bosco para fazer essas visitas de hoje (ontem).

Diário do Amapá - E ele aceitou de pronto?

Roberto Góes - O doutor João Bosco é uma pessoa bastante preocupada com as questões do Estado e do Município. O convite foi para que nós fizéssemos uma visita a algumas obras em execução no município e que têm recursos federais. Nós fizemos uma visita ao Projeto Macapá, que é um complexo de obras com piscina, com área de lazer para os adolescentes, principalmente para a clientela da Secretaria Municipal de Ação Social e do Trabalho (Semast). Depois nós fomos fazer uma visita ao Projeto Mucajá, que já está com 50% da obra pronta e o restante eu acredito que a gente entrega até o final deste ano. São mais de 250 apartamentos que já estão prontos para serem entregues para a população da vila do Mucajá.

Diário do Amapá - E o juiz federal, o que acha de ver tudo isso de perto, prefeito?

Roberto Góes - Olha, o doutor João Bosco costuma acompanhar tudo muito de perto, mas ele tem um acompanhamento de pessoas da própria Justiça Federal verificando todo o andamento desse processo das pessoas que irão ocupar aquele espaço. Ele também fez questão de visitar conosco as obras do Shopping Popular que é uma obra do município com convênio do Estado. A última obra que nós visitamos foi a do bairro Cidade Forte, que são quase 500 moradias populares, dentro do programa Minha Casa Minha Vida com a participação do município, lá na zona norte da cidade. Então com a disposição que o doutor João Bosco tem a gente tem trabalhado muito essa questão habitacional.

Diário do Amapá - Além dessa política habitacional que ganhou fôlego extra nos últimos meses qual deve ser o maior desafio para a sua gestão diante do risco de uma epidemia de dengue no Estado do Amapá e na Capital também?

Roberto Góes - Nós estamos preparando uma grande frente de trabalho de combate à dengue, que é um problema que se alastra no município de Macapá e em todo o Estado. As ações ainda são muito tímidas então a gente deve ter uma nova conversa com o governador Camilo (Capiberibe) para a gente ver se intensifica o trabalho. Mas independente dessa questão a gente deve fazer uma audiência pública, que está tendo o apoio do juiz João Bosco, para que possamos convidar o Exército Brasileiro, a Associação Comercial, a Federação da Indústria, a Assembleia Legislativa, a Câmara de Vereadores, a Prefeitura, o Governo, a Diocese, as Igrejas Evangélicas e a sociedade de um modo geral.

Diário do Amapá - A idéia é chamar todos à responsabilidade ou é mais para conscientizar?

Roberto Góes - Nós queremos fazer um mapeamento de toda a cidade de Macapá e mostrar a gravidade do problema e atacar com decisão. A partir desta semana a gente já entra com uma grande força-tarefa, com a Prefeitura entrando no bairro do Pacoval e saindo de lá para o bairro Jesus de Nazaré, pois os focos são numerosos. Nós vamos entrar com mais de trinta caçambas e uma faixa de trezentos homens, para realizar trabalhos de limpeza, com a ação dos agentes de endemias, com os agentes do programa Saúde da Família, ou seja, nós vamos fazer uma grande ação mesmo.

Diário do Amapá - E depois, vem o que prefeito?

Roberto Góes - Bem, trabalhando esses dois bairros que falei esta semana, o Pacoval e o Jesus de Nazaré, nós vamos fazer o levantamento e seleção dos próximos bairros que essa ação irá alcançar, mas existe uma programação prévia apontando para o Nova Esperança, o Buritizal, o Santa Rita e o Renascer. Nós vamos trabalhar assim para termos condições de fechar um ciclo em 90 dias, intensificando as ações tanto na parte de limpeza nesta semana e uma grande ação do tapa-buraco na próxima semana.

Diário do Amapá - Daí a importância desse aval do aparelho da Justiça para que enquanto as novas usinas não ficam prontas a velha fábrica de asfalto possa dar conta do recado, não é mesmo?

Roberto Góes - Exatamente. Nós já estamos preparando essas novas usinas no Distrito Industrial e a manutenção da usina da cidade. Além disso, está chegando 80 toneladas de asfalto, assim como seixo, areia, pedra cimento, de modo que a gente possa fazer uma grande mobilização para recuperar a malha viária da cidade de Macapá.

Diário do Amapá - O senhor arriscaria um prazo ou meta a ser alcançada por todas essas frentes de ação da Prefeitura?

Roberto Góes - Eu acredito em 60 dias nós vamos acabar com essa buraqueira na cidade de Macapá. A idéia é trabalhar intensivamente esses 60 dias com uma força concentrada para resolver esses problemas. Paralelamente vamos ter as ações normais e corriqueiras, mas essa mobilização a que me refiro é para acabar com o lixo, com o entulho e com os buracos. É uma ação emergencial, pesada, para resolver os problemas da cidade.

Diário do Amapá - Isso independente da participação ou ajuda do Governo do Estado?

Roberto Góes - Nós vamos, como eu disse, procurar o retorno do governador Camilo esta semana para podermos conversar, pois precisamos colocar em prática todas essas ações. Até agora a gente já conversou duas vezes, não avançamos como deveria, mas eu espero que a gente tenha uma conversa definitiva para saber qual é a disposição que o Governo tem para entrar em Macapá, pois nós sabemos que é grave o problema da dengue, que PE também um problema do Estado, do município, enfim de todo mundo. Com relação ao tapa-buraco nós vamos ter que entrar pesado, com a ajuda do governo ou sem a ajuda do governo.

Diário do Amapá - Mas se vier esse reforço do Estado ajuda em muito não é mesmo?

Roberto Góes - Sem dúvida, se o governo vier será ótimo, pois dois fazem melhor do que só um, mas nós já temos dois planejamentos, ou seja, dois planos de ação. O plano A é essa ação que vamos iniciar esta semana, bairro a bairro, até vencermos essa batalha contra a sujeira e a buraqueira, que estimamos fazer em até 90 dias. Para isso vamos apelar para a ajuda da população e de todas as instituições que queiram trabalhar com a gente, como o Exército, pois nesse projeto não existe vaidade, queremos apenas trabalhar, chamar os voluntários. O plano B é com a participação do Governo do Estado, que se vier tudo isso pode ser potencializado.

Perfil

O prefeito de Macapá, Antônio Roberto Rodrigues Góes da Silva, o Roberto Góes, nasceu em Macapá e foi criado na Colônia Agrícola de Matapi, no município de Porto Grande. Teve uma infância muito difícil mas trabalhou desde pequeno juntamente com a numerosa família. Mudou-se adolescente para a Capital, estudou em escolas públicas e depois trabalhou com os pais em uma serraria. Tornou-se popular e empreendedor, elegendo-se vereador de Macapá em 1992; dois anos depois chegou à Assembléia Legislativa, onde cumpriu quatro mandatos consecutivos; como desportista, virou presidente da Fe-deração Amaapense de Futebol (FAF) e foi convidado a chefiar por duas vezes uma delegação oficial da seleção brasileira na Copa América. Como carnavalesco, presidiu a Escola de Samba Jardim Felicidade e depois a Liga das Escolas de Samba do Amapá (Liesa). Em 1998 elegeu-se prefeito de Macapá e está no terceiro ano de gestão.

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