Com ampla oferta de emprego, estatísticos têm o privilégio
de escolher onde trabalhar. Salário inicial pode chegar a R$ 5 mil
O que há em comum entre saber organizar xampus em uma caixa
de papelão e prever quantas vezes uma pessoa consultará o seu médico em um ano?
Para ambas as tarefas, o trabalho de um estatístico pode ser essencial. Nos
últimos anos, empresas têm enxergado nesses profissionais a solução para
reduzir custos com logística, desbravar números que expliquem comportamentos do
consumidor, calcular preços ou atuar no Big Data com o desafio de filtrar,
organizar e interpretar algumas das milhões de informações que surgem a cada
segundo na internet.
O mercado para essa profissão cresceu nos últimos anos e,
geralmente, os alunos saem da faculdade escolhendo onde irão trabalhar explica
a professora Luciana Nunes, do Departamento de Estatísticas da UFRGS, que
ministra a disciplina Profissão do Estatístico na graduação. A maior procura
pelos estatísticos parte de bancos e financeiras, que os contratam para ajudar
a calcular tarifas, juros e margem de lucro em seguros, linhas de crédito e
aplicações financeiras, por exemplo.
Uma grande cooperativa de crédito no Estado tem 23
profissionais da área exercendo essas funções, exemplifica Luciana: O principal
centro de contratação de estatísticos ainda é o eixo RioSão Paulo, mas as
oportunidades também são crescentes no Rio Grande do Sul. A abertura de portas
na iniciativa privada desfaz a impressão de que lugar de estatístico é somente
em entidades de pesquisa como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Nos Estados Unidos, a carreira foi apontada como a mais
próspera deste ano, conforme estudo do site de empregos CareerCast, ao
considerar renda, estresse, ambiente de trabalho e perspectivas de ascensão. A
expectativa por lá é de que o número de vagas cresça 34% nos próximos sete
anos.
DIFICULDADE PARA GERAR MÃO DE OBRA
No Brasil, o movimento ainda é
emergente, mas com alto potencial de crescimento. Tratase da segunda profissão
mais bem paga no país, atrás apenas da medicina, conforme levantamento do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
A remuneração inicial pode chegar a R$ 5 mil e ir até R$ 30
mil para diretores. Com o boom da informação nos últimos cinco anos, o campo de
trabalho se ampliou rapidamente. Mas há dificuldade em gerar mão de obra na
mesma velocidade que o mercado contrata analisa Gabriel Afonso Marchesi Lopes,
vicepresidente do Conselho Regional de Estatística da 4ª Região, que atua no
Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No Estado, apenas a UFRGS e a
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) oferecem graduação em Estatística,
com um total de 70 vagas abertas a cada ano.
No entanto, devido à dificuldade da graduação, 60% dos
alunos desistem no meio do curso e cerca de 90% demoram mais do que os oito
semestres para concluir a formação, afirma Lopes. Esse descompasso leva algumas
empresas a chamarem profissionais de outras áreas para exercer tarefas
similares, mesmo que eles tenham um conhecimento bastante superficial alerta
ele, reforçando que, para atuar como estatístico, é preciso ser bacharel na
área e estar registrado nos conselhos regionais. Lopes, que trabalha como
gestor de preço e estatística em uma grande empresa de ônibus intermunicipais,
explica que suas tarefas envolvem monitorar as margens de lucro, comparando
tarifas com as dos concorrentes e ajudando a formar preços. “Organizamos dados
de pesquisas de mercado e fazemos simulações e relatórios para que os diretores
tomem suas decisões”, explica o profissional.
A finidade com números é essencial embora as perspectivas
para estatísticos sejam animadoras, a tarefa é para poucos e definitivamente
exclui quem não se sai bem com os números. É fundamental que o estatístico
tenha aptidão para matemática e apetite pelas ciências exatas. Também é
importante que tenha facilidade em manusear programas de computador e
simuladores, já que seu ganhapão dependerá do uso de softwares e calculadoras
científicas. Conforme Mônica Ramos, diretora da Regional Sul da consultoria de
recursos humanos Lee Hecht Harrison, a carreira de estatístico impõe ainda a
necessidade de desenvolver habilidades emocionais e de comunicação, além de boa
relação humana, uma vez que esse profissional pode rodar por vários setores da
empresa e lidar com diferentes perfis de chefia.
Um dos benefícios da área é essa flexibilidade de poder
atuar em diferentes setores, mas, por outro lado, a qualificação e a reciclagem
devem ser contínuas para que se possa aproveitar as oportunidades que estão
surgindo afirma Mônica. Embora as perspectivas para estatísticos sejam
animadoras, a tarefa é para poucos e definitivamente exclui quem não se sai bem
com os números. É fundamental que o estatístico tenha aptidão para matemática e
apetite pelas ciências exatas. Também é importante que tenha facilidade em
manusear programas de computador e simuladores, já que seu ganhapão dependerá
do uso de softwares e calculadoras científicas.
Conforme Mônica Ramos, diretora da Regional Sul da
consultoria de recursos humanos Lee Hecht Harrison, a carreira de estatístico
impõe ainda a necessidade de desenvolver habilidades emocionais e de
comunicação, além de boa relação humana, uma vez que esse profissional pode
rodar por vários setores da empresa e lidar com diferentes perfis de chefia. Um
dos benefícios da área é essa flexibilidade de poder atuar em diferentes
setores, mas, por outro lado, a qualificação e a reciclagem devem ser contínuas
para que se possa aproveitar as oportunidades que estão surgindo afirma Mônica.
PERFIL DO PROFISSIONAL
O que faz: utiliza teorias matemáticas para determinar a
frequência e a ocorrência de eventos anteriores e prever novos movimentos. Seu
trabalho inclui coleta, organização, descrição, análise e interpretação de
dados. Além de conhecimentos em matemática, o estatístico tem grande domínio de
linguagens e recursos computacionais para elaborar modelos matemáticos que
simulem situações reais ou hipotéticas. Principais áreas de atuação: o
profissional de Estatística pode trabalhar no mercado financeiro, especialmente
nos bancos, em agências de marketing ou publicidade, órgãos oficiais de
pesquisa, controle de qualidade em indústrias, setores de precificação de
companhias, criação de banco de dados e análise de mercado. Requisitos: é
preciso ter capacidade analítica e de raciocínio rápido, além de um avançado
conhecimento em informática e softwares de inteligência artificial que analisem
o Big Data. Também é crucial ter avançado conhecimento de matemática e de
cálculos.
Como se preparar: a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFGRS) oferece 40 vagas por ano (curso diurno) e a Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM) oferece 30 vagas (curso noturno).
Fontes: Ministério da Educação, Conselho Regional de
Estatística 3ª Região e Departamento de Estatísticas da UFRGS
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Contribua conosco!