Diário do Amapá – Quem se relaciona com o senhor diz que é um homem apressado. Tem pressa mesmo?
Júnior Favacho – Tenho, acho que porque trabalho desde muito novo e na iniciativa privada onde se visa sempre os resultados a gente é meio acelerado, por isso cobro agilidade de minha equipe.
Diário – E como se adaptou ao serviço público, onde, dizem, a burocracia atrapalha a velocidade das coisas?
Favacho – Pois é, levei um tempo para me adaptar. Na verdade não me adaptei ainda, é uma coisa que nos deixa até chateados, amolados mesmo. Então cobro ainda mais por respostas de minha equipe de trabalho. Na verdade no serviço público fiquei ainda mais ansioso, pois sei que a sociedade depende do atendimento de suas demandas. As pessoas têm pressa e o nosso papel é garantir que essas demandas sejam atendidas ou pelo menos amenizadas.
Diário – O senhor tem origens na atividade empreendedora, mas seus pais se notabilizaram na política. Como é lidar com esses dois ramos tão distintos?
Favacho – Olha, falar de família é sempre muito especial e as pessoas já repararam que me emociono com essas coisas. Mas é que tenho muito orgulho do caminho trilhado pelos meus pais e, por tabela, por meus avós, que tiveram uma origem muito simples. Mas politicamente eles são mais do que apoiadores, incentivadores, são conselheiros de todas as horas.
Diário – Já que o senhor tocou no assunto, muita gente repara mesmo que o senhor é muito emotivo, isso é ruim?
Favacho – Olha, confesso que já me preocupei com isso, como dar um jeito de controlar essas emoções. O presidente Sarney diz que na Presidência da República aprendeu a chorar pra dentro, só na garganta, o tal do engolir seco. Por outro lado acho bom que possa ainda conseguir me emocionar, mostrar que sou humano, de carne e osso. Este final de semana foi para mim um teste importante, pois visitei a Apae [Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais] no Vale do Jari e me emocionei muito, mas não chorei ao falar em público... [risos]
Diário – Como foi essa viagem até Laranjal e Vitória do Jari?
Favacho – Pois é, foi algo inesquecível, tocante. Devo agradecer aos meus pares por ratificarem a decisão de apoiar projetos sociais como este trabalho tão especial feito pelas Apaes. A gente pensa que vai chegar lá e ajudar, mas vê que mais aprendemos do que ensinamos algo a eles.
Diário – Como assim presidente?
Favacho - A gente pensa logo em nossos filhos sabe? Agradece a Deus pela saúde deles, pois vê nessas crianças especiais que mesmo diante de todas as dificuldades eles parecem que são até mais felizes que nós.
Diário – E a emoção vem fácil?
Favacho – Sim, claro, pois eles adoram receber visitas e manifestam essa alegria de todas as formas possíveis, mesmo com as limitações físicas ou motoras, eles se movimentam, dão risadas, pedem abraço, beijo... Recomendo a todos visitar um projeto social como a Apae. É uma lição de vida.
Diário – Daí a decisão de celebrar os convênios?
Favacho – Exatamente, estamos na verdade indo além da nossa missão constitucional, mas é importante que todos os segmentos possam dar sua parcela de contribuição. No caso da Apae, tanto a de Laranjal do Jari como a de Vitória do Jari recebem apoio de órgãos públicos e também da iniciativa privada. A Assembleia celebrou um convênio de R$ 60 mil com a Apae de Vitória e de R$ 100 mil com a de Laranjal, que tem uma estrutura bem maior. O Tribunal de Justiça e o Governo do Estado também se comprometem a ajudar. Estamos contemplando com um convênio a Apae de Macapá e brevemente a do Oiapoque.
Diário – Já que o senhor falou no Governo do Estado, como está essa relação entre o senhor e o governador Camilo?
Favacho – Na verdade não é entre eu e ele, mas entre a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado. A própria Constituição prevê que os Poderes sevam ser independentes e harmônicos, só estamos cumprindo a lei. Na prática, buscamos uma relação mais respeitosa e madura, sem subserviência, é bom que se diga. Queremos manter um clima de governabilidade para o Estado, apenas isso, então é importante que independente de qualquer diferença partidária ou ideológica a gente possa conversar com o outro Poder, isso se mostra muito mais eficaz.
Diário – Como assim?
Favacho – Veja bem, falávamos no começo sobre pressa não é mesmo? Então, por exemplo, nesta semana recebi uma deleção de vereadores de Serra do Navio. Veio a Câmara Municipal inteira praticamente, de vários partidos e com trajetórias políticas diferentes. Eles queriam resolver um problema grave de falta de médicos e também preocupados com uma possível greve na Caesa de lá. Fui pessoalmente com eles ao Palácio do Setentrião e de lá fomos à Caesa e também à Secretaria de Planejamento. E saímos desses três lugares com uma solução encaminhada. Eles sozinhos talvez não conseguisse essas audiências. E eu também se tivesse brigado com o Governo também não seria recebido.
Diário – Mas se especula logo que essa aproximação seria uma aliança visando as eleições de 2014?
Favacho – É claro que não, isso não está nem em pauta agora. No tempo certo os nossos partidos discutirão a política de alianças visando 2014. O quadro agora é de mobilização para retomar o crescimento e o desenvolvimento do Estado e a gente sente isso em todos os níveis. A própria bancada federal tem se posicionado desta maneira, ou seja, sempre que os interesses do Estado estão em jogo todos se mobilizam, independente de qualquer coisa.
Diário – E como vai a Assembleia Legislativa nesse novo período do senhor no comando?
Favacho – Vai muito bem. Como disse, apesar do momento de entendimento com os demais Poderes a Assembleia segue cumprindo o seu papel, dando legitimidade às políticas de estado, votando a provando projetos de interesse do Estado, mas também legislando e fiscalizando as ações do Executivo. Acabamos de realinhar a composição de nossas Comissões Técnicas permannentes e os parlamentares que as integram está todos os dias percorrendo o Estado, as repartições públicas, os hospitais, escolase tudo mais coletando informações para suas proposições legislativas, indicações ou requerimentos. Nós colocamos tudo isso para apreciação do Plenário e encaminhamos o resultado das votações para quem de direito.
Diário – O senhor parece confiante.
Favacho – Tenho fé em Deus e gosto de trabalhar, apenas isso.
Perfil..
Entrevistado. O amapaense Amiraldo da Silva Favacho Júnior, ou simplesmente Júnior Favacho, é casado e pai de três filhos. É administrador de empresas e empresário. Filho de tradicional família de políticos locais, está em seu primeiro mandato parlamentar, mas com um rendimento e articulação tão grandes que foi eleito por seus pares para ser o vice-presidente da Assembleia Legislativa, condição que o fez assumir as rédeas do Poder Legilativo, em junho de 2012. Desde que passou a responder pela gestão da Casa, cancelou contratos sob suspeita e determinou a abertura de procedimentos licitatórios para as contrações e compras da AL e decidiu interiorizar as ações do Parlamento.
Júnior Favacho – Tenho, acho que porque trabalho desde muito novo e na iniciativa privada onde se visa sempre os resultados a gente é meio acelerado, por isso cobro agilidade de minha equipe.
Diário – E como se adaptou ao serviço público, onde, dizem, a burocracia atrapalha a velocidade das coisas?
Favacho – Pois é, levei um tempo para me adaptar. Na verdade não me adaptei ainda, é uma coisa que nos deixa até chateados, amolados mesmo. Então cobro ainda mais por respostas de minha equipe de trabalho. Na verdade no serviço público fiquei ainda mais ansioso, pois sei que a sociedade depende do atendimento de suas demandas. As pessoas têm pressa e o nosso papel é garantir que essas demandas sejam atendidas ou pelo menos amenizadas.
Diário – O senhor tem origens na atividade empreendedora, mas seus pais se notabilizaram na política. Como é lidar com esses dois ramos tão distintos?
Favacho – Olha, falar de família é sempre muito especial e as pessoas já repararam que me emociono com essas coisas. Mas é que tenho muito orgulho do caminho trilhado pelos meus pais e, por tabela, por meus avós, que tiveram uma origem muito simples. Mas politicamente eles são mais do que apoiadores, incentivadores, são conselheiros de todas as horas.
Diário – Já que o senhor tocou no assunto, muita gente repara mesmo que o senhor é muito emotivo, isso é ruim?
Favacho – Olha, confesso que já me preocupei com isso, como dar um jeito de controlar essas emoções. O presidente Sarney diz que na Presidência da República aprendeu a chorar pra dentro, só na garganta, o tal do engolir seco. Por outro lado acho bom que possa ainda conseguir me emocionar, mostrar que sou humano, de carne e osso. Este final de semana foi para mim um teste importante, pois visitei a Apae [Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais] no Vale do Jari e me emocionei muito, mas não chorei ao falar em público... [risos]
Diário – Como foi essa viagem até Laranjal e Vitória do Jari?
Favacho – Pois é, foi algo inesquecível, tocante. Devo agradecer aos meus pares por ratificarem a decisão de apoiar projetos sociais como este trabalho tão especial feito pelas Apaes. A gente pensa que vai chegar lá e ajudar, mas vê que mais aprendemos do que ensinamos algo a eles.
Diário – Como assim presidente?
Favacho - A gente pensa logo em nossos filhos sabe? Agradece a Deus pela saúde deles, pois vê nessas crianças especiais que mesmo diante de todas as dificuldades eles parecem que são até mais felizes que nós.
Diário – E a emoção vem fácil?
Favacho – Sim, claro, pois eles adoram receber visitas e manifestam essa alegria de todas as formas possíveis, mesmo com as limitações físicas ou motoras, eles se movimentam, dão risadas, pedem abraço, beijo... Recomendo a todos visitar um projeto social como a Apae. É uma lição de vida.
Diário – Daí a decisão de celebrar os convênios?
Favacho – Exatamente, estamos na verdade indo além da nossa missão constitucional, mas é importante que todos os segmentos possam dar sua parcela de contribuição. No caso da Apae, tanto a de Laranjal do Jari como a de Vitória do Jari recebem apoio de órgãos públicos e também da iniciativa privada. A Assembleia celebrou um convênio de R$ 60 mil com a Apae de Vitória e de R$ 100 mil com a de Laranjal, que tem uma estrutura bem maior. O Tribunal de Justiça e o Governo do Estado também se comprometem a ajudar. Estamos contemplando com um convênio a Apae de Macapá e brevemente a do Oiapoque.
Diário – Já que o senhor falou no Governo do Estado, como está essa relação entre o senhor e o governador Camilo?
Favacho – Na verdade não é entre eu e ele, mas entre a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado. A própria Constituição prevê que os Poderes sevam ser independentes e harmônicos, só estamos cumprindo a lei. Na prática, buscamos uma relação mais respeitosa e madura, sem subserviência, é bom que se diga. Queremos manter um clima de governabilidade para o Estado, apenas isso, então é importante que independente de qualquer diferença partidária ou ideológica a gente possa conversar com o outro Poder, isso se mostra muito mais eficaz.
Diário – Como assim?
Favacho – Veja bem, falávamos no começo sobre pressa não é mesmo? Então, por exemplo, nesta semana recebi uma deleção de vereadores de Serra do Navio. Veio a Câmara Municipal inteira praticamente, de vários partidos e com trajetórias políticas diferentes. Eles queriam resolver um problema grave de falta de médicos e também preocupados com uma possível greve na Caesa de lá. Fui pessoalmente com eles ao Palácio do Setentrião e de lá fomos à Caesa e também à Secretaria de Planejamento. E saímos desses três lugares com uma solução encaminhada. Eles sozinhos talvez não conseguisse essas audiências. E eu também se tivesse brigado com o Governo também não seria recebido.
Diário – Mas se especula logo que essa aproximação seria uma aliança visando as eleições de 2014?
Favacho – É claro que não, isso não está nem em pauta agora. No tempo certo os nossos partidos discutirão a política de alianças visando 2014. O quadro agora é de mobilização para retomar o crescimento e o desenvolvimento do Estado e a gente sente isso em todos os níveis. A própria bancada federal tem se posicionado desta maneira, ou seja, sempre que os interesses do Estado estão em jogo todos se mobilizam, independente de qualquer coisa.
Diário – E como vai a Assembleia Legislativa nesse novo período do senhor no comando?
Favacho – Vai muito bem. Como disse, apesar do momento de entendimento com os demais Poderes a Assembleia segue cumprindo o seu papel, dando legitimidade às políticas de estado, votando a provando projetos de interesse do Estado, mas também legislando e fiscalizando as ações do Executivo. Acabamos de realinhar a composição de nossas Comissões Técnicas permannentes e os parlamentares que as integram está todos os dias percorrendo o Estado, as repartições públicas, os hospitais, escolase tudo mais coletando informações para suas proposições legislativas, indicações ou requerimentos. Nós colocamos tudo isso para apreciação do Plenário e encaminhamos o resultado das votações para quem de direito.
Diário – O senhor parece confiante.
Favacho – Tenho fé em Deus e gosto de trabalhar, apenas isso.
Perfil..
Entrevistado. O amapaense Amiraldo da Silva Favacho Júnior, ou simplesmente Júnior Favacho, é casado e pai de três filhos. É administrador de empresas e empresário. Filho de tradicional família de políticos locais, está em seu primeiro mandato parlamentar, mas com um rendimento e articulação tão grandes que foi eleito por seus pares para ser o vice-presidente da Assembleia Legislativa, condição que o fez assumir as rédeas do Poder Legilativo, em junho de 2012. Desde que passou a responder pela gestão da Casa, cancelou contratos sob suspeita e determinou a abertura de procedimentos licitatórios para as contrações e compras da AL e decidiu interiorizar as ações do Parlamento.
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