quinta-feira, 10 de outubro de 2013

“O porto de Santana pode ajudar muito o Amapá a se desenvolver economicamente”

FÁTIMA LÚCIA PELAES - Socióloga e deputada federal.
Fátima Pelaes. A deputada faz uma defesa do potencial do Porto de Santana para desenvolver o Estado do Amapá
Dona de um currículo que a torna a parlamentar com mais mandatos na Câmara Federal, a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) está engajada em mais um grandioso projeto: transformar o Porto de Santana em um grande entreposto de cargas da região Amazônica. Trata-se na possibilidade do Amapá vir a escoar a produção de grãos do Centro-Oeste através do porto em Santana. para isso ela embarca neste domingo para Cuibá, onde vai compor uma delegação que apresentará os projetos por lá. Nessa entrevist ao Diário do Amapá ela fala desses e de outros importantes temas que arcaram a semana. Acompanhe os principais trechos a seguir.

Cleber Barbosa
Da Redação

Diário do Amapá – A senhora ultimamente tem defendido a vocação portuária do município de Santana, tendo inclusive já ido em missão oficial ao Mato Grosso, num projeto de escoar a produção de grãos do Centro-Oeste por aqui. Como surgiu isso?
Fátima Pelaes – Exatamente, nós temos esse grande potencial, esse grande diferencial que é o Porto de Santana, então assim que o governador Camilo Capiberibe assumiu nós levamos a ele um projeto, na verdade a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso. Nós conhecíamos esse projeto que se apresentou para o governador da época, Waldez Góes, mas não avançou. Na verdade é preciso se fazer justiça com o deputado Eider [Pena] que vinha tentando emplacar esse trabalho, mas não conseguindo, pois não tivemos o apoio do prefeito da época [de Santana]. Agora nós trouxemos esses representantes aqui e acabou se formando um grupo, a Cianport, e eles apresentaram ao governador que se interessou.
Diário – E como é o projeto?
Fátima – É fazer um corredor entre o Amapá e o Mato Grosso. O projeto já avançou bastante, inclusive com a realização de duas audiências públicas, uma na Ilha de Santana e outra na Câmara Municipal de Santana. O próprio governador esteve em Mato Grosso e teve acesso a todas as etapas do projeto, sempre com a preocupação de avançar. Creio que o governador percebeu a importância do projeto, pois vai gerar desenvolvimento para o estado e colocou isso como prioridade de governo. E o importante é que o prefeito Robson [Rocha] tem esse mesmo entusiasmo, pois não adiantaria a gente sonhar se não tivesse o comprometimento político do Governo do Estado e da Prefeitura de Santana. Sem isso as coisas não avançam.
Diário – Esta semana inclusive houve um aceno positivo por parte da Antaq não é mesmo?
Fátima – Isso, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários publicou no Diário Oficial da União do dia 2 deste mês que receberá o projeto para exploração portuária em Santana, portanto receberá até o dia 2 de novembro pedido de autorização para construção da instalação portuária em Santana, considerando que este grupo que está se instalado no Amapá fez o requerimento e está cumprindo todas as etapas necessárias, dentro das exigências da nova Lei dos Portos, que nós também trabalhamos intensamente pela aprovação, pois também fiz parte daquela comissão.
Diário - A senhora também esteve naquela viagem ao Mato Grosso, não é mesmo?
Fátima – Sim e agora é a vez do governador do Mato Grosso vir aqui, estamos esperando essa viagem ao Amapá, pois ele se comprometeu quando a gente esteve lá. Nós estamos retornando para o Mato Grosso neste domingo para uma reunião com todos eles, na Associação Comercial, para apresentar a eles a nossa proposta e como está o porto. Eu entro para dar o suporte político, nessa direção, por acreditar que nós podemos desenvolver este estado através do Porto de Santana, através da questão do petróleo, do asfaltamento da BR-156, enfim, por pontos importantes que por muito tempo ficaram adormecidos.
Diário – A ideia é resgatar esses grandes projetos, é isso?
Fátima – Sim, o mundo hoje olha para o Amapá e nós temos que estar com governantes comprometidos. Eu acredito nessa força jovem que está aqui, como o Robson, o Camilo e vejo também o Clécio aqui em Macapá, que a gente também apoiou. Eu falo sempre que eu me renovo através dessa juventude, pois me dá esperanças de um novo tempo.
Diário – E uma área bem diferente daquela que a levou para a política, não é?
Fátima – É, a gente começou trabalhando por muito tempo na área da assistência social, e continua até hoje, mas hoje a gente tem uma visão da inclusão social através do desenvolvimento, de gerar trabalho, emprego e renda, para que a gente possa incluir as pessoas. A maior dignidade que se dá para o ser humano é a certeza de que no fim do mês ela terá direito ao seu salário.
Diário – A senhora vai acompanhar a apresentação e a defesa do Porto de Santana nessa viagem ao Mato Grosso?
Fátima – Sim, pois essa apresentação é importante porque tinham muitos empresários de lá pensando em ir para o Pará, mas agora, desde o surgimento desse projeto, então já há uma procura pelo Amapá e o Porto de Santana. É o que os outros governos fazem, eles vão até os estados para atrair os investimentos, apresentando suas vantagens competitivas e nós temos muito mais, então podemos sair na frente.
Diário – Havia rumores de que a senhora poderia deixar o PMDB para ir a uma nova legenda, isso ocorreu?
Fátima – É, recebi convites para sair sim, mas tenho toda uma história no PMDB. Esta semana mesmo, que era decisiva, recebemos a senadora Kátia Abreu no partido, num evento que contou com a presença do vice-presidente da República, Michel Temer, quando fui intimada a ficar... [risos] Na verdade tenho uma história de luta e muito trabalho com o PMDB, sou presidente nacional do PMDB Mulher e vou dar continuidade a esse trabalho, a nível nacional.
Diário – São tantos anos em Brasília, a senhora sabe bem a importância desse apoio institucional para os municípios na Capital não é?
Fátima – É, e prefeitos estreantes, como o Robson, aprendeu rapidamente que Brasília é a solução para os problemas. Os problemas estão aqui, mas é na Capital que se consegue o dinheiro para as soluções. Ele tem feito essa relação com a bancada lá em Brasília e agora também trabalhando na questão da lixeira pública de Santana, já está praticamente resolvido, assim como outros problemas que há anos se busca resolver. Esse é o caminho, se desprender da questão da vaidade, é ver quem é que pode fazer e partir para resolver.
Diário – A senhora retornou na semana passada de uma viagem oficial à chamada Terra Santa, no Oriente Médio. Qual a avaliação que fez e como isso contribui para o seu lado espiritual, além do olhar mais humanitário?
Fátima – Estimemos lá em uma missão oficial, mas eu recebi como um presente de Deus mesmo, pois estar na Terra Santa é realmente um privilégio você sentir aquela emoção. Eu faço parte do Grupo Amigos de Israel, que é uma fundação que congrega parlamentares do mundo todo, pessoas que estão engajadas e lutando pela questão dos direitos humanos e em busca da paz, cristãos com esse perfil. O objetivo é repassar informações, manter os contatos para que possamos ter uma legislação única nesse sentido, ou seja, garantir a paz de Israel. Nós tivemos a oportunidade de conhecer todas as áreas que estão em disputa, estivemos na Faixa de Gaza também, Samaria, Judéia e até um grande momento em que fomos homenageados como defensores da paz, na chamada Festa dos Tabernáculos. Foram 20 parlamentares da América Latina e da Comunidade Europeia trabalhando nesse sentido. Tivemos palestras com o ministro da Defesa de Israel, além de outras oportunidades para vivenciar a parte mais antiga da cidade, onde fica toda aquela parte mais espiritual e que nos fortaleceu. Eu venho muito mais fortalecida, pois Deus é a minha fonte de fé e o que me move a fazer, avançar e ter esperança em dias melhores para todos.
Perfil...

Entrevistada. Fátima Lúcia Pelaes é amapaense, tem 53 anos de idade, é formada em Sociologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Começou na vida pública atuando na Legião Brasileira de Assistência, a LBA, entidade da qual também se tornou superintendente no Amapá, tocando programas de assistência social que a tornaram popular e depois eleita deputada federal. Está em seu quinto mandato na Câmara dos Deputados, sendo considerada uma campeã na liberação de recursos alocados em emendas parlamentares. Foi também a primeira secretária estadual do Turismo, disputou o Governo do Estado e por duas vezes a Prefeitura de Macapá. Foi reeleita em 2010 para a Câmara com 17.297 votos (6,06%).

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