segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Red Bull quer voltar ao Amapá


O fenômeno natural do Equinócio pode virar a referência e abrigar etapas do circuito nacional e internacional de vôlei de praia em Macapá

Na quinta-feira (23), em Macapá, o hemisfério Sul sagrou-se campeão da primeira batalha de vôlei de praia entre as duas metades do planeta, o Red Bull Latitude Zero. Com equipe formada pelos brasileiros Alison Cerutti, Rhonney Ferramenta e as irmãs Maria Clara e Carolina Solberg, o quarteto superou por 102 a 93 a seleção do Norte, composta pela união dos alemães Julis Brink e Jonas Reckermann com as irmãs austríacas Doris e Stefanie Schwaiger.
Cerca de 4 mil espectadores enfrentaram a máxima temperatura de 36 graus do dia do equinócio da primavera e compareceram ao Marco Zero do Equador para o inédito enduro de vôlei de praia entre alguns dos melhores atletas do mundo. Debaixo de sol forte, que especialmente neste dia percorreu toda a linha ima-ginária, jogadores do Sul e do Norte defenderam seus territórios e disputaram 195 pontos na rede posicionada exatamente sobre a linha imaginária que divide a Terra. Um único set de 90 minutos corridos foi dividido em três etapas - duplas femininas (25min), duplas masculinas (25min) e quartetos mistos (40min) - sem intervalos.
"Este jogo foi inesquecível. É uma satisfação imensa poder estar aqui para participar deste formato inédito no vôlei de praia e ainda por cima vencer o hemisfério norte e a dupla que me derrotou no mundial do ano passado", declarou Alison Cerutti, vice-campeão mundial da FIVB (2009) e vencedor do Red Bull Latitude Zero.
Tempos - A partida começou com a disputa feminina, às 09h30 da manhã. De um lado, o dueto formado pelas filhas da ex-jogadora Isabel, Maria Clara e Carolina; de outro, as também irmãs Doris e Stefanie Schwaiger, da Áustria. O equilíbrio entre as duplas femininas perdurou durante os 25 minutos da primeira fase e deixou nítido o entrosamento das irmãs cariocas, que colocaram o time Sul em vantagem de 29 a 27 sobre o Norte antes do confronto masculino. Na sequência, foi a vez de Alison e Ferramenta defenderem as latitudes do sul contra os rivais alemães Brink e Reckermann, atuais campeões mundiais. Logo nos três primeiros minutos, a equipe Norte virou o jogo e chegou abrir cinco pontos de vantagem, depois de a sucessão de saques perfeitos de Julius Brink, sendo dois "aces" perfeitos colocados no fundo da quadra sul. Aos poucos, porém, os brasileiros - que não jogam juntos na temporada - encontraram o entrosamento ideal e equilibraram a partida novamente. Cortadas e bloqueios de Alison "Mamute" Cerutti evoluíram e fizeram com que a bola caísse mais vezes nas areias do lado norte do planeta, encerrando a fase de duplas com o Sul de novo à frente, com o placar acumulado de 59 a 52.

Delírio veio com um placar "centenário"


O momento mais esperado pelo público na capital do Amapá era, sem dúvida, a disputa entre os dois quartetos mistos. Sob temperaturas cada vez mais altas, os oito atletas jogaram por mais 40 minutos para decidir qual seria o he-misfério soberano. O equilíbrio continuou proporcional à incidência solar sobre o equador e “ralis” quase intermináveis envolvendo todos os jogadores levantaram o público no Marco Zero na fase decisiva.
Durante os últimos 15 minutos do enduro, o Sul finalmente conseguiu sustentar vantagem entre 8 e 10 pontos. Faltando três para o final, um salto mortal para trás de Rhonney Ferramenta marcou a sua comemoração pelo centésimo ponto da equipe sulista, fruto de uma cortada certeira do atleta carioca. Naquele momento a vitória do Sul já era vista como certa e viria a ser confirmada pelo inédito placar de 102 a 93 com o apito final. Pela conquista, o time recebeu a premiação de US$ 24 mil.
Apesar de a cidade de Macapá ocupar ambos hemisférios, o público local mostrou-se claramente conquistado pela simpatia do time brasileiro que vibrou com as arquibancadas a cada ponto conquistado. “Foi a nossa primeira vez em Macapá e adoramos tudo, especialmente a receptividade das pessoas. Foi uma iniciativa incrível e só tenha a agradecer”, afirmou Maria Clara Salgado após a cerimônia de premiação.
Impressionados ficaram também os alemães e as austríacas do time Norte, que não deixaram de elogiar as belezas da região. “Há lugares que você vê pela televisão, mas se surpreende quando tem a oportunidade de conhecer ao vivo. A Amazônia é, sem duvida, um desses casos. Estou impressionado com tanta vida que conheci aqui”, declarou Julius Brink.
Nos bancos das equipes, dois renomados treinadores: Nalbert, ídolo do vôlei brasileiro pelo time Sul e, pelo Norte, o ex-jogador americano e lenda do vôlei de praia da década de 1990, Sinjin Smith.

Fotos de Cleber Barbosa (Diário do Amapá)
Texto extraído do site oficial (www.redbull.com.br)

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