terça-feira, 11 de setembro de 2012

“A Assembleia saberá valorizar sua importância”, diz Júnior Favacho

JÚNIOR FAVACHO– O  presidente da Assembleia Legislativa adota a política de resultados em sua gestão

Ele esteve no olho do furacão desde que assumiu as rédeas do Poder Legislativo Estadual, em meio a uma crise que estremeceu as relações da Assembleia com o Ministério Público e com o Governo do Estado. Mas Júnior Favacho (PMDB) surpreendeu a todos ao imprimir um modelo todo próprio em sua gestão, enxugando a folha de pagamento e também adotando medidas moralisadoras e de proteção ao erário. Também dinamizou as ações da AL e apostou na sua interiorização, alcançando resultados importantes que asseguram respostas mais rápidas aos anseios da comunidade. Também investiu na política da boa vizinhança, restabelecendo o diálogo com os Poderes Constituídos, o que tem garantindo visibilidade e eficiência. Ele falou sobre esses e outros temas ao Diário do Amapá. Acompanhe. 

Publicado no jornal Diário do Amapá
Edição de domingo e segunda-feira, 9 e 10.09.2012


Diário do Amapá - Pode-se dizer que a presidência da Assembleia Legislativa caiu no seu colo?
Júnior Favacho - Não diria isso, afinal houve uma eleição dentro daquela Casa e meus colegas confiaram a mim o papel de ser o vice-presidente, ou seja, o substituto legal do titular. Houve uma decisão judicial que impediu temporariamente o deputado Moisés Souza de gerenciar a Assembleia e eu tive que assumir. Apenas isso, um rito, uma formalidade.

Diário - Mas que está demorando, o senhor não acha?
Júnior - Olha, os mais antigos ensinam que decisão judicial se cumpre e se for o caso se recorre. Eu não pedi para ser o presidente, foi uma somatórias de acontecimentos. Eu sou um homem cristão, temente a Deus e sempre peço em minhas orações saúde e sabedoria para não cometer injustiças com ninguém. Enquanto eu estiver no exercício da Presidência farei tudo ao meu alcance para valorizar o Parlamento e honrar o cargo para o qual fui eleito. Até em respeitos aos eleitores que votaram em mim para ser deputado estadual e para os demais que são contribuintes e cidadãos de bem desse Estado.

Diário - Mas houve um racha na Assembleia, uma crise como alguns chegam a pregar?
Júnior - De maneira alguma. Houve um embate no campo das ideias e trocas de acusações mútuas entre o Ministério Público e a administração da Assembleia na ocasião. Mas isso está judicializado, em várias instâncias, então não devo entrar no mérito, apenas cumprir o papel constitucional de garantir a ordem jurídica e o estado democrático de direito. A Assembleia Legislativa é um Poder Constituído e tem um papel fundamental para dar legitimidade às ações do Poder executivo, fiscalizando, mas também votando os projetos de interesse da sociedade amapaense.

Diário - E sobre a suposta cisão entre os parlamentares?
Júnior - Como disse, não vejo a coisa dessa forma. Em um parlamento é natural e salutar que existam opiniões divergentes. Mas no geral procuramos todos nós nos entender da melhor forma possível. O próprio deputado Moisés Souza fala comigo e entende serem legítimas todas as decisões que eu e os companheiros da Mesa Diretora viermos a tomar. Aliás, nesse particular, devo agradecer imensamente o apoio que tenho recebido dos colegas deputados.

Diário - Eles assimilaram sua forma de administrar?
Júnior - Entendo que sim, pois o clima é bom e estamos avançando em muitas questões. No campo institucional procuramos nos relacionar com todos os segmentos do poder público e da sociedade civil. Desta forma entendo que as coisas caminham melhor, com cooperação, com diálogo e entendimento. Produz mais resultados práticos, entende?

Diário - A decisão pela interiorização das ações da Assembleia Legislativa é um exemplo disso?
Júnior - Sim, pode-se dizer que sim, pois agora mesmo na sessão itinerante que fizemos em Oiapoque, o mais distante município do Estado, tivemos a presença de 20 deputados, um quorum que nem sempre conseguimos em sessões aqui em Macapá.

Diário - O deslocamento do senhor e sua equipe até Oiapoque de carro, percorrendo a BR-156 foi com qual propósito?
Júnior - O maior objetivo era levantar o máximo de informações sobre a estrada, a mais importante artéria do Amapá, responsável pela integração com os municípios. Ela está há anos sendo pavimentada e agora que falta asfaltar menos daquilo que já recebeu asfalto não se pode perder tempo, tem que avançar, aproveitar a estiagem para pavimentar e durante as chuvas construir as pontes de concreto, as chamadas obras de arte.

Diário - E o que o senhor viu de errado virou proposição parlamentar?
Júnior - Não só de minha autoria, mas também de outros parlamentares, aliás, a qualidade da produção legislativa é muito grande e conseguimos já na sessão de Oiapoque aprovar projetos importantes e também indicações para que o poder público dê respostas aos anseios da comunidade.

Diário - E as medidas administrativas que o senhor adotou, contam com o apoio dos pares?
Júnior - Com certeza, algumas foram discutidas com eles, outras são de cunho pessoal. Também houve recomendações dos órgãos de controle. A compra de veículos próprios para a Assembleia foi uma decisão pessoal, entendo que é bom investir da melhoria dos nossos equipamentos e suspendemos os contratos de locação. Todas as nossas licitações são públicas, conforme determina a legislação e ainda pedimos a fiscalização do Ministério Público e do Tribunal de Contas. Não vou fugir às minhas responsabilidades, por isso todo o zelo, toda a cautela em minhas decisões.
Diário - E como será o seu relacionamento com o Governo do Estado?
Júnior - Não dá para ser diferente. Aquilo que for nossa competência vamos fazer, sem subserviência, mas também sem extrapolar os limites da urbanidade e da cortesia. Esta semana acompanhei o governador numa viagem à região do Pacuí. Fomos de carro e pudemos verificar a necessidade da continuidade da pavimentação da rodovia AP-070. No mesmo dia eu fiz um pronunciamento e cobrei do Governo a conclusão desse trabalho, pois aquelas famílias sofrem muito, seja no inverno ou no verão com o estado da rodovia.

Diário - E sobre as eleições deste ano, o fato do senhor estar hoje à frente de um Poder Constituído não aumenta o assédio por apoio a essa ou aquela candidatura?
Júnior - Pode até ser que isso ocorra, mas nunca fui de ter apego a cargos, especialmente aqueles que são passageiros. Faço parte de uma legenda partidária sim, que tem candidatos em vários municípios, seja encabeçando ou dividindo chapas a majoritárias, seja para disputar as Câmaras Municipais. Algumas candidaturas contam com o nosso apoio sim, mas não quer dizer que não nos relacionemos com os representantes e lideranças dos demais partidos ou coligações. Sei separar muito bem o que é institucional do que é partidário.

Diário - O senhor vem da iniciativa privada, então o que trouxe desse setor para ser aplicado em sua gestão à frente da Assembleia legislativa?
Júnior - Ah, muitas coisas. Talvez a principal contribuição que trago do meio empresarial seja a política de resultados que a iniciativa privada tanto persegue. Não estamos inventando a roda, claro, pois muitos órgãos públicos, governos, enfim, adotam esse modelo, que otimiza os recursos em prol dos resultados. Quem apostou nesse modelo se deu bem.

Diário - E porque de investir em comunicação social, como a televisão e o rádio da Assembleia Legislativa?
Júnior - Para dar transparência a nossas ações. Na verdade esse processo estava em curso, com o apoio decisivo do presidente do Senado Federal, o nosso senador José Sarney, que celebrou convênio com a Assembleia Legislativa para trazer a TV Senado em canal aberto e também a TV Legislativa, um canal da própria Assembleia do Amapá. Na verdade entendo que isso não deixa de ser um papel social, pois o acesso à informação é um direito do cidadão. Quem não se lembra das transmissões ao vivo da TV Senado nos melhores e também nos piores momentos do Congresso Nacional, tudo ao vivo, sem cortes, sem manipulação. O cidadão por si só, com seu senso crítico, sabe tirar suas próprias conclusões.

Diário - Boa sorte ao senhor então.
Júnior - Muito obrigado, tenho fé em Deus que tudo vai dar certo. Gostaria de transmitir essa confiança a todos os cidadãos do Amapá, pois a Assembleia Legislativa é muito importante e saberá valorizar essa importância. De minha parte quero assegurar isso e dizer que estamos à disposição de todos, sejam servidores públicos, lideranças comunitárias, pessoas do povo e autoridades constituídas para garantir que o Parlamento não lhes falte em nada. Conto para isso com o incentivo e o apoio de meus familiares e amigos e, sobremaneira, dos demais deputados estaduais que sabem muito bem o que precisa ser feito para a valorização desta Casa de Leis. Vamos adiante, caminhando junto com a população.

Perfil do Entrevistado

O amapaense Amiraldo da Silva Favacho Júnior, ou simplesmente Júnior Favacho, é casado e pai de três filhos. É administrador de empresas e empresário. Filho de tradicional família de políticos locais, está em seu primeiro mandato parlamentar, mas com um rendimento e articulação tão grandes que foi eleito por seus pares para ser o vice-presidente da Assembleia Legislativa, condição que o fez assumir as rédeas do Poder Legilativo, em junho deste ano. Desde que passou a responder pela gestão da Casa, cancelou contratos sob suspeita e determinou a abertura de procedimentos licitatórios para as contrações e compras da AL e decidiu interiorizar as ações do Parlamento, indo ao encontro das demandas da população, no nascedouro dos problemas.

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