André Gomes. As lições do especialista sobre estratégias para encarar a concorrência do mercado de trabalho. |
Por Cleber Barbosa
Para o Diário do Amapá
Diário do Amapá – O final do ano sempre registra a contratação de trabalhadores temporários, que agora vivem a expectativa de conseguir permanecer no emprego. Que tipo de dica o senhor poderia dar sobre esse momento?
André Gomes – É, para quem conseguiu essa vaga o grande desafio agora é manter esse emprego, afinal os tempos são de crise e as pessoas ficam mesmo preocupadas com tudo isso, ou seja, arrumar um emprego ou manter o seu. Eu até ganhei um livro esta semana que fala sobre isso. Fala que a primeira coisa é a aprendizagem da cultura dessa organização. É que às vezes a gente pleiteia, sonha até em trabalhar num lugar, mas não conhece nada sobre a empresa. E hoje o acesso à informação é muito rápido, é instantâneo. Então a maioria das organizações que você pleiteia uma vaga tem um site, tem alguma coisa que fala sobre ela na internet e os nossos jovens não tem essa conexão de pesquisar sobre a empresa que vou procurar um emprego.
Diário – E como é essa coisa de conhecer a cultura de uma empresa?
André – É extremamente você demonstrar conhecimento sobre ela primeiro porque na hora da entrevista isso é extremamente importante. Se você conseguiu a vaga é porque tinha conhecimento sobre a empresa e uma vez lá dentro você vai se estabelecer, pois cada vez que você estuda a linguagem, a cultura, os hábitos dessa empresa você vai se adequar cada vez mais a ela. Então uma dica importantíssima para quem conseguiu a vaga, como essas do comércio de Macapá, geralmente de novembro a janeiro, quando fazem as liquidações, daí precisarem de mais gente. A dica é estudar essa cultura, saber como essa empresa é, como é que ela funciona de fato.
Diário – Como assim?
André – É que às vezes a pessoa fala “ah eu vou ganhar esse dinheiro durante tantos meses”, mas e depois? Como é que se desenvolveu, será que absolveu o jeito dessa empresa? Na cultura, você primeiro estuda o histórico, como ela nasceu, quem é o dono, enfim, aqui a maioria das empresas são familiares, então é interessante saber como surgiu, qual era a intenção desse dono, aquelas coisinhas básicas que a gente estuda na academia, né? Missão, visão, valores, não é mesmo? Eu não sei nada sobre essa empresa? Na maioria das vezes a empresa, a organização, reflete a imagem de seu dono, quem a fundou, como um espelho. Então é saber o que ele pensa para aquele projeto, para você dizer que pretende se ver inserido nele.
Diário – E isso passa também pela questão do visual da empresa?
André – Sim, a chamada linguagem dela. Se a empresa é formal, se o estilo é formal, a linguagem acompanha. Se a empresa é despojada, se a empresa não tem muito compromisso com essa linguagem, tem que acompanhar também.
Diário – Você diria que esse chamado diferencial entre um colaborador e outro pode fazer a diferença na hora de definir uma vaga na empresa? Como a simpatia ou o bom humor de alguns?
André – Totalmente. Tem quem faça isso de forma empírica, e é o que a gente ensina na academia. A grande questão é saber quem vai lhe avaliar e o que ele quer saber sobre você, como ele quer que você se comporte, como essa empresa funciona? São perguntas que parecem bobas, mas na hora que o cara vai se preparar para a entrevista ele não se pergunta essas coisas. Tem até aquela velha dúvida sobre com que roupa ir a uma entrevista de emprego. Meus alunos da faculdade vivem me perguntando isso e eu digo sempre que é preciso saber como é essa empresa, pois você tem que falar como ela fala, se vestir como ela se veste, enfim, usar a linguagem que ela tem. O que a gente percebe é que as pessoas não pesquisas sobre essa empresa, sobre essa avaliador, sobre essa pessoa que criou essa empresa antes de ir para entrevista. Aí vai mal preparado.
Diário – E nunca é demais lembrar que hoje com o advento da internet, da comunicação imediata, enfim, muitas corporações acompanham até mesmo a postura de seus colaboradores ou de candidatos a emprego através das redes sociais não é mesmo?
André – Demais! A gente fala sempre sobre essa história das redes sociais. A mentalidade tem que mudar, pois muitos ainda acham que a vida particular fica à parte, pelo contrário, uma coisa não se dissocia da outra, pois quando o chefe entra no seu Facebook, vai se remeter ao profissional que você é, não tem jeito. Então tudo que você é, suas opiniões pessoais, refletem no seu campo profissional, isso é fato. Uma pessoa é o que é na extensão do que é em todos os lugares. Aí vem aquela velha discussão sobre postar ou não uma foto de biquíni, ou de sunga, o que deve levar em consideração quem sou eu na minha esfera profissional, como as pessoas vão me enxergar, entende? Isso atrapalha? Atrapalha.
Diário – É como aquele advogado que coloca como sua foto de perfil ele com uma taça de chope?
André – Isso mesmo... [risos] É assim, quem não gosta de um chope nesse Amapá quente, não é? As pessoas sabem que você bebe chope, sabem que é uma pessoa divertida, mas não é essa imagem que você quer que elas guardem de você. Você é muito mais do que um bebedor de chope! Isso elas não reprovam, tá? Na psicologia das organizações, do gerenciamento das pessoas, elas não reprovam o fato de você tomar chope, porque você dança marabaixo, ou samba, isso é normal, isso é bom e todo mundo faz. Elas reprovam é essa imagem, porque escutaram alguma coisa sua bacana e não foi isso que elas guardaram. Então a pergunta é: como é que eu quero que as pessoas lembrem de mim? É postar a imagem que você quer que elas lembrem de você.
Diário – E para quem está na fase de definir qual curso superior escolher, ou qual profissão abraçar? Como se descobrem as aptidões professor?
André – Eu escuto muito dos meus alunos perguntas sobre qual profissão dá para ganhar mais dinheiro. E eu respondo: a que você vai fazer mais bem feito. Digo que 50% é gostar e os outros 50% você vai aprender, pois se você gosta vai se dedicar a essa aprendizagem. Outra pergunta é saber qual a profissão do futuro. E eu digo não, qual a profissão de futuro! É saber qual a profissão que vai te sustentar no futuro. É a que você vai fazer bem feita, que todo mundo vai demandar. Então na hora de escolher a carreira é por aí. Os testes de aptidão que se tinha no passado estão aí, só mudaram de nome. Até na internet, você vai lá responde umas coisas, formulários em perfis eletrônicos que te dão respostas. Mas a melhor resposta é o que você realmente gosta e o que você vai se dedicar. Não adianta ser médico, odontólogo ou advogado só porque é uma profissão que se caracteriza por ganhar muito dinheiro quando você não gosta de fazer isso.
Diário – E sobre os concurseiros, que muita gente por aqui reclama que vem de fora melhor preparados e abocanham as melhores vagas nos concursos públicos. O que o senhor pensa a respeito?
André – Penso que esses concurseiros nos trazem a responsabilidade de nos preparar mais, porque o mundo está globalizado. Assim como nós do Amapá temos a oportunidade de participar em outros estados, eles também têm. A concorrência é ótima quando te estimula a uma melhora, e quando você melhora? Quando tem alguém com quem você pode se comparar, com quem você pode se medir, né?
André Gomes – É, para quem conseguiu essa vaga o grande desafio agora é manter esse emprego, afinal os tempos são de crise e as pessoas ficam mesmo preocupadas com tudo isso, ou seja, arrumar um emprego ou manter o seu. Eu até ganhei um livro esta semana que fala sobre isso. Fala que a primeira coisa é a aprendizagem da cultura dessa organização. É que às vezes a gente pleiteia, sonha até em trabalhar num lugar, mas não conhece nada sobre a empresa. E hoje o acesso à informação é muito rápido, é instantâneo. Então a maioria das organizações que você pleiteia uma vaga tem um site, tem alguma coisa que fala sobre ela na internet e os nossos jovens não tem essa conexão de pesquisar sobre a empresa que vou procurar um emprego.
Diário – E como é essa coisa de conhecer a cultura de uma empresa?
André – É extremamente você demonstrar conhecimento sobre ela primeiro porque na hora da entrevista isso é extremamente importante. Se você conseguiu a vaga é porque tinha conhecimento sobre a empresa e uma vez lá dentro você vai se estabelecer, pois cada vez que você estuda a linguagem, a cultura, os hábitos dessa empresa você vai se adequar cada vez mais a ela. Então uma dica importantíssima para quem conseguiu a vaga, como essas do comércio de Macapá, geralmente de novembro a janeiro, quando fazem as liquidações, daí precisarem de mais gente. A dica é estudar essa cultura, saber como essa empresa é, como é que ela funciona de fato.
Diário – Como assim?
André – É que às vezes a pessoa fala “ah eu vou ganhar esse dinheiro durante tantos meses”, mas e depois? Como é que se desenvolveu, será que absolveu o jeito dessa empresa? Na cultura, você primeiro estuda o histórico, como ela nasceu, quem é o dono, enfim, aqui a maioria das empresas são familiares, então é interessante saber como surgiu, qual era a intenção desse dono, aquelas coisinhas básicas que a gente estuda na academia, né? Missão, visão, valores, não é mesmo? Eu não sei nada sobre essa empresa? Na maioria das vezes a empresa, a organização, reflete a imagem de seu dono, quem a fundou, como um espelho. Então é saber o que ele pensa para aquele projeto, para você dizer que pretende se ver inserido nele.
Diário – E isso passa também pela questão do visual da empresa?
André – Sim, a chamada linguagem dela. Se a empresa é formal, se o estilo é formal, a linguagem acompanha. Se a empresa é despojada, se a empresa não tem muito compromisso com essa linguagem, tem que acompanhar também.
Diário – Você diria que esse chamado diferencial entre um colaborador e outro pode fazer a diferença na hora de definir uma vaga na empresa? Como a simpatia ou o bom humor de alguns?
André – Totalmente. Tem quem faça isso de forma empírica, e é o que a gente ensina na academia. A grande questão é saber quem vai lhe avaliar e o que ele quer saber sobre você, como ele quer que você se comporte, como essa empresa funciona? São perguntas que parecem bobas, mas na hora que o cara vai se preparar para a entrevista ele não se pergunta essas coisas. Tem até aquela velha dúvida sobre com que roupa ir a uma entrevista de emprego. Meus alunos da faculdade vivem me perguntando isso e eu digo sempre que é preciso saber como é essa empresa, pois você tem que falar como ela fala, se vestir como ela se veste, enfim, usar a linguagem que ela tem. O que a gente percebe é que as pessoas não pesquisas sobre essa empresa, sobre essa avaliador, sobre essa pessoa que criou essa empresa antes de ir para entrevista. Aí vai mal preparado.
Diário – E nunca é demais lembrar que hoje com o advento da internet, da comunicação imediata, enfim, muitas corporações acompanham até mesmo a postura de seus colaboradores ou de candidatos a emprego através das redes sociais não é mesmo?
André – Demais! A gente fala sempre sobre essa história das redes sociais. A mentalidade tem que mudar, pois muitos ainda acham que a vida particular fica à parte, pelo contrário, uma coisa não se dissocia da outra, pois quando o chefe entra no seu Facebook, vai se remeter ao profissional que você é, não tem jeito. Então tudo que você é, suas opiniões pessoais, refletem no seu campo profissional, isso é fato. Uma pessoa é o que é na extensão do que é em todos os lugares. Aí vem aquela velha discussão sobre postar ou não uma foto de biquíni, ou de sunga, o que deve levar em consideração quem sou eu na minha esfera profissional, como as pessoas vão me enxergar, entende? Isso atrapalha? Atrapalha.
Diário – É como aquele advogado que coloca como sua foto de perfil ele com uma taça de chope?
André – Isso mesmo... [risos] É assim, quem não gosta de um chope nesse Amapá quente, não é? As pessoas sabem que você bebe chope, sabem que é uma pessoa divertida, mas não é essa imagem que você quer que elas guardem de você. Você é muito mais do que um bebedor de chope! Isso elas não reprovam, tá? Na psicologia das organizações, do gerenciamento das pessoas, elas não reprovam o fato de você tomar chope, porque você dança marabaixo, ou samba, isso é normal, isso é bom e todo mundo faz. Elas reprovam é essa imagem, porque escutaram alguma coisa sua bacana e não foi isso que elas guardaram. Então a pergunta é: como é que eu quero que as pessoas lembrem de mim? É postar a imagem que você quer que elas lembrem de você.
Diário – E para quem está na fase de definir qual curso superior escolher, ou qual profissão abraçar? Como se descobrem as aptidões professor?
André – Eu escuto muito dos meus alunos perguntas sobre qual profissão dá para ganhar mais dinheiro. E eu respondo: a que você vai fazer mais bem feito. Digo que 50% é gostar e os outros 50% você vai aprender, pois se você gosta vai se dedicar a essa aprendizagem. Outra pergunta é saber qual a profissão do futuro. E eu digo não, qual a profissão de futuro! É saber qual a profissão que vai te sustentar no futuro. É a que você vai fazer bem feita, que todo mundo vai demandar. Então na hora de escolher a carreira é por aí. Os testes de aptidão que se tinha no passado estão aí, só mudaram de nome. Até na internet, você vai lá responde umas coisas, formulários em perfis eletrônicos que te dão respostas. Mas a melhor resposta é o que você realmente gosta e o que você vai se dedicar. Não adianta ser médico, odontólogo ou advogado só porque é uma profissão que se caracteriza por ganhar muito dinheiro quando você não gosta de fazer isso.
Diário – E sobre os concurseiros, que muita gente por aqui reclama que vem de fora melhor preparados e abocanham as melhores vagas nos concursos públicos. O que o senhor pensa a respeito?
André – Penso que esses concurseiros nos trazem a responsabilidade de nos preparar mais, porque o mundo está globalizado. Assim como nós do Amapá temos a oportunidade de participar em outros estados, eles também têm. A concorrência é ótima quando te estimula a uma melhora, e quando você melhora? Quando tem alguém com quem você pode se comparar, com quem você pode se medir, né?
Perfil
Entrevistado. O professor e cerimonialista goiano André Luís Aires Gomes tem 40 anos de idade, mas mora no Amapá há mais de vinte anos. É administrador de empresas (CEAP), professor universitário, especialista em Gestão de Pessoas (CEAP) e em Desenvolvimento do Comportamento Humano (UNAMA); Cursou APL “Clustter” (UNIFAP) e é Consultor Organizacional. Teve uma longa passagem como integrante do Cerimonial do Palácio do Setentrião e ingressou por concurso público nos quadros de pessoal permanente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AP), como analista gestor de projetos . Ele atua no mercado profissional também como consultor e palestrante, bem como é um exímio Mestre de Cerimônias.
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