terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Comandante do 34º BIS celebra o 21 de fevereiro, data da Tomada de Monte Castelo

Em 21 de fevereiro de 1945, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, mesmo ainda inexperiente em combate, protagonizou uma das maiores conquistas em sua participação na Guerra: a Tomada das alturas do Monte Castelo.

Essa campanha militar prolongou-se por três “infindáveis” meses, de 24 de novembro de 1944 a 21 de fevereiro de 1945, durante os quais se efetuaram, nada menos, que seis ataques frontais contra um inimigo fortemente entrincheirado e que dispunha de privilegiada visão do terreno. Em seu livro intitulado 'Um Capitão de Infantaria da FEB', o então General Ruy Leal Campello, que foi um jovem tenente no 2º Regimento de Infantaria, à época da Guerra, se refere a Monte Castelo como “uma região ameaçadora, que dominava completamente o compartimento de ataque do Batalhão”.

Não poderia haver cenário pior para os nossos Pracinhas: a dificuldade de adaptação ao frio, a forte neblina que prejudicava a visibilidade, a lama que criava grandes atoleiros, impedindo a passagem de viaturas e obrigava os militares a deslocarem-se a pé, carregando o peso dos suprimentos, a inclinação do terreno, os incansáveis tiros ajustados de morteiro e metralhadoras alemãs e a falta, em muitas ocasiões, de apoio aéreo, de artilharia e dos carros de combate.

Condições extremas que provocaram pesadas baixas e muitas mortes, mas que não foram suficientes para o registro de fatos de indisciplina, relata o General em seu livro: “Ninguém relutava em cumprir as ordens, mesmo sabendo que seria em vão enfrentar o objetivo designado, quando já eram evidentes os sinais de fracasso”.

Monte Castelo não caiu pela fraqueza da resistência alemã, mas pelo espírito de cumprimento de missão de nossos combatentes, pelo moral elevado de nossa tropa, pelos exemplos de liderança e coragem de militares como o Tenente Apollo Miguel Rezk e o Sargento Max Wolf Filho, filhos de uma Nação que parece desconhecer o valor de seus soldados e que não preserva a memória dos que deram a sua própria vida por um ideário de liberdade de todos os povos.

Em tempos atuais de perniciosa crise moral, que deixou o País mergulhar no caos  social e econômico, os exemplos de simplicidade, de obstinação, de patriotismo, de compromisso e união de nossos mais de 25.000 ex-combatentes, mostram o valor dessa nossa “brava gente brasileira” e servem de motivação para as necessárias e urgentes  mudanças, com vistas à reconstrução da sociedade que queremos, com base nos príncípios da justiça, do amor ao País e do bem comum. 

O dia 21 de fevereiro nos comove e deixa emoção e lembranças em todos nós militares. Não é um dia comum nos nossos quartéis pois, desde as lutas em Guararapes, nos idos  de 1648, ao emprego recente em missões de paz, fora do território nacional, somos movidos pelos mesmos ideais de culto às tradições, aos valores e virtudes militares e ao reconhecimento dos exemplos daqueles que nos antecederam e deixaram um legado de demonstrações de amor à Pátria e sacrifício.

Cultuar esse memorável feito de nossos pracinhas é mais que homenagem, é dever de todos nós, como cidadãos brasileiros. Que no próximo 21 de fevereiro, a sociedade brasileira possa refletir sobre esse passado glorioso e reconhecer a força que tem, por meio dos feitos da Força Expedicionária Brasileira. A todos os “febianos”, nosso eterno reconhecimento e gratidão e nossa mais vibrante e briosa continência.


"Tomada de Monte Castelo, em 21 de fevereiro de 1945. Viva a FEB!! Brasil acima de tudo!!


Tenente-coronel Robson Mattos, atual comandante do Comando de Fronteira Amapá e 34º Batalhão de Infantaria de Selva, em Macapá (AP), unidade batizada com a denominação histórica de Batalhão Veiga Cabral.

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