quinta-feira, 29 de julho de 2010

Físico apaixonado pelo Amapá morre aos 58 anos no Rio de Janeiro


Faleceu ontem no Rio de Janeiro aos 58 anos de idade, o professor Marcomedes Rangel Nunes, que era pesquisador do Observatório Nacional, também na Capital Fluminense. Ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), do tipo hemorrágico e não resistiu. Nos últimos anos, ele viajava com freqüência para o Amapá pois se dizia apaixonado pela localização de Macapá na Linha do Equador e percorreu o Estado de carro várias vezes.
Aos 58 anos, o professor Marcomedes deixa esposa e três filhos. Ele era físico e trabalhava há 40anos no Observatório Nacional do Rio de Janeiro e há 10 anos vinha fazendo divulgação científica do Fenômeno do Equinócio, e teve várias arquivos científicos divulgados em revistas, blogs e na imprensa nacional e internacional sobre o Fenômeno do Equinócio com destaque no Amapá.
Além de ter recebido o título de Cidadão Amapaense pela Assembléia Legislativa do Amapá, ele queria guardar para a posteridade suas pesquisas sobre o Amapá em setembro, quando pretendia lançar um livro sobre toda a história do Marco Zero do Equador. O corpo foi velado na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e seu enterro foi realizado no fim da tarde, no Memorial do Carmo.
Entusiasmo - O sítio arqueológico da cidade de Calçoene, no interior do Estado, marcou profundamente as viagens de Marcomedes pelo Amapá. Ele defendia que o local pode ter sido um grande calendário solar construído por civilizações antigas há mais de mil anos. Descoberto pelo naturalista Emilio Goeldi (1859-1917) no início do século passado, o sítio abriga pedras monolíticas estrategicamente posicionadas no solo.
Com ajuda de estudantes do curso de turismo do Centro de Educação Profissional do Amapá (Cepa), o físico mapeou o local e descobriu uma relação entre o sítio e o fenômeno natural do equinócio. "Uma das pedras é uma chapa de granito de 3 metros com uma abertura no centro com cerca de um palmo de diâmetro. Há outra pedra direcionada justamente em relação a essa. Provavelmente, o sítio era usado pelos povos antigos para saber a época de plantio, colheita, chuva e seca", disse, à época, o professor Marcomedes.
Para Marcomede, os monumentos encontrados em Calçoene - comparáveis a Stonehenge, na Inglaterra, o mais conhecido círculo de pedras do mundo -, podem ter sido formas de homenagem aos deuses pagãos ou mesmo observatórios primitivos. "Já conseguimos saber que a luz do Sol é projetada pela abertura de uma das pedras, criando uma bola de luz, que vai bater em outra pedra. A bola de luz se desloca seguindo a linha do Equador", contou o pesquisador.
Em nota, o Governo do Estado e a Secretaria Estadual de Turismo manifestação grande pesar pelo falecimento do professor Marcomedes Rangel.

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