segunda-feira, 23 de maio de 2016

ENTREVISTA: “Em setembro a Aduana fica pronta e a ponte poderá ser inaugurada”

Superintendente do DNIT Fábio Vilarinho fala a Cleber Barbosa, no programa Conexão Brasília
Pode estar chegando ao fim uma verdadeira novela em que se tornou o processo de entrega da obra da ponte binacional sobre o rio Oiapoque. Para o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o Dnit no Amapá, Fábio Vilarinho, a última construção necessária, que é a pavimentação do pátio da Estação Aduaneira do lado brasileiro, deverá ficar pronta em setembro deste ano, quando pretende repassar as chaves do prédio à Secretaria de Patrimônio da União e assim acionar o Itamaraty para marcar a inauguração oficial. Esse e outros temas foram tratados numa entrevista concedida ontem, 21, ao jornalista Cleber Barbosa, no programa Conexão Brasília, pela rádio Diário FM. A seguir os principais trechos da conversa. 

Cleber Barbosa
Da Redação

Diário do Amapá – As rodovias federais que cortam o estado são o seu segundo gabinete de trabalho, por assim dizer, superintendente?
Fábio Vilarinho – É, o segundo... Principalmente nesta época de chuva, quando a gente tem certa dificuldade de tráfego, e aqui no Amapá chove demais!

Diário – Muitos problemas de atoleiros?
Fábio – Neste ano tivemos dois problemas, basicamente, um deles indo para Oiapoque, onde a empresa já estava mobilizada e resolvemos o mais rápido possível. No sentido de Laranjal do Jari tivemos um problema no primeiro trecho, que vai da Água Branca até o Jari, pois estávamos descobertos, não tinha empresa contratada para a manutenção. Como é um convênio com o Governo do Estado, a Setrap pôs suas próprias máquinas para fazer o serviço no trecho.

Diário – O escritório do Dnit aqui em Macapá ainda funciona no prédio da Setrap?
Fábio – Só até a semana que vem, pois já estamos conseguindo um prédio com a SPU [Secretaria de Patrimônio da União] que acredito vai dar certo e em breve estaremos em novo endereço.

Diário – Além desse convênio da União com o estado, através do Dnit e da Setrap, vocês têm uma relação diária de contato, fazem ações em conjunto?
Fábio – Sim. Sempre nós fazemos em conjunto, pois temos um bom relacionamento com o estado e principalmente com o secretário Jorge Amanajás. Então todas as vezes que temos algum problema nas rodovias a gente reúne e traça os trabalhos em conjunto.

Diário – Sobre a ponte binacional de Oiapoque acabou ficando sob a responsabilidade do DNIT realizar a licitação da obra de pavimentação do pátio aduaneiro do lado brasileiro, a quantas anda esse trabalho?
Fábio – Na realidade a Aduana também já foi construída sob nossa gestão, quando foi criada a Superintendência do DNIT no Amapá, em dezembro de 2013. Em 2014 lançamos a obra da Aduana, que ficou pronta no ano passado. Agora licitamos o pátio, que está na fase de conclusão do projeto executivo para começar as obras. A previsão de entrega pela empresa que já está em Oiapoque realizando o projeto, é para setembro ou outubro deste ano.

Diário – Isso é o que falta para a entrega da ponte, não é?
Fábio – Sim, quando a gente terminar o pátio a gente já vai repassar para a SPU, como foi feito com a Aduana. As informações que eu tenho é que esse prédio vai ser repassado para a Receita Federal, que vai administrar o condomínio onde lá vai ter a Secretaria de Agricultura, Anvisa, Polícia Federal, Ministério da Agricultura e Polícia Rodoviária Federal e a Antt também.

Diário – A instalação destes órgãos irá demandar contratação de pessoal. Algum concurso público em vista?
Fábio – Olha, são órgãos independentes, mas eu acredito que todos eles possuem funcionários suficientes para remanejar para lá. Por falar nisso, além da gente construir o pátio, toda a parte de segurança ficou a cargo do DNIT, que são as câmeras, iluminação do pátio, alambrado, enfim.

Diário – E aí estará pronta a ponte finalmente superintendente?
Fábio – Sim, a obra da Aduana é orçada em R$ 14 milhões e trabalhamos com uma previsão para entregar tudo em setembro de 2016, conforme acertado em reunião com o Itamaraty, Ministério do Planejamento e o Dnit.

Diário – E sobre os dois lotes restantes do trecho norte da BR 156 que ainda não são pavimentados?
Fábio – O anteprojeto já está pronto, já fizemos a análise de risco a semana passada em Brasília e já está na central de licitação, portanto que no próximo mês já vai estar licitado para que a empresa vencedora ou as empresas vencedoras dos lotes num prazo de 90 a 120 dias possam fazer o projeto executivo que já está aprovado pelo colegiado da diretoria.

Diário – Fazendo isso nesse período é possível que no verão deste ano as obras sejam retomadas?
Fábio – Nessa questão de prazo eu gosto de alongar mais para não gerar expectativas e ansiedade para a sociedade, então essa rodovia que tem mais de quarenta anos sendo construída, são 600 quilômetros dos quais apenas 500 ficaram prontos. Então eu acredito que o ano que vem nós já devemos iniciar as obras. Agora independente do verão, a gente tem 28 pontes para serem construídas e essas obras podem ser executadas no inverno. Já o lote 4, que é o trecho sul, nós também estamos com uma expectativa de iniciar esse projeto a partir de julho deste ano.

Diário – No trecho urbano da BR 210, que foi duplicado, alguns moradores da zona norte estão reclamando do fechamento de um retorno na bifurcação da estrada com a rodovia do Curiaú, a AP 070. Por que fechar aquele retorno?
Fábio – Por uma questão de segurança. A regra é que os retornos devam obedecer uma distância mínima de 600 metros, devido a aceleração e a desaceleração, além disso, quem vinha pela rodovia do Curiaú precisava logo que acessava a BR 210 atravessar a pista, portanto completamente fora das regras de trânsito tanto do DNIT como do Denatran. Com relação ao congestionamento no retorno mais adiante, no Infraero 2, nós proibimos a conversão por parte de caminhões e carretas, que terão que fazer a conversão somente em frente ao Brasil Novo.

Diário – E sobre as multas emitidas pelo DNIT para quem trafega acima da velocidade máxima nos pardais que acabam de ser instalados a BR 210. Estão valendo?
Fábio – Sim, a primeira câmera começou a funcionar dia 29 de janeiro e pela última estatística que temos já foram lançadas 2.800 multas até abril. Essas multas são eletrônicas e já vão direto para o sistema, cujo valor depende do quanto a velocidade máxima prevista para o trecho, que é de 60 km/h, for excedida, portanto varia entre R$ 72 até R$ 941, dentro das gradações de leve, moderada, grave e gravíssima, o que resulta ainda em perda de pontos na carteira do condutor. Isso tudo a gente faz não para punir, mas para educar os motoristas, pois ali é um trecho de grande movimento, com grandes bairros, escolas e está muito bem sinalizado.

Diário – Obrigado pela entrevista superintendente e um bom trabalho ao senhor e sua equipe.
Fábio – Eu agradeço a atenção e a gente está aqui para esclarecer as dúvidas, pois a intenção do Dnit dentro do estado do Amapá e no Brasil é melhorar a trafegabilidade tanto nas rodovias quanto no perímetro urbano, tanto que a gente já reduziu quase a zero o índice de acidentes no trecho, além de acabarmos com os engarrafamentos para a zona norte.

Perfil...

Entrevistado. Fábio Vilarinho tem 57 anos de idade, nasceu na cidade de Ituiutaba, no interior do estado de Minas Gerais. É divorciado e pai de três filhos. Iniciou a atividade profissional após se formar no Curso de Técnico Agrícola, pela Escola Técnica Federal de Uberlândia. Trabalhou na Codemin (hoje pertencente à poderosa Anglo American) até ser aprovado em concurso público para o Banco do Brasil. Como bancário, onde fez carreira, atuou nos estados de Goiás, Tocantins, Amapá, Ceará e retornou ao Amapá. Em setembro de 2013 assumiu o cargo de superintendente para o Amapá do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), onde já atuava como assessor. É formado em Administração de Empresas e realiza um trabalho de vanguarda estruturando o órgão no Estado.

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