A operação deflagrada hoje no Lourenço, em Macapá, no Rio de Janeiro e São Paulo | Fotos: Reprodução |
Cleber Barbosa
Da Redação
Exatamente na véspera do aniversário do Laudo Suíço,
documento histórico que fez o Amapá ser Brasil, a Polícia Federal deflagra uma
grande operação no estado, tendo como alvo das investigações o Garimpo do
Lourenço – considerado o mais antigo garimpo ativo no país. A citação ao
Contestado Franco-Brasileiro, é porque foi a descoberta exatamente desse ouro
de Calçoene, em 1893, que gerou a disputa pelos limites territoriais com a
Guiana Francesa, daí a defesa candente do Barão do Rio Branco no Tribunal Suíço,
em 1900.
Mas tirando a nostalgia e a história de lado, o Amapá
novamente aparece no noticiário nacional por maus feitos de seus compatriotas. Segundo
a Polícia Federal informou nesta quinta-feira em entrevista coletiva, diversos
crimes vinham sendo praticados usando a Cooperativa Garimpeira do Lourenço
(Coogal), tendo os trabalhadores como vítimas.
Segundo a delegada da PF Gabriela Madri Aquino, que é chefe
do Serviço de Repressão ao Trabalho Forçado, as investigações iniciadas ainda
em 2015 pelo Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério Público Federal e
da própria Polícia Federal, apontam para uma série de ilícitos na região do
garimpo, entre eles de trabalho assemelhado à escravidão, danos ao meio
ambiente e até lavagem de dinheiro.
Delegados da PF, Gabriela Madri Aquino e Alain Leão | Fotos: Cassia Lima/SN |
Já o delegado regional da PF no Amapá, Alain Leão, explicou
que somente na sexta-feira será possível dar mais detalhes a respeito de todos
os envolvidos e suas devidas participações nos crimes investigados. “Até porque
a operação ainda está em curso, no próprio Garimpo do Lourenço, portanto
somente quando nosso pessoal retornar e as devidas perícias forem realizadas
poderemos dar mais informações”, disse ele.
Mas a PF confirmou que o atual secretário de educação de
Macapá, Moisés Rivaldo Pereira, está entre as pessoas conduzidas à
Superintendência da PF em Macapá, porém devido a decretação de sua prisão
preventiva – por tempo indeterminado. Os demais nomes, apesar de forte
especulação nas redes sociais, não foram confirmados.
A Prefeitura de Macapá emitiu nota para informar lamentar o
ocorrido com um auxiliar do prefeito Clécio Luís (Rede) e que está afastando preventivamente
o secretário de educação do cargo “para possibilitar que ele possa apresentar
sua defesa”. Ele será substituído pela secretária-adjunta da Semed, a
professora Sandra Casemiro.
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