quarta-feira, 11 de abril de 2012

Governador viajou a Paris com a mulher usando passagem da AL, diz jornal

Reprodução da capa do jornal A Gazeta, desta quarta-feira, que circula em Macapá

O deputado estadual, Edinho Duarte (PP), rebateu nessa terça-feira (10), da tribuna do plenário da Assembleia Legislativa, as acusações de que estaria usando notas de empresas em nome do filho, Diego Duarte, e da esposa, Cleuma Duarte, para justificar gastos em publicidade com verba indenizatória. "A empresa realmente é do meu filho, que é um empresário, e não vejo problemas nisso", disse.
A matéria exibida no domingo (8), no Fantástico, revista eletrônica da Rede Globo, mostrou que o deputado teria gasto em publicidade, justamente com a empresa do filho. Outro também que teve o nome citado foi Michel JK. Ele aparece na reportagem como sócio em um posto de combustível, que segundo o repórter, já teria recebido mais de R$ 500 mil, em um ano.
De acordo com a reportagem, os deputados não foram encontrados para falar a respeito do assunto. "Eu estava em Belém e não fui procurado, se tivesse sido, com certeza teria falado", disse Duarte.
Michel também negou ter sido procurado. "Em nenhum momento fui procurado pelo jornalista, mesmo estando na Assembleia Legislativa. Encontrei com ele três vezes nos corredores e não fui convidado a dar nenhuma entrevista", afirmou por meio de nota.
Michel também negou que ainda seja sócio do posto de combustível, como foi citado na reportagem. O deputado apresentou documento da Junta Comercial do Amapá mostrando que ele deixou a sociedade ainda no ano 2005. "Não sou sócio de nenhuma empresa", afirmou.
O companheiro de parlamento, Edinho Duarte, disse que a reportagem, foi pré-direcionada e tinha como objetivo enfraquecer o Legislativo e provocar a população por conta da verba indenizatória,que pode chegar a até R$ 100 mil. Os deputados que responderam as perguntas como a deputada Marília Góes (PDT) e Charles Marques, foram excluídos da matéria, "uma clara demonstração que o interesse era outro: tirar o foco da mídia de cima do atual governador".
Esta semana a revista Época revelou em reportagem que Camilo Capiberibe é o "governador de 35 contas bancárias". Quatro dias depois veio à público que Camilo está sendo intimado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, relator da operação Mãos Limpas, a dar explicações sobre envolvimento em um suposto esquema de emissão de notas frias em aquisição de passagens aéreas para comprovar gastos com verba indenizatória.
"O único objetivo disso tudo é tentar esconder a reportagem veiculada na revista Época que afirma que a Polícia Federal está investigando porque o governador Camilo Capiberibe precisa de 35 contas bancárias, e no Jornal do Brasil que mostra que o governador está sendo investigado por peculato e terá que dar explicações ao STJ", associou Duarte.
A colisão provocada pela série de denúncias opôs os deputados ao Executivo. Edinho Duarte desafiou a líder do governo na Assembleia Legislativa, deputada Cristina Almeida (PSB), a explicar a viagem feita por Camilo Capiberibe, à época deputado estadual, com a esposa Claudia Capiberibe, com "passagens desta Casa de Leis" pagas com o dinheiro público.

Viagem
A viagem a Paris a qual o deputado Edinho Duarte afirma ter sido feita pelo casal Capiberibe, de acordo com documentos obtidos por A Gazeta, aconteceu no dia 30 de junho de 2009, quando o atual governador ainda era deputado estadual.
O recibo de passagens da empresa TAM compõe a folha 675 do inquérito da Operação Mãos Limpas que corre no Superior Tribunal de Justiça. As passagens foram pagas pela Assembleia Legislativa. A viagem durou 15 dias. Os trechos marcados mostram passagem por Paris e Lyon. O retorno a capital amapaense aconteceu somente no dia 14 de julho de 2009. Pelo bilhete de Camilo Capiberibe a Assembleia Legislativa pagou R$ 3.374,61, compensados justamente pela verba indenizatória.
Outro que se beneficiou com o dinheiro público, foi o senador João Capiberibe, pai de Camilo Capiberibe. A viagem foi para São Paulo - no período de 29/06/09 a 15/07/09. As passagens custaram aos cofres públicos R$ 1.784,04, foi quanto a Assembleia Legislativa desembolsou para que Capiberibe pudesse viajar, gastos também compensados pela verba indenizatória. Na época, Capiberibe pai estava sem mandato. (Emerson Renon)

Pelo Twitter, a primeira-dama nega viagem e põe mais lenha na fogueira

Reprodução da postagem de Claudia Capiberibe, primeira-dama do Amapá, no Twitter

Analistas mais atentos sobre essa crise institucional envolvendo o clã Capiberibe, estranharam a negativa da primeira-dama do Amapá de que tenha viajado a Paris. No microblog Twitter, ela diz a uma amiga que jamais esteve na Europa. Se isso for verdade [que não tenha viajado], pode ter sido um tiro no pé, caso as investigações da Polícia Federal comprovem que o então deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) tenha sido ressarcido por suposta viagem a Paris. É que conforme as primeiras informações divulgadas sobre a Operação Mãos Limpas, os federais investigam uma agência de viagem que fornecia passagens aéreas aos deputados estaduais, suspeita de forjar viagens para que os parlamentares pudessem embolsar o dinheiro da chamada verba Indenizatória. As investigações chegaram a Camilo Capiberibe que teria fornecido também passagens aéreas para seus pais, o senador João Capiberibe, a mãe, deputada Janete Capiberine, além da irmã, a jornalista Luciana Capiberibe.

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