segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"O Amapá precisa sair da lanterna"


LADISLAU MONTE - O presidente da Federação do
Comércio espera que economia do Amapá reaja
  Um dos mais importantes empresários do Amapá, Ladislau Monte, atual presidente da Federação do Comércio do Amapá (Fecomercio) decidiu falar ontem em uma entrevista no rádio, a respeito do atual momento vivido na economia do Páis e do Amapá. Ele diz que não se pode apenas esperar do Poder Púbico, daí encabeçar um movimento cooperativista inédito na região, o Sicoob, voltado a criar o crédito que dê acesso facilitados não apenas aos sócios fundadores, mas também aos funcionários da Cooperativa, que tem status de banco. Ladislau Monte fala ainda sobre os números ainda desvaforáveis que a economia do Amapá apresenta até o início do segundo semestre, mas vislumbra reação, o que lhe deixa um pouco mais otimista em relação ao fim de ano. O Dia das Crianças teria sido o divisor de águas para um ano morno do ponto de vista do comério. Acompanhe os principais trechos a seguir.

CLEBER BARBOSA
DA REDAÇÃO


Diário do Amapá - Presidente, fale do Sicoob, essa grande novidade que está chegando ao Amapá que consiste nos empresários locais se organizando em uma coo-perativa?
Ladislau Monte -
Pois é, ontem (sexta) nós tivemos um encontro com os sócios fundadores fazendo uma avaliação dos primeiros quatro meses de funcionamento. Segunda-feira ela faz cinco meses de fundação, mas de funcionamento efetivo mesmo quatro meses. Então essa avaliação, esse balanço, também um bate-papo com os associados. Estamos muito satisfeitos, nós da direção do Conselho Administrativo, da Diretoria Executiva, que têm se empe-nhado bastante, na pessoa do presidente Claudio, mais os outros diretores, o Miguel e o Malvão, enfim, toda a equipe da Cooperativa, a equipe de colaboradores e gerentes têm se empenhado, se comprometido com a cooperativa.

Diário - E as respostas com relação às respostas do empresariado?
Ladislau -
Os nossos colegas empresários também têm prestigiado, de forma que o balanço é bastante positivo nesses primeiros meses de funcionamento, tanto que que-remos fazer dessa cooperativa uma grande cooperativa, uma grande instituição de crédito para prestar serviços financeiros para os cooperados, os empresários, os funcionários dessas empresas que também podem se cooperar, podem se tornar também donos da cooperativa, porque é assim, os funcionários, os cooperados, passam a ser donos da instituição de crédito que é a nossa Cred Amapá. Então nós estamos muito satisfeitos com o desempenho e chamamos aqui os nossos colegas empresários que vão à cooperativa para conhecê-la, porque é realmente uma instituição que tem como prestar um grande serviço.

Diário - Além disso, o que traz de agregação de valor para o Estado já que estamos vivendo o início de uma crise econômica?
Ladislau -
Bom, os benefícios são assim muito claros e objetivos para os empresários, para os trabalhadores e para a sociedade. É uma cooperativa de crédito que pertence aos cooperados e aos associados, muito diferente de um banco, pois os resultados de um banco, o lucro que ele pode auferir ninguém sabe para onde vai, se vai para a Avenida Paulista ou se vai para o exterior, que onde residem os donos desses bancos. A cooperativa não, é uma instituição financeira, que faz todas as operações financeiras que um banco faz e os resultados que vierem a ser auferidos por essa cooperativa ficam aqui, no nosso Estado, na nossa comunidade, então o benefício é muito grande.

Diário - Além disso as deliberações da cooperativa são feitas aqui mesmo não é?
Ladislau -
As decisões da cooperativa, como taxa de juros, financiamento, enfim, são tomadas aqui mesmo, pelo Conselho de Administração que faz todo o acompa-nhamento e faz a gestão juntamente com a Diretoria Exe-cutiva, então todo negócio tem que começar pequeno, começar de baixo. Nós não tínhamos aqui no Amapá a cultura do cooperativismo, nós tínhamos várias outras coo-perativas, mas de outros segmentos, de crédito nós não tínhamos nenhuma, então o início não é fácil não, está sendo difícil, mas é um trabalho de busca de conhecimento já há quase três anos, então a gente está aprendendo, mas já vemos hoje o fruto desse trabalho.

Diário - E vocês estão também observando as expe-riências bem sucedidas desse modelo de cooperativismo de outros Estados?
Ladislau -
Sem dúvida, nós temos procurado buscar as cooperativas de sucesso nesse País, fomos ao Estado do Paraná, em Maringá, onde tem cooperativa lá de sucesso, tem em Minas Gerais, enfim, no Sul do Brasil nós temos cooperativas de muito sucesso e nós estamos buscando essas experiências para trazer para cá. O próprio Bancob, que o banco que faz a compensação para cá, para dar sustentação para as cooperativas, está acreditando muito na cooperativa do Amapá. As outras coo-perativas co-irmãs, também acreditam muito porque nós montamos um modelo de gestão aqui com muita responsabilidade e pegamos pessoas sérias tanto para o conselho como para a diretoria executiva, de forma que há uma expectativa muito grande e eu não tenho dúvida de que ela vai dar muito certo.

Diário - A cooperativa funciona no mesmo prédio que abriga a Federação do Comércio do Amapá, o que leva a mais facilidades e até superar a burocracia, o senhor diria?
Ladislau -
Sem dúvida, a cooperativa não tinha condições financeiras de alugar um prédio, comprar um imóvel, então a Federação está dando todo o suporte inicial e é lógico que a intenção nossa no futuro é colocar outro PAB, ou seja, outra agência, para a hora que o espaço ficar pequeno nós buscaremos um espaço assim como ela é Macapá e Santana, no décimo terceiro mês, no ano que vem, nós já estamos pensando em montar um posto de atendimento, uma agência, em Santana.

Diário - E sobre essa tão propalada crise econômica mundial, presidente, há quem veja semelhanças com a de 2008 e esse período obscuro que vivemos atualmente, o que o senhor acha dele?
Ladislau -
O comércio vive nessas ondas de altos e baixos de crise. Nós tivemos, e eu estou atuando no comércio há 35 anos, naquele tempo inflacionário dos anos 70 e 80 nós tivemos crises muito mais pesadas, fortíssimas mesmo, além dos planos econômicos da vida, ali sim, foi momento de muita dificuldade. Depois que entrou o Real, que houve a estabilização da economia, nós temos vivido alguns momentos de crise, mas não como era a tempos atrás. Tivemos a crise econômica de 2008 nos Estados Unidos que de certa forma afetou um pouco do Brasil e por tabela o Amapá.

Diário - E como está a situação hoje, presidente?
Ladislau -
Aqui no Estado a gente vive esse momento que não é tão bom para o comércio, mas que também não tão ruim. Eu acredito que no ano que vem nós vamos supe-rar, estamos chegando no final do ano de 2011, mas os primeiros meses com certeza não foram muito bons para o Amapá, que aos poucos vai se recuperando.

Diário - Há sinais disso, concretos mesmo?
Ladislau -
Sim, nós tivemos agora do Dia das Crianças na semana passada e se viu um movimento muito grande no comércio. Eu estive andando pelo centro comercial, visitando várias lojas, tanto na véspera, no dia 11, como no dia 12, e vi que as lojas estavam lotadas, houve um movimento muito grande e da mesma forma a gente está com a expectativa de que no Natal, no Ano-Novo a gente também possa ter um bom movimento para que a gente possa sair dessa lanterna que segundo as informações do IBGE o Amapá é um dos Estados que menos tem crescido. Mas no mês de agosto nós tivemos um pequeno crescimento, tímido ainda, de quase 2%, mas já é alguma coisa, então no balanço geral do ano, de janeiro até setembro, nós temos um empate técnico, ou seja, praticamente o Amapá não cresceu no volume de vendas, o Brasil está em torno de 7% a 7,5%, mas ainda temos estes três meses do ano para tentar reduzir essa diferença, quando espero possamos fechar o ano ainda não com os números da média nacional, mas com números positivos

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