sábado, 16 de janeiro de 2016

ATUALIDADE | Falando sobre ECONOMIA com um professor

O professor universitário João Luiz da Silva analisa a atual conjuntura econômica do mundo e suas implicações para o país, o estado e também para o orçamento familiar dos amapaenses.

Por Cleber Barbosa
Para a Revista Diário

Toda vez que o professor de economia João Luiz da Silva, 52, entra em sala de aula sua inspiração para lecionar essa disciplina – considerada um bicho-papão no meio acadêmico – vem do fato de que é preciso dar dicas para que o orçamento doméstico não seja ainda mais afetado pela crise. Ele diz que a recessão econômica é algo marcante no cotidiano das pessoas, com reflexos no poder público como na iniciativa privada, tanto que já existem empresas renegociando os contratos de trabalho de seus empregados, reduzindo salários sob pretexto de manter os empregos.


Dicas para o enfrentamento da crise econômica
O projeto de escoar grãos do Centro-Oeste do país pelo Porto de Santana, no Amapá, entra no rol das apostas para o enfrentamento da crise. Mas é recebido com cautela por ele.
O professor João Luiz diz que o Amapá possui uma situação diferenciada do ponto de vista de suas fronteiras, pois é o único país da América do Sul a fazer fronteira com um vizinho que tem moeda mais forte, como é o caso da Guiana Francesa. Mas diz que não se usufrui dessa condição, pois as trocas comerciais ainda são incipientes, limitada a Oiapoque através do comércio local. “Mas o grande porte ainda não está sendo aproveitado neste sentido econômico, o que só virá com a abertura da ponte binacional sobre o Rio Oiapoque, quando poderemos incrementar o turismo e até trocas comerciais”, diz o especialista.
O professor destaca neste sentido a importância do porto de Santana, em que pese os problemas atuais com o Cabo Norte do Amazonas, que inviabilizam a passagem de navios de grande porte, mas que ainda é o terminal amapaense o de maior calado na Amazônia, portanto capaz de virar um entreposto de cargas para toda a região. Ele também opina sobre o projeto de escoar a produção de grãos do Centro-Oeste. “Embora falem que o agronegócio hoje é mecanizado, que substitui mão de obra, aqui é uma grande novidade, não existe agronegócio, então a expectativa é que possa gerar sim emprego e renda, além de insumos para outras economias, como a produção de alimentos”, diz.
João Luiz pontua que embora o país venha apresentando números acanhados sobre crescimento econômico, com a possibilidade do governo federal enviar ao Congresso Nacional um orçamento menor que o atual, a situação ganha ares de drama. “Trata-se de um câncer muito grande que precisa ser extirpado, mesmo não vendo ainda a possibilidade disso ser feito, adotam paliativos como a volta da CPMF, sangrando mais um pouco o bolso do contribuinte, que já vem sendo sacrificado a muito tempo”, pondera.
Por fim, o professor de economia alerta para os cuidados que as pessoas devem ter com relação a saber lidar com esse momento delicado. “Vem aí o décimo terceiro salário, a restituição do imposto de renda e em alguns casos gratificação de férias, então não é hora de mais gastos, mas sim pagar dívidas, antecipar a quitação de um empréstimo consignado, por exemplo, ou simplesmente guardar dinheiro para as despesas do início do ano, com rematrícula, IPVA, IPTU, por aí”, diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contribua conosco!

PUBLICIDADE