Afinal quem defende os direitos dos Policiais?
Mais um ano desponta na história e infelizmente, em se tratando de Segurança Pública, somente o desejo de que ele seja melhor, para muitos é mera utopia. É fato que toda a sociedade tem sede de que menos pessoas sejam vítimas da violência que assola todos os rincões deste País e que as desigualdades sejam amenizadas, afinal sonhar que elas desapareçam totalmente seria mera filosofia.
Às vezes quando minimizamos um problema enfrentado, vemos que não seria tão complicado resolver certas posturas no que diz respeito à melhoria da Segurança Pública. É preciso somente ter boa vontade e um pouco mais de ação para tentar diminuir os desatinos e os dissabores vividos pelos profissionais da Segurança Pública, desses que que estão lá na ponta, em contato direto com os problemas de ordem social.
E estar no fio à navalha é realmente um sacerdócio. É sair de casa, sabendo que pode não voltar, é contabilizar quantos "bicos" serão necessários para que a família não passe necessidade, as contas não atrasem e o salário escasso possa ser esticado, é adiar o desejo de presentear alguém especial, afinal as prioridades muitas vezes se resumem em morar e comer dignamente, é ser hostilizado pela sociedade que cobra uma postura impecável, mas que desconhece a realidade enfrentada dentro das delegacias, onde uma caneta e uma resma de papel por vezes são artigos de luxo.
Essa realidade dura e crua, não é desconhecida de nossos governantes, mas ao mesmo tempo não se mostra prioritária nas ações implantadas. Nossas delegacias deveriam ser uma extensão da comunidade, onde a dura realidade fosse apresentada e as inúmeras ausências do Estado quando a população necessita pudessem ser ao menos explícitas para aqueles que não conseguem entender porque a estrutura não funciona.
Como compensar tantos dissabores com o amor à profissão? Ao sacerdócio que por vezes se resume a atividade policial. As ausências em fatos tão simples que compõe a história das pessoas como um nascimento de um filho, um aniversário ou até mesmo um simples jantar em família, enfim, coisas normais vão sendo preteridas em nome de uma escala que visa à proteção do bem maior que é a sociedade.
Os anos vão e vem, e com ele desejos, sonhos e esperanças que se renovam, ainda que utopicamente na mente de alguns, com sonhos possíveis de serem idealizados, mas nem sempre são fáceis de serem realizados.
Enfim, sabemos que os problemas deixados nas gavetas e em outros lugares, estarão lá, da mesma forma com o inicio das atividades, afinal a vida é dinâmica e o sistema não pode parar. A Segurança Pública continuará a fazer parte dessa realidade em cada um de nós enquanto profissionais e também como membros da sociedade.
Nossos desejos como profissionais, continuam sendo os mesmos de tantos anos, um pouco mais de valorização profissional, um salário condigno com a atividade de risco permanente, equipamentos que nos possibilitem um poder de reação e proteção a altura da tecnologia empregada pelos marginais, viaturas que sejam um pouco mais modernas e que permitam ao menos cumprir as missões com mais dignidade e principalmente, treinamentos que nos possibilitem o pensar, o repensar, o aprender constante que será a mola propulsora de nossas mudanças como sociedade.
Que o Poder Público nos olhe, com os mesmos olhos que norteiam as nossas atitudes na defesa da sociedade que protegemos e do sistema que fazermos partes e que a dignidade e o reconhecimento almejado sejam um pouco mais do que simples falácia.
*Marcos Sloniak
Os Policiais defendem os direitos constitucionais dos cidadãos e fazem a Segurança Pública com muito zelo e orgulho, sendo os verdadeiros Guardiões da Lei e da Ordem. Agora, quem defende os direitos desses abnegados policiais?
É preciso que os governantes deste Estado olhe com mais respeito e dignidade para os policiais e valorize o trabalho tão árduo que os mesmos desenvolvem em prol do bem estar social. É por isso que lutamos. É isso que merecemos!
Douglas Wilson - OPC
Diretoria da AESP
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