sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

MINERAÇÃO: Ainda temos muito manganês, diz Feijão

RIQUEZA - Para o geólogo Antônio Feijão a Serra tem nova oportunidade
Texto: Cleber Barbosa | Publicado na edição 002 da Revista Diário.

Com vasta experiência no setor, onde inclusive já comandou o órgão federal responsável pela produção mineral, o DNPM, o geólogo Antônio Feijão garante que ainda existe muito manganês no Amapá. Ele é um entusiasta da ideia de que as jazidas ainda existentes em Serra do Navio possam ser exploradas. “Nós vimos no governo Capiberibe, há vinte anos atrás, começar esse imbróglio. E está lá a Serra do Navio com os joelhos na pobreza, sofrendo, beirando a miséria, com uma riqueza dentro do seu solo”, diz o especialista.
Feijão sugere que o novo governo que se instala em janeiro possa criar uma câmara de conciliação de conflitos, para resolver, entre outros problemas, a questão do porto de minérios. “É preciso saber por que a Mendes Júnior parou a obra. Na negociação com a Zamin ficou reservado US$ 146 milhões de dólares para garantia do porto e manutenção da ferrovia. Onde está esse dinheiro? Então vamos cobrar da Anglo”, questiona.

ALERTA
Ele faz um diagnóstico crítico sobre o setor mineral do Amapá. Antes de sair do DNPM, em março deste ano, diz ter deixado documentos para se fazer fiscalizações profundas para se trazer subsídios para se denunciar o que chama de “mineração corsária”, citando como exemplo o que fizeram no Amapá a Novo Astro, a MPBA, a MMX e, mais recentemente, a quase a centenária Anglo American. “Que nos deixou sem porto, com seis vítimas e vendeu para uma empresa sem nenhuma responsabilidade ou respeito, que é essa Zamin Ferrous. Eles já deviam estar na cadeia”, completa.
Ele cita o professor-doutor Marcos Chagas, da Unifap, que chama a atenção para a necessidade do Amapá conceder seus licenciamento ambientais com as âncoras sociais muito bem estabelecidas no diploma de autorização para o trabalho ambiental. “Como exemplo temos a Hidrelétrica de Ferreira Gomes, onde o Rio Araguari está virando um lago e não tem uma contrapartida, um projeto de piscicultura, de um centro de alevinagem ou projeto de agregamento de uma mão de obra capaz de incluir com economia sustentável, renováveis, duráveis as sociedade que estão impactadas”, diz.

Icomi consegue licença para voltar a extrair minério 
Érico Rossi, diretor-superintendente da mineradora Icomi S.A.
Uma comissão de empregados e ex empregados da mineradora Icomi (Indústria e Comércio de Minérios S.A.) acompanhados de membros da nova diretoria da empresa protagonizaram um momento histórico na semana quando saiu a Licença de Operação (L.O.) para que ela retome suas atividades em Serra do Navio. O documento foi expedido pelo IMAP (Instituto do Meio Ambiente e Ordenamento Territorial) e foi recebido como um troféu pelos representantes da Icomi.
Segundo o diretor superintendente da empresa, Erico Rossi, o primeiro passo agora é a comunicação oficial ao Conselho de Investidores, na Coréia do Sul, maior consumidor mundial de manganês atualmente. "Temos muito trabalho pela frente, o que nos enche de satisfação, afinal vínhamos tentando essa autorização há muito tempo e com ela também muitas responsabilidades para as quais estamos plenamente preparados e motivados", diz o empresario Érico Rossi. A empresa diz que serão investidos US$ 200 milhões e gerados 1,5 mil empregos.

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