sábado, 19 de março de 2016

DEFESA | Exército vai reforçar presença na fronteira do Amapá

Nos anos 50, o contingente de militares do Exército Brasileiro empregados na missão de ocupar a Amazônia era de 5 mil e a meta agora é chegar a 30 mil
EXPANSÃO - Nos fundos do atual 34º BIS está sendo erguida a futura 22ª Brigada de Infantaria de selva.

Reportagem Cleber Barbosa 
para a Revista Diário

A chegada de um general para vir comandar a 22ª Brigada de Infantaria de Selva, já batizada com o nome histórico de “Brigada da Foz do Amazonas” é o maior investimento já feito pelo Exército Brasileiro no Amapá. A Grande Unidade foi criada pelo Alto Comando e está com obras em andamento para ser inaugurada em breve. Ela vai requerer uma série de outras Organizações Militares (OM) em seu entorno, visto que significa maior poder de resposta em caso de uma eventual tentativa de ataque à soberania do país e dessa faixa da Amazônia.
General Oswaldo de Jesus Ferreira
Na prática, uma brigada significa a reunião de três batalhões de infantaria. Pelo projeto, essas unidades deverão ser o 34º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva), de Macapá, o 2º BIS, de Belém e o 24º BIL (Batalhão de Infantaria Leve) de São Luís. Mas a base operacional ficará em Macapá, onde esse general que virá comandar a Brigada terá ainda outras unidades especializadas, como uma Companhia de Comando, uma Base Administrativa e de Apoio, uma Companhia de Comunicações, um Batalhão de Engenharia de Selva, um Grupamento de Logística e uma Companhia de Polícia do Exército. Em termos de números, o efetivo atual de militares lotados no Amapá saltará dos atuais 820 militares, para quase 4 mil homens e mulheres.
Tenente-coronel Robson Mattos
O ex comandante militar do Norte, general Oswaldo de Jesus Ferreira, disse que a movimentação desses quadros do Exército, que serão deslocados de outras partes do país, além daqueles que poderão ser incorporados em Macapá, significam algo em torno de R$ 300 milhões por ano a ser injetado na economia do Amapá. Ainda como parte desse projeto, este ano acabam de ser incorporados os vinte primeiros alunos do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR), que acaba de ser criado visando atender exatamente as demandas de todo o conglomerado que a Brigada da Foz exigirá.
O embrião do atual 34º BIS foi a 1ª Companhia do 34º Batalhão de Infantaria, instalada em 14 de março de 1968. Depois chamou-se 3º BEF (Batalhão Especial de Fronteira) e em 199 a denominação de Comando de Fronteira Amapá. O Atual comandante do 34º BIS é o tenente-coronel Robson Mattos.

Contingenciamento obriga adiar a inauguração para 2019
Os generais Gil Rocha (e) e Marcelo Echiletti (d) falam com exclusividade à Revista Diário sobre as obras da Brigada.
O Alto Comando do Exército deslocou a Macapá o general-de-divisão Marcelo Echiletti Rodrigues, que é diretor de obras militares. Ele veio acompanhado de diversos outros oficiais para vistoriar o andamento das obras da Brigada da Foz do Rio Amazonas. Falando à Revista Diário, o militar explicou que já é sabido que a programação inicial que previa a inauguração da Brigada em 2017 deverá ser alterada, para 2019. Disse que à medida em que os recursos forem assegurados, o Exército irá avançar com a construção da instalações de aquartelamento como de moradia. “Mas estamos cumprindo com as nossas missões para que as organizações militares existentes aqui e as que venham a se instalar possam atingir os objetivos que o Exército está se propondo”, diz.
Já o general-de-brigada Gil Rocha, que coordena o programa Amazônia Protegida explicou que em função da importância do Amapá desde os tempos de Território Federal como hoje ,Estado, o Exército decidiu dentro de seu Plano Estratégico criar essa Brigada que vai dar ao Amapá a missão da segurança e a defesa do país. “Com isso dar maior parcela de participação do glorioso povo amapaense junto às Forças Armadas”, declarou.
Ele explicou ainda que o vazio demográfico da Amazônia é uma preocupação permanente, daí ser essa parte do país colocada como de grande prioridade para o Exército, por suas riquezas naturais, da necessidade da preservação ambiental, seus ecossistemas, daí uma maior ação de presença do Estado brasileiro. “Para se ter uma ideia, na década de 50 existiam 5 mil homens guardando a Amazônia. O projeto do Exército é elevar esse efetivo a 35 mil homens o que por si só já revela a importância que o Exército Brasileiro e nosso comandante general Villas Bôas dá a essa região do país”, acrescentou Gil, que foi tenente em Macapá, há 31 anos, no 34º BIS.


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