segunda-feira, 19 de abril de 2010

População do Amapá convive pacificamente com indígenas


Os índios do Amapaenses são os únicos do país que têm o privilégio de possuir todas as suas reservas demarcadas, sem invasões de garimpeiros, madeireiros e agricultores. Os primeiros contatos entre o índio e o europeu têm o registro de 1500, quando Pinzón esteve aqui. O Estado abriga vários tipos de etnias, distribuídos em 49 aldeias. São eles: Galibi do Oiapoque (Oiapoque). G. Marworno (Oiapoque), Karipuna (Oiapoque), Palikur (Oiapoque), Tiriyó e Kaxuyana (Tumucumaque), Waiana e Aparaí (Tumuqumaque) e Waiapi (Amapari / Pedra Branca).

Galibi do Oiapoque

Os Galibi do Oiapoque é a autodenominação de um grupo indígena que vive no Oiapoque e de outro que vive na Guiana Francesa, nos rios Maroni e Maná. Na Guiana Francesa eles se definem como Kaliña, tendo Galibi como designação genérica utilizada pelos europeus para se referir aos povos de fala Caribe do litoral das Guianas. Eles poliglotas. Além de manterem parcialmente sua língua original, falam também o patauá, língua geral utilizada no contato com as outras etnias da região e também o português e usam esta língua na aldeia para os contatos externos. Conhecem o francês, pelo menos os mais velhos que foram alfabetizados e educados nesta língua, e entendem um pouco do patuá holandês. As terras ocupadas pelos Galibi correspondem basicamente ao território onde se instalam em 1950. Constituem a Reserva Galibi com uma superfície de 6.689,928 hectares, conforme a portaria nº 1.369/E, de 24 de agosto de 1962, e homologada em 1982 (Diário Oficial da União de 22 de novembro de 1982.

Galibi Marworno
A denominação Galibi Marworno, hoje assumida pelos índios do rio Uaçá, revela uma população heterogênea, composta por descendentes de povos Caribe e Aruaque (Galibi, Maruane e Aruã), antigos habitantes da Guiana Francesa, sul do Amapá e bacia do Uaçá. Um certo número de moradores, por outro lado, é descendente de regionais e de imigrantes não-índios que se casaram com índias do Uaçá. Os índios, até pouco tempo atrás não se auto-denominavam desta forma. Eles se identificavam como “do Uaçá” na época em que viviam dispersos em grupos locais, nas ilhas do Alto Uaçá. Mais tarde, a partir do final de década de 40, na época do SPI (Serviço de Proteção ao Índio), quando instalados no Village Saint Marie em Kumarumã, passaram a se identificar, em conjunto, como Galibi e, mais recentemente, orientados pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e com a autorização do ex-chefe Manoel Floriano Marcial, como Galibi-Marworno, se diferenciando assim dos Galibi de Oiapoque.

Karipuna
A maior parte da população indígena que atualmente se define como Karipuna encontra-se nas margens do rio Curipi, principalmente no seu baixo e médio curso, na Área Indígena do Uaçá. Além das quatro aldeias maiores e principais, Manga, Espírito Santo, Santa Isabel e Açaizal, existem várias localidades residenciais dispersas ao longo do rio Curipi: Zacarias, Inglês, Mahipá, Txipidon, Paxiubal, Bastião, Campinho, Kutiti, Tauahu, Xato, Bovis, Taminã e Japim. Apesar da dispersão, cada uma dessas localidades reconhece sua conexão com uma das quatro aldeias maiores.

Palikur
Os Palikur, falantes de uma língua Aruak, estão localizados nos dois lados da fronteira Brasil-Guiana Francesa. A população em território brasileiro, estimada em 862 habitantes, distribui-se em 10 aldeias (Kumenê, Flecha, Puwaytyket, Kamoywa, Tawary, Monge, Urubu) assentadas nos tesos que se levantam ao longo do rio Urucauá, afluente da margem direita do rio Uaçá. As terras ocupadas pelos Palikur fazem parte da Área Indígena do Uaçá e são contíguas à Área Indígena do Juminã (homologada pelo decreto s/N de 21 de maio de 1991).

Tiriyó
Os Tiriyó, falantes de uma língua caribe, habitam uma região politicamente dividida entre Brasil e Suriname. Até o início da década de 60, os Tiriyó viviam dispersos em grupos locais relativamente independentes e reconheciam-se como pertencentes a, pelo menos, treze grupos diferenciados. A partir de então, foram contatados, em ambos os lados da fronteira, por missionários e passaram a assumir a designação genérica de Trio, no Suriname, e Tiriyó, no Brasil. No nosso país, os Tiriyó habitam o Parque Indígena de Tumucumaque, em conjuntos populacionais, um, nos rios Paru de Oeste/Cuxaré, e o outro, no rio Paru de Leste.

Waiana e Apalaí
Os Waiana e os Apalaí (também chamados de Aparaí), são povos falantes de línguas caribe que, no Brasil, mantém, há cerca de um século, estreitas relações de convivência, coabitando nas mesmas aldeias e casando-se entre si. Conseqüentemente, é muito comum encontrar informações que designem estas duas etnias como um só grupo. Os Waiana ocupavam, no século XVII, o médio e alto curso do rio Paru de Leste, de seu afluente Citaré, o alto rio Jari, e os rios Litani e Paloemeu. Atualmente distribuem-se pela região fronteiriça entre o Brasil e a Guiana Francesa e o Suriname, nos rios Paru de Leste, Maroni e seus afluentes, no Paloemeu e Litani. Os Apalaí são provenientes da margem sul do rio Amazonas, tendo migrado até a região dos baixos rios Curuá, Maicuru, Jari e Paru de Leste, e de lá até a sua área de ocupação atual, no médio e alto curso até o rio Paru de Leste, no Brasil. No Brasil os Wayana e Apalaí habitam o Parque Indígena Tumucumaque (PIT), com 3.071.067 ha, nos municípios de Oriximiná, Almeirim, Óbidos e Alenquer. A demarcação do Parque foi homologada em 1997, pelo Decreto 213 (Diário Oficial da União, 4 de novembro de 1997). Suas aldeias se estendem também na Terra Indígena Rio Paru de Leste, também homologada em 1997.


Os Waiãpi, que falam uma língua tupi-guarani, vivem em ambos os lados da fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa. São 1.390 pessoas, distribuídas em três diferentes localidades: 511 habitantes na Terra Indígena Waiãpi (No Amapá – Censo de 1999); 29 no Parque Indígena Tumucumaque (Pará – Censo de 1999); e 850 na localidade indígena de Camopi, margem do rio Oiapoque (Guiana Francesa). No Amapá, os Waiãpi ocupam a Terra Indígena Waiãpi, homologada em 1996 pelo Decreto nº 1.775. Com 607.017 hectares, ela se insere entre os municípios de Amapari e Laranjal do Jari. Trata-se de uma área de floresta tropical densa, com relevo acidentado em sua porção entre norte e leste, situada entre as bacias dos rios Jari (a oeste), Amapari (a leste) e Oiapoque (ao norte).


Edgar Rodrigues
Assessor de Comunicação
Secretaria de Estado da Comunicação

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