domingo, 28 de agosto de 2011

"Em 2008 apoiamos o PDT, agora é a vez do DEM"

DAVI - Antes uma jovem revelação da política local, agora deputado maduro e aspirante a prefeito


Quando foi eleito o mais votado candidato a vereador de Macapá no ano 2000, Davi Alcolumbre passou a ser considerado uma das maiores revelações jovens da política amapaense. Mas agora que já cumpre seu terceiro mandato como deputado federal, militando nas trincheiras da oposição no Congresso Nacional, ele já é tido como uma grande liderança da política tucuju, onde buscou seu lugar com muita simpatia e simplicidade, mas com uma forte articulação nos bastidores, galgando posições e postos de destaque, como o de titular da Secretaria Municipal de Obras de Macapá, no início avassalador da gestão do maior aliado, o prefeito Roberto Góes (PDT). A forma com que sempre tratou e defendeu a gestão de Góes, o credencia agora a reivindicar o direito de encabeçar uma chapa para sucedê--lo no ano que vem. Falando abertamente, Davi diz nesta entrevista que já recuou uma vez para apoiar o amigo e agora espera receber o mesmo tratamento.




CLEBER BARBOSA
DA REDAÇÃO


Diário do Amapá - Deputado, o senhor participou da última reunião com o ministro da Aviação Civil em que o pro-blema do bairro Alvorada foi discutido. Qual a avaliação desse encontro?
Davi Alcolumbre -
Minha visão após ter participado dessa reunião, pelo que disseram a própria Infraero, o secretário nacional da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, os técnicos da AGU [Advocacia Geral da União], além da efetiva participação da Bancada [Federal do Amapá] e a presença do prefeito Roberto [Góes] que veio prestar solidariedade, sem contar a presença do procurador-geral do Estado, representando o Governo do Amapá nessa audiência fortalece e deixou claro para o Governo Federal que tanto a Prefeitura de Macapá quanto o Governo do Estado estão unidos com as bancadas do Estado na Câmara e no Senado em torno de se resolver o problema desses moradores que estão ali a mais de trinta, quarenta anos.

Diário - O que mais incomoda nesse impasse todo entre a Infraero e os moradores, deputado?
Davi -
A forma arbitrária com que a União os trata, ela não pode chegar agora e dizer que é dona das terras, pois a Prefeitura de Macapá tem um documento no Cartório dizendo ser possuidora da gleba. Além disso, os moradores vivem a muitos anos ali, como falei anteriormente, fizeram os benefícios, pagam água, pagam energia, pagam o IPTU, já têm o registro do título e alguns moradores já tem o título definitivo do seu terreno.

Diário - Mas em termos de encaminhamentos para uma solução o senhor acredita que possam ser realmente tirados?
Davi -
Eu não tenho nenhuma dúvida que aquela reunião foi uma preparatória, pois a Câmara de Conciliação que foi determinada pelo ministro Adamis, da AGU vai ser criada, e dentro dessa Câmara haverá a participação de uma pessoa que conhece o Amapá, que é o doutor Orlando Muniz, sabe da questão fundiária do Estado, conhece o problema do Alvorada e com certeza nós deixamos claro que não iremos aceitar a imposição da União para retomar essa área que é do povo do Amapá, que é da Prefeitura de Macapá.

Diário - Deputado, agora falando de política partidária, para um parlamentar de oposição como o senhor como está vendo essas sucessivas exonerações de ministros acusados de improbidade e as estratégias do Governo, ora blindando os envolvidos e impedindo as CPI's, ora demitindo sumariamente?
Davi -
Não foi pedido de demissão, mas sim um argumento que o Governo está usando para tentar de certa forma interromper o processo de investigação que o Congresso tem feito em cima desse governo. Um governo que com oito meses de gestão, que é o governo da Presidente Dilma, com todas as denúncias de corrupção, com quatro ministros da República substituídos, sendo que três sob acusações de desvios de recursos nos seus ministérios e apenas o ministro Jobim que também saiu, mas por um problema pessoal dele com a Pre-sidente Dilma.

Diário - A oposição então não desiste apenas com a troca dos ministros?
Davi -
Nós estamos tentando fazer o nosso papel no Congresso, que é de fiscalizar. Lançamos na semana passada, os partidos de oposição, um site onde a gente vai mostrar para a opinião pública, para a sociedade brasileira quem são os deputados federais e senadores que apóiam as investigações no Brasil. A notícia boa que a gente pode passar para a população é que já em menos de 48 horas do lançamento dessa Frente buscando a constituição de uma CPI Mista da Corrupção, pela Câmara e pelo Senado, a gente juntou mais de 100 assinaturas entre os deputados e mais 20 entre os senadores. A gente precisa de 171 assinaturas na Câmara e de 29 no Senado e com certeza a pressão da sociedade sobre os seus parlamentares vai fazer com que certamente a gente vá ter esse instrumento eficaz, que é a CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito], que pode quebrar sigilo bancário de ministro, de assessor de ministro, de secretário, enfim, é um instrumento que vai poder quebrar sigilo telefônico, um poder de investigação que o povo nos deu para representá-lo aqui na Câmara dos Deputados, de fiscalizar e de fazer as leis. É isso o que nós temos feito, infelizmente com o governo barrando a fiscalização, pois quando ele manda um de-putado seu não assinar a CPI alguma coisa está escondendo e não quer que seja descoberto, mas a gente vai fazer o esforço necessário para a gente poder viabilizar a instalação dessa CPI e passar esse governo a limpo.

Diário - Pelo calendário das eleições de 2012 tem uma série de providência que precisam ser tomadas um ano antes do pleito então como o partido que o senhor dirige no Estado está se organizando para as eleições municipais?
Davi -
Olha, a gente está conseguindo organizar o partido de maneira a constituir o partido em todos os municípios, viabilizando a construção dos diretórios municipais. Já fizemos as convenções visando as eleições municipais do ano que vem em todo o Estado e está sendo construído em todos os municípios do Amapá a viabilidade para que o partido possa colocar nomes à disposição do pleito municipal, tanto candidatos a vereador como candidatos a prefeito, vice-prefeito, enfim, não tenho dúvidas de que assim que encerrar o prazo de filiações partidárias que é o primeiro passo que a le-gislação dá para quem pretende disputar uma eleição, um ano antes do pleito, a gente vai conseguir fechar todos os dezesseis municípios a partir daí fazer um diagnóstico de onde nós teremos candidatura própria, onde nós vamos fa-zer composição e onde vamos ter alianças proporcionais para vereador.

Diário - E como isso é feito, digamos em termos de critérios?
Davi -
Identificando as lideranças em todos os municípios, lideranças que estão de filiando hoje para disputarem o pleito como pré-candidatos a vereador, pois ainda não houve a convenção, mas com a perspectiva de participar efetivamente da eleição, colocando seu nome à disposição, como candidatos a prefeito consolidados, podendo compor e indicar o vice em alianças com outros partidos e o desejo de fazer o maior número de vereadores possível, com uma meta estipulada de pelo menos o dobro da quantidade de municípios, pois hoje nós temos quatorze vereadores e queremos chagar ao dobro disso.

Diário - Então para o Democratas a ordem é crescer também nas Câmaras Municipais?
Davi -
Exatamente, queremos avançar na questão proporcional, mas também na questão majoritária, portanto onde tiver condições, for viável para nosso candidato do Demo-cratas, nós teremos candidatura própria, pode ter certeza.

Diário - O senhor é pré-candidato a prefeito de Macapá?
Davi -
Nós estamos trabalhando, como disse anteriormente, em todos os municípios e Macapá, além de ser a Ca-pital, é onde estão 55% dos leitores do Estado do Amapá, então é natural que almejemos também fazer o prefeito da principal cidade. Hoje temos uma aliança com o prefeito da Capital, Roberto Góes, onde nós temos a vice-prefeita Helena Guerra, que é do Democratas. Mas agora é uma nova eleição, a direção nacional do Democratas orientou que tenhamos candidaturas próprias em todas as Capitais, então diante dessa situação e do fato de nós já termos retirado uma candidatura a prefeito de Macapá em 2008 para apoiar a candidatura do PDT agora esperamos que o PDT tenha a mesma deferência.

Diário - Obrigado pela entrevista deputado.
Davi -
Eu é que agradeço a oportunidade de estar falando à população sobre o que se passa em Brasília, do que acontece por aqui, afinal o reflexo das decisões de Brasília, com certeza impactam na qualidade de vida da população do nosso Estado e para mim é uma honra mais uma vez estar aqui em Brasília representando o povo do Amapá com o voto legítimo do cidadão e é isso o que tenho buscado fa-zer durante esses três mandatos como deputado federal, melhorar a vida do povo amapaense e dizer que nós estamos trabalhando firme para buscar recursos necessários para melhorar ainda mais a qualidade de vida da nossa gente.
Perfil
O amapaense David Samuel Alcolumbre Tobelem, filho de Samuel Jose Tobelem e Julia Peres Alcolumbre, é empresário, membro da Associação Comercial e Industrial do Amapá (ACIA), foi vereador por Macapá no período de 2001 a 2003, quando elegeu-se De-putado Federal (2003-2007), pelo PDT. Foi reeleito para o segundo mandato (2007-2011), e no ano passado conquistou o terceitro mandado para a Câmara dos Deputados (2011-2015). Também atuou como Secretário Municipal de Obras de Macapá, entre 2009 e 2010. Presidente do Diretório Regional dos Democratas no Amapá; Membro da Comissão Executiva Nacional dos Democratas; Membro do Conselho Político de Comissão Executiva Nacional da Juventude Democratas. É membro titular da Comissão de Minas e Energia e membro suplente da Comissão Financeira e de Controle da Câmara dos Deputados.

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