domingo, 1 de julho de 2012

Entrevista: “É melhor comprar passagem aérea com antecedência”

PRESIDENTE– O atual dirigente da Associação de Agências de Viagem (Abav-AP), empresário Elenilton Marques
Não tem jeito. Entra férias sai férias o sufoco no aeroporto de Macapá é sempre o mesmo, além de tarifas que dariam para fazer uma bela viagem internacional. Para tentar entender esse fenômeno corriqueiro e que ainda parece sem solução aparente, o jornalista Cleber Barbosa conversou ontem no rádio com o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem no Amapá, a ABAV-AP, o empresário Elenilton Marques, que embora admita o problema, manifesta total impotência para o enfrentamento. Diante de suas limitações, o dirigente da ABAV aconcelha que para se livrar dos altos preços da temporada de férias, o melhor mesmo é programar com bastante antecedência a viagem dos sonhos, para que não vire um pesadelo. O funcionamento e os entraves dessa sistema o Diário do Amapá publica a seguir.

CLEBER BARBOSA
ESPECIAL PARA O DIÁRIO DO AMAPÁ

Diário do Amapá - O senhor esteve recentemente em Belém participando da Feira Internacional de Turismo da Amazônia, a tradicional FITA, como foi esse evento?
Elenilton Marques
- Exatamente, a gente na oportunidade dessa feira que fomos a convite da Secretaria de Turismo do Pará que mobilizou todos os presidentes [de Abav] dos Estados do Brasil para estar fazendo essa reunião e fortalecendo também o destino Pará, né? Durante esse encontro na Paratur nós pudemos alinhar nosso pensamento em razão da Amazônia. Foi muito produtivo porque a gente está começando a pensar essa organização da Amazônia, pois a gente já observa isso no Nordeste, com muita força, assim como o Sul do Brasil, trabalhando sempre junto, pois a gente percebe que trabalhar assim faz toda a diferença hoje.

Diário - E a associação das agências de viagem está puxando essa discussão?
Elenilton
- Isso, a Abav [Associação Brasileira de Agências de Viagem] como uma entidade que tem toda essa entrada, presente em todos os Estado do Norte e do Brasil todo, tem a intenção de criar e divulgar melhor esse nosso destino, que é a Amazônia. Sabemos que é rica, sabemos dos nossos potenciais, mas precisamos nos organizar, nós como Abav, com as secretarias de Turismo dos Estados, os Conventions [Convention & Visitors Bureau], as associações, enfim, para trabalharmos juntos e com mais força para poder divulgar.

Diário - Então nessa linha de raciocínio significa dizer que deve-se evitar aquela coisa de cada um puxar a brasa para sua sardinha, remar para um lado, enfim, a idéia é defender roteiros casados, de modo a atrair o turista a visitar não apenas um, mais vários estados vizinhos?
Elenilton
- Exatamente, a gente sempre teve essa idéia de desenvolver roteiros integrados daí é importante saber dos nossos potenciais para que a gente possa estar discutindo com esses parceiros, por isso a gente leva sempre o que há de melhor no Amapá, daí estarmos batendo muito forte na questão do nosso Equinócio. A gente tem divulgado bastante o Equinócio, conversamos especialmente com a presidente da Abav do Pará que vai tentar apoiar a Secretaria de Turismo a divulgar o nosso evento, pois a gente tem que escolher um evento âncora que a gente possa trabalhar todos os anos e fazer a diferença, mostrar uma marca nossa para o Brasil e para o mundo.

Diário - E a marca é Meio do Mundo, essa localização única que o Amapá possui?
Elenilton
- Isso mesmo, estar no meio do mundo, esse é o diferencial.

Diário - Presidente, em uma reunião como essa, com outros dirigentes da Abav nos estados é uma boa oportunidade para a troca de experiências, mas também para falar dos problemas comuns. Esse drama que os amapaenses vivem a cada mês de férias, com a pouca oferta de vôos e tarifas muito altas praticadas pelas duas únicas companhias aéreas acontece em outros estados amazônicos?
Elenilton
- Com certeza. Essa é a grande discussão que a gente tem levado para os outros estados e que a gente também quer trazer para o Amapá, pois a gente observa que todo período de alta estação a gente fica nesse gargalo que é o nosso transporte aéreo. A gente tem que saber por que só temos duas companhias áreas operando aqui e por que essas duas empresas não têm mais vôos, entendeu? Queremos identificar então o que é necessário para a nossa Amazônia, foi esse o principal debate travado por ocasião da FITA em Belém e que queremos trazer para cá durante o evento Amazontec, em novembro. A gente propôs junto com a Secretaria de Turismo que a gente discutisse durante esse encontro a criação de uma tarifa verde para a Amazônia, uma tarifa que fosse mais em conta porque a gente observa que nos grandes centros como na Ponte Aérea Rio-São Paulo você paga R$ 69 e por que aqui a gente tem um trecho tão pequeno como Macapá-Belém pagando tarifas tão caras, superiores a R$ 1 mil?

Diário - Mas o gargalo é mesmo nesse fim de rota estabelecido entre Belém e Macapá. A entrada de uma companhia aérea regional não poderia amenizar esse problema presidente?
Elenilton
- Poderia sim amenizar. A gente recentemente manteve contato com a Trip [companhia aérea] que sinalizou no sentido de poder estar colocando esse vôo, inclusive já disponibilizou as tarifas.

Diário - Essa companhia já opera até Belém, não é mesmo?
Elenilton
- Isso, já opera até Belém. Além disso, a gente acha fundamental a entrada da Trip porque ela está se concatenando junto com a Azul [outra companhia], estão fechando parcerias.

Diário - Elas se fundiram comercialmente, não é isso?
Elenilton
- Exatamente. Uma fusão. Por isso eu dizia ser importante a entrada da Trip aqui porque era mais uma concorrência, maior oferta de vôos, uma melhora para a gente aqui no Amapá.

Diário - Bem, mas enquanto isso não acontece o que dá para fazer presidente? Dê uma dica para os passageiros. Comprar passagens com antecedência ainda é a melhor receita, como programas a viagem de férias seis meses antes?
Elenilton
- Sim, com certeza. A gente sempre está aconselhando os nossos clientes que compre antecipado, com trinta, sessenta dias. Se você quer uma tarifa melhor procure os dias de terças e quartas-feiras, que são menos procurados, com retornos aos sábados, assim como os vôos noturnos, que ficam um pouco mais em conta.

Diário - E essa história de que as tarifas vão aumentando à medida da ocupação das aeronaves?
Elenilton
- Funciona assim, as tarifas são divididas por classes, tem uma super-barata, uma promocional, depois acabando essas classes de tarifas mais promocionais vão praticando as tarifas mais caras até chegar à Y [yankee] que você paga mais de R$ 1 mil [para Belém, por exemplo].

Diário - Ainda assim fica uma baita interrogação na cabeça do passageiro já que hoje se defende tanto a transparência, o acesso à informação, isso das tarifas aéreas é uma caixa-preta mesmo, quem garante que já foram vendidas todas aquelas tarifas com preço menor heim?
Elenilton
- Exatamente, é um disparate. Essa briga talvez possa melhorar com a entrada da Trip/Azul porque ela não tem uma diferença tão grande entre a menor tarifa e a tarifa mais cara. Isso talvez possa melhorar essa disputa aqui onde as diferenças são enormes. Por exemplo, você chega a pagar R$ 180 por uma passagem de ida e volta para Belém comprando com antecedência e se deixar para última hora chega a pagar R$ 1,3 mil.

Diário - Uma última questão presidente, aqui as duas únicas companhias aéreas a TAM e a GOL, possuem apenas três vôos diários, mas elas praticamente o fazem no mesmo horário e ainda levam os passageiros a disputar a única esteira para despacho da bagagem. Por que isso ocorre?
Elenilton
- Esse é outro grande questionamento que a gente tem feito também. A gente acha que é uma questão comercial, de estarem chegando próximas, por estarem brigando por horário, então elas colocam um vôo muito próximo do outro. Se uma oferece uma tarifa nesse intervalo a outra também quer, ou seja, elas fazem essa disputa nesse sentido.

Diário - E o passageiro é quem sai penalizado.
Elenilton
- Infelizmente.

Perfil

O empresário Elenilton Marques da Silva nasceu em Tucuruí (PA) mas mudou-se ainda pequeno para Macapá (AP). Tem 33 anos de idade, possui bacharelado e licenciatura em Geografia, pela Universidade Federal do Amapá (Unifap) e especialização em Geoprocessamento, pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-AP). Ingressou por concurso público na Eletrobras, estando lotado nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte). Abriu, há dez anos, junto com sua família a Poroc Turismo, uma conceituada agência de viagens de Macapá. Assumiu em novembro do ano passado a presidência da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav-AP).

2 comentários:

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