Em entrevista exclusiva concedida ao radialista e jornalista Luiz Melo, no programa ‘Viva o Rádio’, na Diário FM, o governador Waldez Góes (PDT) descarta candidatura ao Senado e confirma que é pré-candidato à reeleição, justificando que os próximos anos “serão de colheita” após todas as dificuldades enfrentadas ao longo de sua gestão por causa da crise econômica e financeira que se instalou no Brasil. Segundo Waldez, que cumpre atualmente o terceiro mandato de governador, mesmo diante de tantas dificuldades, o governo dele conseguiu realizar investimentos e pagar o funcionalismo em dia.
LUIZ MELO – O senhor já está trabalhando para as eleições de outubro?
WALDEZ GÓES – Nós temos tido muitas conversas, estamos dialogando muito com vários partidos, com muitos pré-candidatos a deputados estaduais, deputados federais e senadores e vamos continuar dialogando para afunilarmos.
LUIZ MELO – O vice continua sendo o Papaléo Paes?
WALDEZ GÓES – Eu tenho experiência em processos políticos, e primeiro temos que definir, pela ordem, os candidatos a deputado estadual, federal, ficando a chapas majoritárias, de governador e vice e de senador para o segundo momento.
LUIZ MELO – O senhor já conversou com o senador João Capiberibe sobre a possibilidade de composição com o PSB?
WALDEZ GÓES – Não, não conversamos nesse sentido. Nós temos conversado muito sobre projetos de emendas do Senador que estamos executando.
LUIZ MELO – E com Adiomar Veronese e Jaime Nunes, também tidos como pretensos candidato nas eleições de outubro, mas ainda ‘apalavrados’ com Davi (DEM)?
WALDEZ GÓES – Nós iniciamos conversas com o Jaime sim, porque muitas questões como Refis, políticas públicas voltadas para economia do estado tem sempre a participação dele. E também discutindo política, analisando o quadro, mas sem ainda definir nada.
LUIZ MELO – Por que sua opção para o governo e não o Senado, considerando que serão duas vagas em jogo nessas eleições?
WALDEZ GÓES – Eu sou altamente focado na necessidade de ver estado melhorar, gerar emprego e renda. Trabalhei à exaustão nos momentos mais difíceis da crise para não permitir que o povo amapaense sofresse mais e conseguimos manter os salários dos servidores, realização de concursos públicos, execução de obras e preparar o estado com transparência para novas conquistas no processo desenvolvimento. Eu estou muito certo que os anos futuros serão de colheita, de prosperidade. A gente conseguiu enfrentar com altivez toda aquela crise, que embora ainda não tenha sido totalmente superada, nós avançamos muito, por isso não seria justo agora mudar de plano. Eu creio que o Amapá precisa que a gente continua firme, focado na defesa desse equilíbrio fiscal e na colheita de oportunidades e desenvolvimento econômico.
LUIZ MELO – O que o senhor gostaria de já ter feito pelo Amapá no atual governo e que por alguma razão ainda não teve condições de fazer?
WALDEZ GÓES – Creio que o processo de industrialização. Nós temos um comércio muito forte e precisamos fortalecer o processo produtivo. É nisso que eu tenho trabalhado, fazendo planejamento presente e futuro, com o objetivo de aumentar o desenvolvimento da economia pautado na produção de alimentos, processamento industrial e ampliar a produção do campo.
LUIZ MELO – O senhor já trabalha sobre alternativas pra acabar com o parcelamento dos salários dos servidores?
WALDEZ GÓES – Eu tenho responsabilidade fiscal com estado, com o servidor e com a comunidade, por isso eu não posso por questão eleitoral, de voto, por conta de uma disputa política mudar o foco do equilíbrio do estado, porque prejudicaria a própria comunidade. Quando eu tiver segurança que eu posso fazer eu farei, mas não por questão eleitoral, mas sim com segurança no planejamento que a gente fez para o estado num momento em que a crise desafiou o governo. Não é a toa que o Amapá é um dos poucos estados brasileiros que soube fazer esse enfrentamento sem deixar de fazer investimentos.
LUIZ MELO – A sua inocência na Operação Mãos Limpas já está provada nos tribunais ou ainda tem penduricalhos pra serem resolvidos?
WALDEZ GÓES – Absolutamente nenhum penduricalho a ser resolvido; me deram sete processos e em todos por unanimidade eu fui absolvido pela Suprema Corte do país. Eu sempre tive consciência dos meus atos… O transtorno é muito grande, tiraram meu mandato de senador, mas não guardo rancor, só agradeço a confiança do povo. Todos os processos foram arquivados, e não poderia ser diferente, porque eu não tenho nada a ver com o episodio da Operação Mãos Limpas.
LUIZ MELO – O senhor é contra ou a favor da intervenção no estado do Rio de Janeiro?
WALDEZ GÓES – Por causa do nível que a violência chegou lá, nós sabemos que realmente é oportuna, porque apenar do nome, ‘intervenção’, na realidade é união de forças, porque todas as policiais somam com o Exército e passam a ser os instrumentos para fazer esse enfrentamento sob o comando do general Braga Netto. Não tem que pensar duas vezes não. Eu sou favorável sim porque é para o bem da sociedade. É claro que tem que ter todos os cuidados inerentes, mas certamente o Exército Brasileiro e as demais instituições estão preparados para fazer o que tem que ser feito.
LUIZ MELO – Logo após a condenação do Lula pelo TRF4, de Porto Alegre, jornal francês Le Monde, em editorial, afirmou que a democracia brasileira está em processo decomposição. Realidade ou exagero?
WALDEZ GÓES – Eu não acredito nisso. O Brasil vai sair cada vez mais forte dessa situação. A sociedade tem exigido e as instituições, todas, do Legislativo, Executivo, Judiciários e as instituições de controle externo têm cumprido papel. Eu acredito que vai ser ainda mais fortalecida, é apenas questão de tempo. Eu não tenho dúvida nenhuma disso, mesmo porque não tem melhor caminho que a democracia, mas precisa ser aprimorada.
LUIZ MELO – De 1 a 5, que nota o senhor atribuiria ao seu governo até o momento?
WALDEZ GÓES – É difícil pra quem governa dar nota a si mesmo, eu deixo isso à população. Eu não ousaria dar nota, porque as informações, os enfrentamentos, as dificuldades, por mais que todos saibam ninguém sabe ao nível do que eu sei, o que tive e tenho que trabalhar para superar. O povo do Amapá é que está em melhores condições de sabedoria, decisão e soberania com relação à avaliação do governo que eu lidero como também dos prefeitos, e dos parlamentares estaduais e federais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Contribua conosco!