Por Luiz Queiroz
Sem entrar no mérito dos detalhes sórdidos da foto, porque este Blog é sério (kkkkkk).
Mas depois desse “sanduíche” de ministro com “recheio” de presidente de estatal, ficou claro que a Oi armou o maior cineminha político com o governador do Amapá, Camilo Capiberibe (de barba à esquerda), para esvaziar a presença da Telebras no Estado. Estratégia articulada pelo diretor da Oi, Carlos Cidade (de barba à direita).
Paulo Bernardo foi chamado para assistir ao lançamento do PNBL no Amapá. O evento deveria ser para marcar a presença da Telebras no estado, que conseguiu a façanha de reduzir os custos de infraestrutura de rede para pequenos provedores da região. (leia matéria no portal Convergência Digital)
Mas, ao chegar lá, o ministro deparou-se com um evento, em que o governador e a Oi montaram uma festa para anunciar uma Internet que ainda sequer existe.
Foi apenas uma promessa da concessionária de investir R$ 32 milhões na construção de 230 km de fibras ópticas entre Calçoene e Oiapoque, que serão ligadas à outra rede vinda de Caiena, na Guiana Francesa. Para tanto, a Oi, que promete isso para daqui há 3 meses, ainda terá de esperar pelas licenças ambientais e da Funai, pois o linhão passará por uma reserva indígena.
Portanto, conhecendo a burocracia…
Além disso, o vultoso investimento anunciado pela Oi (R$ 32 milhões), a metade (R$ 16 milhões), não passa de renúncia fiscal obtida pela concessionária no ICMS estadual. Outro detalhe sórdido: A Oi vai se aproveitar de uma linha de transmissão da Eletronorte, com fibra óptica que foi cedida à Telebras.
*Que ninguém se espante, porque com a Oi sempre foi assim. Uso de infraestrutura do setor elétrico (federal) para depois sair extorquindo usuário com os seus preços exorbitantes e na venda dos links de acesso à Internet aos pequenos provedores.
Barrado no baile
A festa deveria ter sido para a empresa Você Telecom. Esta empresa foi que investiu sozinha numa rede de Internet e assinou há dois meses com a Telebras a contratação de novos links, que permitirão oferecer aos usuários uma banda larga de 1Mbps, tal como o previsto pelo PNBL.
O dono da empresa foi simplesmente ignorado pelas autoridades durante a solenidade, montada pelo governo estadual e a OI. Paulo Bernardo, que pode ter todos os defeitos, mas não é bobo, não disfarçou o constrangimento com a situação. Ele sequer conseguiu se comunicar com um usuário baixa renda do Amapá que agora possui Internet de alta velocidade (se considerados os padrões de lá). A transmissão via Internet montada para a comunicação do ministro com ele misteriosamente foi interrompida antes do final.
Era a chance de o governo se mostrar presente numa das regiões mais carentes e que tem uma Internet das mais caras do país. O PNBL terminou virando festa da Oi, com direito a levar jornalista de Brasília para cobrir a farsa. Para quem, ainda não sabe, a Oi sempre foi a maior interessada em esvaziar o papel da Telebras no PNBL.
A festa também mostra como são as alianças políticas regionais. Um governador, que se diz aliado político do Governo Dilma (ele é do PSB), na hora de reconhecer os méritos deste, prefere se aliar aos interesses financeiros da Oi no Estado, para não encher a bola da Telebras e por tabela do PT.
* Restou essa patética imagem acima: Duas autoridades federais ensanduichadas pelo poder político e econômico daquela região.
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