domingo, 3 de junho de 2012

Vinícius: “O Amapá não pode mais perder recursos federais”

VINÍCIUS GURGEL– Para ele o Estado e as Prefeituras estão pisando na bola e deixando de obter ajuda federal
Um dos mais jovens congressistas do país, o deputado federal Vinícius Gurgel (PR-AP) considerou 2011 um ano de muito aprendizado, afinal era sua estréia no parlamento. Mas agora que jpa sente-se mais à vontade no Congresso Nacional, anda mais crítico e ansioso para a solução dos grandes problemas e demandas históricas do Amapá. Tanto que concedeu ontem uma entrevista ao programa Conexão Brasília, na Diário FM, que deu o que falar. Ele elevou o tom das críticas ao fato do Estado e muitas Prefeituras do Amapá perderem recursos federais por “ineficiência”. Também discorre sobre a retomada das obras do aeroporto de Macapá  e fala de eleições municipais. Para ele, se não houver composição com o seu PR e outras legendas que o acompanham, poderá ser ele a encabeçar uma chapa rumo à Prefeitura de Macapá. Principais trechos a seguir.

CLEBER BARBOSA
ESPECIAL PARA O DIÁRIO DO AMAPÁ


Diário do Amapá - Deputado a semana foi marcada pela dura, digamos assim, que a Bancada Federal deu na Infraero pela retomada das obras do Aeroporto Internacional de Macapá. O que ficou desse momento?
Vinícius Gurgel
- A grande notícia da retomada das obras do aeroporto. Foi criado um grupo de trabalho e os deputados foram lá pressionar a Secretaria da Aviação Civil e a Infraero, inclusive fomos um pouco duros mesmo, mas dissemos que o Amapá realmente precisa desse aeroporto, até porque nós não temos outra ligação, nem uma estrada ou um porto em condições de receber nenhum visitante.

Diário - A idéia era reclamar da demora é isso?
Vinícius
- Fomos lá dizer que esta obra está há mais de dez anos parada e que é de vital importância para o Estado do Amapá.
Diário - Virou até motivo de piada, deputado, pois na internet esta semana estavam tirando onda com o fato do serviço de som do aeroporto anunciar o portão A para o embarque, se só existe um lá...
Vinícius
- Com certeza, eu também até brinquei com o presidente da Infraero que falava no nome do Aeroporto Internacional de Macapá e eu disse "aeroporto não, aquilo lá é uma pista de pouso", pois você vai a qualquer lugar e encontra um aeroporto de verdade. Aqui não temos finger (ponte de embarque), num lugar onde chove praticamente nove meses por ano, então a população fica realmente a mercê daquele mau atendimento, que não é culpa das pessoas que trabalham no Amapá.

Diário - E a bancada chegou a propor alguma alternativa para a obra?
Vinícius
- Olha, uma das queixas minhas foi com relação às licitações, feitas em lugares fora do Amapá, como Belém e outras cidades, não gerando empregos nem impostos para nossa cidade. Mas foi um apelo muito grande, no geral.
Diário - O senhor falou em chuva e isso lembra a água. O senhor é autor de um projeto que tramita na Câmara dos Deputados versando sobre a reutilização da água na construção civil. Como é isso?
Vinícius
- É até um projeto bem simples, mas de grande alcance, principalmente para nós da Amazônia, que devemos ter cuidados com a preservação dos rios. Ele prevê que todas as construções novas, sejam elas públicas ou privadas, que tenham consumo superior a 20 mil litros d'água por dia, tenham que ter água de reuso, para a gente jamais perder de vista o futuro de nossos filhos e netos.

Diário - O senhor chegou ao Congresso Nacional como um dos mais jovens parlamentares do país e com o discurso voltado além do empreendedorismo, mas também a juventude. Como andam suas proposições em relação aos mais jovens?
Vinícius
- A propósito, nós vamos iniciar agora uma campanha de prestação de contas do mandado, pois a gente fica sem falar na mídia e a população pode achar que a gente está parado. Mas realmente neste primeiro ano foi de muito aprendizado em que a gente apresentou mais de 10 projetos de leis, muito mais voltados para a Amazônia, como a reutilização da madeira proveniente de desmatamentos autorizados, como para a construção de hidrelétricas, para a mineração, enfim. Outro projeto voltado para os jovens, aliás, um mote de nossa campanha, prevê que jogos de computador e aplicativos em geral tenham a versão em português, pois hoje os nossos jovens infelizmente mal têm acesso à língua portuguesa, quanto mais ao inglês.
Diário - Ainda nessa área, na verdade para a infância e juventude, o senhor iniciou também um trabalho de conscientização, como foi isso?
Vinícius
- Exatamente, entregamos 1,5 mil exemplares do Estatuto da Criança e do Adolescente para todos os Conselhos Tutelares do Estado e agora recebemos um pedido do Ministério Público do Amapá, através da procuradora de Justiça Judith e do promotor Ânderson pedindo também mais alguns exemplares, o que ajuda muito a que as pessoas e a juventude possam conhecer os seus direitos.

Diário - Esse ano por ser de eleições é considerado mais curto com relação a prazos para a celebração de convênios e a liberação de recursos alocados em Emendar Parlamentar. Como estão as suas deputado?
Vinícius
- Desde que assumimos, no ano passado, passamos a ser responsáveis por R$ 4 milhões em Emendas Parlamentares e ainda estamos na briga para liberar e garantir obras em diversas localidades, como passarelas de concreto no Bailique, muro de arrimo em Itaubal, enfim, várias coisas. Já para este ano de 2012 nós priorizamos a saúde, alocando recursos para mais de R$ 2 milhões em equipamentos no Estado. Mas também há projetos para a construção de creches, escolas, mas sabemos que é um trabalho árduo liberar emendas, não é fácil, até porque o Amapá é um Estado muito desacreditado e que vive uma situação complicada com a inadimplências de municípios e do próprio Estado.
Diário - Isso derruba toda a costura dos parlamentares para a liberação de recursos federais não é mesmo?
Vinícius
- Isso mesmo e também tem a ausência de uma grande equipe que faça essa interface com os parlamentares. O Estado e as prefeituras realmente deixam muito a desejar, perdem muito dinheiro pela ineficiência de seus técnicos e a gente quer estar nessa briga para não perdermos mais dinheiro, até porque o Estado precisa, mas que é uma tarefa árdua é.

Diário - O que era para ser uma seqüência natural de homenagens ao ex-governador Barcellos no Amapá virou uma nova briga institucional. O senhor também tem um projeto em nível federal para dar o nome de Annibal Barcellos à BR-210. Como está isso?
Vinícius
- O projeto está na Comissão de Viação e Transportes e a gente está com grande otimismo pela sua aprovação, até porque a estrada BR-210 não estava batizada ainda e a gente está com essa sugestão que será uma justa homenagem a este grande homem público que foi o Comandante Barcellos, que foi governador e também deputado federal constituinte e que trabalhou muito pelo Amapá.
Diário - Sobre as eleições deste ano o senhor já deu um nó na cabeça de muita gente ao declarar que poderá também entrar na briga pela sucessão municipal. Isso pode se concretizar?
Vinícius
- Olha, o nosso partido tem um tempo bom de televisão, o PR tem dois minutos e meio. Dos trinta minutos do tempo de propaganda eleitoral na tv um terço é dividido entre os candidatos igualitariamente, mas o restante é o tempo de cada partido, conforme a proporcionalidade de assentos no Congresso Nacional. Esses 2 minutos e meio são nossos, do partido, então temos uma chapa completa de vereadores para ser fechada na convenção, temos outros partidos pequenos na órbita do PR, mas realmente ainda é cedo para dizer, só que dá para dizer que se não conseguirmos nos alinhar com nenhuma outra candidatura majoritária em Macapá, que nos garanta um espaço para ajudar a governar, nada de espaço fisiológico, apenas na condição de ajudar, ser ouvido, participar. Caso contrário é melhor a gente participar sozinhos, buscando outras alternativas, afinal tem muita gente descontente com o cenário político do Estado, buscando a construção de uma terceira via, seja com o meu nome ou com outro que possa reunir forças e mudar o que está posto e que não vai bem.

Perfil

O amapaense Vinícius de Azevedo Gurgel, filho de Hildebrando Carneiro Gurgel Junior e Telma Lucia de Azevedo Gurgel, é casado, pai, empresário e formado em Ciência Contábeis, pelo Centro de Ensino Superior do Amapá (CEAP) , no período 1996-2000. Está em seu primeiro mandato parlamentar, mas já na estréia obteve a façanha de ser o mais votado deputado federal do Amapá, com 21.479 votos, sendo que fora eleito pelo PRTB e atualmente se encontra no PR. É atualmente membro titular da Comissão de Minas e Energia - CME, da Câmara dos Deputados; suplente da Comissão de Finanças e Tributação - CFT e da Comissão Especial Bebidas Alcoólicas.

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