GENIVAL CRUZ– O atual presidente dos rodoviários apresenta
propostas para ser prefeito de Macapá
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ELEIÇÕES 2012 |
O programa radiofônico Luiz Melo Entrevista segue mais uma etapa da sabatina dos candidatos a prefeito de Macapá. Na última sexta-feira foi a vez do sindicalista Genival Cruz, do PSTU, responder às perguntas de jornalistas, ouvintes e eleitores da capital. Por mais de uma hora ele mostrou que não tem nada de radical em suas propostas, mas sim fidelidade a um modelo novo de governar, que define como “Centralismo Democrático”, uma verdadeira revolução para um novo socialismo. Os melhores trechos da entrevista o Diário do Amapá publica a seguir, de forma resumida, mas que não tira a essência da retórica das propostas do motorista de ônibus que já disputou eleições para vereador, deputado e até governador.
CLEBER BARBOSA
DA REDAÇÃO
Diário do Amapá - O senhor é rodoviário há mais de 13 anos. Atualmente como motorista, é de onde tira o sustento de sua família. É isso?
Genival Cruz - É verdade. Na realidade como motorista tenho pouco tempo, pois comecei como cobrador há 13 anos. Como motorista estou há menos tempo, oito meses, mas trabalhando no pesado, mesmo, no dia a dia da categoria, e sentindo a realidade dos trabalhadores, tanto dos trabalhadores como da população.
Diário - Foi daí que começou a nascer o esquerdista militante do PSTU?
Genival - É. começou por aí, pelas necessidades e pelas dificuldades. O projeto aplicado no mundo e no Brasil, enfim, daquele em que a classe trabalhadora e os mais pobres é quem pagam a conta, e duríssima. Então nasceu na gente a necessidade de se organizar e se preparar para trabalhar por uma sociedade diferente e um mundo melhor, que a gente possa ter a possibilidade de uma qualidade de vida superior a que a gente tem hoje.
Diário - Por que essa opção? Injustiça, dissabores da vida, inquietude com a política de trabalho imposta pelo governo federal naquela época, isso já brotava dentro do senhor, essa insatisfação?
Genival - Na verdade o PSTU ajudou a fundar o PT, na década de 80. Mas só foi fundado no início dos anos 90.
Diário - O PSTU surgiu antes do PT?
Genival - Nasceu junto com o PT. O PSTU era PT também.
Diário - Mas era tão radical assim como é hoje?
Genival - A gente se organizava dentro de uma corrente interna do PT com várias outras correntes, no final da década de 80, mais precisamente em 1989.
Diário - O PSTU surgiu de dissidência dentro do PT? É isso?
Genival - De fato, pelos rumos que o PT iniciou a tomar nós não tínhamos mais como estar ao lado do PT. O exemplo do PT é Cachoeira, Mensalão, esse rumo. Então nós optamos em sair.
Diário - Então não se faz mais PT como se fazia antigamente?
Genival - Não se faz. Saímos em 1992, passamos dois anos discutindo sobre que proposta apresentar para a classe trabalhadora, e em 1994 fundamos o PSTU no Brasil.
Diário - E por que o senhor escolheu o PSTU, um partido tido como radical?
Genival - O PSTU foi tachado como um dos partidos pequenos ideológicos, como radical. Nós dizemos que radical é a política hoje implementada no país em que a gente não tem o que comer, não tem emprego, não tem saúde, não tem moradia, qualidade de vida, enfim, não temos possibilidade hoje vivendo na sexta maior economia do mundo, mas que a população não consegue desfrutar dessa riqueza. Então isso é radical.
Diário - É por isso que o PSTU combate tanto a burguesia?
Genival - Exatamente. Nós não podemos estar aliados a quem nos mete a taca todo dia, aí é contraditório. Os grandes partidos optaram assim e aí está o exemplo, né?
Diário - O que é o centralismo democrático que o seu partido defende?
Genival - É uma forma de organização que para nós é uma das mais democráticas já vistas, onde discutimos uma política que venha a ser implementada, onde todo mundo participa, concordando ou discordando, daí a gente sai com uma voz só. Esse é o modelo do PSTU. Então o que eu falo aqui no Amapá o militante do PSTU fala lá no Rio Grande do Sul a mesma coisa.
Diário - Por que o PSTU combate tanto a burguesia, com aquela frase “fora burguês”?
Genival - É um combate diário aos opressores da classe trabalhadora e da população.
Diário - Mas por que combater a burguesia se é por aí que o país se agiganta cada vez mais?
Genival - A gente diz o contrário.
Diário - Eles não ajudam com o enriquecimento do próprio país?
Genival - Não. Quem gera a riqueza do país é a classe trabalhadora, não é a burguesia. E essa riqueza toda gerada não vem para a gente como deveria vir. Nós vivemos hoje uma das piores distribuições de renda do mundo; embora o crescimento econômico hoje tenha tido um passo significativo a renda do trabalhador não acompanhou. O salário mínimo é um exemplo disso.
Diário - Por quê?
Genival - Há dez, 12 anos, o PT defendia o salário mínimo do índice do Dieese, como nós defendemos. Hoje mantém esse salário mínimo por conta da economia, diz que não pode. Já os servidores federais em greve geral, uma das maiores greves já acontecida; a própria educação totalmente abandonada e hoje se investe menos de 4% do PIB na educação jogando a culpa nos professores, nos alunos, enfim, sem acompanhar. Temos uma das piores educações do continente, só ganhamos da Bolívia, na América do Sul, e do Haiti, na América Latina.
Diário - E para a Prefeitura de Macapá, quais são os planos do PSTU?
Genival - Nós propomos trabalhar. Macapá está abandonada, uma cidade que eu optei em vir para cá, gostei e gosto muito. Considero-me amapaense, mas a cidade está cheia de buracos, uma infra-estrutura de 60 anos atrás e a gente ganhando a Prefeitura teremos que arregaçar as mangas e trabalhar muito para transformar essa cidade em uma cidade bela, moderna e melhorar a qualidade de vida de sua grande população que sofre com as políticas implementadas pelos partidos que dominam o estado e a prefeitura há muitos anos.
Diário - E sobre as prioridades, quais seriam as principais mudanças que o senhor faria em relação à atual gestão?
Genival - Uma auditoria fiscal nas contas da Prefeitura. Para isso nós colocaríamos em prática todo o nosso programa que temos para o município de Macapá, como o Plano de Obras Públicas, concurso público que há oito anos não é realizado e outras propostas que preparamos para apresentar nesta eleição para a população de Macapá.
Diário - Os rodoviários são uma categoria pequena e por si talvez não possam levar o senhor à Prefeitura, então como sensibilizar o restante da população para aceitar a sua proposta?
Genival - As políticas implementadas no Brasil e no Amapá durante todo esse tempo causaram um descrédito muito grande com relação à política, tanto que nas últimas eleições o número de votos brancos e nulos aumentou significativamente.
Diário - O senhor aparece com 1% na pesquisa divulgada na semana passada.
Genival - Eu desconheço esse 1%, não acredito nessas pesquisas, pois para mim são todas direcionadas e que não revelam a realidade. Digo isso e provo, pois o próprio pesquisador quando alguém diz que vota no PSTU diz que ele não vai ganhar. O PSTU só não ganha se você não votar nele.
Diário - Seu discurso é nesse sentido?
Genival - O PSTU tem tido um crescimento muito grande; as pessoas estão aceitando mais as nossas propostas e os projetos apresentados e vamos continuar firmes, reafirmando que é possível mudar, é possível melhorar com compromisso e responsabilidade para trabalhar porque sentimos na pele o que o povo sente. Eu mesmo moro na periferia da cidade, no Lago da Vaca, e tem duas crateras lá que tem mais de quatro anos e onde só cai piçarra lá quando os ônibus e caminhões passam. Então ninguém melhor do que a gente para saber a realidade por qual passa o povo. É isso. Conquistar honestamente o voto. Queremos eleições limpas e temos autoridade para dizer isso. As outras candidaturas são meio suspeitas para falar assim.
Perfil
O candidato a prefeito de Macapá Genival Cruz de Araújo, 33, é manharense radicado no Amapá há mais de 13 anos. É casado e pai de quatro filhos. Formado como técnico em enfermagem e torneiro mecânico, não chegou a exercer essas profissões, pois se tornou rodoviário, primeiro como cobrador de ônibus e, mais recentemente, motorista. Integrante do movimento operário desde 2002, concorre à Prefeitura de Macapá pelo PSTU. Já disputou eleições para vereador, deputado federal e também para governador do Amapá.
Olá
ResponderExcluirMeu Nome é Edson Guedes, Sou amapaense e como uma parte não estou satisfeito com nossos representantes na prefeitura e no governo. Gostaria de ver o meu candidaro Genival na prefeitura, pois ele é o unico candidato que sente na pele como eu sinto, as dificuldades de cada dia de trabalho..sei que ele pode torna nossa cidade mais justa para os trabalhadores, mais bonita e principalmente respeitada..
acredito em você Genival e que Deus elumine o corações desse povo tão sofrido e que no dia 07/10/2012 elas possam mudar esse cenario..
GENIVAL 16 CHEGOU A SUA VEZ..