Desde 2015, os índices de captura da Mosca da Carambola no Estado do Amapá sofrem queda considerável. A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Amapá (Diagro) monitora oito municípios (Macapá, Mazagão, Porto Grande, Ferreira Gomes, Pedra Branca do Amapari, Serra do Navio, Cutias e Itaubal) por meio do Programa Nacional de Erradicação da Mosca da Carambola, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No primeiro semestre deste ano foram capturadas 3.678 moscas, segundo dados da Diagro referentes aos municípios acompanhados.
Este quantitativo é 86% menor que os índices referentes ao mesmo período do ano de 2016, que foram superiores a 26 mil capturas. Em 2015, os dados foram ainda maiores: 47 mil insetos capturados de janeiro a julho.
Monitoramento e combate
A chefe da Unidade de Sanidade Vegetal da Agência, Júlia Braga, explica que apesar do nome, a praga não ataca somente a carambola, mas também acerola, taperebá, tangerina, manga, goiaba, laranja, caju, tomate, jaca, jambo e outros frutos.
“O trabalho desempenhado pela Diagro consiste em atividades de monitoramento de armadilhas que estão instaladas em pontos estratégicos e atividades de combate, que por sua vez, consistem na pulverização das plantas hospedeiras, coleta de fruto e aplicação de técnicas de aniquilamento de machos”, explica Braga.
Júlia esclarece ainda que os demais municípios do Estado também são monitorados, mas com ações a cargo do MAPA. Todos os dados das ações desenvolvidas pelo Governo do Estado são compilados e enviados ao Ministério, periodicamente.
Na semana passada, técnicos da Diagro participaram de uma reunião no Estado do Pará, que contou com a presença de todos os atores envolvidos, na Região Norte, com o plano de erradicação da mosca. O momento foi de compartilhamento de informações sobre o cenário regional e de nivelamento de ações para a erradicação da praga. Representantes do Departamento de Sanidade Vegetal do MAPA também estiveram presentes.
Erradicação
O diretor-presidente da Agência, José Renato Ribeiro frisa que os dados positivos são reflexo do trabalho intenso e contínuo desempenhado pelo Estado. Uma das premissas do programa, acrescenta ele, é também impedir que os frutos hospedeiros da mosca saiam do Amapá para outros lugares do país que são livres da praga.
“Temos equipes que atuam de forma permanente nas áreas portuárias, no aeroporto e nas fronteiras do nosso Estado para impedir a saída de frutos contaminados. Com isso, caminhamos cada vez mais para perto do objetivo, que é erradicar a mosca da carambola no Amapá”, enfatizou, complementando que os produtos encontrados nestes locais prontos para sair do Estado são retidos, conforme a legislação, para que não haja a disseminação da mosca, que vive apenas 126 dias, mas é capaz de colocar entre 1.200 e 1.600 ovos neste período.
Mosca da carambola
É uma espécie de mosca das frutas, originária do sudeste asiático. Por volta da década de 80 entrou no continente sul-americano pelo Suriname. Chegou até a Guiana Francesa, e em 1996 foi identificado o primeiro foco no Brasil, no município de Oiapoque, Estado do Amapá.
Esta é uma praga exótica classificada como quarentenária presente, ou seja, possui ocorrência restrita e está sob controle oficial tanto no Amapá quanto em Roraima. Sua presença pode ocasionar sérios prejuízos para a fruticultura nacional, gerando entraves e restrições na exportação de frutos no país, pois uma vez contaminados, se tornam visualmente menos atrativos e têm a durabilidade comprometida. Contudo, a praga não oferece riscos à saúde humana.
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