O economista Paulo Mendes, atual secretário de planejamento
de Macapá, foi o escalado para dar explicações. Ele foi à televisão prestar
informações a respeito da aparição negativa do município no levantamento encomendado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, a
FIRJAN. A entrevista foi exibida no telejornal Amapá TV, da Rede Amazônica
afiliada da Globo.
Na entrevista, Mendes negou que a atual gestão tenha aumentado
os gastos com pagamento de pessoal, principalmente cargos comissionados. “Não
foram as despesas com contratação de servidores que aumentaram, mas sim a
arrecadação que diminuiu”, argumentou o secretário.
Mas ele admitiu que este ano os gastos com pessoal já representam
58% da receita corrente líquida, uma dado temerário, visto que há um limite
preconizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no sentido de que a folha
não pode ultrapassar os 60%. “Mas nossa meta é chegar a 54% até o final do ano”,
disse o secretário, que diz não ter como reduzir as despesas com pessoal, por
serem fixas e obrigatórias, então a saída é mesmo arrecadar mais.
Entre as medidas paliativas que a gestão municipal diz ter
implementado em 2015, quando os gastos com pessoal chegaram a 56%, houve a
redução do salário do prefeito em 20%, dos secretários em 15%, dos cargos de
confiança em 10% e ainda a redução entre 20% e 30% a nomeação de cargos de
confiança.
O representante municipal também ponderou a respeito dos
critérios da pesquisa encomendada pela FIRJAN, alegando não ter não se levou em
conta a queda de receita, parecendo o resultado apenas como uma reprovação da
gestão do prefeito Clécio Luiz.
Entre as alternativas para melhorar a situação dos cofres da
PMM, Paulo Mendes diz que o foco será agora investir na fiscalização. “E tempos
de crise a gente vê que a inadimplência aumentou, pois quando as pessoas perdem
a sua renda elas deixam de pagar, principalmente os impostos, então a
prefeitura tem que cumprir a sua função, que é fiscalizar, que é cobrar”, disse
ele.
Mas ele também se comprometeu em criar condições para que o
contribuinte possa ser instado a buscar a regularização, implementando uma
política de descontos nos juros e nas multas, numa espécie de REFIS que já vem
sendo experimentado desde 2013 com sucesso segundo Mendes.
Sobre uma redução no número de cargos de confiança à
disposição do prefeito, o secretário diz que até o final do ano deverá editar
um estudo a ser elaborado por uma comissão presidida por ele para o lançamento
de uma reforma administrativa na Prefeitura de Macapá que ele avalia como sendo
“obsoleta”.
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