terça-feira, 29 de agosto de 2017

AVIAÇÃO | Aeroporto de Macapá fica de fora do leilão de privatizações do governo, diz Infraero

Aeroporto Internacional de Macapá | Foto: Infraero
O governo federal anunciou na semana passada 57 privatizações para aliviar o rombo das contas públicas. Na lista estão 18 aeroportos, entre eles os de Congonhas e do Recife, dois dos mais lucrativos da Infraero. E se a regra é vender apenas aqueles que estão no azul, o terminal aeroportuário de Macapá ficou de fora, pois segundo a própria Infraero ele é deficitário.

Mas entregar à iniciativa privada alguns dos aeroportos lucrativos da Infraero pode não ser a melhor alternativa para os cofres públicos, segundo o próprio presidente da Ifraero. Antônio Claret de Oliveira, atravessou ofício ao ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa, alertando que privatizar aeroportos poderá gerar gastos extras de mais de R$ 3 bilhões por ano ao governo federal e manterá a estatal no vermelho por mais de 15 anos, com um déficit de cerca de R$ 400 milhões anuais, segundo avaliação feita na semana passada pela própria Infraero.

A informação do ofício enviado pelo presidente da estatal,acabou vazando para a imprensa, segundo reportagem do jornalista Ricardo Gallo, do G1 de São Paulo.

Em Macapá, o Blog procurou a Superintendência da Infraero, mas a titular Keyla Paula de Moraes, informou que não poderia dar mais informações a respeito desse tema, que está a cargo da direção da estatal, em Brasília.

Entre as consequências da privatização, segundo Antonio Claret de Oliveira, então:

- Absorção de mais de 1.600 funcionários dos blocos de aeroportos a serem concedidos. Isso porque acordo trabalhista assegura estabilidade até 2020 dos empregados e, historicamente, 80% dos funcionários de aeroportos concedidos decidem manter-se na Infraero;
- Fluxo de caixa negativo de cerca de R$ 400 milhões anuais, durante mais de 15 anos;
- Comprometimento do orçamento da União em mais de R$ 3 bilhões por ano para manutenção do custeio da estatal

A Infraero contesta ainda um dos argumentos do governo: de que a venda dos 49% da participação da empresa nos aeroportos já concedidos (Guarulhos, Brasília, Galeão, Confins e Viracopos) compensaria parte das perdas da estatal. Para a Infraero, há dúvidas se o mercado tem interesse em comprar essa participação.

Incertezas
Então diante de todo esse quadro e sabendo que o Aeroporto de Macapá não dá lucro, a pergunta que não quer calar é como será o seu futuro? Sim, pois a própria obra de ampliação do terminal, iniciada em 2004 jamais foi concluída, daí as dúvidas a respeito de quando será entregue à população.  

Com informações do G1.

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