quinta-feira, 10 de agosto de 2017

MINERAÇÃO | Fim da reserva de cobre no Amapá pode afetar índios e áreas preservadas

A WWF-Brasil, uma Organização Não-Governamental que defende o meio ambiente, divulgou um relatório em que alerta para as consequências da mineração próximo de áreas protegidas e aldeias indígenas na região Sul do Estado do Amapá e no Norte do Pará, onde está localizada a Renca. A proposta para extinguir a reserva criada durante a ditadura militar, em 1984, foi feita pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e aguarda o aval do presidente Michel Temer.

Na Renca há potencial para extração de minérios como ouro, ferro, manganês e tântalo. Segundo a WWF, dentro da reserva há territórios de nove áreas protegidas, sendo no Amapá: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, Estação Ecológica do Jari, Reserva Extrativista do Rio Cajari, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, além do território indígena do povo Wajãpi.

"Apesar do forte apelo econômico, o desenvolvimento da atividade minerária pode trazer impactos indesejáveis para as áreas protegidas inseridas na Renca, tais como explosão demográfica, desmatamento, comprometimento dos recursos hídricos, perda de biodiversidade, acirramento dos conflitos fundiários e ameaça a povos indígenas e populações tradicionais", afirmou Maurício Voivodic, diretor executivo da WWF-Brasil.

Com a extinção da reserva, a área pode receber, depois de mais de três décadas, a atividade mineral feita por grandes empresas e por cooperativas de garimpeiros. Dos 4 milhões de hectares, cerca de 1 milhão e 800 mil ficam em território amapaense, principalmente em áreas dos municípios de Laranjal do Jari, Pedra Branca do Amapari, Mazagão e Porto Grande.

Para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) nenhuma das áreas preservadas está incluída no pacote de concessões minerais e que todo o processo está sendo acompanhado por órgãos ambientais do Estado do Amapá, que darão o aval para a concessão das regiões.

O DNPM diz ainda que a atividade de estudo e extração pode resultar em aumento de arrecadação dos municípios, reduzindo a dependência de recursos federais, além da geração de empregos diretos e indiretos com a exploração de metais nas cidades atingidas.

Nas regras atuais de exploração, segundo a ONG, apenas uma das reservas que fica em território paraense teria condições de receber a atividade mineral. Atualmente, 69% de toda a área da Renca está bloqueada para receber qualquer estudo visando a atividade.

Ainda de acordo com a organização, mesmo com 31% de território disponível para atuação, as regiões que mais apresentam potencial de extração mineral estão dentro das áreas protegidas.

"Uma eventual corrida do ouro para a região poderá causar danos irreversíveis a essas culturas e ao patrimônio natural brasileiro. Se o governo insistir em seguir abrindo áreas para mineração sem discutir as salvaguardas socioambientais, ele poderá ser questionado internacionalmente", declarou, na apresentação do relatório, Jaime Gesisky, especialista em Políticas Públicas no WWF-Brasil. As informações são do portal de notícias G1.

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