Aspecto da reunião do empresário Hilder Rocha com dirigentes da Aprosoja, em Macapá |
Tendo como razão social a marca Pioneira, a indústria do
empresário cearense Hilder Rocha de Oliveira, anuncia a instalação de um
arrojado – e pioneiro – projeto de produzir álcool combustível no Amapá. A apresentação
foi feita nesta quarta-feira (23) na Casa do Agro, em Macapá, durante reunião
com dirigentes da Aprosoja-AP (Associação dos Produtores de Soja e Milho do
Amapá). Daniel Sebben, que dirige a entidade, se disse feliz com os dados
apresentados e prometeu apoio.
Hilder Rocha já morou no Amapá, nas décadas de 1970 e 1980,
tendo adquirido terras no município de Mazagão e iniciado um projeto agrícola
que depois acabou transferindo para o Nordeste. Agora está de volta,
aproveitando, claro, o bom momento da indústria do agronegócio que desponta no
Amapá e o reconhecido apoio do poder público ao incremento das atividades do
setor produtivo.
Falando à reportagem, ele disse que o projeto tem como
matéria-prima os grãos que já são produzidos no Amapá, como o milho, que no
primeiro contato com os representantes da Aprosoja ouviu manifestações sobre o
desejo de também produzir arroz e sorgo, o que só melhora a oferta de
matéria-prima para o seu projeto. “Queremos produzir o álcool anidro e o álcool
hidratado, ou seja, um para queimar direto no carro e o outro para adicionar à
gasolina”, explicou Rocha.
Empresário cearense Hilder Rocha, da Pioneira Álcool Amapá |
Atualmente, todo o álcool consumido no estado do Amapá é
importado ou do Centro-Oeste ou do Sudeste, daí a relevância do projeto da
empresa Pioneira, que se propõe a distribuir na própria região Norte o
excedente da futura produção de álcool, que já teria inclusive compradores
definidos. “Como também para o subproduto da destilaria, no caso a proteína do
milho, que nós já temos mercado certo, a Avini, do Ceará, que já fornece ovos
aqui para o Amapá, pois tem interesse, afinal já se utiliza de quarenta mil
sacas por mês de proteína de soja, então daria uma oportunidade para que
colocássemos toda a proteína de nossa futura produção casso partíssemos para a
exportação”, explicou Hilder Rocha.
Mercados
Presidente da Aprosoja-AP, empresário Daniel Sebben |
Daniel Sebben disse ter ficado uma boa impressão com a
apresentação do projeto do álcool, especialmente devido essa sensação comum
entre os empreendedores locais e os que estão chegando ao estado, de que o
Amapá é sim viável. “E que podemos produzir mais, podemos trabalhar mais,
podemos acessar novos produtos, diversificar nossa produção e agregar mais
valor ainda à agricultura do Amapá e assim expandir os horizontes”, comemorou o
dirigente da Aprosoja.
Ele citou a experiência bem sucedida de outros estados, especialmente
da região Centro-Oeste, que começaram com ideias, com viagens, intercâmbio e
troca de informações e hoje são realidade. “O próprio projeto de etanol de
milho do Mato Grosso, que na semana passada foi notícia nacional com a
inauguração da primeira fábrica em Lucas do Rio Verde”, disse Daniel Sebben,
que lembrou da trajetória do álcool, iniciada ainda na década de 90 nos Estados
Unidos e que depois chegou ao Centro-Oeste do Brasil, sempre driblando as
dificuldades, especialmente as de logística.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Contribua conosco!