terça-feira, 13 de setembro de 2011

Se tem petróleo na Guiana, porque não no Amapá?

Já houve pesquisas d epetróleo na costa do Amapá
O anúncio feito pela companhia Tullow Oil da existência de petróleo na Costa da Guiana Francesa, levou muita gente no Amapá a indagar "se tem lá por que não pode ter aqui", numa alusão a proximidade da Guiana com o Estado brasileiro. O poço de exploração no mar Zaedyus, ao largo da Guiana Francesa, mostrou uma descoberta de petróleo penetrando uma zona de hidrocarbonetos de 72 metros de espessura. De acordo com a Tullow Oil, a descoberta é "de boa qualidade, como previsto."
O óleo foi descoberto pela primeira vez ao largo da costa da Guiana, aTotal e a Shell, que representa a esperança de um novo Eldorado na região, provocada pelo desenvolvimento da exploração de petróleo no vizinho Brasil. A descoberta foi feita em águas profundas (mais de 2.000 metros sob a água) sobre o "Zaedyus", cerca de 150 quilômetros a nordeste de Cayenne, anunciou os dois petroleiros em declarações separadas. A perfuração, liderada por Tullow Oil, do Reino Unido, foi lançado em março, sob grande preocupação dos ambientalistas.
Petróleo pode garantir mais sobra e água fresca à Guiana
Um porta-voz da Total, que detém 25% do campo, confirmou à AFP que foi a primeira descoberta de petróleo ao largo do departamento de ultramar francês. "As perfurações eram consideradas importantes, mas também muito arriscadas", segundo a Total. De acordo com a Shell, que tem a maior parte no projeto de exploração (45%), ainda é muito cedo para avaliar as reservas, mas os resultados iniciais são "encorajadores".

Perspectivas - A perspectiva de encontrar petróleo na costa da Guiana havia sido reforçada por recentes descobertas importantes ao largo da costa sudeste do Brasil. Geólogos assumem que o porão da costa leste da América do Sul é semelhante ao do Golfo da Guiné, na África, rico em petróleo, porque os dois estavam ligados antes, quando os continentes se formavam. Zaedyus foi perfurado em uma feição geológica que o operador Tullow esperava ser um "espelho" do Jubileu Campo, mar aberto em Gana, onde se descobriu cerca de 1,4 bilhões de barris de petróleo nos últimos anos. A França, que se tornou famosa nos anos 70 com seu slogan "Não há petróleo, mas temos idéias", finalmente terá seu ouro negro? Guiana, departamento ultramarino, cuja renda per capita é uma das mais baixas na França, nunca havia produzido petróleo. Produção francesa de petróleo bruto, já pequeno, tem diminuído nos últimos anos a 20.000 barris por dia. De acordo com a UFIP, apenas 1% do que consome. Se Total e Shell são ainda cautelosos, os analistas de petróleo estão esperançosos. A descoberta "abre uma bacia totalmente nova", congratulam-se o grupo Bank of America (BofA)-Merrill Lynch em uma nota. Para o Royal Bank of Scotland, o resultado da perfuração "provavelmente excede a maioria das expectativas." Tullow, Total e Shell já identificaram seis poços de potencial no campo Guyane Marítima. Tullow, desta vez associado com a Repsol espanhola, vai lançar outra perfuração em outubro, em águas da Guiana, disse um porta-voz. O anúncio da descoberta repercutiu sobre as empresas: no final da manhã, Tullow Oil subiu mais de 11%, com ganho total de 0,22% em um mercado em baixa acentuada, enquanto Shell caiu por 0 , 32%, mas foi melhor do que o FTSE de Londres (-0,75%). Mas a esperança de exploração na Guiana enfrenta preocupações dos ambientalistas, que apontam que o bem é muito profunda, quase 6.000 metros abaixo da superfície (2.000 metros de água e 4.000 m no oceano subsuperficial). "Guiana tem um ecossistema frágil, incluindo alguns dos maiores manguezais no mundo. Seria um pesadelo para limpar o derramamento de petróleo, como aconteceu na explosão da Horizon em águas profundas no Golfo do México, em abril de 2010", dizem os ambientalistas. Tullow Oil concorda com a preocupação, mas diz "não é um aprendiz de feiticeiro que está no trabalho" e que "não há nenhum ponto de comparação "entre as técnicas utilizadas”. 

Por Said Barbosa Dib

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