quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mineradora Anglo American quebra silêncio sobre acidente

CAPA01-PRINCIPAL02 ANGLO PORTO DE SANTANA
O diretor da mineradora Anglo American no Amapá, José Luís Martins, recebeu a imprensa na tarde de ontem (18), em Santana, para uma entrevista coletiva. Foi a primeira manifestação da empresa depois de cinco meses do acidente que vitimou seis operários no Porto de Santana. Para o executivo, apesar de respeitar o trabalho feito por peritos do Estado a respeito do acidente, muitas das informações solicitadas não puderam ser fornecidas porque entre os prejuízos com o desmoronamento do porto havia um escritório portuário que foi dragado e com ele muita documentação da mineradora. “O acidente teve causas naturais”, disse Martins.

A reunião com os jornalistas ocorreu dentro da área industrial da empresa e foi marcada pela exibição de um filmete com imagens e projeções feitas por computador, com toda a cronologia dos fatos ocorridos na noite do dia 28 de março deste ano. “Tudo aconteceu muito rápido e sem nenhum sinal prévio”, disse o diretor da Anglo.

A tese sustentada pela empresa foi a de que ocorreu, no subsolo do porto, um deslocamento de material, uma ‘argila sensível’, que é muito rara e que nem mesmo a Icomi, quando da construção do porto, havia identificado, tampouco os técnicos que recons-truíram o cais, em 1997, quando também ocorreu um desabamento.

CAD8 Foto principal
José Luís Martins disse que os peritos contratados por ela para um estudo aprofundado sobre as causas do acidente integram um seleto grupo de renomados geotécnicos, entre eles dois dos principais nomes do país, além de outros engenheiros civis e navais. “Trabalhamos ao longo desse período com universidades do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além de mais recentemente com da Universidade do Pará, a fim de buscar essas respostas”, disse Martins. Ele disse que os estudos e as imagens de câmeras de segurança comprovam que o início do sinistro se deu na área oeste do porto, onde não havia operação de embarque de minério.

A Anglo acredita que aconteceu um movimento abrupto de massa, em dois momentos distintos. Na primeira movimentação deslizaram 150 mil m³ (metros cúbicos) de material, na parte oeste, arrastando um braço do píer flutuante, torres de transferência, o carregador do navio e seis pessoas, junto com outros equipamentos. Alguns segundos depois veio a segunda movimentação. Desta vez, de 350 mil m³ de material. Portanto, foram 500 mil m³ de deslisamento, um peso aproximado de 1 milhão de toneladas. “Isso tudo provocou uma onda de 5 a 6 metros de altura, que atingiu o navio e alagou seu convés, provocando danos tanto ao navio como a pequenas embarcações no porto municipal”, narrou o diretor. O filme oficial com a versão da Anglo para o acidente em seu porto será entregue, nos próximos dias, às autoridades do Amapá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contribua conosco!

PUBLICIDADE