PRECARIEDADE | A estrada que corta o Amapá de uma ponta a outra revela a rusticidade para viajar até Oiapoque. |
Da Redação
Quem já precisou ir a Oiapoque ou mesmo à Guiana Francesa na estação das chuvas amazônicas certamente tem alguma história pra contar sobre a viagem pela BR 156, que corta o Amapá de norte a sul. Ela é tida como a rodovia federal mais antiga em construção no país. Já se vão mais de 80 anos, desde que o Marechal Cândido Rondon – um desbravador da região Norte do Brasil – lançou o projeto de abrir uma estrada ligando Macapá à divisa com a Guiana Francesa.
As obras começaram em 1932. Foram apenas nove quilômetros construídos até 1945. De lá pra cá, foram muitas idas e vindas de autoridades locais à Brasília, em busca de recursos federais para asfaltar a estrada, considerada vital para o desenvolvimento e a integração do Amapá por meio dos municípios cortados pela BR 156.
ATOLEIROS | Ao lado a dura rotina de quem encara a via durante a estação das chuvas. |
RESPOSTA
Mas há quem diga que a conclusão da obra tem data marcada. Trata-se do superintendente do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) no Amapá, Fábio Vilarinho. Ele diz que para este ano o governo federal alocou R$ 1,3 bilhão para que o órgão possa dar conta de cuidar dos trechos já pavimentados, restaurar os deteriorados e construir onde ainda existe estrada de terra. “Eu acredito que até o final de 2018 será possível ir de Macapá a Oiapoque só no asfalto”, disse o executivo, que assumiu o posto em 2013.
Confusão
A principal rodovia federal que corta o Amapá de Norte a Sul – a BR 156 – nem sempre é lembrada como nascendo no Jari, pois muita gente acha que ela liga Macapá a Oiapoque. A BR 210 é quem nasce na capital do estado e segue para a região Centro-Oeste, passando por Serra do Navio e continuando depois das divisas do Pará e Roraima, daí ser chamada historicamente de Perimetral Norte.
Mas o fato é que o DNIT acaba de emitir Ordem de Serviço para que um consórcio de três empresas possa apresentar o projeto executivo e iniciar a pavimentação do primeiro lote da obra – de 61,1 quilômetros.
O superintendente Vilarinho diz que esse primeiro lote vai do Km 21 (bifurcação com a BR 210) e vai até a comunidade do Vila Nova. “Os demais lotes serão licitados ainda este ano, para serem iniciados possivelmente no próximo ano”, diz o executivo, que lembra ser essa obra objeto de um convênio da União com o Estado, através do próprio DNIT e a Setrap (Secretaria Estadual dos Transportes). Pela parceria entre os entes, o Governo Federal faz o aporte dos recursos e o Amapá entra com a contratação das empresas e executa a fiscalização das obras.
Vilarinho lembra ainda que o dinheiro para o início da obra já está na conta do GEA desde janeiro de 2014, no valor de R$ 34,5 milhões. O anteprojeto foi feito pelo próprio DNIT e a obra tem um custo estimado em R$ 140 milhões.
Norte
Ainda segundo o DNIT, o último trecho que falta ser pavimentado no trecho Norte da BR 156, entre Calçoene e Oiapoque, também está na prancheta dos projetos a serem executados neste verão. Serão licitados os dois lotes restantes, num total de 107 quilômetros. A contratação será direta pelo órgão, que avocou para si a administração da obra, portanto não é objeto de convênio com o GEA/Setrap.
Para acabar com o registro de atoleiros
A despedida da estação das chuvas deste ano ainda produz imagens como essa da foto, de atoleiros em alguns trechos da BR 156, considerada a mais antiga rodovia federal em construção no país. A bem da verdade, essa situação tem sido minimizada pela mobilização de empresas responsáveis por fazer a manutenção da via, mas toda vez que chove forte, a cena se repete.
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