terça-feira, 20 de março de 2012

Em meio a contradições, Capiberibe diz que sua casa custou R$ 300 mil


Ex-governador João Capiberibe (PSB)
O senador João Capiberibe (PSB) decidiu falar mais a respeito das denúncias que envolvem seu nome com um suposto caso de negociação de uma mansão comprada de um dos maiores fornecedores do Governo do Estado nos tempos em que o parlamentar governava o Amapá. Foi no programa Café com Notícia, da Rádio equatorial FM, de Macapá. A manifestação suscitou ainda mais polêmica a respeito do caso, que já chegou ao Senado Federal e à grande mídia, o que deve forçar o parlamentar a apresentar sua defesa de forma oficial.
Na entrevista, João Capiberibe disse que o recibo distribuído por sua assessoria na sexta-feira (16) no valor de R$ 32.562,90 (trinta e dois mil, quinhentos e sessenta e dois mil reais) dizia respeito apenas ao "sinal" da compra do imóvel, cujo valor total seria de R$ 300 mil. Ocorre que essa transação só ocorreu cinco anos depois que ele deixou o cargo de governador, em 2007, já que desincompatibilizou-se para poder disputar a eleição para senador, em 2002.
O problema são as contradições sobre o que ele vem dizendo desde que o caso ganhou a imprensa. Coincidências também deixam nebulosas as explicações de Capiberibe, que nega veementemente qualquer participação sua no caso. “Não tem uma assinatura minha, pelo menos que eles tenham mostrado aí”. Mas vem aí mais uma contradição na defesa dele, pois segundo o que a imprensa levantou, foi de Capiberibe a assinatura autorizando a abertura de crédito suplementar para o pagamento de faturas da Engeform, a firma de José Ricardo Dabus Abucham, antigo dono do imóvel onde o senador mora desde que deixou o Governo.
Em sua nota à imprensa distribuída na sexta-feira, João Capiberibe diz que o pagamento de R$ 32,5 mil foi referente a entrada da negociação. No rádio disse que a entrada foi de R$ 40 mil; antes, no documento, dissera que parcelou o restante em 26 vezes e agora diz que foram dez parcelas a mais, 36 no total; outra constatação de quem analisa o caso mais detidamente, aponta para uma incongruência: porque o primeiro documento oficial juntado sobre a regularização da compra do imóvel só foi feito depois que o caso foi denunciado pelo deputado federal Sebastião Rocha (PDT-AP), em 2007, cinco anos depois de Capiberibe já estar morando na mansão?
O documento em questão é uma procuração lavrada longe do Amapá, em Ribeirão Claro (PR), no Tabelionato Scatolim de Barros, quando o empresário José Ricardo Dabus Abucham repassou o imóvel para que a nora de Capiberibe, dona Cláudia Camargo Capiberibe (hoje primeira-dama do estado), pudesse administrar a casa do jeito que bem lhe conviesse, como vender ou até doar. Agora para substanciar sua defesa, o senador apresentou um recibo simples, desses digitados em qualquer computador com impressora, assinado por Abucham e datado como do dia 10 de março de 2003, menos de vinte dias antes de Capiberibe deixar a Residência Oficial, época em que se gabava de que iria morar em casa alugada.

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